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Sábado, Outubro 29, 2005

Robbie Williams tenta soar mais íntimo e pessoal entre rocks e baladas desiguais

Resenha de disco
Título: Intensive Care
Artista: Robbie Williams
Gravadora: EMI
Cotação: * * *

Robbie Williams é chegado a uma egotrip. Em seu oitavo CD, o cantor e compositor - um campeão de vendas na Inglaterra, sua terra natal - arrisca um trabalho mais íntimo e pessoal. Mas Intensive Care não está entre os melhores títulos da discografia de Williams. É bom, tem lá seus momentos realmente bacanas, mas não chega a entusiasmar. De acordo com o artista, parte do repertório teve inspiração em Louise, sucesso de 1984 do grupo Human League. A letra - sobre ex-amores mal-resolvidos - teria sido a base de versos de faixas como Ghosts (um dos tais momentos bacanas) e Spread your Wings.

Referências à parte, o fato é que Williams já começa a dar sinais de desgaste como compositor no repertório desigual de Intensive Care, composto com seu parceiro Stephen Duffy e gravado no quarto do astro, numa mansão de Hollywood (EUA). Há lampejos de inspiração em Make me Pure (canção de textura folk) e na bela Advertising Space - uma balada a la Elton John. Por outro lado, Williams chega a soar constrangedor quando tenta imitar o estilo dos Rolling Stones no rock A Place to Crash. A faixa escolhida pela gravadora EMI para puxar o disco - o insosso pop eletrônico Tripping - também sinaliza a irregularidade da nova safra de músicas do astro britânico.

Tudo indica que Intensive Care não terá um hit nacional tão forte quanto Sexed Up, linda balada que em 2003 propagou a voz de Robbie Williams em todo o Brasil por conta de sua inclusão na trilha da novela Mulheres Apaixonadas. Por ora, o maior sucesso do artista por aqui é Um Anjo, a versão de Angels gravada pelo trio KLB em seu quinto disco...

Questões sobre o diamante de Ivete

O sexto CD solo de Ivete Sangalo (foto), As Super Novas Vol. 01, já fez jus a um Disco de Diamante pelas 750 mil cópias vendidas na primeira semana de lançamento. Pelas atuais normas da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), um álbum já merece o prêmio máximo da indústria fonográfica se vendeu mais de 500 mil cópias. Foi o que aconteceu com o novo CD de Ivete. Como noticiado pelo colunista na resenha do disco, a tiragem inicial que foi para as lojas é de 150 mil cópias. Só que uma empresa de cosméticos negociou com a Universal Music a compra de 600 mil exemplares do disco, totalizando as 750 mil cópias alardeadas pela gravadora nas entrevistas promocionais realizadas por Ivete esta semana. A tal empresa está lançando perfume associado ao nome da cantora.

É fato indiscutível que As Super Novas Vol. 01 tem direito ao Disco de Diamante. Afinal, as vendas foram concretizadas. O que é questionável é se realmente o público a que se destina as 600 mil cópias da empresa de cosméticos - público que ganhará o perfume de brinde ao adquirir o CD com 20% de desconto e duas faixas-bônus - teria real interesse em adquirir um disco de Ivete Sangalo se não fosse a campanha do tal perfume. Seja como for, a cantora vive momento de grande popularidade. Mesmo com toda a pirataria, que prejudica principalmente artistas de massa como a baiana, as 150 mil cópias das lojas deverão sair logo das prateleiras. E outras virão... Quem sabe o álbum não conquista outro Disco de Diamante pelas vias normais???

CD coleta 'solid hits' dos Beastie Boys

Solid Gold Hits é o título da nova compilação dos Beastie Boys (capa à direita). O CD tem lançamento agendado para 8 de novembro, via EMI, e reúne 15 sucessos do trio de Nova York que foi do punk ao rap. Entre as faixas, as obrigatórias No Sleep 'Til Brooklyn e Fight for your Right - os dois primeiros megahits do grupo, extraídos do álbum Licensed to Ill (1987) - além de petardos como Shake your Rump, So What'cha Want, Sabotage, Ch-Check It Out, An Open Letter to NYC e Triple Trouble.

Vale lembrar que, em 1999, saiu uma excente coletânea dupla do trio, Beastie Boys Anthology: The Sound of Science, com repertório obviamente mais extenso do que o da nova compilação.

Reação em Cadeia faz terceiro CD no Rio

Sob produção de Rafael Ramos, o grupo Reação em Cadeia - surgido no Sul em 2000 e já com razoável popularidade em países vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai - grava seu terceiro disco no Rio. Na foto, clicada por Kélita Myra, o baixista Maurício Faria (à esquerda), o vocalista Jonathan Corrêa e o guitarrista Daniel Jeffman posam no estúdio da gravadora Deckdisc antes de finalizar faixas como Pânico e Os Dias. O quarteto (o baterista Elias Frenzel não estava presente no estúdio na hora da foto) faz rock no estilo grunge e já lançou os discos Neural (20o2) e Resto (2004).

Cultuado pelo pop, Odair canta Brad Pitt

No embalo do lançamento do tributo Vou Tirar Você Desse Lugar (disco em que nomes como Zeca Baleiro, Paulo Miklos, Pato Fu e Leela recriam seus sucessos), Odair José (foto) prepara CD com gravações inéditas. Brad Pitt é uma das faixas. Intitulado Só Pode Ser Amor, o álbum traz duas músicas de Odair (Pensão Alimentícia e Longe de mim), mas o repertório é quase todo assinado pelos compositores Rafael Dias e Ivan Medeiros (É de Matar, Bebo e Choro e a faixa-título, entre outras). O disco foi gravado entre julho e setembro, com arranjos de Cícero Pestana e produção de Jairo Pires.
Sexta-feira, Outubro 28, 2005

Embrião da Legião Urbana ganha nova vida no 12º álbum do Capital Inicial

Em 1980, Renato Russo - então com 20 anos e em começo de carreira - destilou todo seu veneno antimonotonia ao escrever suas primeiras letras para encorpar o repertório de seu primeiro grupo, o mitológico Aborto Elétrico, em atividade em Brasília entre 1978 e 1982. Russo escreveu versos sobre política e drogas, mas sobretudo sobre o cotidiano entediado e angustiado da juventude que habitava a Capital do País naquela época cinzenta de ditatura e repressão policial. Com o fim do Aborto Elétrico, seu espólio foi dividido entre as duas bandas que germinaram a partir da dissolução do pioneiro grupo punk: a Legião Urbana (que projetaria Russo em escala nacional a partir de 1985) e o Capital Inicial, integrado pelos irmãos Fê e Flávio Lemos, respectivamente baterista e baixista do Aborto, o embrião dessas duas importantes bandas surgidas no boom do rock nacional dos anos 80.

