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Sábado, Agosto 26, 2006

'Elis', de 1980, ganha reedição da Trama

Ao negociar a liberação da cantora Fernanda Porto para a EMI, a gravadora Trama acabou ficando com o direito de reeditar Elis (capa à esquerda), o único título feito por Elis Regina na extinta Odeon. Foi seu último álbum, gravado em fins de 1980. Diretor da Trama e filho da cantora, João Marcelo Bôscoli vai preparar uma reedição cuidadosa do disco, com direito à nova remasterização e novo tratamento da arte gráfica.

Toda a obra de Elis Regina merece cuidado especial. Mas não deixa de ser uma pena que títulos mais importantes da discografia da cantora - como, por exemplo, os álbuns de 1972 e 1974, ambos intitulados Elis - não tenham tido prioridade nesse processo de restauração iniciado por Bôscoli. Ele não tem culpa, pois a parte mais expressiva da obra da Pimentinha pertence ao acervo da Universal Music e, até o momento, não foi licenciada para a Trama (com exceção do clássico Elis & Tom, remixado em som 5.1 para edição em DVD-áudio). Por ora, aguardemos a reedição de Elis, disco que já tinha sido recentemente reposto em catálogo pela EMI, com capa e repertório originais, além de faixas-bônus.

Coletânea reúne o lixo luxuoso dos 80

Resenha de CD
Título:
Trash 80's - Volume 1: Edição Nacional
Artista:
Vários
Gravadora:
Lua Music
Cotação:
* *

É tão ruim que quase chega a ser bom. Se o Rio cultua os anos 80 com a festa Ploc's, que já rendeu dois DVDs (o segundo ainda não foi lançado), São Paulo festeja aquela década pop de forma mais conceitual. Criada pelos DJs Eneas Neto e Tonny, a festa Trash 80's propaga - como seu nome já diz - o lixo produzido pela indústria fonográfica da época. Esse repertório realmente trash chega ao CD pela gravadora Lua Music para fazer a alegria de quem curte - sem hipocrisia - ouvir bobagens gravadas por Dominó (Companheiro, 1985), Paquitas (Fada Madrinha, 1989), Luan & Vanessa (Quatro Semanas de Amor, 1989), Angélica (Vou de Táxi, 1988), Genghis Khan (Comer, Comer, 1984), Grafite (Mamma Maria, 1983) e até Rita Cadillac (É Bom para o Moral, 1984). No meio de tanto lixo, há o luxo do saudoso Ronaldo Resedá, representado com a gravação de Marrom Glacê, a rigor feita e tocada em 1979. O tema da novela homônima de Cassiano Gabus Mendes nunca tinha sido lançado em CD (assim como a faixa de Rita Cadillac). Também não dá para colocar no mesmo saco de lixo o registro de Amigos do Peito (Somos Amigos), feito em 1984 por Fábio Jr. com A Turma do Balão Mágico em sua formação clássica. Aliás, a coletânea prima por trazer somente gravações originais e apresentar uma ficha técnica que identifica a origem de cada faixa. Somente por isso já mereceria crédito, inclusive por não esconder que a lambada Me Chama que Eu Vou foi gravada por Sidney Magal em 1990 para a abertura da novela A Rainha da Sucata. E o fato é que o trash também tem o seu valor porque brega, afinal, é tudo o que a gente não gosta, mas o vizinho curte. Dependendo do clima, o lixo pode ser o luxo de uma festa...

Grupo Gram se abriga sob guarda-chuva

Depois de usar um gato como símbolo, o grupo paulista Gram adotará o guarda-chuva como o ícone que identificará todos os produtos promocionais relacionados ao seu novo disco, incluindo a capa, as fotos de divulgação (como a imagem acima, de Rui Mendes), os banners e o clipe da música Antes do Fim. O guarda-chuva é criação do designer Sérgio Filho, vocalista da banda.

Intitulado Seu Minuto, meu Segundo, o CD será lançado em setembro pela Deckdisc diretamente no formato de dualdisc. O lado do DVD trará clipes com imagens da gravação das músicas, captadas por Dante Belluti e editadas por Lígia Ramos. Haverá ainda inserções de animação, a cargo do guitarrista do Gram, Marco Loschiavo, parceiro de Sérgio Filho em músicas como O Rei do Sol e a supra-citada Antes do Fim. Outras faixas do álbum são Você Tem, Vivo de Novo, Me Trai Comigo e Em Nome do Filho.

'Carrossel' do Skank já roda com 70 mil

Carrossel, o álbum que o Skank (foto) lançou esta semana, já foi para as lojas com tiragem inicial de 70 mil cópias - número expressivo porque o público de pop rock cada vez baixa mais músicas na internet e compra menos disco. Já o CD Acústico MTV de Lenine, por exemplo, está saindo com 30 mil exemplares - marca também significativa para um artista de vendas tradicionalmente modestas e que espera galgar novo patamar comercial no mercado fonográfico com a parceria com a MTV.

