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Sábado, Janeiro 21, 2006

Sem animação, Bafo festeja 50 carnavais

Resenha de CD
Título:
Bafo da Onça 50 Carnavais - É o Bom! É o Bom! É o Bom!
Artista:
Vários intérpretes
Gravadora:
Independente
Cotação:
*

Tradicional no Carvaval carioca, o bloco Bafo da Onça foi fundado em 1956 pelo folião Tião Maria em botequim do Catumbi, bairro próximo do Centro do Rio de Janeiro. O CD Bafo da Onça 50 Carnavais - É o Bom! É o Bom! É o Bom! festeja as cinco décadas da criação da agremiação com releituras de sambas que fizeram sucesso em épocas áureas do bloco. Tinha tudo para ser irresistível, mas não é. Falta animação! A produção musical do (virtuoso) violonista João de Aquino impregnou o disco de um tom quase melancólico - tudo o que um bloco de sujo não pode ter.

Há surpresas como a inclusão de um deslocado Cauby Peixoto no time de intérpretes. O intérprete de Conceição entoa Bom Dia (Walter Dionísio e Albano Silva) em tom esmaecido. Até Oba! - o maior hit do bloco, de autoria de Oswaldo Nunes - ressurge em gravação morna de Nadinho da Ilha. É incrível que o disco de um bloco de sujo soe frio. As músicas são ótimas, mas perderam o pique de registros anteriores. Excelente cantora diplomada na noite, Áurea Martins parece fora do tom em Voltei, outra pérola de Oswaldo Nunes, já gravada por Elza Soares. Em Blusa Amarela (Tanajura), de Rico Medeiros e Moacyr M. M., o intérprete Tita ainda consegue um resquício de animação. Mas nada que salve o disco, aberto por fraco samba inédito, A Volta do Bafo da Onça (João de Aquino e Dalva Lazaroni), que procura historiar a trajetória do bloco. Infelizmente, sem a animação que já contagiou milhares de foliões nos carnavais de outrora.

Britos cantam Beatles em CD e DVD

Grupo especializado em covers do repertório dos Beatles, formado em 2001 por músicos de bandas como Barão Vermelho (Guto Goffi e Rodrigo Santos) e Kid Abelha (George Israel), Os Britos (foto) planeja lançar este ano DVD e CD ao vivo com o registro das apresentações feitas pela banda na Inglaterra, no ano passado, em palcos históricos como o do Cavern Club, a casa de Liverpool que se tornou célebre por ter apresentado os Fab Four em início de carrreira.

Rita Ribeiro grava enfim 'Tecnomacumba'

Cansada de batalhar junto à indústria fonográfica pelo registro em CD e em DVD de seu bem-sucedido show Tecnomacumba, Rita Ribeiro (foto) decidiu bancar a gravação do disco por conta própria. A cantora maranhense já entrou em estúdio, no Rio, para fazer o álbum - o quarto de sua discografia. Que tem tudo para lhe dar um retorno comercial, já que o show tem contado com platéias animadas, cheias e fiéis ao longo de sua já longa temporada. Neste trabalho, Rita apresenta, com arranjos mais dançantes e atuais, músicas de inspiração afro-brasileira.

Em excelente forma, Ney precisa ter sua discografia mais valorizada pela indústria

É espantosa a excelente forma vocal de Ney Matogrosso. A estréia do show Canto em Qualquer Canto no Rio, em minitemporada no Canecão, assombra quem se dá conta de que o cantor já fará 65 anos em 1º de agosto. Em cena, Ney (na foto, num flagrante da turnê do espetáculo) continua o mesmo grande sedutor que conquistou o Brasil em 1973, na pele pintada do cantor do efêmero grupo Secos & Molhados, e que manteria admiravelmente seu público ao longo de 33 anos com discos e shows memoráveis. A voz continua extensa, com contornos dramáticos. E o corpo, elástico e magérrimo, contribui para que sua performance seja - como de hábito - irretocável.