Legião e Capital fizeram história e sucesso com várias músicas do Aborto (Geração Coca-Cola, Que País É Esse?, Música Urbana, Veraneio Vascaína), mas outras permaneceram inéditas, guardadas em fitas cassetes empoeiradas. Pois é este material raro que o Capital Inicial (na foto acima, clicado por Marcelo Rossi) tirou do baú - com o aval legal de Maria do Carmo Manfredini, mãe de Renato Russo - para gravar em seu 12º disco, MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico.

O projeto era antigo, mas somente este ano foi concretizado. "O Fê e o Flávio estavam relutantes. Tinham medo de que as músicas pudessem soar datadas e de que O capital fosse tachado de oportunista. Afinal, o Aborto Elétrico já estava no reino do imaginário. Gravar seu repertório seria desmistificá-lo", pondera Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital.

Dinho não fez parte do Aborto Elétrico, mas conviveu intimamente com a toda a turma da colina. Por ter namorado Helena, irmã de Fê e Flávio, assistiu a vários ensaios do Aborto e viu quase todos os shows. Daí sua vontade de regravar esse cancioneiro, fiel ao andamento dado às músicas por Renato Russo nas gravações caseiras que lhe serviram de guia. "Não tem um vocal meu no disco que não reproduza a forma do Renato cantar as melodias. Mas não o imitei. Durante anos, fui atormentado pelo fantasma do Renato e, depois que achei meu jeito e meu caminho, não ia imitá-lo", ressalta Dinho.

Das 18 músicas do CD, nove nunca haviam sido registradas em disco. São pérolas como Submissa, Love Song One, Submissa, Helicópteros no Céu, Construção Civil, Heroína e Despertar dos Mortos. "É um grande equívoco achar que as melhores músicas do Aborto já haviam sido gravadas", garante Flávio Lemos. "Love Song One e Construção Civil sempre estiveram entre as minhas preferidas. E Helicópteros no Céu era a favorita do André Müller, da Plebe Rude", afirma Dinho. Quando o disco estava praticamente pronto, Fê e Flávio ainda encontraram outra música, Baader-Meinhof Blues Nº1, tema quase homônimo (mas diferente) do registrado pela Legião Urbana em seu primeiro disco.

Voltar no tempo e no ritmo do Aborto foi tarefa árdua para Dinho e cia. "Pensei que o mais difícil fosse recuperar as canções, mas foi fácil, na verdade", conta Dinho, revelando que a mãe de Renato Russo já havia sido avisada pelo falecido pai do artista, Renato Manfredini, de que Fê e Flávio Lemos tinham prioridade na cessão do repertório do Aborto Elétrico por terem feito parte da banda. "Na verdade, o processo mais difícil foi revitalizar as músicas, foi interpretá-las. Não é o Aborto Elétrico cantando. É o Capital Inicial interpretando o repertório do Aborto Elétrico", ressalta Dinho.

Todo o processo de recuperação do espírito punk do Aborto foi documentado no DVD que chega às lojas no fim de novembro. Filmado em Brasília, o vídeo intercala takes das sessões de estúdio com entrevistas com bandas (Paralamas do Sucesso, Plebe Rude) e punks que viveram na Capital na época do Aborto Elétrico. Um dos depoimentos é o de Cris Brenner, pioneira punk local, hoje respeitável médica. São cenas de uma época que não volta mais e que se perdeu ainda nos anos 80, com a profissionalização das bandas. "Aquela união que havia no punk era somente da gente, que tinha 18 anos e convivia naquele cenário específico. Depois, quando as bandas começaram a gravar, pintou rivalidade e o Renato foi se enfurnando cada vez mais no mundo dele", recorda Dinho.

O documentário tem 2 horas e 20 minutos. Para quem não aguentar esperar até o fim de novembro, a MTV exibe dia 6 versão condensada do especial, que mostra como a semente do Aborto Elétrico ainda dá frutos 25 anos depois de seu primeiro show.

Rafael Ramos, o 'sádico torturador' que extraiu vigor juvenil do Capital Inicial

Fê Lemos, o baterista, chegou a sair do estúdio com o nariz sangrando, depois de repetir um take por cerca de 30 vezes e, mesmo assim, ter sido informado por ele de que o toque de sua bateria ainda não era o ideal. Dinho Ouro Preto, o vocalista, teve rápido chilique numa sessão de gravação e ameaçou sair da banda num estilo 'ou ele ou eu'. A gravação do CD MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico foi estressante em vários momentos por conta do perfeccionismo dele. Ele é Rafael Ramos (na foto, num clique de Luana Ribeiro no estúdio da Deckdisc) - o produtor que conseguiu com que o Capital reeditasse a energia punk e o espírito juvenil de seu início. Hoje, o quarteto ri dos pitis e reverencia Rafael - um bebê de colo na época em que o Aborto Elétrico fazia seus primeiros shows em Brasília - mas que o clima esteve explosivo no estúdio, lá isso esteve.

"Rafael foi um sádico torturador", define Dinho, divertido. "Ele dizia que o disco exigia que a gente tocasse com o vigor juvenil de 25 anos atrás, que cada batida minha fosse como uma marretada. Não foi fácil, mas valeu a pena", exulta Fê, já sem sangue no nariz. "Ele não teve pudores por ser mais jovem do que a gente e nunca foi condescente", reitera Flávio Lemos.

Se os veteranos músicos do Capital demoraram a entrar no clima, o que dizer do guitarrista Yves Passarel, na banda somente desde 2002? "Eu suei literalmente para pegar o espírito da época", conta Yves.

Suores à parte, ou nem tanto, MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico consagra Rafael Ramos, curiosamente em produção feita para a gravadora Sony & BMG. Dessa vez, não podem nem acusá-lo de ter sido protegido pelo pai, o também produtor João Augusto, diretor da Deckdisc, gravadora independente na qual Rafael pilota normalmente discos de rock, entre uma ou outra aventura, como produzir um CD de João Donato.