Wanderley faz festa over e sentimental

Resenha de DVD
Título:
40 Anos de Sucesso do Bom Rapaz - Ao Vivo
Artista: Wanderley Cardoso
Gravadora:
EMI
Cotação:
*

Reuniões de artistas que ficaram eternamente associados à Jovem Guarda geralmente exalam nostalgia constrangedora pela tentativa vã de evocar uma magia que ficou lá, naquelas velhas tardes de domingo. Wanderley Cardoso se permitiu fazer sua festa sozinho, com alguns poucos convidados como Jerry Adriani (em Lado a Lado, música em que a nostalgia adquire tonalidade sentimental) e Martinha. Cardoso tem todo o direito de registrar um show em DVD (o primeiro de sua carreira) e em CD ao vivo. Mas o fato é que - exceto por alguns hits sessentistas como O Bom Rapaz e Doce de Coco - ele não tem muito o que lembrar. Seu repertório não resistiu ao tempo. E não há como festejar uma carreira que não evoluiu com o fim da Jovem Guarda. O que se vê é um show ruim, com bailarinos e arranjos cafonas que apenas acentuam a pobreza do roteiro. No meio de tantas músicas inexpressivas (Vem Ficar Comigo, Socorro Nosso Amor Está Morrendo e outras do gênero), há um sucesso italiano (Il Mondo, em interpretação constrangedora) e bela modinha de Chico Buarque (Até Pensei) que não bastam para tornar o repertório ao menos digerível. Wanderley Cardoso pode até ser um bom rapaz, mas essa gravação ao vivo é over e desnecessária. Somente alguns fãs muitos dedicados ao cantor terão algum prazer em assistir a um show esmaecido. Teria sido melhor esperar 2010 para se juntar aos colegas na festa pelos 45 anos da Jovem Guarda...
Sexta-feira, Agosto 25, 2006

Zeca monta sua gafieira em CD e DVD

Zeca Pagodinho gravou nas noites de quarta (23 de agosto) e quinta-feira seu DVD e CD Acústico MTV Zeca Pagodinho II - Gafieira. A idéia foi recriar o clima dos bailes de gafieira que agitavam a noite carioca nos anos 40 e 50. Uma orquestra de 39 músicos se aliou à banda do cantor - sob a batuta dos maestros Rildo Hora, Leonardo Bruno, Jota Moraes, Lincoln Olivetti, Vitor Santos, Cristóvão Bastos, Julinho Teixeira e Paulão 7 Cordas - para tocar clássicos do gênero como Piston de Gafieira (Billy Blanco, o número de abertura), Beija-me (Roberto Martins e Mário Rossi - com Rildo Hora na gaita), Pisei num Despacho (Geraldo Pereira e Elpidio Viana) e Se Você Visse (Dino 7 Cordas e Del loro - com a intervenção de Miltinho).

Além dos hits da gafieira, o repertório inclui inéditas como Sururu Na Feira (Luiz Grande, Marcos Diniz e Barbeirinho), Quando a Gira Girou (Serginho Meriti e Cláudio Guimarães), Exaustino (Roberto Lopes e Canário) e Ratatúia (Alamir, Roberto Lopes e Canário), além de músicas nunca gravadas por Zeca, casos de Tive Sim (Cartola), O Filho do Alfaiate (Cartola e Vadico), Dono das Calçadas (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), Cabô Meu Pai (Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz e Aldir Blanc) e Inocente Fui Eu (Zé Luiz e Ney Lopes).

O roteiro alinhavou ainda sambas popularizados por Zeca. Entre eles, Quem É Ela? (de autoria do próprio Zeca), Judia de Mim (parceria de Zeca com Wilson Moreira), Ai Que Saudade do meu Amor (com Arlindo Cruz), Em Nome da Alegria (com Almir Guineto e Carlos Sena), Quintal do Céu (Jorge Aragão e Wilson Moreira), Casal Sem Vergonha (Arlindo Cruz e Acyr Marques), Dona Esponja (Luiz Grande, Marcos Diniz e Barbeirinho), O Pai Coruja (Zé Roberto) e Minta meu Sonho (Jorge Aragão).

Realizada no estúdio Frank Acker do Pólo de Cine e Vídeo, no Rio de Janeiro, a gravação contou com as participações de Paulo Moura (clarinete em Inocente Fui Eu), Monarco e Velha Guarda da Portela (em Lenço, de Chico Santana e Monarco) e Tereza Cristina (Coração em Desalinho, que também contou com as vozes de Nilze Carvalho, Dorina e Juliana Diniz). Verdade e Deixa a Vida Me Levar encerraram a gravação.

O programa Acústico MTV Zeca Pagodinho II - Gafieira será exibido pela MTV em 22 de outubro. O CD chegará às lojas no dia seguinte. Já o DVD será editado apenas em novembro.

'Cê', de Caetano, nas lojas em setembro

A capa à esquerda é a de , o primeiro disco solo de inéditas de Caetano Veloso desde Noites do Norte, de 2000. Nas lojas no início de setembro, pela Universal Music, o CD já tem uma faixa tocando nas rádios, Não me Arrependo, cujos versos confessionais ("Fiz você crescer / Vi você me fazer crescer também para além de mim") sugerem que se trata de uma letra dirigida pelo compositor a Paula Lavigne, sua ex-mulher.