Intérprete moldado para o palco, Ney nunca fez concessões em seus discos. Mesmo seus LPs da primeira metade da década de 80, gravados com uma ou duas faixas de apelo radiofônico, são trabalhos de alto nível. A propósito, o descaso da indústria fonográfica com a discografia de Ney nos anos 70 e 80 é lamentável, um crime contra a cultura nacional. Seus três primeiros trabalhos individuais gravados na extinta Continental - Água do Céu Pássaro (1975), Bandido (1976) e Pecado (1977) - sequer mereceram uma reedição em CD. Alguns álbuns da Warner - caso de Seu Tipo (1979) - até foram recuperados com capricho graças ao titã Charles Gavin. Já os bem-sucedidos discos de sua primeira fase na PolyGram (hoje Universal Music) foram relançados em 1993 na série Colecionador (de horrenda e padronizada arte gráfica), sumiram das prateleiras e permanecem esquecidos. Isso para não falar na Sony & BMG, que parece ignorar ter em seu catálogo a obra-prima Quem Não Vive Tem Medo da Morte, disco de 1988 nunca relançado em formato digital.

Ney gravou muita coisa boa. O show Canto em Qualquer Canto - já editado em DVD e CD ao vivo - recupera alguns lados b de sua rica obra. A gravação é excelente, mas, a julgar pela estréia carioca, na noite de 20 de janeiro, o espetáculo cresceu e ficou ainda mais azeitado, com a adição no repertório de Ela e Eu (música de Caetano Veloso, lançada por Maria Bethânia em 1979) e de dois hits do Secos & Molhados (Fala e Rosa de Hiroshima). Luxo só!

Placebo apresenta 'Meds' em março

Meds, o novo álbum do grupo inglês Placebo (foto), tem lançamento programado para 13 de março. O sucessor de Sleeping with Ghosts (2003) foi gravado durante oito semanas no RAK Studios, em Londres, com produção de Dimitri Tikovoi. A idéia da banda é tentar uma "volta às raízes" para evocar o tom de seu primeiro disco. Músicas como Cold Light of Morning e Song to Say Goodbye teriam letras de caráter mais humanista.
Sexta-feira, Janeiro 20, 2006

Tom Jobim, o padroeiro musical do Rio

Foi mera coincidência, mas a reedição do primeiro disco de Tom Jobim - The Composer of Desafinado Plays, gravado em 1963 nos Estados Unidos - na semana em que o Rio festeja seu padroeiro, São Sebastião, não poderia ser mais oportuna. Jobim (1927-1994) foi o verdadeiro padroeiro musical da cidade que tanto amou (na foto de Ana Lontra Jobim, o compositor posa no Jardim Botânico, um de seus preferidos recantos cariocas) e que projetou em escala mundial justamente a partir da gravação de seu primoroso álbum de estréia.

Tom amou o Rio e o Brasil, mas nem sempre foi amado na mesma proporção e na medida de sua genialidade. Basta dizer que o maestro soberano - como tão bem o definiu Chico Buarque em 1993 na letra de Paratodos - teve que ir para os Estados Unidos para obter a chance de gravar um disco. E olha que, na época, a velha bossa era novinha e tinha apenas cinco anos. A bossa da qual Tom foi um dos pilares (o outro foi, claro, João Gilberto com a batida diferente de seu violão) e que lhe deu o merecido reconhecimento internacional.

Relançado no mercado brasileiro pela Universal com a capa e os textos da edição de 1963, dentro da série Classics, The Composer of Desafinado Plays traz as versões originais do autor para músicas que se tornariam célebres nos quatro cantos do mundo. A lista do repertório parece a de um best of do cancioneiro de Jobim: Garota de Ipanema, Chega de Saudade, Desafinado, Samba de uma Nota Só, Corcovado, Meditação, Insensatez... enfim, somente obras-primas de sotaque carioca. Antonio Carlos Jobim, padroeiro musical do Rio, sabia traduzir a alma da cidade na sua música refinada. Por isso mesmo, é triste lembrar que ele teve que sair de sua cidade, ir para o aeroporto que hoje leva seu nome e pegar um avião para os Estados Unidos para conseguir gravar um disco que sairia somente no Brasil em 1964, graças a Aloysio de Oliveira, diretor da gravadora Elenco.