Benzina, a letra que continua inédita

Com repertório inicialmente formado apenas por temas instrumentais, o Aborto Elétrico (acima, numa de suas raras imagens) teve suas primeiras letras escritas por Renato Russo entre 1980 e 1981. Uma delas, Benzina, acabou ficando fora do disco MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico e permanece inédita. É que os versos de Russo faziam apologia ao consumo da droga ilegal que batiza a música. Os advogados da gravadora Sony & BMG aconselharam o Capital Inicial a tirá-la do CD, pois, pela legislação brasileira, qualquer juiz poderia pedir a apreensão do álbum se considerasse que a letra incentiva o consumo de droga ilegal. A solução encontrada pelo grupo foi gravar Benzina em registro instrumental e pôr vários "x" no lugar destinado aos versos no encarte do disco. Como nos tempos da censura... Escrita em 1980, a letra de Benzina é tida como a primeira de Renato Russo. Eis os versos:

Benzina (Renato Russo, 1980)

Não tenho mais dinheiro
Nem pra perna nem pra quina
Só tenho 20 mangos
Pra comprar benzina
Fui até a farmácia
Eu e minha prima
Levei os 20 mangos
Pra comprar benzina

Benzina
Benzina
Benzina

Dentro do cinema
Eu tô com tudo em cima
Não vai pintar sujeira
Eu vou cheirar benzina
Não quero cocaína
Não quero benzadrina
Não quero heroína
Vou cheirar benzina

Benzina
Benzina
Benzina

Capital acerta ao abortar sua veia pop e voltar ao início punk em CD histórico

Resenha de disco
Título: MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *

De origem punk, o Capital Inicial sempre adotou atitude e som pop desde que começou a gravar em meados dos anos 80. Sim, havia uma ou outra faixa em discos como Capital Inicial (1986) e Todos os Lados (1989) que denunciava a fúria do embrião do quarteto: o lendário Aborto Elétrico, o primeiro grupo punk de Brasília, cercado por aura mitológica por ter sido a primeira banda de Renato Russo, hoje também um mito. Mas, em essência, Dinho Ouro Preto assumiu pose de ídolo pop, com direito a fotos sensuais em revistas femininas. Por isso mesmo, o CD MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico surpreeende. Muito. E positivamente. O Capital voltou ao seu início punk com garra, sujeira e corajosa determinação de fazer jus à história do grupo que lhe originou. A coragem é do quarteto, mas o som sujo parece mérito de Rafael Ramos, em um de seus grandes momentos como produtor.

Há quem vá falar em oportunismo, em exploração do culto a Renato Russo. É possível que a MTV e a gravadora Sony & BMG estejam mesmo sonhando com milhares de cópias vendidas por conta dos órfãos do legionário. É possível que o próprio grupo esteja projetando (ou ansiando por) um estouro comercial semelhante ao seu Acústico MTV, editado em 2000. Mas o fato é que o CD soa honesto - muito honesto, aliás. Parece disco saído de algum forno do início dos anos 80, quando a ideologia punk fervilhava no Brasil, especialmente em Brasília (terra do Aborto Elétrico) e em São Paulo. E discos de alma genuinamente punk não costumam ser campeões nas paradas, seja no Brasil ou nos Estados Unidos... De mais a mais, os irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) foram integrantes do Aborto. Fê, inclusive, foi um dos fundadores do trio em 1978, ao lado de Renato e de André Pretórius, guitarrista que saiu em 1980, ano em que entrou Flávio. Resumo da ópera: o tributo é legítimo.

O caráter documental já bastaria para validar o projeto. São nove músicas do Aborto Elétrico que nunca haviam sido registradas em disco. Três (Anúncio de Refrigerante, Construção Civil, Love Song One) até circulavam na rede em arquivos nem sempre completos. As demais permaneciam esquecidas no baú em fitas precárias que se deterioravam ano a ano. São músicas que flagram um Renato Russo em estágio inicial como compositor, mas nem por isso menos interessante. Sem o tom progressivamente messiânico que adotaria em sua obra na Legião Urbana, Russo escreveu para o Aborto Elétrico versos diretos sobre temas como drogas, guerras, política e - sobretudo - o cotidiano entediado dos jovens brasilienses na virada dos anos 70 para os 80. "Sentado embaixo do bloco / Sem ter o que fazer / ... / Matando o tempo, procurando uma briga /... / Com muita coisa na cabeça, mas no bolso nada", relata Russo na supra-citada Anúncio de Refrigerante, única faixa mais lenta de um disco de alta voltagem rítmica.

"Eu não quero mais viver / Não sinto nada / Não tenho nada / Eu quero ser um vegetal", canta Dinho em Heroína, com vocais desarrumados típicos de cantores de bandas punks. Heroína é um dos petardos do espólio do Aborto Elétrico que tinham sumido na poeira da história. Há outros (Helicópteros no Céu, Submissa, Baader-Meinhof Blues Nº 1, Despertar dos Mortos) à altura do mito construído em torno do Aborto, ainda que sem o acabamento perfeito de músicas como Veraneio Vascaína, Que País É Esse?, Música Urbana e Geração Coca-Cola - todas já gravadas pela Legião Urbana ou pelo próprio Capital Inicial, mas aqui recriadas com fidelidade ao seu universo original. Enfim, um disco de alto valor documental e obrigatório. Faltava um pedaço da história do rock nacional. Coube ao Capital recontá-lo em grande estilo.

Trama lança 'Ensaio' de Baden e Tom Zé

Enquanto se prepara para pôr nas lojas os DVDs com as entrevistas e os números musicais de Gal Costa e Tim Maia no programa Ensaio, gravados respectivamente em 1994 e 1992, a Trama trabalha também na edição dos vídeos que trarão as participações de Baden Powell (foto) e Tom Zé no programa dirigido por Fernando Faro. A gravação do violonista foi feita em 1990, dez anos antes de sua morte (em setembro de 2000). No especial, Baden toca temas de sua autoria (Samba Triste, Lapinha, Tem Dó, Consolação e Canto de Ossanha, entre outros) e músicas de outros compositores.
Quinta-feira, Outubro 27, 2005

Djavan segue a pista do público jovem


Resenha de disco
Título: Djavan na Pista, etc.
Artista: Djavan
Gravadora: Luanda Records
Cotação: * * *

Depois de dois discos - Milagreiro (2001) e Vaidade (2004) - sem concessões ao universo pop, Djavan (à direita, clicado por Marcelo Faustini) volta a acenar para a platéia jovem que descobriu sua música a partir de Eu te Devoro, hit do álbum Bicho Solto, o XIII (1998). E o faz de forma radical. Segundo lançamento da gravadora do cantor, Luanda Records, Djavan na Pista, etc. reúne recriações de nove músicas dançantes do repertório do artista com baticum eletrônico típico dos DJs.

Não se trata de um disco de remixes. O cantor pôs nova voz nas músicas. Tampouco se trata de um álbum de arranjos urdidos por vários DJs. A rigor, há apenas um - Magic Julio, DJ do grupo AfroReggae que assina os scratches inseridos em Sina (1982) e Asa (1986). As programações e efeitos eletrônicos ficaram a cargo do tecladista Donatinho e de Liminha, o veterano produtor de discos de meio mundo do pop rock nativo. Ter recrutado Liminha para produzir o CD e criar as batidas foi um acerto, pois as melodias e letras de Djavan foram preservadas. O que foi para o espaço - e aí não havia saída mesmo - é a harmonia requintada da obra do compositor alagoano (não por acaso, cultuado no meio jazzístico dos Estados Unidos).