Skank concilia requinte e popularidade

Resenha de CD
Título: Carrossel
Artista: Skank
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *

Com o lançamento do CD Carrossel, o Skank completa 15 anos de vida. Para bandas de rock, essa idade pode representar cansaço e repetição. Mas o quarteto mineiro (à direita, em foto de Weber Pádua) ainda soa jovial como na sua formação, em 1991, em Belo Horizonte. Em 15 inéditas, baladas em sua maioria, Carrossel confirma o acerto do grupo ao mudar, antes do desgaste, a receita de seu som - hoje já bem distante da festividade rítmica dos primeiros discos, voltados para o reggae.

Em giro por sonoridades de folk e do rock dos anos 60 e 70, com referências que vão de Beatles ao lendário Clube da Esquina, Carrossel concilia requinte e popularidade. Se Uma Canção É pra Isso representa o pop perfeito, o refrão da Balada para João e Joana e a pegada pegajosa de Mil Acasos sinalizam que o CD tem mais munição radiofônica - ainda que sem a forma redonda de Uma Canção É pra Isso, pop em estado puro que já celebra na letra ensolarada e feliz a vontade do Skank de fazer música para as massas - fato que muitas bandas (re)negam porque o conceito de popularidade, no Brasil, está erroneamente associado a algo primário e pueril.

Carrossel roda longe da banalidade imperante na música populista. A evolução harmônica do som do grupo é sedimentada com o uso de instrumentos como banjo e trompa. Há arranjos de cordas e sopros - a cargo de Artur Andrés - que apenas refinam a camada pop das músicas sem dar ao disco um tom camerístico pouco condizente com o espírito jovial das músicas. Carrossel gira cheio de sutilezas. Que pode ser a alteração do andamento de Notícia, parceria de Samuel Rosa com Humberto Effe cujo arranjo conjuga elementos de rock, folk e country. Ou o tom garageiro de Até o Amor Virar Poeira. Ou ainda os versos de Arnaldo Antunes para Trancoso, balada litorânea com letra que mais parece poesia.

Espécie de quinto Skank, Chico Amaral é o letrista de oito das 15 inéditas, com destaque para O Som da sua Voz. Mas o melodista Samuel Rosa soube abrir seu leque de parceiros. Líder do extinto grupo mineiro Virna Lisi, César Maurício colabora na balada psicodélica Lugar, em Um Homem Solitário e em Seus Passos, canção que segue o plácido curso melódico de Dois Rios, o hit do Skank em 2003. O supra-citado Humberto Effe assina ainda a letra de Cara Nua. E Nando Reis volta a dar o ar da graça em disco do Skank com Eu e a Felicidade, pop rock urdido com violões que tem mais a cara de Nando do que de Samuel. E, na ficha técnica, há ainda a boa surpresa da presença do baixista Lelo Zaneti, co-autor de Garrafas, melodia de estranha beleza e sensualidade.

No todo, apesar de sutilezas próprias, Carrossel segue a trilha de seus antecessores Maquinarama (2000) e Cosmotron (2003) ao unir psicodelia, folk, rock dos anos 60, Beatles, BritPop e Clube da Esquina em coquetel de sabor pop. Uma banda, afinal, é para isso: ser pop, sem medo de ser popular, sem medo de ser feliz.

Dionne revive pop perfeito dos anos 60

Resenha de show
Título:
Dionne Warwick
Artista:
Dionne Warwick
Local:
Canecão (RJ)
Data:
24 de agosto
Cotação:
* * *

Desenvolta no palco do Canecão, na primeira de suas duas apresentações programadas na casa carioca, Dionne Warwick arranhou um português para cantar Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, e juntou três standards de Tom Jobim (Corcovado, Wave e Águas de Março) nas versões em inglês. Mas nem eram necessários tais afagos no público brasileiro. Quem superlotou o Canecão queria ouvir, na voz (ainda em satisfatória forma) da cantora americana, os clássicos com que o maestro Burt Bacharach e o letrista Hal David ajudaram a formatar a música pop a partir de 1962. Foi Dionne a lançadora da quase totalidade deles na década de 60. E ela os enfileirou com orgulho no roteiro: Close to You, Don't Make me Over, A House Is Not a Home (número em que mostra registro similar ao da gravação orginal) e Anyone Who Had a Heart, entre outros.

Aos alegados 65 anos, Dionne já não possui a voz volumosa que fez dela a intérprete ideal para o pop perfeito de Bacharach - atualmente valorizado na medida de sua grande importância. Mas ela ainda dá conta do recado com afinação e senso rítmico impecáveis. No enxuto show que passou pelo Rio (e que voltará ao cartaz na terça-feira, 29 de agosto, no mesmo Canecão, por conta da lotação esgotada da apresentação de 24 de agosto), a diva se mostra sedutora e arrisca outra divisão para I Say a Little Prayer, que termina em clima jazzy, e rebobina Do You Know the Way to San Jose? no compasso da salsa, evocando o dueto que gravou com a saudosa cantora cubana Célia Cruz em recente CD. Alfie é o momento intimista, com Dionne sentada perto do piano, na mesma posição em que, já no fim do show, apresenta I'll Never Love This Way Again, a balada de 1978 que fez muito sucesso no Brasil no ano seguinte, na trilha da novela Os Gigantes. Um pouco antes, Heartbreaker, o hit de 1982, dado pelos Bee Gees, tem seu ritmo acompanhado pelas palmas da platéia.

