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Sábado, Março 25, 2006

Rebeca Matta é a vocalista dos Mutantes

Fernanda Takai era a favorita, mas Rebeca Matta (foto) acabou ganhando o posto de vocalista do grupo Os Mutantes no show que vai reunir Sérgio Dias Baptista, Arnaldo Baptista, Liminha e Dinho em Londres, em 22 de maio. A reunião do grupo provavelmente vai extrapolar o espetáculo programado dentro de exposição inglesa sobre a Tropicália e deverá render DVD e CD ao vivo. Não será surpresa se houver shows no Brasil.

Vocalista original dos Mutantes entre 1966 e 1972, Rita Lee recusou o convite para reassumir o posto na reunião do grupo. Takai era a favorita, mas, entre outros motivos, está presa aos compromissos assumidos com o grupo mineiro Pato Fu, do qual é cantora e compositora. Já Rebeca Matta nasceu em Salvador (BA) e lançou seu primeiro disco, Tantas Coisas, em 1999. Canta música brasileira de textura eletrônica, com postura roqueira.

Mart'nália no 'MTV ao Vivo' de Fernanda

Além do DJ Marlboro, Herbert Vianna e Mart'nália (foto) são os convidados do projeto MTV ao Vivo de Fernanda Abreu. Já sem vínculos com a EMI, gravadora que editou toda sua discografia desde os tempos da Blitz, a cantora acertou com a Universal Music a distribuição e a promoção do DVD (o primeiro da artista) e do CD. A gravação acontecerá dias 30 e 31 de março no Teatro Carlos Gomes, no Rio. O cantor do trio Paralamas do Sucesso participa do show do dia 30. A filha de Martinho da Vila vai gravar somente na apresentação do dia 31. Já DJ Marlboro dá o ar da graça nos dois dias. O lançamento do MTV ao Vivo de Fernanda Abreu está previsto para maio.

Os 30 anos do quarteto Doces Bárbaros

Para marcar os 30 anos da formação do quarteto Doces Bárbaros, a gravadora Universal Music vai repor em catálogo o álbum duplo gravado pelo grupo em 1976. No embalo, o filme de Jom Tob Azulay - que documentou a turnê que uniu Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia - será lançado enfim em DVD, com imagem e áudio restaurados.

Macy reúne Justin, Outkast e will.i.am

Já em fase de mixagem, o próximo CD da cantora americana Macy Gray (foto à direita) reúne time estelar de colaboradores. Justin Timberlake, will.i.am (o onipresente líder do grupo Black Eyed Peas), os rappers da dupla Outkast e a cantora Natalie Cole são alguns nomes envolvidos na produção do álbum.

Lenine recebe troféus do Grammy Latino

A foto acima registra o recebimento por Lenine dos troféus que ganhou na edição 2005 do Grammy Latino nas categorias Melhor CD Pop Contemporâneo (por Lenine InCité, editado no fim de 2004) e Melhor Música (por Ninguém Faz Idéia, parceria com Ivan Santos). Os troféus foram entregues ao compositor pelas mãos do presidente da LARAS (Latin Academy of Recording Arts & Sciences), Gabriel Abaroa (à direita na foto), em 18 de março, no Heineken TransAtlantic Festival, em Miami (EUA).
Sexta-feira, Março 24, 2006

Maria Rita grava DVD em show no Rio

A Warner Music não quis fazer alarde sobre a gravação, mas Maria Rita (foto) filmou seu segundo DVD no Rio de Janeiro, em recente show realizado na casa Claro Hall. A companhia aproveitou a volta da turnê Segundo ao Rio para registrar o show. A novidade no roteiro foi a inclusão de O que Sobrou do Céu, música do Rappa que Rita já gravara no DVD Acústico MTV do grupo carioca. Aliás, O que Sobrou do Céu foi um dos números refeitos após a apresentação, com poucos fãs na platéia. Outras músicas repetidas foram Ciranda do Mundo, Sem Aviso e Menininha do Portão.