Mas isso é passado. O presente é hoje. E hoje é 20 de janeiro, dia do padroeiro do Rio de Janeiro. Por isso mesmo, viva Tom Jobim, maestro e padroeiro do Rio e do Brasil!!!!

'Rádio Pirata' ganha registro em DVD

Enquanto Paulo Ricardo desce mais um degrau ao seguir a fórmula de covers de Emmerson Nogueira no CD e DVD Acoustic Live, recém-lançados pela EMI, a Sony & BMG prepara a edição em DVD do melhor show do grupo RPM, Rádio Pirata, dirigido por Ney Matogrosso e apresentado em faraônica turnê nacional que fez a banda explodir em todo o Brasil em 1986 e vender mais de dois milhões de cópias do disco ao vivo (capa à esquerda) que registrou o espetáculo. O DVD vai lembrar que faz 20 anos em 2006 do estouro do grupo, sob o comando de Paulo Ricardo.

Não será o primeiro registro em DVD de uma apresentação do RPM. Na burocrática volta do grupo em 2002, a Universal aproveitou e lançou um DVD da banda em parceria com a MTV. Mas os melhores momentos do show eram justamente os que Paulo Ricardo e cia. evocam os sucessos e o clima do antológico Rádio Pirata.

Beth Carvalho vai editar em DVD show em que reuniu bambas no Municipal

Beth Carvalho já conseguiu patrocínio para viabilizar a edição em DVD do espetáculo em que reuniu bambas do samba no Teatro Municipal do Rio, em 1º de dezembro. No show, idealizado pela cantora para festejar o Dia Nacional do Samba (comemorado anualmente em 2 de dezembro), a intérprete contou com as presenças de Vó Maria (na foto de Marco Afonso, com Beth durante a apresentação), Tia Maria do Jongo, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha e Dudu Nobre, entre outros nomes. Várias gerações do samba se uniram para recordar clássicos do gênero como Pelo Telefone (1917 - oficialmente, o primeiro samba gravado) e Coisa de Pele (1986).

Deize Tigrona vai lançar CD em 2006

MC da Cidade de Deus (RJ), projetada internacionalmente quando trecho de seu hit Injeção foi sampleado no (superestimado) primeiro CD da rapper M.I.A., a funkeira Deize Tigrona - na certidão de nascimento, Deize Maria Gonçalves da Silva - vai lançar seu primeiro CD em 2006. Deize (na foto, num clique de Márcio Mercante) assinou contrato com o selo Link, do DJ Marlboro, para editar o disco A Injeção do Funk. No repertório, hits dos bailes funks como Miniatura, Eu Esculacho, Neguinha e Dentista Cabeção.

Morre Wilson Pickett, a lenda do soul

Vítima de ataque cardíaco, Wilson Pickett saiu de cena aos 64 anos nesta quinta-feira, 19 de janeiro. Nome hoje pouco conhecido no Brasil, Pickett (1941-2006) foi uma das lendas da soul music dos anos 60 por conta de sucessos como In the Midnight Hour, Land of 1000 Dances, Mustang Sally e Funky Broadway. Depois desta década de gravações áureas, o cantor e compositor americano não conseguiu permanecer com igual êxito na cena musical dos anos 70. Mas sua contribuição ao soul foi reconhecida em 1991, ano em que Pickett foi admitido no Hall da Fama do Rock'n'roll. Seu último disco de material inédito, It's Harder Now, foi editado em 1999.
Quinta-feira, Janeiro 19, 2006