Simpática, a cantora sai de cena ao som de That's What Friends Are for, seu último grande hit, de 1986. Lá se vão 20 anos, mas quem tem uma trajetória de sucesso como Dionne Warwick pode se dar ao luxo de reviver no palco somente o seu passado de glória. E que glória ter sido a voz das canções imortais de Burt Bacharach!

Gordurinha nas vozes de Beth e Daniela

Eis outro flagrante da gravação do CD e DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia: a sambista carioca faz dueto com Daniela Mercury em Chiclete com Banana, clássico do repertório de Gordurinha, lançado em 1959. A foto é de Guto Costa.
Quinta-feira, Agosto 24, 2006

'Compasso' de RoRo chega em setembro

Compasso é o nome do novo disco de Ângela RoRo, o primeiro de inéditas em seis anos. A faixa-título foi escolhida para puxar o álbum, nas lojas em setembro via Indie Records. No álbum, RoRo retoma parceria com Ana Terra (em Paixão) e assina sozinha músicas como Não Adianta, Bater Não Dói e Dorme, Sonha. A idéia da companhia é lançar o CD pouco antes da gravação do primeiro DVD da cantora, prevista para fins de setembro. Produzido pela própria RoRo, Compasso é o sucessor de Acertei no Milênio, disco editado pela artista em 2000, com alguns sambas no irregular repertório.

Beth forma trio com Caetano e Bethânia

A foto acima, de Guto Costa, registra um dos números mais especiais da gravação do CD e DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia, feita nas noites de terça (22 de agosto) e quarta-feira no Teatro Castro Alves, o palco mais nobre de Salvador (BA). Beth formou trio com Caetano Veloso e com Maria Bethânia para reviver o samba De Manhã, composto por Caetano e lançado por Bethânia em seu primeiro disco, em 1965. Caetano participou ainda de Desde que o Samba É Samba, outro tema de sua autoria, lançado em 1993.

Belô compila uma década com inéditas

Belô Velloso vai lançar em meados de setembro uma compilação comemorativa de seus dez anos de carreira fonográfica. Além de rebobinar músicas que alcançaram alguma projeção na voz da cantora, caso de Por te Querer, a coletânea Belô, Samba! (capa à esquerda) inclui três gravações inéditas feitas para um programa virtual de rádio. As músicas - Lama (samba de Mauro Duarte, lançado por Clara Nunes em 1976), Entre Nós (sucesso de Sandra de Sá em 1986) e Não Tem Saída (outro hit de Sandra, gravado em 1991 em dueto com Tim Maia) - foram sugeridas pelos internautas que ouvem o programa apresentado na rede pela sobrinha de Caetano Veloso e Maria Bethânia.

Duas novas em coletânea do Aerosmith

Enquanto apronta o álbum de estúdio que irá lançar em 2007, o grupo Aerosmith dá os últimos retoques em coletânea de sucessos. Com lançamento previsto para 10 de outubro, Devil's Got a New Disguise terá duas músicas inéditas - Sedona Sunrise e a faixa-título - para motivar os fãs da banda a comprar a nova compilação (a última, Oh, Yeah! Ultimate Aerosmith Hits, é recente e saiu em 2002 no formato de CD duplo).

A capa gótica do álbum do Evanescence

Esta é a capa - em estilo gótico - do segundo álbum do grupo Evanescence. The Open Door tem lançamento mundial agendado para 3 de outubro. Pela ordem, as 13 músicas são Sweet Sacrifice, Call me When You're Sober, Weight of the World, Lithium, Cloud Nine, Snow White Queen, Lacrymosa, Like You, Lose Control, The Only One, Your Star, All That I'm Living For e Good Enough. O primeiro disco da banda da vocalista Amy Lee, Fallen, vendeu cerca de 14 milhões de cópias em todo o mundo por conta dos hits Bring me to Life e My Immortal.
Quarta-feira, Agosto 23, 2006

Nem Gil faz Asa alçar vôo em DVD...

Resenha de CD / DVD
Título:
Asa de Águia ao Vivo
Artista:
Asa de Águia
Gravadora:
Som Livre
Cotação:
* *

Um dos grupos preferidos pelo público que freqüenta as micaretas, o Asa de Águia resiste e chega ao DVD a reboque do carisma de seu vocalista e principal compositor, Durval Lelys. Mas nem a participação de Gilberto Gil - em dois números, Na Bahia Aiá e Toda Menina Baiana - faz o vôo do Asa ser menos raso nesta gravação ao vivo, editada simultaneamente em CD pela Som Livre. A participação de Gil soa burocrática. E o DVD - gravado no Carnaval de Salvador de 2006 e em show realizado em 18 de março na Estância Alto da Serra (SP), com direção de Joana Mazucchelli - não capta a animação de um show de axé. As imagens não deixam dúvidas de que o imenso público (tanto o da Bahia quanto o de Sampa) se esbaldou com músicas como Cocobambu e Me Abraça, me Beija. Mas a diversão não chega até a casa do ouvinte deste Asa de Águia ao Vivo. E, para piorar, o repertório do grupo é dos mais populistas da axé music. Salva-se Porto Seguro, música bonita que já mereceu melhores registros em shows. Mas a tribo do Asa de Águia é capaz de gostar do DVD e, para esses fãs, a primeira tiragem oferece de brinde um adesivo do grupo.