O primeiro DVD de Maria Rita foi gravado em São Paulo, em 2003, em show restrito a convidados. O lançamento deste segundo vídeo da cantora - a rigor, já o terceiro, se for levado em conta o DVD que veio na edição dupla do CD Segundo com o making of do álbum - está previsto para o segundo semestre.

Leoni põe Luiz Gonzaga na sua tribo

Em seu segundo DVD, Outro Futuro em Paris, gravado obviamente na França, Leoni extrapola seu habitual universo pop. Uma das surpresas é a inclusão de versão indígena do Xote Ecológico, parceria de Luiz Gonzaga (foto) com Aguinaldo Batista, gravada pelo Rei do Baião em 1989. O tema foi vertido para o dialeto Aruak para ser cantado pelo pajé Benki, da tribo dos índios Ashaninka, convidados do vídeo. O DVD chegará às lojas ainda neste semestre.

Zélia edita disco de Lucina por seu selo

Em abril, Zélia Duncan (à esquerda, em foto de Nana Moraes) vai editar por seu selo, Duncan Discos, o novo CD de sua parceira Lucina, A Música em Mim. Composta por Lucina com Lenita Lopez, a faixa-título já foi gravada por Fred Martins. O álbum conta com a participação da própria Zélia, que, a partir de seu segundo disco, iniciou parceria com Lucina em músicas como Miopia.

Vem aí The Beatles Capitol Albums Vol. 2

A gravadora Capitol Records vai lançar em 11 de abril a caixa The Beatles Capitol Albums Vol. 2, que, a exemplo do primeiro volume, trará as edições americanas de quatro álbuns dos Beatles (foto), em formato de miniLPs. Se a primeira caixa trouxe quatro álbuns de 1964, a segunda apresenta mais quatro, todos editados em 1965. Os títulos são The Early Beatles, Beatles IV, Help e Rubber Soul. Ao todo, os discos reúnem 92 gravações nas versões mono e estéreo.

Trama contrata banda Zefirina Bomba

Depois do octeto paulista Cansei de Ser Sexy, mais um grupo sai do portal TramaVirtual para a gravadora Trama. Trata-se do power trio paraibano Zefirina Bomba - assim batizado em referência a uma lavadeira de Catolé da Rocha (PB). Já radicada em São Paulo, a banda tem um CD-demo gravado em 2003 - ano de sua formação - com seis faixas. Ilson (voz e violão), Martin (baixo) e Guga (bateria) devem começar a gravar o primeiro disco oficial, já pela Trama, em abril. Seu som pós-punk é marcado pelas distorções.
Quinta-feira, Março 23, 2006

Sapucahy radiografa cotidiano periférico com crença em samba e mundo melhores

Resenha de CD
Título: Cotidiano
Artista: Leandro Sapucahy
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Como a cidade, partida por facções sociais, o samba também está dividido entre os que cultuam as tradições do gênero e os pagodeiros descendentes da linhagem menos nobre da banda Raça Negra. São os que puseram água e teclados no samba a partir dos anos 90. Leandro Sapucahy transitou pelo pagode mais insosso como produtor de grupos como Sorriso Maroto. Em seu primeiro disco solo, Cotidiano, ele tenta upgrade na carreira e no mercado, buscando o samba e o mundo ideais.

A despeito de qualquer pré-conceito, a travessia entre os dois mundos do samba é bem-sucedida. Não somente porque bambas como Arlindo Cruz assinam partidos do alto quilate de Ainda Vou Ler nos Jornais, destaque do repertório razoável, mas também porque Sapucahy foi atrás de um som bacana para radiografar a cidade partida com salutares doses de otimismo e consciência social. "O momento é de caos", reconhece o artista em verso de Numa Cidade Muito Longe Daqui (Polícia e Bandido), híbrido de samba e rap que impõe o discurso de Marcelo D2 entre scratches do DJ Fábio ACM.

A adesão de Zeca Pagodinho em Bala Perdida indica que boa companhia não falta a Sapucahy em seu crossover. Arlindo Cruz também comparece em Favela. Entre louvação à amizade (na dolente Mão Amiga) e a exposição da lei do cão que não respeita nem amizades na guerra do tráfico (S.O.S), Sapucahy canta a vida dura dos morros e periferias com a crença em mundo e samba melhores.