Mendes adere ao rap com as bênçãos de Marcelo D2, Stevie Wonder e will.i.am

Com lançamento agendado para 14 de fevereiro, nos Estados Unidos, o disco em que Sérgio Mendes adere ao rap - Timeless (capa acima), produzido em sua maior parte por will.i.am, líder do grupo de hip hop Black Eyed Peas - conta com adesões de convidados como o rapper carioca Marcelo D2 e Stevie Wonder. D2 participa de regravação do Samba da Bênção (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e de Por Trás de Brás de Pina, faixa que traz também o violonista brasileiro Guinga. Também do time nacional, o Quarteto Maogani toca em Lamento no Morro. Já Wonder toca sua inconfundível gaita no medley que une os afro-sambas Berimbau e Consolação.

Timeless abre com releitura funkeada de Mas que Nada, a música de Jorge Ben Jor que projetou Mendes nos EUA, nos anos 60 (o autor a lançou em 1963). Acostumado a mesclar rap com ritmos como funk no grupo Black Eyed Peas, will.i.am participa de boa parte das 15 faixas do CD.

Eis capa e repertório do 'Baile Barroco'

Esta é a capa do DVD Baile Barroco - Daniela Mercury no Carnaval da Bahia, filmado com câmeras de alta definição pela cantora na folia de Salvador, no ano passado. Nas lojas até o fim de janeiro, o vídeo reúne 21 números que, pela ordem, são Baianidade Nagô, Trio Metal, Prefixo de Verão, Maimbê Dandá, Pot-pourri Olodum, Vamos Fugir (em dueto com Gilberto Gil, autor do reggae), Meu Pai Oxalá, Olha o Gandhy Aí, Força do Ilê, Ilê Pérola Negra (O Canto do Negro), Aquarela do Brasil (com citação de Na Baixa do Sapateiro, outro clássico de Ary Barroso), Axé Axé (com citação de Chão da Praça), Fricote (em dueto com Luiz Caldas), Rapunzel, Chame Gente, O Canto da Cidade, O Trenzinho do Caipira, Prelúdio nº2 BWV 847 em Dó Menor do Cravo Bem Temperado, Ária Cantilena (Nº 1 das Bachianas Brasileiras nº5), Expresso 2222 / Eu Só Quero um Xodó / Asa Branca e o Pot-pourri Trio Eletrônico.

Madonna remixada por Pet Shop Boys

Sorry - faixa eleita o segundo single do último CD de Madonna (foto), Confessions on a Dance Floor - já ganhou remix da dupla Pet Shop Boys, com direito a vocais de Neil Tennant, um dos integrantes do duo inglês. A escolha do Pet Shop Boys para remixar a música é coerente, já que o álbum da diva reúne mosaico de referências da disco music da década de 70 e do som dance dos anos 80.

'Getz/Gilberto' volta ao catálogo nacional

Gravado nos Estados Unidos em março de 1963, Getz/Gilberto (capa à direita) está sendo reeditado no Brasil pela Universal Music dentro da série Classics, que repõe em catálogo relíquias do acervo da gravadora Verve. Getz/Gilberto foi o disco que uniu João Gilberto ao saxofonista americano Stan Getz e foi o primeiro álbum a projetar a Bossa Nova em escala mundial. Consta que, a partir do polêmico concerto do Carnegie Hall em 1962, Getz anteviu o potencial comercial do gênero que nascera no Rio, em 1958, e espertamente se apropriou da bossa (então novíssima para o mercado americano), com o aval de João e de Tom Jobim, que toca piano no álbum.

