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S�bado, Outubro 29, 2005

Robbie Williams tenta soar mais �ntimo e pessoal entre rocks e baladas desiguais

Resenha de disco
T�tulo: Intensive Care
Artista: Robbie Williams
Gravadora: EMI
Cota��o: * * *

Robbie Williams � chegado a uma egotrip. Em seu oitavo CD, o cantor e compositor - um campe�o de vendas na Inglaterra, sua terra natal - arrisca um trabalho mais �ntimo e pessoal. Mas Intensive Care n�o est� entre os melhores t�tulos da discografia de Williams. � bom, tem l� seus momentos realmente bacanas, mas n�o chega a entusiasmar. De acordo com o artista, parte do repert�rio teve inspira��o em Louise, sucesso de 1984 do grupo Human League. A letra - sobre ex-amores mal-resolvidos - teria sido a base de versos de faixas como Ghosts (um dos tais momentos bacanas) e Spread your Wings.

Refer�ncias � parte, o fato � que Williams j� come�a a dar sinais de desgaste como compositor no repert�rio desigual de Intensive Care, composto com seu parceiro Stephen Duffy e gravado no quarto do astro, numa mans�o de Hollywood (EUA). H� lampejos de inspira��o em Make me Pure (can��o de textura folk) e na bela Advertising Space - uma balada a la Elton John. Por outro lado, Williams chega a soar constrangedor quando tenta imitar o estilo dos Rolling Stones no rock A Place to Crash. A faixa escolhida pela gravadora EMI para puxar o disco - o insosso pop eletr�nico Tripping - tamb�m sinaliza a irregularidade da nova safra de m�sicas do astro brit�nico.

Tudo indica que Intensive Care n�o ter� um hit nacional t�o forte quanto Sexed Up, linda balada que em 2003 propagou a voz de Robbie Williams em todo o Brasil por conta de sua inclus�o na trilha da novela Mulheres Apaixonadas. Por ora, o maior sucesso do artista por aqui � Um Anjo, a vers�o de Angels gravada pelo trio KLB em seu quinto disco...

Quest�es sobre o diamante de Ivete

O sexto CD solo de Ivete Sangalo (foto), As Super Novas Vol. 01, j� fez jus a um Disco de Diamante pelas 750 mil c�pias vendidas na primeira semana de lan�amento. Pelas atuais normas da Associa��o Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), um �lbum j� merece o pr�mio m�ximo da ind�stria fonogr�fica se vendeu mais de 500 mil c�pias. Foi o que aconteceu com o novo CD de Ivete. Como noticiado pelo colunista na resenha do disco, a tiragem inicial que foi para as lojas � de 150 mil c�pias. S� que uma empresa de cosm�ticos negociou com a Universal Music a compra de 600 mil exemplares do disco, totalizando as 750 mil c�pias alardeadas pela gravadora nas entrevistas promocionais realizadas por Ivete esta semana. A tal empresa est� lan�ando perfume associado ao nome da cantora.

� fato indiscut�vel que As Super Novas Vol. 01 tem direito ao Disco de Diamante. Afinal, as vendas foram concretizadas. O que � question�vel � se realmente o p�blico a que se destina as 600 mil c�pias da empresa de cosm�ticos - p�blico que ganhar� o perfume de brinde ao adquirir o CD com 20% de desconto e duas faixas-b�nus - teria real interesse em adquirir um disco de Ivete Sangalo se n�o fosse a campanha do tal perfume. Seja como for, a cantora vive momento de grande popularidade. Mesmo com toda a pirataria, que prejudica principalmente artistas de massa como a baiana, as 150 mil c�pias das lojas dever�o sair logo das prateleiras. E outras vir�o... Quem sabe o �lbum n�o conquista outro Disco de Diamante pelas vias normais???

CD coleta 'solid hits' dos Beastie Boys

Solid Gold Hits � o t�tulo da nova compila��o dos Beastie Boys (capa � direita). O CD tem lan�amento agendado para 8 de novembro, via EMI, e re�ne 15 sucessos do trio de Nova York que foi do punk ao rap. Entre as faixas, as obrigat�rias No Sleep 'Til Brooklyn e Fight for your Right - os dois primeiros megahits do grupo, extra�dos do �lbum Licensed to Ill (1987) - al�m de petardos como Shake your Rump, So What'cha Want, Sabotage, Ch-Check It Out, An Open Letter to NYC e Triple Trouble.

Vale lembrar que, em 1999, saiu uma excente colet�nea dupla do trio, Beastie Boys Anthology: The Sound of Science, com repert�rio obviamente mais extenso do que o da nova compila��o.

Rea��o em Cadeia faz terceiro CD no Rio

Sob produ��o de Rafael Ramos, o grupo Rea��o em Cadeia - surgido no Sul em 2000 e j� com razo�vel popularidade em pa�ses vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai - grava seu terceiro disco no Rio. Na foto, clicada por K�lita Myra, o baixista Maur�cio Faria (� esquerda), o vocalista Jonathan Corr�a e o guitarrista Daniel Jeffman posam no est�dio da gravadora Deckdisc antes de finalizar faixas como P�nico e Os Dias. O quarteto (o baterista Elias Frenzel n�o estava presente no est�dio na hora da foto) faz rock no estilo grunge e j� lan�ou os discos Neural (20o2) e Resto (2004).

Cultuado pelo pop, Odair canta Brad Pitt

No embalo do lan�amento do tributo Vou Tirar Voc� Desse Lugar (disco em que nomes como Zeca Baleiro, Paulo Miklos, Pato Fu e Leela recriam seus sucessos), Odair Jos� (foto) prepara CD com grava��es in�ditas. Brad Pitt � uma das faixas. Intitulado S� Pode Ser Amor, o �lbum traz duas m�sicas de Odair (Pens�o Aliment�cia e Longe de mim), mas o repert�rio � quase todo assinado pelos compositores Rafael Dias e Ivan Medeiros (� de Matar, Bebo e Choro e a faixa-t�tulo, entre outras). O disco foi gravado entre julho e setembro, com arranjos de C�cero Pestana e produ��o de Jairo Pires.
Sexta-feira, Outubro 28, 2005

Embri�o da Legi�o Urbana ganha nova vida no 12� �lbum do Capital Inicial

Em 1980, Renato Russo - ent�o com 20 anos e em come�o de carreira - destilou todo seu veneno antimonotonia ao escrever suas primeiras letras para encorpar o repert�rio de seu primeiro grupo, o mitol�gico Aborto El�trico, em atividade em Bras�lia entre 1978 e 1982. Russo escreveu versos sobre pol�tica e drogas, mas sobretudo sobre o cotidiano entediado e angustiado da juventude que habitava a Capital do Pa�s naquela �poca cinzenta de ditatura e repress�o policial. Com o fim do Aborto El�trico, seu esp�lio foi dividido entre as duas bandas que germinaram a partir da dissolu��o do pioneiro grupo punk: a Legi�o Urbana (que projetaria Russo em escala nacional a partir de 1985) e o Capital Inicial, integrado pelos irm�os F� e Fl�vio Lemos, respectivamente baterista e baixista do Aborto, o embri�o dessas duas importantes bandas surgidas no boom do rock nacional dos anos 80.