Caio Mesquita é fenômeno passageiro

Muito se tem falado em Caio Mesquita, o jovem saxofonista que se tornou o atual fenômeno do mercado fonográfico brasileiro por conta das 100 mil cópias rapidamente vendidas de seu primeiro CD, Jovem Brazilidade. Eufórica, a gravadora EMI até já programa para outubro a gravação de um DVD do astro teen - provavelmente em São Paulo.

Meloso como Kenny G, Mesquita está vendendo de fato muito disco em época em que ninguém vende nada. Mas tudo leva a crer que o fenômeno é passageiro, pois a fonte do sucesso é a propagação do músico pelo apresentador Raul Gil. A assídua permanência do rapaz no programa de Raul Gil é que impulsionou as vendas do CD instrumental - propaganda aliada, claro, ao fato de Caio ser bonitinho e agradar ao público teen.

Apesar da proeza de ter posto um disco instrumental no topo das paradas, Caio Mesquita não deve ser levado tão a sério. Basta lembrar de Robinson Monteiro, o Anjinho. Atração de Raul Gil há alguns anos, o rapaz também lançou um disco de vendagens astronômicas pela Warner Music. Falou-se em 500 mil cópias na época. Cifras e eventuais exageros à parte, os CDs posteriores de Robinson tiveram repercussão pífia e o Anjinho logo sumiu das paradas e das gravadoras. Com Caio Mesquita, o processo deverá ser o mesmo. Sua Jovem Brazilidade é febre passageira, ainda que dure alguns meses...

CD registra reunião de Coltrane e Monk

Mais um título de jazz chega ao mercado nacional pela gravadora Universal. Trata-se do álbum duplo The Complete Riverside Recordings (capa à direita), que perpetua todas as sessões de gravação realizadas pelo pianista Thelonious Monk (1917 - 1982) com o saxofonista John Coltrane (1926 - 1967) para a gravadora Riverside, entre abril e julho de 1957. Há fonogramas inéditos como o take 1 de Abide with me e o take 2 de Crepuscule with Nellie. Numa das duas gravações do tema Ruby, my Dear, há a presença do saxofonista Coleman Hawkins (1904 - 1969).

Três CDs festejam os 30 anos de Cazes

Três CDs já raros de Henrique Cazes estão sendo reeditados pela Kuarup para festejar os 30 anos de carreira do cavaquinista, arranjador, compositor e produtor carioca - bem como as duas décadas de parceria do músico com a pioneira gravadora independente, na qual Cazes já produziu mais de 20 títulos.

Os três discos reeditados são Henrique Cazes (capa à esquerda, o primeiro trabalho solo de Cazes, lançado originalmente em 1988), Tocando Waldir Azevedo (1990) e Desde que o Choro é Choro (1995). Os discos estão à venda no site da gravadora (www.kuarup.com.br), com preço promocional de R$ 22.

Titãs e Maria Rita gravam com Drexler


Maria Rita e o grupo Os Titãs participam do disco que o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler vai lançar em 19 de setembro. Intitulado 12 Segundos de Oscuridad, nome de parceria de Drexler com Vitor Ramil, o CD (capa acima) reúne músicas como Desvelo, Disneylândia (a faixa que conta com a intervenção dos Titãs e que é de autoria do grupo brasileiro, tendo sido gravada em 1993 no álbum Titanomaquia), Hermana Duda, High and Dry (do repertório do grupo Radiohead), Soledad, (a música de que participa Maria Rita), Transoceanica e La Vida és mas Compleja do que Parece. Em seu último CD, Segundo, Maria Rita gravou inédita de Drexler, Mal Intento.
Terça-feira, Agosto 22, 2006

Oitavo solo de Dogg sai em novembro

Previsto originalmente para outubro, o oitavo disco solo do rapper americano Snoop Dogg (foto), Tha Blue Carpet Treatment, teve seu lançamento adiado para 21 de novembro. A produção é assinada por nomes de peso no universo do hip hop - casos de Dr. Dre, Timbaland e The Neptunes. Aliás, The Neptunes responde pelo primeiro single, Vato, música composta por Dogg para promover a união entre negros e latinos na Califórnia. As 16 faixas do álbum foram selecionadas entre cerca de 300 músicas.