Gravado nos anos 70, álbum em que Diana Ross canta jazz sairá em junho

Foi encontrada nos arquivos da gravadora Motown a matriz do álbum em que Diana Ross (foto) interpreta clássicos do jazz e da canção americana como Let's do It (Cole Porter) e I Love You Porgy (George e Ira Gershwin). Intitulado Blue, o disco foi gravado na primeira metade dos anos 70 com a intenção de ser lançado na carona do sucesso da trilha de Lady Sings the Blues, filme de 1972 em que a cantora interpretou Billie Holiday. No entanto, Ross optou na época por lançar o álbum Touch me in the Morning e Blue acabou esquecido e perdido. Até ter sua fita recuperada recentemente.

A Motown já agendou o lançamento do disco para 20 de junho. Três faixas-bônus - entre elas, Solitude, de Duke Ellington - serão incorporadas ao repertório original. São sobras inéditas das sessões de gravação da trilha de Lady Sings the Blues. O último álbum da cantora, Every Day Is a New Day, saiu em 1999.

O terceiro e 'intenso' CD do Detonautas

Com repertório todo composto pelos músicos do grupo, o terceiro álbum do sexteto carioca Detonautas Roque Clube, Psicodeliamorsexo&distorção (capa à esquerda) chega às lojas ainda em março com músicas como Apague a Luz, Sonhos Verdes, Prosseguir, Dia Comum, Tudo que Eu Falei Dormindo, Insone e Ela Não Sabe (Mas Nós Sabemos). A produção ficou a cargo do gaúcho Edu K, líder do lendário grupo De Falla, surgido nos anos 80.

"Juntos criamos um disco que reflete exatamente nossas experiências com o rock'n'roll: cru e pesado em alguns momentos; suave e sutil em outros. Posso dizer que Psicodeliamorsexo&distorção é nosso álbum mais intenso", classifica o vocalista Tico Santa Cruz no texto de apresentação do CD.

Roberta grava Zequinha, Moraes e Ben Jor com Pedro Luís para trilha de filme

Grande revelação de cantora em 2005, Roberta Sá (foto) se juntou a Pedro Luís e a Parede para fazer gravações para a trilha do filme Zuzu Angel, do diretor Sérgio Rezende. A artista e os batuqueiros recriaram Tico-Tico no Fubá (choro de Zequinha de Abreu, de 1917, cantado por Roberta com a letra escrita por Eurico Barreiros em 1931), Dê um Rolê (parceria de Moraes Moreira e Galvão, incluída por Gal Costa no show Fa-Tal, em 1971) e Minha Teimosia, uma Arma pra te Conquistar (Jorge Ben Jor, 1974).

Autor de Angélica, tema incluído em seu álbum de 1982 em homenagem à estilista que lutou contra a ditadura militar para saber o paradeiro de seu filho Stuart, Chico Buarque regravou a canção especialmente para o filme.

Pet Shop Boys cantam relação de Bush e Blair no single do álbum 'Fundamental'

Tema inspirado no relacionamento entre George Bush e Tony Blair, I'm with Stupid é o single que puxa Fundamental, o álbum que o duo inglês Pet Shop Boys (foto) lança em 22 de maio. O single já estará disponível a partir de 8 de maio. "O single é uma canção de amor sobre como o restante do mundo não consegue entender porque você está saindo com alguém", tenta explicar Neil Tennant. "É também uma sátira sobre a relação entre Blair e Bush do ponto de vista de Blair".

Fundamental é o nono álbum de estúdio da dupla e tem produção assinada por Trevor Horn, que respondeu por Introspective (1988), um dos discos mais bem-sucedidos dos Boys. Algumas publicações inglesas, aliás, já tiveram acesso ao CD e o saudaram como um dos melhores títulos da discografia dos rapazes.