Famílias Caymmi e Jobim planejam DVD

Lançado no fim do ano com magra tiragem inicial de 10 mil cópias, o disco Falando de Amor - em que as Famílias Caymmi e Jobim (foto) cantam o repertório de Tom Jobim - vendeu pouco no período natalino. Ainda assim, os dois clãs planejam filmar os dois shows que farão no Canecão (RJ), em 4 e 5 de fevereiro, para editar um DVD baseado no belo álbum.
Quarta-feira, Janeiro 18, 2006

Compilação reúne pela primeira vez os hits de Creedence Clearwater e Fogerty

A gravadora Universal Music está lançando esta semana no Brasil coletânea que vai preencher real lacuna no mercado fonográfico nacional. Trata-se de The Long Road Home (capa à esquerda), compilação que reúne, pela primeira vez em caráter mundial, sucessos do Creedence Clearwater Revival - grupo que freqüentou assiduamente as paradas de 1968 a 1972 (ano em que foi dissolvido) com sua mistura de rock, country e blues - e os (poucos hits) do líder da banda, John Forgety. Das 25 faixas, 14 foram extraídas dos álbuns do grupo. É a oportunidade de ouvir em CD, em gravações devidamente remasterizadas, hits como Born on the Bayou, Proud Mary e Have You Ever Seen the Rain? - gravações antológicas e originais do Creedence. Sem o tom de mofo que impregna os recentes registros do grupo que ressuscitou com o nome de Creedence Clearwater Revisited - e sem seu inspirado líder e compositor John Fogerty.

Céu não é o limite da modernidade...

Céu não é o limite da modernidade. A cantora paulista virou a nova queridinha da imprensa musical com o lançamento de seu primeiro CD, Céu, produzido por Beto Villares. Talvez por seu disco ter saído antes na França, supostamente com elogios da crítica parisiense, todo mundo resolveu incensar a música brasileira de ambiência eletrônica feita pela artista. Céu realmente canta bem e faz escolhas ousadas como recriar Concrete Jungle - um dos reggaes mais batidos de Bob Marley - com músicos da Nação Zumbi. Sua releitura de O Ronco da Cuíca, samba da lavra antiga de João Bosco e Aldir Blanc, também merece o céu. O problema do disco é que a compositora parece querer se impor mais do que a intérprete. É aí que Céu peca: ao assinar quase todas as músicas, ainda que em parcerias. Ela não compõe tão bem como canta. Há uma ou outra faixa no CD, caso de Malemolência, que ainda se destaca (um pouco por conservar a pegada do samba mais primitivo), mas, no todo, suas músicas são bem insossas e impedem o disco de decolar. Embora a quase totalidade da crítica não ache isso e tenha glorificado a cantora. Gosto é gosto. E todo mundo tem o seu. Resta saber se o endeusamento foi feito por real entusiasmo com o trabalho de Céu ou por puro modismo...

No primeiro CD, Casuarina tira a poeira de jóias esquecidas no baú do samba

Resenha de CD
Título: Casuarina
Artista: Casuarina
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

À primeira audição, parece mais um disco de mais um grupo formado na Lapa por sambistas jovens, uma rapaziada que descobriu o samba com a revitalização do bairro, dos mais tradicionais da boemia carioca. Mas, aos poucos, o CD de estréia do grupo Casuarina vai conquistando o ouvinte por conta do caráter descontraído das interpretações e, sobretudo, por conta da excelente garimpagem feita no baú do samba por Gabriel Azevedo (voz e percussão), Daniel Montes (violão e vocais), João Fernando (bandolim e vocais), João Cavalcanti (voz e percussão) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais).

Há toques inusitados no repertório. Como incluir no meio de sambas e partidos de bambas tradicionais uma preciosidade da lavra do grupo Novos Baianos, Swing de Campo Grande, cantada por Teresa Cristina (também cria dos bares e casas da Lapa) com insuspeita graça e vitalidade. Exceto pela faixa de abertura, Pranto de Poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), a seleção do Casuarina foge completamente do óbvio. E é deliciosa, o que somente aumenta o valor do disco. É um prazer ouvir, com os vocais joviais da turma, músicas pouco conhecidas de Zé Kétti (400 Anos de Favela), Adoniran Barbosa (Já Fui uma Brasa, em que o compositor paulista satiriza com sua habitual verve o domínio da Jovem Guarda nas rádios dos anos 60), Ataulfo Alves (Laranja Madura, à altura de suas melhores criações) e Nelson Sargento (Falso Moralista).