MPB-4 revisa obra com frieza e sem Ruy

Resenha de CD / DVD
Título:
40 Anos ao Vivo
Artista:
MPB-4
Gravadora:
EMI
Cotação:
* * *

Um dos sólidos ícones da resistência musical contra o regime militar imposto no Brasil em 1964, o grupo MPB-4 entrelaçou sua biografia com a de compositores como Chico Buarque e Milton Nascimento - não por acaso, dois dos convidados deste projeto retrospectivo do quarteto. Quis o destino que o dissidente Ruy Faria já não fizesse parte do conjunto em 16 e 17 de maio de 2006, quando o MPB-4 fez em São Paulo mais uma gravação ao vivo para possibilitar sua estréia no formato do DVD. O vídeo comemora 40 anos - que, a rigor, já são 44 (o grupo foi formado em 1962) - em show dirigido e roteirizado por Túlio Feliciano. A voz do substituto de Faria, Dalmo Medeiros, soa harmoniosa e integrada ao grupo. Ainda assim, paira a sensação de que tudo já foi cantado de forma mais vigorosa em tempos áureos.

A filmagem convencional esfria o que, ao vivo, deve ter tido mais calor pela beleza das melodias e dos arranjos vocais. Entre os convidados, chama a atenção o nome de Cauby Peixoto. Mesmo distante da história do grupo, o cantor é tio de Dalmo Medeiros. Peça de resistência do septuagenário Cauby, Conceição até soa elegante, harmonizada em cinco vozes. Cauby ainda se junta ao quarteto em Última Forma, samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes que já ganhou registros mais envolventes.

Ainda assim, o roteiro de 19 números é passeio sem riscos pela trajetória do MPB-4. Tem Lamentos, tema de Pixinguinha, que, letrado por Vinicius, foi a primeira música do grupo a tocar em rádio, lá pelos idos de 1966. Tem o hit Amigo É pra Essas Coisas, tocado até hoje em FMs voltadas para o flashback. Tem também Pesadelo, a composição corajosa de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro que desafiava a censura a cada verso lapidar. E tem ainda Refém da Solidão, das poucas músicas inéditas nas vozes dos quatro. E, de novidade mesmo, há o pouco inspirado Samba Antigo, que cita Mascarada.

Nos anos 60 e 70, o MPB-4 esteve próximo da melhor música produzida no Brasil. O roteiro traduz esse bom gosto na forma de números como Cebola Cortada (com a adesão de Milton Nascimento, de quem o grupo canta San Vicente em momento reverente) e Falando de Amor (com as colegas do Quarteto em Cy). Zeca Pagodinho - espirituoso como sempre - se junta à turma em Olê, Olá. "Aqui só tem cantor", brinca Pagodinho, que surpreende e canta o samba de Chico Buarque com afinação nem tão habitual. Já a afinadíssima Roberta Sá é a convidada de Cicatrizes, faixa-título de álbum de 1972 que ela já gravara em seu disco Braseiro com a participação do próprio MPB-4.

Chico Buarque, o amigo onipresente dos primeiros anos, gravou em estúdio participações em Roda Viva - música tão associada ao compositor quanto ao quarteto - e Quem Acreditou na Vida Como Eu, inédita de Sidney Miller. Enfim, o MPB-4 tem história. Parte dela está neste CD e DVD que ratificam a falta de Ruy Faria, mas, por outro lado, mostram o valor de seus 40 e poucos anos e lembram que o show tem que continuar...

Plebe Rude encarta CD em 'Outra Coisa'

A Plebe Rude (foto) já tem por onde editar R ao Contrário, seu primeiro disco de inéditas em 13 anos. O sucessor de Mais Raiva do que Medo (1993) será encartado na 16ª edição da revista Outra Coisa, nas bancas a partir de 11 de setembro. O disco reúne 12 músicas, todas inéditas, com exceção de Voto em Branco, composta em 1980 e gravada pela Plebe com a participação de Fê Lemos, músico das bandas Aborto Elétrico e Capital Inicial. Entre as músicas novas, há Mil Gatos no Telhado e Katarina. A formação da banda brasiliense também é inédita. Clemente, líder do lendário grupo punk Inocentes, foi incorporado à Plebe em 2004.

Sem lançar CD desde 2000, quando ensaiou retorno ao mercado fonográfico com o ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem, a Plebe Rude volta à cena com inéditas vinte anos depois do lançamento de seu primeiro álbum, O Concreto Já Rachou, considerado com justiça um dos trabalhos mais emblemáticos do rock brasileiro dos anos 80.

Filho de Zé Renato estréia como cantor

Mais informações sobre Forró para Crianças, o disco infantil que Zé Renato (foto) produz para a Biscoito Fino com sucessos de Jackson do Pandeiro: o filho de Zé - Benjamim, de apenas três anos - debuta como cantor em Amor de Mentirinha, faixa interpretada somente por crianças. Roberta Sá canta Tum Tum Tum, de Ary Monteiro e Cristóvão de Alencar. Elba Ramalho ficou com Forró em Campina, do próprio Jackson. Já Alceu Valença participa de Quadro Negro, de Jackson e Rosil Cavalcanti. Severo, sanfoneiro que acompanhou o artista, toca seu acordeom em Cajueiro (Jackson e Raimundo Baima), acompanhando um coro de crianças. Todos os arranjos são assinados por Zé Renato, que ainda canta Cantiga do Sapo, de Jackson e Buco do Pandeiro.