E as boas novas não se limitam à área fonográfica: em meados do ano, a editora de livros Thames and Hudson vai lançar o Pet Shop Boys Catalogue, espécie de biografia visual do duo. O livro será editado pelos autores Philip Hoar e Chris Heath.
Quarta-feira, Março 22, 2006

'Vision Valley' do Vines em 4 de abril

Terceiro álbum do grupo australiano The Vines, Vision Valley (capa à esquerda) tem lançamento mundial agendado para 4 de abril, via EMI. O sucessor de Highly Evolved (2002) e Winning Days (2004) foi produzido por Wayne Connolly e gravado em diversos locais de Sidney. O repertório de 13 faixas tritura pop, punk, psicodelia e garage rock. Entre as músicas, há Gross Out, Don't Listen to the Radio (eleita o primeiro single), Spaceship, Dandy Daze, Take me Back e Going Gone.

Cansei de Ser Sexy lança CD nos EUA

Selo americano que projetou bandas como Nirvana, o Sub Pop vai lançar nos Estados Unidos o primeiro álbum do grupo paulista Cansei de Ser Sexy (foto), formado em São Paulo em 2003. O selo assinou um contrato de licenciamento com a gravadora Trama para editar o disco do octeto. A versão americana do CD trará 11 músicas em inglês, incluindo também fonogramas do EP lançado pela banda. Em julho, o Cansei de Ser Sexy vai para os Estados Unidos e Canadá para promover o disco em turnê que passará por mais de 30 cidades.

Discos de Marisa na parada de Portugal

Marisa Monte (na foto, em clique de Isabela Kassow) não movimenta somente o mercado fonográfico nacional. Seus dois recém-lançados discos, Infinito Particular e Universo ao meu Redor, já estão entre os dez CDs mais vendidos de Portugal. Nem bem chegaram às lojas lusitanas, os álbuns da cantora já ocupam, respectivamente, o sétimo e o nono lugar na parada oficial da Terrinha.

Mais Marisa: não são somente os discos da cantora que limitam em três o número de cópias caseiras feitas pelo consumidor e impedem a transferência de seu conteúdo para arquivos MP3. Todos os CDs editados pela EMI desde janeiro estão com este novo dispositivo tecnológico que visa combater a pirataria e tem provocado polêmica e protestos entre os adeptos dos Ipods.

Show de Gal vira DVD e especial de TV

Além de DVD, o novo show de Gal Costa (na foto à esquerda, num clique de Daniel Klajmic) vai virar especial de TV, a ser exibido pelo canal DirecTV. A cantora vai estrear oficialmente a turnê internacional do show Hoje em minitemporada no Canecão (RJ), de 30 de março a 2 de abril. No repertório, além das músicas do CD homônimo, lançado em setembro pela gravadora Trama, Gal incluiu Antonico, Fruta Gogóia e As Times Goes By, entre outras.

Trama disponibiliza single de DJ Patife

O terceiro disco do DJ Patife (foto), Na Estrada, chegará às lojas somente no começo de abril, mas a gravadora Trama - sempre atenta ao potencial de divulgação de seus produtos na internet - já disponibilizou gratuitamente em MP3 o primeiro single do álbum, Enigma. A música já pode ser encontrada em seu site oficial (www.trama.com.br). A gravação foi produzida por Patife em parceria com Mad Zoo. A composição é de Max Vianna, vocalista convidado da faixa.

Em Na Estrada, Patife reúne músicas de Jorge Ben Jor (Que Pena, 1969) e Nando Reis (Diariamente, 1991), entre outros compositores.
Terça-feira, Março 21, 2006

Belchior grava inéditas 30 anos após o estouro do 'Rapaz Latino Americano'

Belchior (foto) entra em estúdio em breve para começar a gravar disco de inéditas. O CD tem lançamento previsto para o segundo semestre. A notícia, a rigor corriqueira, faz lembrar que há artistas demasiadamente presos a um início consagrador de carreira. Belchior é um deles. Por imposição do mercado fonográfico, o cantor vive regravando seus sucessos. Quando lança algum material inédito, este passa despercebido. O que permanece na memória são sucessos como Apenas um Rapaz Latino Americano e Como Nossos Pais - lançados há 30 anos no LP Alucinação, o segundo de Belchior, mas o primeiro a obter repercussão.