Somente uma turma que entende muito de samba pescaria uma pérola como Minha Filosofia, gravada por Alcione em seu disco de 1981 (o último na antiga Philips). O grande samba é de autoria de Aluísio Machado. E o que dizer de partidos de alto quilate como Na Intimidade meu Preto (do sempre inspirado Nei Lopes) e Formiga Miúda (Wilson Moreira e Sérgio Fonseca), um lado B do terceiro LP de Zeca Pagodinho, Boêmio Feliz (1989)? Simplesmente irresistíveis.

Aliás, o cantor João Cavalcanti tem um quê de Zeca Pagodinho na forma informal, meio suja, como interpreta os sambas. O unico senão do disco são as incursões do Casuarina pela música nordestina. Tem pot-pourri de hits de Jackson do Pandeiro e clássico de Gordurinha (Súplica Cearense), em gravações apenas corretas que sinalizam que a praia do quinteto é mesmo o samba.

Sai no Brasil a coletânea de Ja Rule

Lançada nos Estados Unidos no início de dezembro, a primeira coletânea do rapper americano Ja Rule, Exodus (capa à direita), está saindo esta semana no mercado nacional. Entre as 18 faixas, há três inéditas - Exodus (Intro), Exodus (Outro) e Me - e fonogramas dos seis álbuns lançados pelo rapper entre 1999 e 2004. A saber: Venni, Vetti, Vecci (1999), Rule 3:36 (2000), Pain Is Love (2001), The Last Temptation (2002), Blood in my Eye (2003) e R.U.L.E. (2004).

Versão dub da obra-prima do Pink Floyd ganha este mês sua edição nacional

Lançado em 2003 nos Estados Unidos, mas produzido entre 1999 e 2000, o disco Dub Side of the Moon (capa à esquerda) está sendo editado este mês no Brasil, via Deckdisc. Como o título já denuncia, trata-se da versão dub da obra-prima do grupo Pink Floyd, Dark Side of the Moon, lançada originalmente em 1973. Quem assina o CD é o grupo Easy Star All-Stars, formado por produtores do selo Easy Star, de Nova York. A turma pôs o rock progressivo de Roger Waters e cia no compasso do reggae.
Terça-feira, Janeiro 17, 2006

Como cantor, Dado é tempo perdido

Resenha de DVD / CD
Título:
Jardim de Cactus
Artista: Dado Villa-Lobos
Gravadora:
EMI
Cotação:
* *

Em bom português, o primeiro trabalho solo de Dado Villa-Lobos é chato. Muito chato. Editado simultaneamente nos formatos de DVD (capa à direita) e CD ao vivo, dentro da série MTV Apresenta, Jardim de Cactus é tempo perdido. Primeiro, porque o guitarrista da Legião Urbana é cantor sofrível. Dado até parece ter consciência de suas limitações como intérprete, pois convocou time estelar de convidados (Paula Toller, Paralamas do Sucesso, Dinho Ouro Preto, Toni Platão e Fausto Fawcett, entre outros) para tentar disfarçar a inexpressividade de sua voz. Até Chico Buarque dá o ar da graça (em off) recitando poema de Ivo Barroso na faixa Natureza.

Segundo, porque o repertório de inéditas é bem indigesto. Se Dado contribuía decisivamente para as melodias do repertório da Legião Urbana, ele parece ter perdido a inspiração como compositor. Pouco se salva em Jardim de Cactus, a começar pela faixa-título, letrada por Paula Toller (autora também dos versos de Dias). O trabalho é todo climático, com algumas incursões pela psicodelia (sobretudo em Nos Lençóis e em Cores em Mim). Mas soa modernoso e irregular. O que poderia funcionar - mas não funciona pela inabilidade vocal de Dado - é Faveloura & Lov, uma daquelas deliciosas verborrágicas crônicas cariocas letradas por Fausto Fawcett, convidado da faixa. A música pedia um intérprete com mais desenvoltura.