Legi�o e Capital fizeram hist�ria e sucesso com v�rias m�sicas do Aborto (Gera��o Coca-Cola, Que Pa�s � Esse?, M�sica Urbana, Veraneio Vasca�na), mas outras permaneceram in�ditas, guardadas em fitas cassetes empoeiradas. Pois � este material raro que o Capital Inicial (na foto acima, clicado por Marcelo Rossi) tirou do ba� - com o aval legal de Maria do Carmo Manfredini, m�e de Renato Russo - para gravar em seu 12� disco, MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico.

O projeto era antigo, mas somente este ano foi concretizado. "O F� e o Fl�vio estavam relutantes. Tinham medo de que as m�sicas pudessem soar datadas e de que O capital fosse tachado de oportunista. Afinal, o Aborto El�trico j� estava no reino do imagin�rio. Gravar seu repert�rio seria desmistific�-lo", pondera Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital.

Dinho n�o fez parte do Aborto El�trico, mas conviveu intimamente com a toda a turma da colina. Por ter namorado Helena, irm� de F� e Fl�vio, assistiu a v�rios ensaios do Aborto e viu quase todos os shows. Da� sua vontade de regravar esse cancioneiro, fiel ao andamento dado �s m�sicas por Renato Russo nas grava��es caseiras que lhe serviram de guia. "N�o tem um vocal meu no disco que n�o reproduza a forma do Renato cantar as melodias. Mas n�o o imitei. Durante anos, fui atormentado pelo fantasma do Renato e, depois que achei meu jeito e meu caminho, n�o ia imit�-lo", ressalta Dinho.

Das 18 m�sicas do CD, nove nunca haviam sido registradas em disco. S�o p�rolas como Submissa, Love Song One, Submissa, Helic�pteros no C�u, Constru��o Civil, Hero�na e Despertar dos Mortos. "� um grande equ�voco achar que as melhores m�sicas do Aborto j� haviam sido gravadas", garante Fl�vio Lemos. "Love Song One e Constru��o Civil sempre estiveram entre as minhas preferidas. E Helic�pteros no C�u era a favorita do Andr� M�ller, da Plebe Rude", afirma Dinho. Quando o disco estava praticamente pronto, F� e Fl�vio ainda encontraram outra m�sica, Baader-Meinhof Blues N�1, tema quase hom�nimo (mas diferente) do registrado pela Legi�o Urbana em seu primeiro disco.

Voltar no tempo e no ritmo do Aborto foi tarefa �rdua para Dinho e cia. "Pensei que o mais dif�cil fosse recuperar as can��es, mas foi f�cil, na verdade", conta Dinho, revelando que a m�e de Renato Russo j� havia sido avisada pelo falecido pai do artista, Renato Manfredini, de que F� e Fl�vio Lemos tinham prioridade na cess�o do repert�rio do Aborto El�trico por terem feito parte da banda. "Na verdade, o processo mais dif�cil foi revitalizar as m�sicas, foi interpret�-las. N�o � o Aborto El�trico cantando. � o Capital Inicial interpretando o repert�rio do Aborto El�trico", ressalta Dinho.

Todo o processo de recupera��o do esp�rito punk do Aborto foi documentado no DVD que chega �s lojas no fim de novembro. Filmado em Bras�lia, o v�deo intercala takes das sess�es de est�dio com entrevistas com bandas (Paralamas do Sucesso, Plebe Rude) e punks que viveram na Capital na �poca do Aborto El�trico. Um dos depoimentos � o de Cris Brenner, pioneira punk local, hoje respeit�vel m�dica. S�o cenas de uma �poca que n�o volta mais e que se perdeu ainda nos anos 80, com a profissionaliza��o das bandas. "Aquela uni�o que havia no punk era somente da gente, que tinha 18 anos e convivia naquele cen�rio espec�fico. Depois, quando as bandas come�aram a gravar, pintou rivalidade e o Renato foi se enfurnando cada vez mais no mundo dele", recorda Dinho.

O document�rio tem 2 horas e 20 minutos. Para quem n�o aguentar esperar at� o fim de novembro, a MTV exibe dia 6 vers�o condensada do especial, que mostra como a semente do Aborto El�trico ainda d� frutos 25 anos depois de seu primeiro show.

Rafael Ramos, o 's�dico torturador' que extraiu vigor juvenil do Capital Inicial

F� Lemos, o baterista, chegou a sair do est�dio com o nariz sangrando, depois de repetir um take por cerca de 30 vezes e, mesmo assim, ter sido informado por ele de que o toque de sua bateria ainda n�o era o ideal. Dinho Ouro Preto, o vocalista, teve r�pido chilique numa sess�o de grava��o e amea�ou sair da banda num estilo 'ou ele ou eu'. A grava��o do CD MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico foi estressante em v�rios momentos por conta do perfeccionismo dele. Ele � Rafael Ramos (na foto, num clique de Luana Ribeiro no est�dio da Deckdisc) - o produtor que conseguiu com que o Capital reeditasse a energia punk e o esp�rito juvenil de seu in�cio. Hoje, o quarteto ri dos pitis e reverencia Rafael - um beb� de colo na �poca em que o Aborto El�trico fazia seus primeiros shows em Bras�lia - mas que o clima esteve explosivo no est�dio, l� isso esteve.

"Rafael foi um s�dico torturador", define Dinho, divertido. "Ele dizia que o disco exigia que a gente tocasse com o vigor juvenil de 25 anos atr�s, que cada batida minha fosse como uma marretada. N�o foi f�cil, mas valeu a pena", exulta F�, j� sem sangue no nariz. "Ele n�o teve pudores por ser mais jovem do que a gente e nunca foi condescente", reitera Fl�vio Lemos.

Se os veteranos m�sicos do Capital demoraram a entrar no clima, o que dizer do guitarrista Yves Passarel, na banda somente desde 2002? "Eu suei literalmente para pegar o esp�rito da �poca", conta Yves.

Suores � parte, ou nem tanto, MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico consagra Rafael Ramos, curiosamente em produ��o feita para a gravadora Sony & BMG. Dessa vez, n�o podem nem acus�-lo de ter sido protegido pelo pai, o tamb�m produtor Jo�o Augusto, diretor da Deckdisc, gravadora independente na qual Rafael pilota normalmente discos de rock, entre uma ou outra aventura, como produzir um CD de Jo�o Donato.