Sem banalizar seu repertório, Djavan segue a pista do público jovem - para quem já tinha acenado também com a música Acelerou, inédita feita na cola de Eu te Devoro para disco ao vivo editado em 1999 e oportunamente regravada neste CD eletrônico. Se Tanta Saudade (parceria bissexta com Chico Buarque, composta em 1983 para a trilha do filme Pra Viver um Grande Amor) tem sua latinidade acentuada, inclusive pelo vocal hispânico de Mariana Eva, Azul (1982) ganhou batida robótica sem perda de seu suingue.

Balanço, a propósito, é o que nunca faltou na música de Djavan. O que o produtor Liminha fez foi adequar essas levadas dançantes ao baticum da era eletrônica. Tem até um clima lounge em Se, faixa pop do álbum Coisa de Acender (1992). Mas, antes, dá para se esbaldar na pista com Capim (1982), Miragem (1984) e Fato Consumado (1976). Até porque o suingue de Djavan sempre foi moderno e hype muito antes dos DJs inventarem moda na MPB.

Astros do rap dos EUA se unem em álbum de duetos de Notorious B.I.G.

Eminem, Jay-Z, Missy Elliott e Snoop Dogg são alguns astros do rap presentes no disco de duetos de Notorious B.I.G. (foto à direita). Notorious morreu assassinado em 1996, mas permaneceu desde então em evidência no mercado fonográfico por conta de uma série de álbuns póstumos com gravações inéditas. O CD The Notorious B.I.G. Duets: The Final Chapter tem lançamento previsto para 20 de dezembro e reúne 22 faixas.O primeiro single, Nasty Girl, conta com a adesão de nomes como Nelly. O time estelar do disco inclui também Fat Joe, R. Kelly e Mary J. Blige, entre outros.

Céu tenta vaga no olimpo das cantoras

A paulista Céu (na foto, num clique de Ding Musa) tenta uma vaga no olimpo das cantoras brasileiras com seu primeiro disco, produzido por Beto Villares e co-produzido pela própria artista paulista. Céu, o CD, chega às lojas em novembro, pelo selo Ambulante Discos, e sai também em vários países da Europa (por outro selo, Urban Jungle).

O repertório destaca releitura de Concrete Jungle - clássico do repertório de Bob Marley & The Wailers - com a participação de músicos da Nação Zumbi. Guitarrista da banda pernambucana, Lúcio Maia também toca em Roda.

Outra regravação do álbum é O Ronco da Cuíca, samba da lavra da dupla João Bosco & Aldir Blanc. Bobagem (dos versos "Minha beleza não é efêmera / Como o que vejo em bancas por aí"), Mais um Lamento e Manemolência são músicas do disco, que conta ainda com adesões de Antonio Pinto e Ed Cortes, autores da trilha do filme Cidade de Deus.

Algumas considerações sobre o embate judicial de Felipe Dylon contra a EMI

Felipe Dylon (na foto, num clique de Marcelo Martins) já pode comemorar uma vitória inicial no processo que move contra a EMI para se livrar do contrato com a gravadora multinacional que o lançou no mercado fonográfico. Nota publicada hoje pelo colunista Ricardo Boechat, do Jornal do Brasil, afirma que o astro juvenil teria conseguido na Justiça a rescisão do contrato, com a ressalva de que não poderá regravar em futuros discos as músicas cantadas nos dois CDs editados pela EMI. A gravadora, por meio de seu advogado, contestou a veracidade da nota, argumentando que o processo ainda não foi julgado em caráter definitivo, mas o fato é que Dylon - até segunda ordem judicial - já pode mesmo lançar discos por outra companhia ou de forma independente.

Dylon se rebelou contra a imposição de ter que gravar em seu terceiro disco músicas de hitmakers vinculados à EMI - em especial, Cláudio Rabello - e botou a boca no mundo. Não deixa de ser uma atitude corajosa da parte de um artista jovem que sedimentou sua fama por conta de alguns hits radiofônicos e de sua bela estampa. Ele revelou cenas de bastidores que a indústria fonográfica prefere omitir do público. Gravadoras impõem músicas de seus hitmakers a artistas populares, sim, e o cantor ousou denunciar o que todos seus colegas sabem, mas calam. Ou então disfarçam, com o argumento de que determinada música lhe foi sugerida por diretores das companhias. Na grande maioria dos casos, não há sugestão, mas imposição mesmo. Se o artista não grava a música imposta, a gravadora não trabalha o disco.

Felipe Dylon processou a toda-poderosa EMI, e isso não é pouco. Resta saber qual será o futuro do cantor no mercado fonográfico. Fontes extra-oficiais sustentam que já houve um início de negociação com a Sony & BMG para que ele se transfira para a companhia dirigida por Alexandre Schiavo. Seja como for, Dylon quer se impor como autor. Esse foi um dos pontos de discórdia no seu relacionamento com a diretoria da EMI. O cantor quer mais espaço em seus discos para suas próprias músicas. Vai ter que brigar por isso se for para uma major, pois as multis tendem a empurrar versões de sucessos estrageiros ou regravações de hits nacionais para artistas sem independência artística. Felipe Dylon já deu seu grito de independência. O tempo dirá se este grito foi precoce ou se veio na hora certa.

A perda de Roberto M. Moura

A crítica musical brasileira ficou mais pobre na noite de quarta-feira, 26 de outubro, com a morte de Roberto M. Moura. O crítico e escritor carioca - autor de livros como MPB - Caminhos da Arte Brasileira Mais Reconhecida no Mundo (capa à esquerda) - tinha 58 anos e foi internado no Hospital São Lucas (RJ) com dengue hemorrágica. Moura era especialmente ligado ao samba e ao carnaval, com conhecimentos amplos que lhe renderam a autoria de vários livros sobre o tema e o cargo de editor da revista Rio, Samba e Carnaval (a publicação oficial da folia carioca). Quando fazia crítica, função que exerceu em O DIA e em veículos como o jornal O Pasquim e a revista Isto É, ele sempre soube dar opinião sem prejuízo da informação. O colunista lamenta o precoce desaparecimento do colega e o conseqüente empobrecimento de uma área do jornalismo que carece de profissionais sérios e dedicados como Roberto M. Moura.
Quarta-feira, Outubro 26, 2005

CD do Samba da Vela sepulta a idéia de que São Paulo é o túmulo dos pagodes

Resenha de disco
Título: A Comunidade Samba da Vela
Artista: Vários
Gravadora: Atração
Cotação: * * * *

Sempre atenta, Beth Carvalho já tinha detectado a alta qualidade do repertório cantado no Samba da Vela, a roda de samba armada desde 2000 por jovens compositores no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. A Madrinha inclusive incluiu A Comunidade Chora em seu último projeto ao vivo e sempre propagou o trabalho do primoroso Quinteto em Branco e Preto, cria da roda. Mas faltava um registro do Samba da Vela, disponível finalmente neste bem-vindo CD editado pela gravadora Atração.