Como já informado anteriormente, Maria Rita canta Sina de Cigarra, de Jackson e Delmiro Ramos, e Chico Buarque é o intérprete de Morena Bela.

Grupo de pagode grava balada de Lenine

Balada composta por Lenine, em parceria com Dudu Falcão, Meu Plano ganha regravação do grupo de pagode Sorriso Maroto (foto). A faixa entra no disco que está sendo produzido por Leandro Sapucahy. Meu Plano foi lançada em 2003 por Daniela Mercury em seu CD e DVD Eletrodoméstico, gravados na série MTV ao Vivo.
Segunda-feira, Agosto 21, 2006

Zeca grava esta semana CD de gafieira

Zeca Pagodinho vai gravar nesta semana seu projeto de gafieira. Dois shows restritos a convidados - agendados para quarta (23 de agosto) e quinta-feira (24 de agosto), no Pólo Rio de Cinema & Vídeo - serão registrados para possibilitar ainda este ano o lançamento de CD e DVD.

Dominguinhos canta seus conterrâneos

Com bela capa assinada pelo artista plástico Elifas Andreato, Conterrâneos é o primeiro trabalho solo de Dominguinhos em cinco anos (o último CD do artista foi dividido com Elba Ramalho). Editado pela gravadora Eldorado, o disco vai chegar às lojas nos próximos dias, pela Distribuidora Independente, com repertório que mistura inéditas (Vivendo a Brincar, Cai Fora, Oi que Balanço Bom) e regravações como Acácia Amarela, parceria obscura de Luiz Gonzaga com Orlando Silveira. Carece de Explicação, Tempo Menino, Gavião Peneirador e Feito Mandacaru são outras músicas do CD. A faixa-título, Conterrâneos, conta com a participação da cantora Guadalupe.

Som Livre vai reeditar álbum de Marlene

Cantora cuja obra em CD se limita às coletâneas de sucessos, Marlene terá, enfim, reeditado um título oficial de sua discografia. A Som Livre vai repôr em catálogo É a Maior! (capa à direita), álbum de 1970 em que a artista interpreta músicas de Luiz Gonzaga (Qui nem Jiló), Caetano Veloso (Coração Vagabundo) e Milton Nascimento (Beco do Mota), entre outros sucessos mais antigos. O disco foi editado originalmente pelo extinto selo Fermata.

'Almanaque Anos 70' sai em disco duplo

O recém-lançado livro Almanaque Anos 70, da jornalista Ana Maria Bahiana, já ganhou a sua edição em CD, nas lojas pela Universal Music. O álbum duplo (capa à esquerda) reúne 28 hits da década. A seleção inclui Azul da Cor do Mar (Tim Maia), Ouro de Tolo (Raul Seixas), Vou Batê Pá Tu (Baiano e os Novos Caetanos), Quantas Lágrimas (Cristina Buarque), Modinha para Gabriela (Gal Costa), Não Deixe o Samba Morrer (Alcione), Dancin' Days (Frenéticas), Coleção (Cassiano), Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes), Sonhos (Peninha), O Vira (Secos & Molhados), Avohai (Zé Ramalho), Expresso 2222 (Gilberto Gil), Explode Coração (Maria Bethânia), Linha do Horizonte (Azymuth) e Apenas um Rapaz Latino Americano (Belchior), entre outras músicas que marcaram os anos 70.

Djavan ganha coletânea na série 'Perfil'

Chegou a vez de Djavan ter seus principais sucessos reunidos em coletânea da série Perfil, da Som Livre. A compilação do cantor e compositor inclui hits como Fato Consumado (1975), Flor de Lis (1976), Açaí (1981), Sina (1982), Lilás (1984) e Oceano (1988). O CD (capa à direita) estará nas lojas ainda em agosto.
Domingo, Agosto 20, 2006

Biscoito Fino compila a música da Lapa

Da Lapa é o nome da compilação que a Biscoito Fino lança ainda em agosto com gravações de artistas projetados na Lapa, bairro do Centro do Rio de Janeiro que teve revitalizada sua cena musical nos últimos anos. A releitura do grupo Casuarina para Swing de Campo Grande - música do repertório do grupo Novos Baianos, regravada pelo Casuarina com Teresa Cristina (foto), cantora revelada em shows feitos em casa da Lapa - é uma das faixas da coletânea. O CD inclui também fonogramas do grupo Tira Poeira (Caminhando, de Nelson Cavaquinho), Garrafieira (Bananeira, parceria bissexta de João Donato com Gilberto Gil), Marcos Sacramento (Mulato Bamba, de Noel Rosa) e da dupla Dois Bicudos, formada por Alfredo Del Penho e Pedro Paulo Malta (Baile no Bola, de Mauricio Carrilho e Paulo César Pinheiro).