Benzina, a letra que continua in�dita

Com repert�rio inicialmente formado apenas por temas instrumentais, o Aborto El�trico (acima, numa de suas raras imagens) teve suas primeiras letras escritas por Renato Russo entre 1980 e 1981. Uma delas, Benzina, acabou ficando fora do disco MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico e permanece in�dita. � que os versos de Russo faziam apologia ao consumo da droga ilegal que batiza a m�sica. Os advogados da gravadora Sony & BMG aconselharam o Capital Inicial a tir�-la do CD, pois, pela legisla��o brasileira, qualquer juiz poderia pedir a apreens�o do �lbum se considerasse que a letra incentiva o consumo de droga ilegal. A solu��o encontrada pelo grupo foi gravar Benzina em registro instrumental e p�r v�rios "x" no lugar destinado aos versos no encarte do disco. Como nos tempos da censura... Escrita em 1980, a letra de Benzina � tida como a primeira de Renato Russo. Eis os versos:

Benzina (Renato Russo, 1980)

N�o tenho mais dinheiro
Nem pra perna nem pra quina
S� tenho 20 mangos
Pra comprar benzina
Fui at� a farm�cia
Eu e minha prima
Levei os 20 mangos
Pra comprar benzina

Benzina
Benzina
Benzina

Dentro do cinema
Eu t� com tudo em cima
N�o vai pintar sujeira
Eu vou cheirar benzina
N�o quero coca�na
N�o quero benzadrina
N�o quero hero�na
Vou cheirar benzina

Benzina
Benzina
Benzina

Capital acerta ao abortar sua veia pop e voltar ao in�cio punk em CD hist�rico

Resenha de disco
T�tulo: MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony & BMG
Cota��o: * * * *

De origem punk, o Capital Inicial sempre adotou atitude e som pop desde que come�ou a gravar em meados dos anos 80. Sim, havia uma ou outra faixa em discos como Capital Inicial (1986) e Todos os Lados (1989) que denunciava a f�ria do embri�o do quarteto: o lend�rio Aborto El�trico, o primeiro grupo punk de Bras�lia, cercado por aura mitol�gica por ter sido a primeira banda de Renato Russo, hoje tamb�m um mito. Mas, em ess�ncia, Dinho Ouro Preto assumiu pose de �dolo pop, com direito a fotos sensuais em revistas femininas. Por isso mesmo, o CD MTV Especial Capital Inicial - Aborto El�trico surpreeende. Muito. E positivamente. O Capital voltou ao seu in�cio punk com garra, sujeira e corajosa determina��o de fazer jus � hist�ria do grupo que lhe originou. A coragem � do quarteto, mas o som sujo parece m�rito de Rafael Ramos, em um de seus grandes momentos como produtor.

H� quem v� falar em oportunismo, em explora��o do culto a Renato Russo. � poss�vel que a MTV e a gravadora Sony & BMG estejam mesmo sonhando com milhares de c�pias vendidas por conta dos �rf�os do legion�rio. � poss�vel que o pr�prio grupo esteja projetando (ou ansiando por) um estouro comercial semelhante ao seu Ac�stico MTV, editado em 2000. Mas o fato � que o CD soa honesto - muito honesto, ali�s. Parece disco sa�do de algum forno do in�cio dos anos 80, quando a ideologia punk fervilhava no Brasil, especialmente em Bras�lia (terra do Aborto El�trico) e em S�o Paulo. E discos de alma genuinamente punk n�o costumam ser campe�es nas paradas, seja no Brasil ou nos Estados Unidos... De mais a mais, os irm�os F� (bateria) e Fl�vio Lemos (baixo) foram integrantes do Aborto. F�, inclusive, foi um dos fundadores do trio em 1978, ao lado de Renato e de Andr� Pret�rius, guitarrista que saiu em 1980, ano em que entrou Fl�vio. Resumo da �pera: o tributo � leg�timo.

O car�ter documental j� bastaria para validar o projeto. S�o nove m�sicas do Aborto El�trico que nunca haviam sido registradas em disco. Tr�s (An�ncio de Refrigerante, Constru��o Civil, Love Song One) at� circulavam na rede em arquivos nem sempre completos. As demais permaneciam esquecidas no ba� em fitas prec�rias que se deterioravam ano a ano. S�o m�sicas que flagram um Renato Russo em est�gio inicial como compositor, mas nem por isso menos interessante. Sem o tom progressivamente messi�nico que adotaria em sua obra na Legi�o Urbana, Russo escreveu para o Aborto El�trico versos diretos sobre temas como drogas, guerras, pol�tica e - sobretudo - o cotidiano entediado dos jovens brasilienses na virada dos anos 70 para os 80. "Sentado embaixo do bloco / Sem ter o que fazer / ... / Matando o tempo, procurando uma briga /... / Com muita coisa na cabe�a, mas no bolso nada", relata Russo na supra-citada An�ncio de Refrigerante, �nica faixa mais lenta de um disco de alta voltagem r�tmica.

"Eu n�o quero mais viver / N�o sinto nada / N�o tenho nada / Eu quero ser um vegetal", canta Dinho em Hero�na, com vocais desarrumados t�picos de cantores de bandas punks. Hero�na � um dos petardos do esp�lio do Aborto El�trico que tinham sumido na poeira da hist�ria. H� outros (Helic�pteros no C�u, Submissa, Baader-Meinhof Blues N� 1, Despertar dos Mortos) � altura do mito constru�do em torno do Aborto, ainda que sem o acabamento perfeito de m�sicas como Veraneio Vasca�na, Que Pa�s � Esse?, M�sica Urbana e Gera��o Coca-Cola - todas j� gravadas pela Legi�o Urbana ou pelo pr�prio Capital Inicial, mas aqui recriadas com fidelidade ao seu universo original. Enfim, um disco de alto valor documental e obrigat�rio. Faltava um peda�o da hist�ria do rock nacional. Coube ao Capital recont�-lo em grande estilo.

Trama lan�a 'Ensaio' de Baden e Tom Z�

Enquanto se prepara para p�r nas lojas os DVDs com as entrevistas e os n�meros musicais de Gal Costa e Tim Maia no programa Ensaio, gravados respectivamente em 1994 e 1992, a Trama trabalha tamb�m na edi��o dos v�deos que trar�o as participa��es de Baden Powell (foto) e Tom Z� no programa dirigido por Fernando Faro. A grava��o do violonista foi feita em 1990, dez anos antes de sua morte (em setembro de 2000). No especial, Baden toca temas de sua autoria (Samba Triste, Lapinha, Tem D�, Consola��o e Canto de Ossanha, entre outros) e m�sicas de outros compositores.
Quinta-feira, Outubro 27, 2005

Djavan segue a pista do p�blico jovem


Resenha de disco
T�tulo: Djavan na Pista, etc.
Artista: Djavan
Gravadora: Luanda Records
Cota��o: * * *

Depois de dois discos - Milagreiro (2001) e Vaidade (2004) - sem concess�es ao universo pop, Djavan (� direita, clicado por Marcelo Faustini) volta a acenar para a plat�ia jovem que descobriu sua m�sica a partir de Eu te Devoro, hit do �lbum Bicho Solto, o XIII (1998). E o faz de forma radical. Segundo lan�amento da gravadora do cantor, Luanda Records, Djavan na Pista, etc. re�ne recria��es de nove m�sicas dan�antes do repert�rio do artista com baticum eletr�nico t�pico dos DJs.

N�o se trata de um disco de remixes. O cantor p�s nova voz nas m�sicas. Tampouco se trata de um �lbum de arranjos urdidos por v�rios DJs. A rigor, h� apenas um - Magic Julio, DJ do grupo AfroReggae que assina os scratches inseridos em Sina (1982) e Asa (1986). As programa��es e efeitos eletr�nicos ficaram a cargo do tecladista Donatinho e de Liminha, o veterano produtor de discos de meio mundo do pop rock nativo. Ter recrutado Liminha para produzir o CD e criar as batidas foi um acerto, pois as melodias e letras de Djavan foram preservadas. O que foi para o espa�o - e a� n�o havia sa�da mesmo - � a harmonia requintada da obra do compositor alagoano (n�o por acaso, cultuado no meio jazz�stico dos Estados Unidos).