Quem insiste em acreditar que São Paulo é o túmulo do samba, por conta de infeliz frase de Vinicius de Moraes, precisa urgentemente ouvir obras-primas do gênero, como a melodiosa Irmãos de Fé, para se convencer de que o Poetinha foi muito injusto com os paulistas que rezam pela cartilha do verdadeiro pagode. Formado por 20 músicas, quase todas inéditas, o repertório do Samba da Vela é variado e apresenta tanto um partido do mais alto quilate - como Polivalente - como um tema de tom afro, Zumbi-me Palmares. Outro destaque é Forrobodó. O disco procura captar com fidelidade o espírito da roda de samba. Para quem mora longe de Santo Amaro, e não pode freqüentar a roda de samba da comunidade, o CD é ótima pedida.

Stones lançam álbum com raridades

Menos de três meses depois de pôr nas lojas seu primeiro álbum de estúdio em oito anos, o visceral A Bigger Bang, os Rolling Stones (foto) vão lançar outro CD - na realidade, uma compilação de faixas raras da discografia do quarteto. Rarities 1971 - 2003 tem lançamento agendado para 22 de novembro e reúne 16 fonogramas obscuros da obra da banda. A seleção inclui um remix de Miss You (hit da fase disco music do grupo) e versão ao vivo de Let It Rock, cover do repertório de Chuck Berry, lançado em 1971 como lado B de um single. A coletânea traz também outros números de shows - casos de Beast of Burden e Tumbling Dice.

A compilação de raridades chega às lojas em momento delicado para os Stones. Apesar de ter sido aclamado pela crítica como um dos melhores álbuns da discografia do quarteto inglês, A Bigger Bang teve desempenho pífio nas paradas americanas, vendendo apenas 295 mil cópias nos Estados Unidos em suas primeiras seis semanas nas lojas.

Tom Jobim, Mangueira e teatro são os temas da nova caixa de DVDs de Chico

Tem mais samba: a EMI está pondo nas lojas, nos próximos dias, a segunda caixa de DVDs da série Chico Buarque Especial, dirigida por Roberto de Oliveira para o canal DirecTV. A nova coleção inclui os programas Anos Dourados (sobre as parcerias do compositor com Tom Jobim), Estação Derradeira (sobre a relação afetiva do artista com a escola de samba carioca Mangueira) e Bastidores (sobre a obra teatral do artista).

Gravado no Rio de Janeiro, Anos Dourados flagra Chico numa caminhada pelo Jardim Botânico na qual recorda sua vivência com Tom Jobim, seu parceiro em obras-primas como Retrato em Branco e Preto, Sabiá, Anos Dourados e Piano na Mangueira, entre outras. Bolero lançado em 1986, inicialmente sem a letra de Chico, Anos Dourados é ouvido no quarto especial da série na voz de Caetano Veloso.

Também gravado no Rio, o quinto programa, Estação Derradeira, traz imagens raras de Cartola e Nelson Cavaquinho, compositores ligados à agremiação verde-e-rosa. Entre os takes inéditos, há o encontro de Chico com a Velha Guarda da Mangueira, registrado este ano na casa Estrela da Lapa. Na Lapa, aliás, o compositor recorda Cartola, de quem canta Sala de Recepção. O autor de Estação Derradeira - vale lembrar - foi homenageado pela escola no Carnaval de 1998 com o enredo Chico Buarque de Mangueira. O especial reúne números musicais de Alcione, Beth Carvalho, Jamelão João Nogueira e Leci Brandão, entre outros.

Já o sexto episódio, Bastidores, traz algumas cenas filmadas em Nancy, na França, e apresenta trechos de peças como Roda-Viva (encenada em 1968 e tida como um marco da resistência teatral ao regime militar instaurado no Brasil quatro anos antes) e Gota d'Água (a célebre adaptação de Medéia para o universo dos morros cariocas, estrelada por Bibi Ferreira entre 1975 e 1980). É neste especial sobre textos e canções teatrais que o compositor revive suas músicas feitas com Edu Lobo (Na Carreira, Beatriz, Valsa Brasileira) - o fiel parceiro de Chico na sua obra cênica desde a composição dos temas para a montagem original do balé O Grande Circo Místico, em 1983.

Mais tarde, provavelmente já em 2006, a EMI lançará a terceira caixa da série Chico Buarque, com mais três DVDs. O próximo box trará os episódios Romance (sobre a faceta amorosa da obra do compositor), O Futebol (sobre a paixão do artista pelo esporte) e Uma Palavra (sobre sua obra literária).

Barone toca no solo de Andreas Kisser

João Barone (foto) retribui a participação de Andreas Kisser em duas faixas (Fora de Lugar e Ponto de Vista) do novo álbum dos Paralamas do Sucesso, Hoje. O baterista toca como convidado no primeiro disco solo do guitarrista do Sepultura. Trata-se de um CD duplo - por ora, intitulado Hubris 1 & 2 - em que Kisser se divide entre o violão e a guitarra. A gravação acontece em São Paulo. Kisser, que divide a produção com Théo Werneck, optou por gravar primeiramente o CD baseado no violão para depois registrar o disco pontuado pela guitarra.

Detalhe: Hubris é uma palavra que descende de hybris, termo do idioma grego que, entre outros significados, pode ser traduzido como orgulho excessivo.

Batista permanece amado por 30 anos

Exemplo raro de cantor e compositor da área popular que conseguiu gravar com regularidade, Amado Batista (foto) completa três décadas de atividade com disco obviamente intitulado 30 Anos... de Carreira. Trata-se do 28º título da contínua discografia do artista goiano, que realmente estreou no mercado fonográfico em 1975, com compacto duplo editado pela obscura gravadora Chororó. O primeiro sucesso aconteceu já em 1976 com Desisto, primeira parceria com seu fiel escudeiro Reginaldo Sodré, o produtor do novo CD. Mas a projeção nacional viria somente em 1978, com o LP Sementes de Amor, que trouxe hits como Serenata. De lá para cá, mesmo enfrentando períodos de baixa, o artista nunca passou mais de dois anos sem fazer um disco.