Em 1976, a música de Belchior seduzia o Brasil. Elis Regina abria seu antológico álbum Falso Brilhante com duas músicas do compositor cearense: Velha Roupa Colorida e Como Nossos Pais, esta um retrato cru da geração que vivera e perdera o sonho hippie. Outros sucessos viriam (Todo Sujo de Batom, Medo de Avião), entre a segunda metade dos anos 70 e o início dos 80, até que Belchior foi ficando progressivamente preso ao seu passado de glória. Regravações e mais regravações das mesmas músicas foram soterrando o material novo que produzia. E - pior - não conseguiram fazer com que Belchior renovasse seu público, como aconteceu, por exemplo, com Zé Ramalho. Tomara que este novo disco consiga a proeza de disassociar um pouco Belchior de seu começo de carreira, do qual ele tem sido refém há 30 anos.

O encontro de Alcione com Marcelo D2

Eis um flagrante (em foto de Lívio Campos) do encontro de Alcione com Marcelo D2, no show realizado na casa Via Show, na Baixada Fluminense (RJ), para a gravação do terceiro DVD da Marrom. A participação do rapper carioca encerrou o show. Os dois cantores se reuniram para interpretar Menor Abandonado, parceria de Zeca Pagodinho com Mauro Diniz e Pedrinho da Flor. A Indie Records pretende pôr o DVD nas lojas entre o fim de abril e o início de maio.

O encontro de D2 e Alcione aconteceu pela primeira vez em estúdio. A cantora participa do quarto disco solo do rapper, gravado no Rio com produção de Mario Caldato.

Fora de época, bela coletânea reafirma a supremacia dos antigos sambas-enredos

Resenha de CD
Título: MPB no Samba-enredo
Artista: Vários
Gravadora: EMI
Cotação: * * * * *

Mesmo distribuída tardiamente às lojas pela EMI, já fora da época carnavalesca, a coletânea MPB no Samba-Enredo (capa à esquerda) presta contribuição fundamental ao catálogo do gênero. Como o título já sugere, a compilação reúne 14 gravações de sambas-enredos antológicos por cantores como Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Elza Soares e Paulinho da Viola. São nomes mais associados ao samba do que à chamada "MPB", embora qualquer rótulo preconceituoso acabe ruindo face à beleza das pérolas.

Basta uma audição do CD para atestar a supremacia dos sambas-enredos antigos em relação aos produzidos nos últimos anos. A diferença está, sobretudo, nas melodias - mais ricas e nada subservientes ao ritmo acelerado que dita as regras do Carnaval atual. A maioria foi composta nos anos 70 - fase de ouro do gênero. Exemplos aleatórios são Lapa em Três Tempos (samba-enredo da Portela em 1971, regravado por Paulinho da Viola no mesmo ano) e Nordeste: seu Povo, seu Canto e a sua Glória (samba-enredo do Império Serrano no mesmo ano de 1971, representado na coletânea por gravação de 1983, a cargo do saudoso Roberto Ribeiro). São aleatórios porque os 14 sambas do disco estão irmanados pela beleza de sua música e letra.

Além de exaltar a qualidade melódica dos sambas antigos, MPB no Samba-Enredo traz para o formato digital quatro gravações até então inéditas em CD. Três - Festa do Círio de Nazaré (Unidos de São Carlos, 1975), O Mundo Fantástico do Uirapuru (Mocidade Independente, 1975) e O Mundo Melhor de Pixinguinha (Portela, 1973) - são registros feitos por Elza Soares nos anos 70. É curioso notar que, mesmo combatido na época por ser de autores estranhos no ninho do samba (Jair Amorim e Evaldo Gouveia, dupla mais associada aos sambas-canções sentimentais do que ao Carnaval), O Mundo Melhor de Pixinguinha pode ser considerado obra-prima perto da grande maioria dos sambas atuais.