Sem banalizar seu repert�rio, Djavan segue a pista do p�blico jovem - para quem j� tinha acenado tamb�m com a m�sica Acelerou, in�dita feita na cola de Eu te Devoro para disco ao vivo editado em 1999 e oportunamente regravada neste CD eletr�nico. Se Tanta Saudade (parceria bissexta com Chico Buarque, composta em 1983 para a trilha do filme Pra Viver um Grande Amor) tem sua latinidade acentuada, inclusive pelo vocal hisp�nico de Mariana Eva, Azul (1982) ganhou batida rob�tica sem perda de seu suingue.

Balan�o, a prop�sito, � o que nunca faltou na m�sica de Djavan. O que o produtor Liminha fez foi adequar essas levadas dan�antes ao baticum da era eletr�nica. Tem at� um clima lounge em Se, faixa pop do �lbum Coisa de Acender (1992). Mas, antes, d� para se esbaldar na pista com Capim (1982), Miragem (1984) e Fato Consumado (1976). At� porque o suingue de Djavan sempre foi moderno e hype muito antes dos DJs inventarem moda na MPB.

Astros do rap dos EUA se unem em �lbum de duetos de Notorious B.I.G.

Eminem, Jay-Z, Missy Elliott e Snoop Dogg s�o alguns astros do rap presentes no disco de duetos de Notorious B.I.G. (foto � direita). Notorious morreu assassinado em 1996, mas permaneceu desde ent�o em evid�ncia no mercado fonogr�fico por conta de uma s�rie de �lbuns p�stumos com grava��es in�ditas. O CD The Notorious B.I.G. Duets: The Final Chapter tem lan�amento previsto para 20 de dezembro e re�ne 22 faixas.O primeiro single, Nasty Girl, conta com a ades�o de nomes como Nelly. O time estelar do disco inclui tamb�m Fat Joe, R. Kelly e Mary J. Blige, entre outros.

C�u tenta vaga no olimpo das cantoras

A paulista C�u (na foto, num clique de Ding Musa) tenta uma vaga no olimpo das cantoras brasileiras com seu primeiro disco, produzido por Beto Villares e co-produzido pela pr�pria artista paulista. C�u, o CD, chega �s lojas em novembro, pelo selo Ambulante Discos, e sai tamb�m em v�rios pa�ses da Europa (por outro selo, Urban Jungle).

O repert�rio destaca releitura de Concrete Jungle - cl�ssico do repert�rio de Bob Marley & The Wailers - com a participa��o de m�sicos da Na��o Zumbi. Guitarrista da banda pernambucana, L�cio Maia tamb�m toca em Roda.

Outra regrava��o do �lbum � O Ronco da Cu�ca, samba da lavra da dupla Jo�o Bosco & Aldir Blanc. Bobagem (dos versos "Minha beleza n�o � ef�mera / Como o que vejo em bancas por a�"), Mais um Lamento e Manemol�ncia s�o m�sicas do disco, que conta ainda com ades�es de Antonio Pinto e Ed Cortes, autores da trilha do filme Cidade de Deus.

Algumas considera��es sobre o embate judicial de Felipe Dylon contra a EMI

Felipe Dylon (na foto, num clique de Marcelo Martins) j� pode comemorar uma vit�ria inicial no processo que move contra a EMI para se livrar do contrato com a gravadora multinacional que o lan�ou no mercado fonogr�fico. Nota publicada hoje pelo colunista Ricardo Boechat, do Jornal do Brasil, afirma que o astro juvenil teria conseguido na Justi�a a rescis�o do contrato, com a ressalva de que n�o poder� regravar em futuros discos as m�sicas cantadas nos dois CDs editados pela EMI. A gravadora, por meio de seu advogado, contestou a veracidade da nota, argumentando que o processo ainda n�o foi julgado em car�ter definitivo, mas o fato � que Dylon - at� segunda ordem judicial - j� pode mesmo lan�ar discos por outra companhia ou de forma independente.

Dylon se rebelou contra a imposi��o de ter que gravar em seu terceiro disco m�sicas de hitmakers vinculados � EMI - em especial, Cl�udio Rabello - e botou a boca no mundo. N�o deixa de ser uma atitude corajosa da parte de um artista jovem que sedimentou sua fama por conta de alguns hits radiof�nicos e de sua bela estampa. Ele revelou cenas de bastidores que a ind�stria fonogr�fica prefere omitir do p�blico. Gravadoras imp�em m�sicas de seus hitmakers a artistas populares, sim, e o cantor ousou denunciar o que todos seus colegas sabem, mas calam. Ou ent�o disfar�am, com o argumento de que determinada m�sica lhe foi sugerida por diretores das companhias. Na grande maioria dos casos, n�o h� sugest�o, mas imposi��o mesmo. Se o artista n�o grava a m�sica imposta, a gravadora n�o trabalha o disco.

Felipe Dylon processou a toda-poderosa EMI, e isso n�o � pouco. Resta saber qual ser� o futuro do cantor no mercado fonogr�fico. Fontes extra-oficiais sustentam que j� houve um in�cio de negocia��o com a Sony & BMG para que ele se transfira para a companhia dirigida por Alexandre Schiavo. Seja como for, Dylon quer se impor como autor. Esse foi um dos pontos de disc�rdia no seu relacionamento com a diretoria da EMI. O cantor quer mais espa�o em seus discos para suas pr�prias m�sicas. Vai ter que brigar por isso se for para uma major, pois as multis tendem a empurrar vers�es de sucessos estrageiros ou regrava��es de hits nacionais para artistas sem independ�ncia art�stica. Felipe Dylon j� deu seu grito de independ�ncia. O tempo dir� se este grito foi precoce ou se veio na hora certa.

A perda de Roberto M. Moura

A cr�tica musical brasileira ficou mais pobre na noite de quarta-feira, 26 de outubro, com a morte de Roberto M. Moura. O cr�tico e escritor carioca - autor de livros como MPB - Caminhos da Arte Brasileira Mais Reconhecida no Mundo (capa � esquerda) - tinha 58 anos e foi internado no Hospital S�o Lucas (RJ) com dengue hemorr�gica. Moura era especialmente ligado ao samba e ao carnaval, com conhecimentos amplos que lhe renderam a autoria de v�rios livros sobre o tema e o cargo de editor da revista Rio, Samba e Carnaval (a publica��o oficial da folia carioca). Quando fazia cr�tica, fun��o que exerceu em O DIA e em ve�culos como o jornal O Pasquim e a revista Isto �, ele sempre soube dar opini�o sem preju�zo da informa��o. O colunista lamenta o precoce desaparecimento do colega e o conseq�ente empobrecimento de uma �rea do jornalismo que carece de profissionais s�rios e dedicados como Roberto M. Moura.
Quarta-feira, Outubro 26, 2005

CD do Samba da Vela sepulta a id�ia de que S�o Paulo � o t�mulo dos pagodes

Resenha de disco
T�tulo: A Comunidade Samba da Vela
Artista: V�rios
Gravadora: Atra��o
Cota��o: * * * *

Sempre atenta, Beth Carvalho j� tinha detectado a alta qualidade do repert�rio cantado no Samba da Vela, a roda de samba armada desde 2000 por jovens compositores no bairro de Santo Amaro, em S�o Paulo. A Madrinha inclusive incluiu A Comunidade Chora em seu �ltimo projeto ao vivo e sempre propagou o trabalho do primoroso Quinteto em Branco e Preto, cria da roda. Mas faltava um registro do Samba da Vela, dispon�vel finalmente neste bem-vindo CD editado pela gravadora Atra��o.