São poucas as regravações. O "cantor" convoca sua vocalista para interpretar Luz e Mistério, bissexta parceria de Caetano Veloso com Beto Guedes, e recebe Paralamas do Sucesso e Dinho Ouro Preto no set punk que inclui Conexão Amazônica (da lavra da Legião) e The Guns of Brixton, petardo do repertório do grupo inglês The Clash. É quando Dado Villa-Lobos parece mais à vontade. No todo, Jardim de Cactus força a barra de um guitarrista incapacitado para o canto.

Sinfonia do Rio ganha registro em DVD

Composta por Tom Jobim e Billy Blanco em 1954, a Sinfonia do Rio de Janeiro vai ganhar registro em DVD e em CD ao vivo com a gravação de sua apresentação na Sala Cecília Meirelles (RJ) - agendada para 26 de janeiro. O elenco de intérpretes é formado por Dóris Monteiro, Joyce, Leila Pinheiro, Pery Ribeiro e Zé Renato, entre outros. A presença de Dóris é especialmente importante porque ela esteve presente na primeira (e até então única) gravação da sinfonia, feita para LP (capa à esquerda) lançado pela Continental em 1954 e discretamente reeditado em CD em 1995. Na ocasião, Dóris gravou o tema Noites do Rio com o grupo Os Cariocas.

A Sinfonia do Rio de Janeiro não está entre as obras mais inspiradas de Jobim e de Blanco. Jobim especialmente estava em início de carreira como compositor e ainda burilava seu estilo. Suas primeiras obras-primas apareceriam somente a partir de 1956, com a inauguração de sua parceria com Vinicius de Moraes. Daí o esquecimento a que a sinfonia foi relegada nestes 52 anos.

Warner contrata produtor de pagode

Produtor musical responsável pelo sucesso comercial de grupos de pagodes como Imaginasamba, Sorriso Maroto e Swing & Simpatia, Leandro Sapucahy (foto) foi contratado pela gravadora Warner Music. Leandro - que já foi percussionista do grupo Bokaloka - montou uma banda e gravou o CD Cotidiano, nas lojas neste trimestre.

Caçula de Marley faz sucesso nos EUA ao gravar com o rapper Nas no terceiro CD

Ainda inédito no Brasil e com duas indicações ao Grammy 2006, o terceiro disco do filho caçula de Bob Marley, Welcome to Jamrock, traz um dueto do cantor com o rapper americano Nas na faixa Road to Zion, eleita com sucesso o segundo single do CD (o primeiro foi a faixa-título). Damian Marley (foto) - também conhecido como Jr. Gong - já tinha lançado dois álbuns. Mas Mr. Marley (1966) e Halfway Tree (2001) não lhe deram o prestígio obtido com o novo disco por conta da mistura de rap e reggae.

Biografia cinematográfica de Johnny Cash é premiada no Globo de Ouro

Depois do sucesso do filme Ray, que contou a história da vida atribulada de Ray Charles, Hollywood continua apostando em biografias de ídolos da música. E com acerto, a julgar pela edição 2006 do Globo de Ouro, que premiou Walk the Line - o longa que narra a trajetória do cantor de country Johnny Cash (1932-2003) - com os troféus de melhor filme, ator (Joaquin Phoenix, na foto caracterizado como Cash) e atriz (Reese Witherspoon) na categoria comédia ou musical. No Brasil, o filme vai se chamar Johnny e Jude.