A quarta gravação inédita em CD, Imagens Poéticas de Jorge Lima (Mangueira, 1975), é interpretada por ninguém menos do que Ângela Maria - ainda em forma vocal, em registro bissexto de samba-enredo. Também aparentemente deslocada, a dupla Miltinho e Dóris Monteiro suaviza Lendas do Abaeté (Mangueira, 1973). Já Dona Ivone Lara é a intérprete do samba menos conhecido da seleção, São Paulo: Chapadão da Glória (Império Serrano, 1967), parceria de Silas de Oliveira com Joacyr Sant'anna.

O senão da coletânea fica por conta da apresentação da capa. Alguns intérpretes (Clara Nunes, Elza Soares, Paulinho da Viola, Ivone Lara, Beth Carvalho) são citados nominalmente. Os demais são apresentados como "outros" - no mínimo, uma injustiça com Roberto Ribeiro, intérprete de Alô! Alô! Taí, Carmen Miranda (Império Serrano, 1972), em registro que inclui passagens à capella, num alternância de andamentos que confirma o poderio vocal do saudoso cantor. Que merecia uma citação nominal...

EMI distribui terceiro CD de Luiza Possi

Caberá à EMI pôr nas lojas o terceiro CD de Luiza Possi (foto). O disco se chama Escuta e reúne no repertório músicas de Ana Carolina, Jorge Vercilo e Vander Lee. Os dois primeiros CDs de Luiza, Eu Sou Assim (2002) e Pro Mundo Levar (2004), saíram pela Indie Records, então presidida pelo produtor Liber Gadelha, pai de Luiza. Com o afastamento de Liber do comando da Indie, a cantora ficou sem gravadora e decidiu fazer seu terceiro disco de forma independente para depois negociar sua comercialização.

'Gil & Jorge' volta avulso ao catálogo

Gil & Jorge - XangôOgum, álbum que uniu Gilberto Gil e Jorge Ben em 1975, está voltando ao catálogo, em reedição avulsa da Universal. O CD (capa à esquerda) tinha ficado de fora da caixa Ensaio Geral, que reuniu os discos da fase inicial da obra de Gil. Trata-se de título raro, mas não inédito no formato digital. A primeira reedição fez parte da série Colecionador, de 1993.
Segunda-feira, Março 20, 2006

'África Nossa' puxa disco de Cesaria

África Nossa é o primeiro single do décimo álbum de Cesaria Evora, Rogamar (capa à direita). Na faixa, a cantora de Cabo Verde faz dueto com o artista senegalês Ismaël Lô. Como já noticiado por Estúdio, o disco tem arranjos do maestro e violoncelista brasileiro Jaques Morelenbaum em seis das 15 faixas. Produzido pelo pianista Fernando Andrade, o CD foi gravado entre Mindelo, Paris e Rio de Janeiro.

Sérgio Mendes corre atrás do tempo ao misturar o rap com a música brasileira

Resenha de CD
Título: Timeless
Artista: Sérgio Mendes
Gravadora: Universal
Cotação: * * *

Se "o samba é a tristeza que balança", como sentenciou Vinicius de Moraes em célebre verso do Samba da Bênção cantado por Marcelo D2 neste álbum de Sérgio Mendes, o balanço atualmente está na mão dos rappers. Pelo menos no mercado americano - onde, há 40 anos, o artista propagou mundialmente a bossa e o suingue brasileiros com o disco Sérgio Mendes & Brasil '66. Não é à toa que um rapper, will.i.am (líder do miscigenado grupo Black Eyed Peas), comanda o balanço deste salutar Timeless. Munido de teclados e do velho piano, Mendes entra em sintonia com o tempo presente, embora o título do CD - atemporal, em português - tente impor caráter perene a estas novas gravações.

Primeiro disco de Mendes em dez anos, Timeless corre atrás do tempo perdido pelo artista ao propor a interação da música brasileira com o rap e com o rhythm and blues. O carro-chefe é a nova versão de Mas que Nada. O tema de Jorge Ben, que impulsionou o sucesso mundial do Brasil '66, aparece repaginado pela batida do Black Eyed Peas. As fusões descem bem, no todo. Ainda que uma ou outra transforme temas como Surfboard (Tom Jobim) em algo próximo de macumba para turista.