Quem insiste em acreditar que S�o Paulo � o t�mulo do samba, por conta de infeliz frase de Vinicius de Moraes, precisa urgentemente ouvir obras-primas do g�nero, como a melodiosa Irm�os de F�, para se convencer de que o Poetinha foi muito injusto com os paulistas que rezam pela cartilha do verdadeiro pagode. Formado por 20 m�sicas, quase todas in�ditas, o repert�rio do Samba da Vela � variado e apresenta tanto um partido do mais alto quilate - como Polivalente - como um tema de tom afro, Zumbi-me Palmares. Outro destaque � Forrobod�. O disco procura captar com fidelidade o esp�rito da roda de samba. Para quem mora longe de Santo Amaro, e n�o pode freq�entar a roda de samba da comunidade, o CD � �tima pedida.

Stones lan�am �lbum com raridades

Menos de tr�s meses depois de p�r nas lojas seu primeiro �lbum de est�dio em oito anos, o visceral A Bigger Bang, os Rolling Stones (foto) v�o lan�ar outro CD - na realidade, uma compila��o de faixas raras da discografia do quarteto. Rarities 1971 - 2003 tem lan�amento agendado para 22 de novembro e re�ne 16 fonogramas obscuros da obra da banda. A sele��o inclui um remix de Miss You (hit da fase disco music do grupo) e vers�o ao vivo de Let It Rock, cover do repert�rio de Chuck Berry, lan�ado em 1971 como lado B de um single. A colet�nea traz tamb�m outros n�meros de shows - casos de Beast of Burden e Tumbling Dice.

A compila��o de raridades chega �s lojas em momento delicado para os Stones. Apesar de ter sido aclamado pela cr�tica como um dos melhores �lbuns da discografia do quarteto ingl�s, A Bigger Bang teve desempenho p�fio nas paradas americanas, vendendo apenas 295 mil c�pias nos Estados Unidos em suas primeiras seis semanas nas lojas.

Tom Jobim, Mangueira e teatro s�o os temas da nova caixa de DVDs de Chico

Tem mais samba: a EMI est� pondo nas lojas, nos pr�ximos dias, a segunda caixa de DVDs da s�rie Chico Buarque Especial, dirigida por Roberto de Oliveira para o canal DirecTV. A nova cole��o inclui os programas Anos Dourados (sobre as parcerias do compositor com Tom Jobim), Esta��o Derradeira (sobre a rela��o afetiva do artista com a escola de samba carioca Mangueira) e Bastidores (sobre a obra teatral do artista).

Gravado no Rio de Janeiro, Anos Dourados flagra Chico numa caminhada pelo Jardim Bot�nico na qual recorda sua viv�ncia com Tom Jobim, seu parceiro em obras-primas como Retrato em Branco e Preto, Sabi�, Anos Dourados e Piano na Mangueira, entre outras. Bolero lan�ado em 1986, inicialmente sem a letra de Chico, Anos Dourados � ouvido no quarto especial da s�rie na voz de Caetano Veloso.

Tamb�m gravado no Rio, o quinto programa, Esta��o Derradeira, traz imagens raras de Cartola e Nelson Cavaquinho, compositores ligados � agremia��o verde-e-rosa. Entre os takes in�ditos, h� o encontro de Chico com a Velha Guarda da Mangueira, registrado este ano na casa Estrela da Lapa. Na Lapa, ali�s, o compositor recorda Cartola, de quem canta Sala de Recep��o. O autor de Esta��o Derradeira - vale lembrar - foi homenageado pela escola no Carnaval de 1998 com o enredo Chico Buarque de Mangueira. O especial re�ne n�meros musicais de Alcione, Beth Carvalho, Jamel�o Jo�o Nogueira e Leci Brand�o, entre outros.

J� o sexto epis�dio, Bastidores, traz algumas cenas filmadas em Nancy, na Fran�a, e apresenta trechos de pe�as como Roda-Viva (encenada em 1968 e tida como um marco da resist�ncia teatral ao regime militar instaurado no Brasil quatro anos antes) e Gota d'�gua (a c�lebre adapta��o de Med�ia para o universo dos morros cariocas, estrelada por Bibi Ferreira entre 1975 e 1980). � neste especial sobre textos e can��es teatrais que o compositor revive suas m�sicas feitas com Edu Lobo (Na Carreira, Beatriz, Valsa Brasileira) - o fiel parceiro de Chico na sua obra c�nica desde a composi��o dos temas para a montagem original do bal� O Grande Circo M�stico, em 1983.

Mais tarde, provavelmente j� em 2006, a EMI lan�ar� a terceira caixa da s�rie Chico Buarque, com mais tr�s DVDs. O pr�ximo box trar� os epis�dios Romance (sobre a faceta amorosa da obra do compositor), O Futebol (sobre a paix�o do artista pelo esporte) e Uma Palavra (sobre sua obra liter�ria).

Barone toca no solo de Andreas Kisser

Jo�o Barone (foto) retribui a participa��o de Andreas Kisser em duas faixas (Fora de Lugar e Ponto de Vista) do novo �lbum dos Paralamas do Sucesso, Hoje. O baterista toca como convidado no primeiro disco solo do guitarrista do Sepultura. Trata-se de um CD duplo - por ora, intitulado Hubris 1 & 2 - em que Kisser se divide entre o viol�o e a guitarra. A grava��o acontece em S�o Paulo. Kisser, que divide a produ��o com Th�o Werneck, optou por gravar primeiramente o CD baseado no viol�o para depois registrar o disco pontuado pela guitarra.

Detalhe: Hubris � uma palavra que descende de hybris, termo do idioma grego que, entre outros significados, pode ser traduzido como orgulho excessivo.

Batista permanece amado por 30 anos

Exemplo raro de cantor e compositor da �rea popular que conseguiu gravar com regularidade, Amado Batista (foto) completa tr�s d�cadas de atividade com disco obviamente intitulado 30 Anos... de Carreira. Trata-se do 28� t�tulo da cont�nua discografia do artista goiano, que realmente estreou no mercado fonogr�fico em 1975, com compacto duplo editado pela obscura gravadora Choror�. O primeiro sucesso aconteceu j� em 1976 com Desisto, primeira parceria com seu fiel escudeiro Reginaldo Sodr�, o produtor do novo CD. Mas a proje��o nacional viria somente em 1978, com o LP Sementes de Amor, que trouxe hits como Serenata. De l� para c�, mesmo enfrentando per�odos de baixa, o artista nunca passou mais de dois anos sem fazer um disco.