Em 30 Anos... de Carreira, Batista - que já vem de um projeto ao vivo editado em CD e DVD - lança 14 músicas inéditas. Fiel ao seu estilo romântico populista, o compositor grava novas parcerias com Reginaldo Sodré (Porque Eu te Amo Tanto, Lero Lero, Pra Chamar sua Atenção, Um Cara Feliz, Eu te Amo meu Amor) e louva a Padroeira do Brasil em Nossa Senhora Aparecida (Oh! Mãe Querida).
Terça-feira, Outubro 25, 2005

Ivete põe funk, disco music, zouk e lambada no seu axé populista e festivo


Resenha de disco
Título: As SuperNovas Vol. 01
Artista: Ivete Sangalo
Gravadora: Universal
Cotação: * *

"O meu foco é o povo, a galera." A declaração de Ivete Sangalo abre o texto de apresentação de seu sexto disco solo, As SuperNovas Vol. 01, já nas lojas com expressiva tiragem inicial de 150 mil cópias. A frase funciona como uma autodefesa para a opção por um repertório populista, de refrões carnavalescos. Mas, justiça seja feita, a cantora baiana está procurando incrementar a receita de seu festivo axé com ingredientes incomuns no gênero. A capa do CD - cuja foto de gosto discutível remete às coletâneas de música pop dos anos 70 e 80 - já traduz a opção por uma estética renovada.

Referências é o que não falta no repertório de fácil digestão. Se Abalou (Gigi) evoca a batida do funk-soul americano, Zum Zum Ê (Augusto Conceição, Fábio Alcântara e Elivandro Cuca) traz elementos do pancadão carioca do DJ Marlboro, colaborador da faixa, ao lado de Carlinhos Brown. Já Poder (Ivete Sangalo, Gigi e Radamés) tem um clima de disco music, enquanto o samba-reggae Pra Sempre Ter Você (Eva Cavalcante) ganhou levada e leveza pop.

As citações são múltiplas, mas nem por isso As SuperNovas Vol. O1 deixa de ser disco moldado para os trios elétricos. Faixas como Galera (Augusto Conceição, Fábio Alcântara, Elivandro Cuca, Rayala e Sá Trindade) e Eh, Maravilha (Gigi) garantirão a temperatura quente na folia baiana e nas micaretas realizadas Brasil afora - inclusive por conta de suas melodias e letras primárias, escoradas na força do ritmo.

Entre balada banal de refrão melodioso (Quando a Chuva Passar, com o autor Ramón Cruz tentando soar como Herbert Vianna) e um apimentado samba-reggae com todo jeito de hit carnavalesco (Mega Beijo, de Lourenço, o autor do sucesso Sorte Grande), Ivete surpreende positivamente ao inserir na sua moqueca o tempero do zouk, ritmo africano evocado em Cadê Você? (Márcio Brasil). E tudo termina, não em samba, mas em lambada. Com poderoso trio de metais em brasa, a cantora exuma Chorando se Foi, hit mundial do efêmero grupo Kaoma em fins dos anos 80, com molho de dendê. A gravação, feita ao vivo, é incendiária e mostra que, no palco, Ivete Sangalo é massa. Em disco, ela ainda continua devendo um trabalho à altura de seu carisma.

Selo Slag se une à gravadora YB Music

Surgido em 1997, o selo paulista Slag - que tem em seu catálogo nacional nomes como o grupo cearense Cidadão Instigado (foto) - vai ser incorporado à gravadora independente YB Music, em atividade desde 1999. A parceria foi anunciada hoje. Eduardo Ramos, um dos proprietários originais do Slag, vai coordenar as atividades da YB Music, que já lançou discos de nomes como Trio Mocotó e Nação Zumbi (Rádio S.amb.a). A parceria fortalece o mercado independente, hoje em crescente ascensão na indústria fonográfica brasileira.

Até Rosana revive anos 80 em projeto que reúne o terceiro time da década

Lembra-se de Rosana (na foto à direita, num clique de Marcos Hermes), a cantora que freqüentava as paradas no fim dos anos 80 com baladas de Michael Sullivan, Paulo Massadas e cia? Pois ela também aderiu ao revival da década e está no elenco do CD e DVD da festa Ploc's 80, gravados em julho no Circo Voador, em show produzido por Luis Carlos Meu Bom. Claro que Rosana recorda seu maior hit, O Amor e o Poder, aquele do refrão "Como uma deusa...", popularizado na novela Mandala.

Nas lojas no início de novembro, o projeto da gravadora independente Perfomance Be reúne nomes do terceiro escalão das paradas dos anos 80 - artistas que não conseguiram dar continuidade às suas carreiras. O time inclui Afonso Nigro (que revive Manequim e P da Vida, hits do efêmero grupo Dominó), Sylvinho Blau Blau (intérprete de Meu Ursinho Blau Blau, o sucesso do grupo Absyntho), Nico Rezende (autor de Transas, hit na voz de Ritchie, regravado por Nico somente no DVD), o talentoso Eduardo Dussek (presente com Rock da Cachorra, outra faixa exclusiva do DVD), Inimigos do Rei (que, sem Moska, recordam seus hits Uma Barata Chamada Kakfa e Adelaide), Avelar (integrante do grupo João Penca e seus Miquinhos Amestrados, lembrado com Popstar, seu hit atualmente revivido por Lulu Santos) e Luciano, membro do Trem Infantil, grupo infantil do qual ele canta três hits (Uni-Duni-Tê, He Man e Piuí Abacaxi).

Também aderiram ao projeto Toni Platão - que evoca o humor do Ultraje a Rigor com covers de Inútil e Ciúme - e o conjunto Perdidos na Selva, que abre o CD e o DVD com Independente Futebol Clube (outro hit do Ultraje) e, em seguida, recorda Amante Profissional, destaque do repertório da banda Herva Doce. Tudo em nome da exploração de uma década que ofereceu música muito melhor do que a revivida neste projeto, com exceção dos sucessos do Ultraje a Rigor, Miquinhos e Eduardo Dussek.

O segundo álbum do duo Audio Bully's

Generation é o título do segundo álbum (capa à direita) do duo inglês Audio Bully's. O disco sai no Brasil no início de novembro, puxado pelo single I'm in Love. Os jovens londrinos Simon Franks e Tom Dinsdale fazem música eletrônica com referências de ska, punk e new wave. O novo CD traz, entre 14 faixas, temas como This Road, All Sing Along, Keep on Moving e Get Myself on Track.

Volta do KLB às paradas confirma que o apoio de uma gravadora é fundamental

O trio KLB (foto) já era considerado carta fora do jogo fonográfico. Com a saída de José Antonio Éboli da diretoria da Sony Music, os irmãos Kiko, Leandro e Bruno ficaram sem pai (nem mãe) na gravadora que os havia lançado com êxito no mercado, em fins dos anos 90. O grupo lançou disco duplo ao vivo, gravou CD de inéditas que chegou até destacar faixa razoável em algumas rádios, Carolina, mas as vendas foram pífias - simplesmente porque o KLB não era prioridade na Sony na gestão de Alexandre Schiavo. Eis que o trio migrou para a Universal Music - presidida atualmente por ninguém menos do que Éboli, o principal incentivador dos rapazes- e voltou às paradas com força total.