Timeless não é uniforme, a começar pelo time eclético de convidados que põe lado a lado nomes como Justin Timberlake e India.Aire, convidada da faixa-título. Se Please Baby Don't é pop melodioso de John Legend - gravado com a participação do autor - que destoa do tom verde e amarelo do disco, há, em compensação, as cordas virtuosas dos violões do Quarteto Maogani em Lamento no Morro. Há Guinga e (novamente) D2 em Fo'-Hop (Por Trás de Brás de Pina). E há, sobretudo, a gaita inconfundível de Stevie Wonder no medley que une Berimbau e Consolação.

Mendes quer se atualizar. E tenta volta às paradas munido das mesmas armas de 1966: a bossa e o suingue da música brasileira atemporal feita por nomes como Jobim, Baden, Vinicius... agora reprocessada no compasso do rap. O balanço já é outro, mas o artista não parece disposto a perder o bonde da história porque - como já disse aquele roqueiro sessentão - o tempo não espera mesmo por ninguém.

Marisa Monte limita cópias de seus CDs

Os consumidores dos dois recém-lançados discos de Marisa Monte (na foto, num clique de Isabela Kassow) - Infinito Particular e Universo ao meu Redor - já estão descobrindo que os CDs trazem um dispositivo que, além de limitar o número de cópias, impede que o conteúdo dos álbuns sejam transformados em arquivos MP3 e transferidos para Ipods. Cada consumidor que comprar o CD oficial tem direito a fazer três cópias a partir de seu computador. Mas estas cópias não podem gerar novas cópias. Resta saber se o sistema será eficaz no combate à pirataria de massa. Se for, será um exemplo a ser seguido para impedir a fabricação de CDs falsos vendidos nos camelôs.

Cantor do Garganta Profunda escala time de craques para disco solo sobre futebol

No embalo da Copa do Mundo, Pedro Lima - integrante do grupo vocal Garganta Profunda por 15 anos - pretende lançar no meio do ano um CD com músicas que falam de futebol. Lima (foto) já escalou um time de craques para o disco Futebol Musical Brasileiro Social Clube. A seleção inicial do repertório inclui Fio Maravilha (Jorge Benjor), Hino do América (Lamartine Babo), Geraldinos e Arquibaldos (Gonzaguinha), É uma Partida de Futebol (Samuel Rosa e Nando Reis), Meio de Campo (Gilberto Gil), Aqui É o País do Futebol (Milton Nascimento e Fernando Brant), Goleiro (Jorge Benjor) e Canhoteiro (Zeca Baleiro, Fagner, Fausto Nilo e Celso Borges), entre outras músicas que versam sobre o tema.

Mundo Livre inaugura selo com disco vendido somente em shows e na internet

Em mais uma amostra das inevitáveis transformações por que está passando o mercado fonográfico, no Brasil e no mundo, o novo trabalho do grupo pernambucano Mundo Livre S/A (foto à direita) - pomposamente intitulado Bebadogroove Vol. 1: Garagesambatransmachine - não vai chegar às lojas. O CD já está à venda, mas somente nos shows do grupo e na internet. Trata-se de um EP com sete músicas inéditas da banda, todas letradas por Fred O4. Além da peculiar estratégia comercial, o disco marca a abertura do selo do Mundo Livre, Oia Records.
Domingo, Março 19, 2006

Carlos Eduardo Miranda produz Skank

Chico Neves não é o único produtor do disco que o Skank grava mineiramente em Belo Horizonte (MG). Carlos Eduardo Miranda também está envolvido na produção do nono disco da banda. Miranda, que nunca trabalhou com o Skank, foi o produtor que lançou os Raimundos. Seu envolvimento confirma a informação de que o álbum vem com pegada roqueira.