Em 30 Anos... de Carreira, Batista - que j� vem de um projeto ao vivo editado em CD e DVD - lan�a 14 m�sicas in�ditas. Fiel ao seu estilo rom�ntico populista, o compositor grava novas parcerias com Reginaldo Sodr� (Porque Eu te Amo Tanto, Lero Lero, Pra Chamar sua Aten��o, Um Cara Feliz, Eu te Amo meu Amor) e louva a Padroeira do Brasil em Nossa Senhora Aparecida (Oh! M�e Querida).
Ter�a-feira, Outubro 25, 2005

Ivete p�e funk, disco music, zouk e lambada no seu ax� populista e festivo


Resenha de disco
T�tulo: As SuperNovas Vol. 01
Artista: Ivete Sangalo
Gravadora: Universal
Cota��o: * *

"O meu foco � o povo, a galera." A declara��o de Ivete Sangalo abre o texto de apresenta��o de seu sexto disco solo, As SuperNovas Vol. 01, j� nas lojas com expressiva tiragem inicial de 150 mil c�pias. A frase funciona como uma autodefesa para a op��o por um repert�rio populista, de refr�es carnavalescos. Mas, justi�a seja feita, a cantora baiana est� procurando incrementar a receita de seu festivo ax� com ingredientes incomuns no g�nero. A capa do CD - cuja foto de gosto discut�vel remete �s colet�neas de m�sica pop dos anos 70 e 80 - j� traduz a op��o por uma est�tica renovada.

Refer�ncias � o que n�o falta no repert�rio de f�cil digest�o. Se Abalou (Gigi) evoca a batida do funk-soul americano, Zum Zum � (Augusto Concei��o, F�bio Alc�ntara e Elivandro Cuca) traz elementos do pancad�o carioca do DJ Marlboro, colaborador da faixa, ao lado de Carlinhos Brown. J� Poder (Ivete Sangalo, Gigi e Radam�s) tem um clima de disco music, enquanto o samba-reggae Pra Sempre Ter Voc� (Eva Cavalcante) ganhou levada e leveza pop.

As cita��es s�o m�ltiplas, mas nem por isso As SuperNovas Vol. O1 deixa de ser disco moldado para os trios el�tricos. Faixas como Galera (Augusto Concei��o, F�bio Alc�ntara, Elivandro Cuca, Rayala e S� Trindade) e Eh, Maravilha (Gigi) garantir�o a temperatura quente na folia baiana e nas micaretas realizadas Brasil afora - inclusive por conta de suas melodias e letras prim�rias, escoradas na for�a do ritmo.

Entre balada banal de refr�o melodioso (Quando a Chuva Passar, com o autor Ram�n Cruz tentando soar como Herbert Vianna) e um apimentado samba-reggae com todo jeito de hit carnavalesco (Mega Beijo, de Louren�o, o autor do sucesso Sorte Grande), Ivete surpreende positivamente ao inserir na sua moqueca o tempero do zouk, ritmo africano evocado em Cad� Voc�? (M�rcio Brasil). E tudo termina, n�o em samba, mas em lambada. Com poderoso trio de metais em brasa, a cantora exuma Chorando se Foi, hit mundial do ef�mero grupo Kaoma em fins dos anos 80, com molho de dend�. A grava��o, feita ao vivo, � incendi�ria e mostra que, no palco, Ivete Sangalo � massa. Em disco, ela ainda continua devendo um trabalho � altura de seu carisma.

Selo Slag se une � gravadora YB Music

Surgido em 1997, o selo paulista Slag - que tem em seu cat�logo nacional nomes como o grupo cearense Cidad�o Instigado (foto) - vai ser incorporado � gravadora independente YB Music, em atividade desde 1999. A parceria foi anunciada hoje. Eduardo Ramos, um dos propriet�rios originais do Slag, vai coordenar as atividades da YB Music, que j� lan�ou discos de nomes como Trio Mocot� e Na��o Zumbi (R�dio S.amb.a). A parceria fortalece o mercado independente, hoje em crescente ascens�o na ind�stria fonogr�fica brasileira.

At� Rosana revive anos 80 em projeto que re�ne o terceiro time da d�cada

Lembra-se de Rosana (na foto � direita, num clique de Marcos Hermes), a cantora que freq�entava as paradas no fim dos anos 80 com baladas de Michael Sullivan, Paulo Massadas e cia? Pois ela tamb�m aderiu ao revival da d�cada e est� no elenco do CD e DVD da festa Ploc's 80, gravados em julho no Circo Voador, em show produzido por Luis Carlos Meu Bom. Claro que Rosana recorda seu maior hit, O Amor e o Poder, aquele do refr�o "Como uma deusa...", popularizado na novela Mandala.

Nas lojas no in�cio de novembro, o projeto da gravadora independente Perfomance Be re�ne nomes do terceiro escal�o das paradas dos anos 80 - artistas que n�o conseguiram dar continuidade �s suas carreiras. O time inclui Afonso Nigro (que revive Manequim e P da Vida, hits do ef�mero grupo Domin�), Sylvinho Blau Blau (int�rprete de Meu Ursinho Blau Blau, o sucesso do grupo Absyntho), Nico Rezende (autor de Transas, hit na voz de Ritchie, regravado por Nico somente no DVD), o talentoso Eduardo Dussek (presente com Rock da Cachorra, outra faixa exclusiva do DVD), Inimigos do Rei (que, sem Moska, recordam seus hits Uma Barata Chamada Kakfa e Adelaide), Avelar (integrante do grupo Jo�o Penca e seus Miquinhos Amestrados, lembrado com Popstar, seu hit atualmente revivido por Lulu Santos) e Luciano, membro do Trem Infantil, grupo infantil do qual ele canta tr�s hits (Uni-Duni-T�, He Man e Piu� Abacaxi).

Tamb�m aderiram ao projeto Toni Plat�o - que evoca o humor do Ultraje a Rigor com covers de In�til e Ci�me - e o conjunto Perdidos na Selva, que abre o CD e o DVD com Independente Futebol Clube (outro hit do Ultraje) e, em seguida, recorda Amante Profissional, destaque do repert�rio da banda Herva Doce. Tudo em nome da explora��o de uma d�cada que ofereceu m�sica muito melhor do que a revivida neste projeto, com exce��o dos sucessos do Ultraje a Rigor, Miquinhos e Eduardo Dussek.

O segundo �lbum do duo Audio Bully's

Generation � o t�tulo do segundo �lbum (capa � direita) do duo ingl�s Audio Bully's. O disco sai no Brasil no in�cio de novembro, puxado pelo single I'm in Love. Os jovens londrinos Simon Franks e Tom Dinsdale fazem m�sica eletr�nica com refer�ncias de ska, punk e new wave. O novo CD traz, entre 14 faixas, temas como This Road, All Sing Along, Keep on Moving e Get Myself on Track.

Volta do KLB �s paradas confirma que o apoio de uma gravadora � fundamental

O trio KLB (foto) j� era considerado carta fora do jogo fonogr�fico. Com a sa�da de Jos� Antonio �boli da diretoria da Sony Music, os irm�os Kiko, Leandro e Bruno ficaram sem pai (nem m�e) na gravadora que os havia lan�ado com �xito no mercado, em fins dos anos 90. O grupo lan�ou disco duplo ao vivo, gravou CD de in�ditas que chegou at� destacar faixa razo�vel em algumas r�dios, Carolina, mas as vendas foram p�fias - simplesmente porque o KLB n�o era prioridade na Sony na gest�o de Alexandre Schiavo. Eis que o trio migrou para a Universal Music - presidida atualmente por ningu�m menos do que �boli, o principal incentivador dos rapazes- e voltou �s paradas com for�a total.