Coincidência? Claro que não. A faixa Um Anjo - versão de Angels, balada lançada pelo cantor inglês Robbie Williams - foi tiro certeiro nas paradas radiofônicas. Ao lançar o novo disco do trio, Obsessão, a Universal investiu para valer na promoção da faixa, que virou um hit, toca sem parar e está desafiando a hegemonia sertaneja na lista das músicas mais tocadas - como bem lembrou o apresentador Fausto Silva durante a ida do grupo ao Domingão do Faustão, no último domingo, 23 de outubro.

Produzido por Paul Ralphes, o álbum Obsessão tenta sedimentar uma imagem mais adulta e roqueira para o KLB. Houve, de fato, alguma evolução, mas o repertório do trio continua irregular, eventualmente meloso e entulhado de versões - nem todas tão bem-feitas como Um Anjo. Mas o que conta, no caso, é que a volta do KLB às paradas mostra que o apoio de uma major continua fundamental para o estouro de um artista. Isso parece óbvio, e é mesmo, mas muitos nomes marcam passo em companhias que não têm interesse em seu sucesso. E, aí, de nada adianta lançar o melhor disco, com o melhor repertório, que pouco ou nada vai acontecer. O caso do KLB é exemplar. E o sucesso do trio promete continuar, pois o disco ainda guarda outros petardos de potência radiofônica. Giuliana é o mais forte deles...
Segunda-feira, Outubro 24, 2005

Trilha de 'Vinicius' enfatiza, reverente, a beleza atemporal da obra do Poetinha

Resenha de disco
Título: Vinicius
Artista: Vários
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Até Zeca Pagodinho deixou em casa a habitual irreverência e cantou Vinicius como se saudasse um mestre. O samba Pra que Chorar na interpretação de Zeca é um dos destaques do CD Vinicius, que traz a trilha do homônimo documentário de Miguel Faria Jr. sobre o Poetinha. O filme entra em circuito nacional em novembro, mas sua trilha é do tipo que tem vida própria longe da tela. A seleção de poemas e músicas de Vinicius enfatiza a beleza atemporal da obra musical do artista sem as invencionices que às vezes prejudicam tributos dessa natureza.

São 28 números, entre textos (ditos sem afetação pelos atores Ricardo Blat e Camila Morgado), poemas (como Pátria Minha, recitado por Ferreira Gullar) e regravações das principais músicas de Vinicius. São canções já exaustivamente cantadas desde os anos 60, mas há frescor na trilha. A interpretação de Renato Braz para Se Todos Fossem Iguais a Você é das mais sublimes já registradas até hoje. É simples e perfeita, sem a excessiva suntuosidade da gravação camerística de Por Toda a Minha Vida, feita pelo mesmo Braz com sua rara habilidade vocal. Mônica Salmaso, aliás, é outra virtuose vocal que pisa firme neste terreno camerístico em Canto Triste, faixa que encerra o disco em tom mais solene do que o experimentado pela própria Salmaso na suave leitura bossa-novista de Insensatez.

Olivia Hime costura habilmente o roteiro com depoimentos, poemas e músicas. Antes de Caetano Veloso entoar com seu violão o Poema dos Olhos da Amada, por exemplo, há um depoimento de Chico Buarque sobre o instante em que ouviu o mesmo texto na voz e no violão de Vinicius. "Foi um momento assim muito especial quando ele (Vinicius) tocava no violão o Poema dos Olhos da Amada... Ficava um silêncio e ele cantava... Aquilo me causava uma impressão muito forte. Entendi o que era um poeta", relata Chico depois de cantar Medo de Amar, a primeira música que ouviu Vinicius tocar ao violão, segundo conta em outro depoimento do CD.

É puro deleite seguir a trilha de Vinicius, ouvir sua poesia na voz visceral de Maria Bethânia (Soneto do Amor Total) e constatar mais uma vez o balanço de seus sambas (Formosa, elegante na visão de Gilberto Gil), a perfeição de suas canções com Tom Jobim (Eu Sei que Vou te Amar, com Adriana Calcanhotto), a popularidade de suas parcerias com Toquinho (Tarde em Itapoã, na interpretação do próprio Toquinho) e o toque ancestral dos afro-sambas feitos com Baden Powell (Berimbau, com Edu Lobo). Vinicius de Moraes é moderno e nem por isso menos eterno.

Biscoito Fino lança dois CDs da Osesp com Luciana Souza e a Mantiqueira

Para quem é fã do canto refinado da cantora paulista Luciana Souza (foto), radicada nos Estados Unidos, uma boa dica é um dos dois CDs recém-lançados pela Biscoito Fino, dentro de seu selo Biscoito Clássico, com gravações ao vivo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Luciana canta no disco que registra show feito em dezembro de 2004 na Sala São Paulo e que traz também a paulistana Banda Mantiqueira. O maestro Roberto Minczuk rege a Osesp na execução de um repertório quase todo formado por choros como Doce de Coco, Assanhado, Tico-Tico no Fubá, Pedacinho do Céu, Chorando Baixinho, Brasileirinho. Exceções são Aquarela do Brasil (Ary Barroso), Feminina (Joyce) e dois sambas de Dorival Caymmi (Saudade da Bahia, Samba da Minha Terra).

O outro disco foi gravado em dezembro de 2000, na mesma Sala São Paulo, com o maestro John Neschling na direção artística da Osesp. O show também contou com a presença vibrante da Banda Mantiqueira, mas não há a voz de Luciana Souza neste CD de 2000. O roteiro transita entre temas de Pixinguinha (Naquele Tempo, 1 x 0), Heitor Villa-Lobos (Ária das Bachianas Brasileiras nº 4), Moacir Santos (Nanã), Chico Buarque (Homenagem ao Malandro) e da dupla Guinga & Aldir Blanc (Baião de Lacan).

Elton reedita 'Peachtree Road' com DVD e três temas do musical 'Billy Elliot'

Elton John (foto) vai reeditar com material extra o álbum Peachtree Road - lançado em 2004 e apontado (com razão) como um trabalho à altura da discografia do cantor nos anos 70. A nova edição é dupla e - além do repertório do CD original - inclui três temas compostos por Elton para o musical britânico Billy Elliot (Electricity, The Letter e Merry Christmas Maggie Thatcher) e um DVD gravado em Atlanta (EUA), no ano passado, com versões ao vivo de nove faixas do álbum.