Supla reitera clichês no oitavo disco solo

Resenha de CD
Título: Vicious
Artista:
Supla
Gravadora: Arsenal Music
Cotação: * *

A reboque do efêmero grupo Tokyo, Supla já surgiu no efervescente mercado fonográfico dos anos 80 como um clichê - no caso, do punk de butique. Saiu logo de cena, mas sua carreira musical ganhou sobrevida nos últimos anos por conta de sua participação carismática em reality show do SBT (Casa dos Artistas, cujo sucesso faria a Rede Globo aposta no Big Brother Brasil). Vicious é seu oitavo disco solo. A produção de Rick Bonadio e Rodrigo Castanho repisa os clichês do rock pesado. E as letras são de uma pobreza ímpar quando assinadas somente pelo cantor (parceiros como Tadeu Hermano melhoram um pouco o nível em faixas como Badalam os Sinos). Mas, se você não levar Supla a sério, e a impressão é a de que nem o próprio Supla se leva a sério, dá para achar alguma (pouca) graça em temas como Chat-o-log (sobre relacionamentos virtuais na internet), Porque Eu Só Quero Comer Você (uma pérola de machismo que soa como um rascunho dos hits dos áureos tempos de Leo Jaime) e Arrasa Bi, um afago nos gays. Cheio de clichês, evidentemente...

Sivuca rege os grupos de sua fértil terra

Resenha de CD
Título:
Terra Esperança
Artista:
Sivuca
Gravadora:
Kuarup
Cotação:
* * *

O Estado da Paraíba é fértil celeiro de orquestras e de grupos de diversas formações camerísticas. O grande achado deste álbum do paraibano Sivuca é apresentar um diferente grupo instrumental de sua terra natal em cada uma das onze faixas. Terra Esperança é disco em que Sivuca brilha como arranjador. E o sanfoneiro sempre foi maestro dos mais inventivos. O repertório do CD nem é dos mais inspirados de sua discografia, mas as orquestrações e os luxuosos acompanhamentos de grupos como Quinteto da Paraíba (em Amoroso Coração), Camerata Brasílica (em A Doce Canção de Nélida), JP-Sax (em A Chama do Amor), Sexteto Brasil (em Mãe-África), Quinteto Uirapuru (em Comigo Só) e Metalúrgica Filipéia (na imponente faixa-título, Terra Esperança). Mulher de Sivuca, Glória Gadelha assina a produção e a autoria da maior parte dos temas, muitos de tom lírico. O leque de ritmos extrapola os ritmos nordestinos, indo da valsa ao samba-choro. Mas o brilho maior, vale repetir, é do arranjador Sivuca e dos grupos instrumentais que se deixam guiar sob a batuta do mestre.

Gandelman sopra o legado de Radamés

A improvável associação de Leo Gandelman - saxofonista que transita em área mais pop - com a obra do genial compositor e maestro Radamés Gnattali (1906 - 1988) já pode ser ouvida no CD Radamés e o Sax (capa à direita), recém-lançado pela gravadora Biscoito Fino no ano em que se festeja o centenário de nascimento de Gnattali. Gandelman toca o legado de Radamés para sopros. O repertório inclui temas como Brasiliana nº 7 e os choros Remexendo, A Fumaça do meu Cachimbo e Assim É Melhor, compostos originalmente para saxofone. A maior surpresa é o inédito samba-canção Saudade de Alguém, letrado por Paulo César Pinheiro e cantado no disco pela onipresente Zélia Duncan.

Belo cantor no meio de um CD irregular

Resenha de CD
Título:
No Meio da Banda
Artista:
Augusto Martins
Gravadora:
Fina Flor
Cotação:
* *

Ainda em busca de um merecido reconhecimento popular, o carioca Augusto Martins é dos melhores cantores surgidos nos anos 90. Como compositor, não é tão talentoso. Neste terceiro CD, Martins brilha mais quando acerta na escolha do repertório - inteiramente inédito, mas selecionado sem o devido rigor (sobretudo nas músicas autorais). Mas há momentos que estão à altura do canto do artista. Bolero dos Anjos, por exemplo. É parceria de João Donato com Francisco Bosco, arranjada pelo próprio Donato, que ainda toca seu piano luxuoso na faixa. Já o sax soprano de Mário Sève acentua o lirismo de Cavaleiro das Marés, obra-prima de Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro que conta com o arranjo e o violão do próprio Luz. O mesmo Pinheiro é o autor dos versos melancólicos da Carta de Adeus, parceria com Ivan Lins.

A banda de Augusto Martins passa irregular porque nem sempre há a aposta em compositores tão talentosos quanto o cantor. Há bons sambas de Fred Martins (A Lei, com o violão do autor) e de Eduardo Gudin com Fátima Guedes (Sublime), mas a segunda metade do CD é bem inferior à primeira. E gravar duas músicas de Elisa Lucinda é um exagero, ainda que o refrão da faixa-título, No Meio da Banda, seja gracioso. Cantor exemplarmente afinado e de grande senso rítmico (perceptível em temas como Lagamar, Trem e Ott'eutô), Augusto Martins poderia ter feito um disco mais homogêneo, com menos temas autorais. Mas tem seu mérito por não ter caído na tentação de regravar sucessos.
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