Coincid�ncia? Claro que n�o. A faixa Um Anjo - vers�o de Angels, balada lan�ada pelo cantor ingl�s Robbie Williams - foi tiro certeiro nas paradas radiof�nicas. Ao lan�ar o novo disco do trio, Obsess�o, a Universal investiu para valer na promo��o da faixa, que virou um hit, toca sem parar e est� desafiando a hegemonia sertaneja na lista das m�sicas mais tocadas - como bem lembrou o apresentador Fausto Silva durante a ida do grupo ao Doming�o do Faust�o, no �ltimo domingo, 23 de outubro.

Produzido por Paul Ralphes, o �lbum Obsess�o tenta sedimentar uma imagem mais adulta e roqueira para o KLB. Houve, de fato, alguma evolu��o, mas o repert�rio do trio continua irregular, eventualmente meloso e entulhado de vers�es - nem todas t�o bem-feitas como Um Anjo. Mas o que conta, no caso, � que a volta do KLB �s paradas mostra que o apoio de uma major continua fundamental para o estouro de um artista. Isso parece �bvio, e � mesmo, mas muitos nomes marcam passo em companhias que n�o t�m interesse em seu sucesso. E, a�, de nada adianta lan�ar o melhor disco, com o melhor repert�rio, que pouco ou nada vai acontecer. O caso do KLB � exemplar. E o sucesso do trio promete continuar, pois o disco ainda guarda outros petardos de pot�ncia radiof�nica. Giuliana � o mais forte deles...
Segunda-feira, Outubro 24, 2005

Trilha de 'Vinicius' enfatiza, reverente, a beleza atemporal da obra do Poetinha

Resenha de disco
T�tulo: Vinicius
Artista: V�rios
Gravadora: Biscoito Fino
Cota��o: * * * *

At� Zeca Pagodinho deixou em casa a habitual irrever�ncia e cantou Vinicius como se saudasse um mestre. O samba Pra que Chorar na interpreta��o de Zeca � um dos destaques do CD Vinicius, que traz a trilha do hom�nimo document�rio de Miguel Faria Jr. sobre o Poetinha. O filme entra em circuito nacional em novembro, mas sua trilha � do tipo que tem vida pr�pria longe da tela. A sele��o de poemas e m�sicas de Vinicius enfatiza a beleza atemporal da obra musical do artista sem as invencionices que �s vezes prejudicam tributos dessa natureza.

S�o 28 n�meros, entre textos (ditos sem afeta��o pelos atores Ricardo Blat e Camila Morgado), poemas (como P�tria Minha, recitado por Ferreira Gullar) e regrava��es das principais m�sicas de Vinicius. S�o can��es j� exaustivamente cantadas desde os anos 60, mas h� frescor na trilha. A interpreta��o de Renato Braz para Se Todos Fossem Iguais a Voc� � das mais sublimes j� registradas at� hoje. � simples e perfeita, sem a excessiva suntuosidade da grava��o camer�stica de Por Toda a Minha Vida, feita pelo mesmo Braz com sua rara habilidade vocal. M�nica Salmaso, ali�s, � outra virtuose vocal que pisa firme neste terreno camer�stico em Canto Triste, faixa que encerra o disco em tom mais solene do que o experimentado pela pr�pria Salmaso na suave leitura bossa-novista de Insensatez.

Olivia Hime costura habilmente o roteiro com depoimentos, poemas e m�sicas. Antes de Caetano Veloso entoar com seu viol�o o Poema dos Olhos da Amada, por exemplo, h� um depoimento de Chico Buarque sobre o instante em que ouviu o mesmo texto na voz e no viol�o de Vinicius. "Foi um momento assim muito especial quando ele (Vinicius) tocava no viol�o o Poema dos Olhos da Amada... Ficava um sil�ncio e ele cantava... Aquilo me causava uma impress�o muito forte. Entendi o que era um poeta", relata Chico depois de cantar Medo de Amar, a primeira m�sica que ouviu Vinicius tocar ao viol�o, segundo conta em outro depoimento do CD.

� puro deleite seguir a trilha de Vinicius, ouvir sua poesia na voz visceral de Maria Beth�nia (Soneto do Amor Total) e constatar mais uma vez o balan�o de seus sambas (Formosa, elegante na vis�o de Gilberto Gil), a perfei��o de suas can��es com Tom Jobim (Eu Sei que Vou te Amar, com Adriana Calcanhotto), a popularidade de suas parcerias com Toquinho (Tarde em Itapo�, na interpreta��o do pr�prio Toquinho) e o toque ancestral dos afro-sambas feitos com Baden Powell (Berimbau, com Edu Lobo). Vinicius de Moraes � moderno e nem por isso menos eterno.

Biscoito Fino lan�a dois CDs da Osesp com Luciana Souza e a Mantiqueira

Para quem � f� do canto refinado da cantora paulista Luciana Souza (foto), radicada nos Estados Unidos, uma boa dica � um dos dois CDs rec�m-lan�ados pela Biscoito Fino, dentro de seu selo Biscoito Cl�ssico, com grava��es ao vivo da Orquestra Sinf�nica do Estado de S�o Paulo (Osesp). Luciana canta no disco que registra show feito em dezembro de 2004 na Sala S�o Paulo e que traz tamb�m a paulistana Banda Mantiqueira. O maestro Roberto Minczuk rege a Osesp na execu��o de um repert�rio quase todo formado por choros como Doce de Coco, Assanhado, Tico-Tico no Fub�, Pedacinho do C�u, Chorando Baixinho, Brasileirinho. Exce��es s�o Aquarela do Brasil (Ary Barroso), Feminina (Joyce) e dois sambas de Dorival Caymmi (Saudade da Bahia, Samba da Minha Terra).

O outro disco foi gravado em dezembro de 2000, na mesma Sala S�o Paulo, com o maestro John Neschling na dire��o art�stica da Osesp. O show tamb�m contou com a presen�a vibrante da Banda Mantiqueira, mas n�o h� a voz de Luciana Souza neste CD de 2000. O roteiro transita entre temas de Pixinguinha (Naquele Tempo, 1 x 0), Heitor Villa-Lobos (�ria das Bachianas Brasileiras n� 4), Moacir Santos (Nan�), Chico Buarque (Homenagem ao Malandro) e da dupla Guinga & Aldir Blanc (Bai�o de Lacan).

Elton reedita 'Peachtree Road' com DVD e tr�s temas do musical 'Billy Elliot'

Elton John (foto) vai reeditar com material extra o �lbum Peachtree Road - lan�ado em 2004 e apontado (com raz�o) como um trabalho � altura da discografia do cantor nos anos 70. A nova edi��o � dupla e - al�m do repert�rio do CD original - inclui tr�s temas compostos por Elton para o musical brit�nico Billy Elliot (Electricity, The Letter e Merry Christmas Maggie Thatcher) e um DVD gravado em Atlanta (EUA), no ano passado, com vers�es ao vivo de nove faixas do �lbum.