'Vamo Batê Lata' chega, enfim, ao DVD

Lançado originalmente em VHS, em 1995, o vídeo Vamo Batê Lata está sendo editado, enfim, em DVD (capa à direita). O projeto de lançar em DVD a bem-sucedida gravação ao vivo do grupo Paralamas do Sucesso já existia desde 2001, mas foi adiado sucessivas vezes pela gravadora EMI para não colidir com outros produtos do trio carioca.

Também editado no formato de CD duplo, Vamo Batê Lata foi título importante na discografia dos Paralamas, pois marcou a reconciliação da banda com o sucesso popular depois de dois discos (Os Grãos e Severino) ignorados pelo grande público no início dos anos 90. Entre os 16 números do vídeo, a surpresa é Whole Lotta Love, tema do repertório do grupo Led Zeppelin.

Ivete adere ao rock pesado do Meteora

Ivete Sangalo em disco de rock pesado??!! Sim, a cantora é co-autora de três músicas de O Antes e o Depois, o primeiro CD da banda Meteora (foto), liderada pelo vocalista e guitarrista Fábio Duarte. O grupo é da Bahia e desafia o reinado do axé em sua terra natal com pop rock pesado.

A assinatura de Ivete aparece na faixa-título, em Perto Demais e em Um Dia Sempre Vem. A estrela da axé music ainda gravou os vocais da balada Meu Segredo e de A Chuva. Tudo em nome do amor: Fábio Duarte (à direita na foto), que já foi bailarino da cantora, é o atual namorado da artista.

Detalhe: o CD O Antes e o Depois está sendo lançado pelo selo Caco Discos, o braço fonográfico da empresa da artista baiana.

Precariedade das reedições dos CDs de Ednardo desrespeita artista e consumidor

Primeiro, veio a boa notícia: a EMI decidiu reeditar três discos da obra de Ednardo nos anos 80. A salutar iniciativa de repor em catálogo Terra da Luz (1982), Ednardo (1983, capa à direita) e Libertree (1985) acontece exatos 30 depois do estouro nacional do compositor cearense com Pavão Mysteriozo, tema propagado na novela Saramandaia, exibida pela Rede Globo em 1976.

Agora vem a má notícia: as reedições são de uma pobreza vergonhosa. Os "encartes" dos três CDs se limitam a uma mísera folha com a capa de um lado e a reprodução tosca da contracapa de outro. Não houve a preocupação de criar um encarte que reproduzisse, de forma legível, as informações da ficha técnica original.

A pobreza das reedições lembra os CDs editados no Brasil na segunda metade dos anos 80, quando as gravadoras ainda não apostavam no compact disc como substituto dos LPs e faziam edições precárias, de tiragens limitadas. Mas 20 anos se passaram e o descuido da EMI com as primeiras reedições em CD destes três títulos de Ednardo é um desrespeito ao artista e aos consumidores.

Caixa condensa obra de Bruno & Marrone

A Sony & BMG sintetizou a obra recente de Bruno & Marrone em caixa intitulada Sonhos, Amores e Sucessos (capa à esquerda). Além de reunir 60 gravações em quatro CDs, a caixa agrega os DVDs Acústico ao Vivo (gravado em 2001, em Uberlândia - MG) e Bruno & Marrone ao Vivo (registrado em 2004 em show na casa Olympia, em São Paulo - SP). A companhia já lançou projeto semelhante com o cantor Leonardo, que acabou de migrar para a Universal.

Um dos CDs, intitulado Raros e Inéditos, inclui fonogramas inusitados e/ou novos da dupla. Além das inéditas Recaída e A Vida Disse Não, sobras do álbum Meu Presente É Você (2005), há gravações feitas com Joelma (vocalista da Banda Calypso, Por que Choras?), Cláudia Leite (vocalista do grupo Babado Novo, Doce Desejo) e a dupla Chitãozinho & Xororó (Fio de Cabelo). Sem falar nas regravações de músicas dos primeiros discos lançados por Bruno & Marrone - casos de Acorrentado em Você, Favo de Mel, Meu Segredo, Faz de Conta e Esqueci.
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