Eurythmics lança coletânea com duas inéditas, mas não confirma novo álbum

Sem apresentar material inédito desde o lançamento do álbum Peace, editado em 1999, o duo Eurythmics (foto) volta à cena em 8 de novembro com duas novas canções. I've Got a Life e Was It Just Another Love Affair? - gravadas em Los Angeles (EUA) em meados do ano - são os chamarizes de mais uma compilação da dupla, Ultimate Collection. Eleita o single da coletânea, I've Got a Life abre o repertório de 19 faixas. Apesar deste retorno ao mercado, Annie Lennox e Dave Stewart afirmam que não há planos, em princípio, para a gravação de um novo álbum da dupla.

Latino tenta outro 'gol de placa' no mercado com mais aventuras do DJ L

Odalisca é uma das 12 músicas do próximo CD de inéditas de Latino (foto) - intitulado Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L para tentar estabelecer uma conexão com seu último disco de estúdio, Latino Apresenta as Aventuras de DJ L (2004), que trouxe o hit Festa no Apê e injetou novo ânimo na carreira irregular do cantor.

Parceiro de Latino em faixas como Meu Gol de Placa e a supra-citada Odalisca, Dalmo Belloti assina a produção do disco com o cantor. Como no CD anterior, o repertório é composto basicamente por músicas de duplo sentido, com letras apimentadas com trocadilhos sobre sexo. Amigo Fanho é uma delas. A primeira faixa a ir para as rádios é Maria Gasolina (Mina Quebrete), inédita de Latino. O disco chega às lojas no fim de novembro, via EMI.
Domingo, Outubro 23, 2005

U2 registra atual turnê em DVD

Vertigo 2005 - Live From Chicago é o título do DVD (capa à direita) que o U2 vai lançar em novembro, no Brasil e nos Estados Unidos, com o registro da turnê promocional de seu último CD, How to Dismantle an Atomic Bomb. Como o título já anuncia, o vídeo foi gravado este ano em Chicago (EUA). A filmagem foi feita em dois megashows realizados pela banda em 9 e 10 de maio. O roteiro de 23 números mistura músicas do recente álbum do grupo irlandês (City of Blinding Lights, Original of the Species, Sometimes You Can't Make It on Your Own, Vertigo) com standards do repertório da banda (One, Sunday Bloody Sunday, Pride - In the Name of Love).

Cezar Mendes assina um monte de arranjos no novo álbum de Marisa

Mais uma notícia sobre o sigiloso álbum duplo gravado por Marisa Monte (foto à esquerda) para ser lançado no primeiro semestre de 2006: o compositor e violonista Cezar Mendes, que já havia colaborado no CD dos Tribalistas, assina a maioria dos arranjos do novo disco, que tem faixas produzidas por Mario Caldato Jr. (responsável também pela produção do quarto CD solo de Marcelo D2, em fase de finalização). Mendes é parceiro de Caetano no samba Tiranizar, oferecido a Marisa para o álbum, mas gravado por Leila Pinheiro em seu recente Nos Horizontes do Mundo.

Como já noticiado, o sexto disco solo de Marisa - o primeiro desde Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000) - será duplo. Um CD terá sambas de compositores da Velha Guarda da Portela, como Jair do Cavaquinho. O outro reunirá parcerias da compositora com nomes como Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Seu Jorge. Fontes extra-oficiais sustentam que Adriana Calcanhotto fez uma letra para o disco - o que não chega a ser uma surpresa, pois Calcanhotto atualmente é empresariada por Leonardo Netto, que já trabalha há anos com Marisa. Mas confirmada mesmo está a parceria inaugural de Marisa e Arnaldo Antunes com Paulinho da Viola, que deu uma melodia para que a dupla tribalista faça os versos.

Benson une jazz e pop em CD ao vivo

Resenha de disco
Título: Live - Best of George Benson
Artista: George Benson
Gravadora: Universal
Cotação: * * * *

O cantor e guitarrista George Benson sempre transitou entre o jazz e o pop. Em alguns álbuns, o jazzista domina a cena. Em outros, o lado pop do repertório fala e toca mais alto. Daí que os fãs do artista devem se interessar por este CD Live - Best of George Benson, gravado ao vivo em 2000 em show na Irlanda, mas somente este ano editado em CD no mercado americano. Na gravação, feita com azeitada big-band e já lançada anteriormente no formato de DVD, o astro concilia com inteligência as duas facetas mais visíveis de sua obra.

Para quem quer recordar os hits mais radiofônicos, há Love X Love, Give me the Night, This Masquerade e, claro, On Broadway (cheio de suingue funky e scats). Mas, como jazzista, Benson não resiste e remodela seus sucessos no palco, para satisfação da calorosa platéia. Suas habilidades como guitarrista estão evidentes nas passagens instrumentais de This Masquerade. Seja como for, há temas inteiramente instrumentais (Breezin', Deeper than You Think e Hipping the Hop) em que o músico se sobrepõe ao cantor pop. E, no caso, ambos são brilhantes.

Família Caymmi se une ao clã Jobim para cantar Tom com amor (e letras inéditas)

Falando de Amor é o título do CD em que Nana, Danilo e Dori Caymmi (à direita na foto de Isabela Kassow, com os irmãos) recriam o repertório de Tom Jobim ao lado do filho (Paulo) e do neto (Daniel) do maestro soberano - assim definido por Chico Buarque na letra de Paratodos (1993). Como o produtor José Milton não chegou a um acordo financeiro com a Warner Music, a gravadora inicialmente cotada para lançar o disco por ter editado os dois últimos trabalhos da Família Caymmi, o álbum sairá pela Sony & BMG.

Entre clássicos (Anos Dourados, Corcovado, Desafinado, Eu Sei que Vou te Amar, Samba do Avião) e músicas menos conhecidas de Jobim (Foi a Noite, Outra Vez), o repertório apresenta duas letras inéditas. Paulo Jobim encontrou no acervo de seu pai versos escritos por Vinicius de Moraes para o tema Bonita. E, especialmente para o disco, Ronaldo Bastos pôs letra na melodia de Chanson pour Michelle, tema instrumental composto por Jobim em 1985 para a trilha sonora da minissérie O Tempo e o Vento.

A faixa-título, Falando de Amor, traz um dueto de Nana com Daniel Jobim. Embora de natureza diferente, o projeto que une Caymmis e Jobims remete ao álbum Caymmi Visita Tom (e Leva seus Filhos Nana, Dori e Danilo), lançado originalmente em 1964 pela extinta gravadora Elenco.

Cidade grava segundo ao vivo na Bahia

Três anos depois de revisar a carreira em Acústico MTV, o grupo Cidade Negra prepara seu segundo trabalho ao vivo. A idéia da banda de reggae é gravar CD e DVD em dezembro, em show gratuito na Bahia - uma das filiais brasileiras da Jamaica de Bob Marley, ao lado de São Luís (MA) e da Baixada Fluminense (RJ), terra natal do grupo. O último disco do Cidade Negra, Perto de Deus, saiu em 2004.
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