Eurythmics lan�a colet�nea com duas in�ditas, mas n�o confirma novo �lbum

Sem apresentar material in�dito desde o lan�amento do �lbum Peace, editado em 1999, o duo Eurythmics (foto) volta � cena em 8 de novembro com duas novas can��es. I've Got a Life e Was It Just Another Love Affair? - gravadas em Los Angeles (EUA) em meados do ano - s�o os chamarizes de mais uma compila��o da dupla, Ultimate Collection. Eleita o single da colet�nea, I've Got a Life abre o repert�rio de 19 faixas. Apesar deste retorno ao mercado, Annie Lennox e Dave Stewart afirmam que n�o h� planos, em princ�pio, para a grava��o de um novo �lbum da dupla.

Latino tenta outro 'gol de placa' no mercado com mais aventuras do DJ L

Odalisca � uma das 12 m�sicas do pr�ximo CD de in�ditas de Latino (foto) - intitulado Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L para tentar estabelecer uma conex�o com seu �ltimo disco de est�dio, Latino Apresenta as Aventuras de DJ L (2004), que trouxe o hit Festa no Ap� e injetou novo �nimo na carreira irregular do cantor.

Parceiro de Latino em faixas como Meu Gol de Placa e a supra-citada Odalisca, Dalmo Belloti assina a produ��o do disco com o cantor. Como no CD anterior, o repert�rio � composto basicamente por m�sicas de duplo sentido, com letras apimentadas com trocadilhos sobre sexo. Amigo Fanho � uma delas. A primeira faixa a ir para as r�dios � Maria Gasolina (Mina Quebrete), in�dita de Latino. O disco chega �s lojas no fim de novembro, via EMI.
Domingo, Outubro 23, 2005

U2 registra atual turn� em DVD

Vertigo 2005 - Live From Chicago � o t�tulo do DVD (capa � direita) que o U2 vai lan�ar em novembro, no Brasil e nos Estados Unidos, com o registro da turn� promocional de seu �ltimo CD, How to Dismantle an Atomic Bomb. Como o t�tulo j� anuncia, o v�deo foi gravado este ano em Chicago (EUA). A filmagem foi feita em dois megashows realizados pela banda em 9 e 10 de maio. O roteiro de 23 n�meros mistura m�sicas do recente �lbum do grupo irland�s (City of Blinding Lights, Original of the Species, Sometimes You Can't Make It on Your Own, Vertigo) com standards do repert�rio da banda (One, Sunday Bloody Sunday, Pride - In the Name of Love).

Cezar Mendes assina um monte de arranjos no novo �lbum de Marisa

Mais uma not�cia sobre o sigiloso �lbum duplo gravado por Marisa Monte (foto � esquerda) para ser lan�ado no primeiro semestre de 2006: o compositor e violonista Cezar Mendes, que j� havia colaborado no CD dos Tribalistas, assina a maioria dos arranjos do novo disco, que tem faixas produzidas por Mario Caldato Jr. (respons�vel tamb�m pela produ��o do quarto CD solo de Marcelo D2, em fase de finaliza��o). Mendes � parceiro de Caetano no samba Tiranizar, oferecido a Marisa para o �lbum, mas gravado por Leila Pinheiro em seu recente Nos Horizontes do Mundo.

Como j� noticiado, o sexto disco solo de Marisa - o primeiro desde Mem�rias, Cr�nicas e Declara��es de Amor (2000) - ser� duplo. Um CD ter� sambas de compositores da Velha Guarda da Portela, como Jair do Cavaquinho. O outro reunir� parcerias da compositora com nomes como Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Seu Jorge. Fontes extra-oficiais sustentam que Adriana Calcanhotto fez uma letra para o disco - o que n�o chega a ser uma surpresa, pois Calcanhotto atualmente � empresariada por Leonardo Netto, que j� trabalha h� anos com Marisa. Mas confirmada mesmo est� a parceria inaugural de Marisa e Arnaldo Antunes com Paulinho da Viola, que deu uma melodia para que a dupla tribalista fa�a os versos.

Benson une jazz e pop em CD ao vivo

Resenha de disco
T�tulo: Live - Best of George Benson
Artista: George Benson
Gravadora: Universal
Cota��o: * * * *

O cantor e guitarrista George Benson sempre transitou entre o jazz e o pop. Em alguns �lbuns, o jazzista domina a cena. Em outros, o lado pop do repert�rio fala e toca mais alto. Da� que os f�s do artista devem se interessar por este CD Live - Best of George Benson, gravado ao vivo em 2000 em show na Irlanda, mas somente este ano editado em CD no mercado americano. Na grava��o, feita com azeitada big-band e j� lan�ada anteriormente no formato de DVD, o astro concilia com intelig�ncia as duas facetas mais vis�veis de sua obra.

Para quem quer recordar os hits mais radiof�nicos, h� Love X Love, Give me the Night, This Masquerade e, claro, On Broadway (cheio de suingue funky e scats). Mas, como jazzista, Benson n�o resiste e remodela seus sucessos no palco, para satisfa��o da calorosa plat�ia. Suas habilidades como guitarrista est�o evidentes nas passagens instrumentais de This Masquerade. Seja como for, h� temas inteiramente instrumentais (Breezin', Deeper than You Think e Hipping the Hop) em que o m�sico se sobrep�e ao cantor pop. E, no caso, ambos s�o brilhantes.

Fam�lia Caymmi se une ao cl� Jobim para cantar Tom com amor (e letras in�ditas)

Falando de Amor � o t�tulo do CD em que Nana, Danilo e Dori Caymmi (� direita na foto de Isabela Kassow, com os irm�os) recriam o repert�rio de Tom Jobim ao lado do filho (Paulo) e do neto (Daniel) do maestro soberano - assim definido por Chico Buarque na letra de Paratodos (1993). Como o produtor Jos� Milton n�o chegou a um acordo financeiro com a Warner Music, a gravadora inicialmente cotada para lan�ar o disco por ter editado os dois �ltimos trabalhos da Fam�lia Caymmi, o �lbum sair� pela Sony & BMG.

Entre cl�ssicos (Anos Dourados, Corcovado, Desafinado, Eu Sei que Vou te Amar, Samba do Avi�o) e m�sicas menos conhecidas de Jobim (Foi a Noite, Outra Vez), o repert�rio apresenta duas letras in�ditas. Paulo Jobim encontrou no acervo de seu pai versos escritos por Vinicius de Moraes para o tema Bonita. E, especialmente para o disco, Ronaldo Bastos p�s letra na melodia de Chanson pour Michelle, tema instrumental composto por Jobim em 1985 para a trilha sonora da miniss�rie O Tempo e o Vento.

A faixa-t�tulo, Falando de Amor, traz um dueto de Nana com Daniel Jobim. Embora de natureza diferente, o projeto que une Caymmis e Jobims remete ao �lbum Caymmi Visita Tom (e Leva seus Filhos Nana, Dori e Danilo), lan�ado originalmente em 1964 pela extinta gravadora Elenco.

Cidade grava segundo ao vivo na Bahia

Tr�s anos depois de revisar a carreira em Ac�stico MTV, o grupo Cidade Negra prepara seu segundo trabalho ao vivo. A id�ia da banda de reggae � gravar CD e DVD em dezembro, em show gratuito na Bahia - uma das filiais brasileiras da Jamaica de Bob Marley, ao lado de S�o Lu�s (MA) e da Baixada Fluminense (RJ), terra natal do grupo. O �ltimo disco do Cidade Negra, Perto de Deus, saiu em 2004.
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