Na categoria drama, o grande vencedor foi o western gay O Segredo de Brokeback Mountain, que rendeu inclusive o Globo de Ouro de canção original para Gustavo Santaolalla e Bernie Taupin por conta da música A Love That Will Never Grow Old.
Segunda-feira, Janeiro 16, 2006

Lenine pode renovar o som de Elba

Tudo indica que Elba Ramalho (foto) vai gravar este ano seu já anunciado disco produzido por Lenine. Idealizado desde 2004, o CD era para ter saído antes do projeto com Dominguinhos, mas foi sendo adiado em virtude da agenda atribulada de Lenine, convocado por Maria Rita para produzir seu Segundo por conta da morte de Tom Capone. O fato é que, com sua modernidade e refinamento, Lenine tem tudo para renovar a discografia de Elba e dar aquela nova virada de que a cantora está precisando. A última aconteceu há dez anos, em 1996, quando, saída da PolyGram (hoje Universal Music), a cantora migrou para a BMG e se ligou ao produtor Robertinho de Recife para voltar às raízes nordestinas. O resultado foi Leão do Norte, disco forte que seria o primeiro de azeitada trilogia produzida por Recife e que renderia também o irretocável Baioque (1997) e Flor da Paraíba (1998).

Por motivos nunca bem explicados, Elba acabou se afastando de Robertinho de Recife e nunca mais fez um disco à altura de sua capacidade de intérprete. Títulos como Cirandeira (2001) evidenciaram uma produção pálida, aquém da cantora. E os recentes tributos a Luiz Gonzaga e a Dominguinhos também não alcançaram o grau de excelência esperado pelos admiradores da artista. Elba é grande cantora. Sempre foi, mas melhorou muito a partir dos anos 90. Por isso mesmo, sua união com Lenine deve ser saudada. O compositor pernambucano tem tudo para recolocar nos trilhos a discografia de sua colega paraibana.

Mart'nália grava Ana Carolina e Arantes

Já está pronto o quinto disco de Mart'nália (foto) - o primeiro feito sob a supervisão de Maria Bethânia para a gravadora Biscoito Fino. A filha de Martinho da Vila grava músicas de Ana Carolina e Guilherme Arantes. Trata-se do primeiro trabalho de estúdio da cantora desde Pé do meu Samba, CD produzido por Celso Fonseca com direção musical de Caetano Veloso.

Leoni lança caixa com DVD e dois CDs

O título da caixa (capa à direita) é 2 + 1, mas bem poderia ser 3 em 1. Leoni - cuja carreira solo obteve enfim no ano passado o merecido reconhecimento popular a que fazia jus pelo talento do compositor - está lançando, via Som Livre, box que agrupa o CD Áudio-Retrato (2003) e o CD e DVD Leoni ao Vivo (2005). São trabalhos de caráter retrospectivo em que o artista recicla os sucessos que coleciona desde a época em que era integrante do grupo Kid Abelha.

Disco histórico em que Armstrong se une a Peterson ganha boa reedição nacional

Entre julho e outubro de 1957, o cantor e trompetista Louis Armstrong (1901 - 1971) se juntou a Oscar Peterson (1925) e ao trio do pianista canadense num estúdio de gravação em Hollywood (EUA). As sessões resultaram no disco Louis Armstrong Meets Oscar Peterson(capa à esquerda), que ganha reedição nacional, via Universal Music, dentro da série Verve Originals. No repertório, os dois gigantes do jazz apresentam 16 musicas. Entre elas, standards como That Old Feeling, Let's Fall in Love, Just One of Those Things e I Get a Kick Out of You. É um álbum histórico que vem ocupar as prateleiras de jazz - esvaziadas nos últimos anos com a escassez de lançamentos do gênero - com reedição correta, que preserva a capa original sem acréscimo de algum título ou arte adicionais (como ocorreu em reedições anteriores) e os textos da edição de 1957.

Simpatico, o nono disco do Charlatans

Simpatico é o título do nono álbum de estúdio do quinteto inglês The Charlatans (foto). Produzido por Jim Lowe, o disco tem lançamento agendado para 10 de abril. Uma semana antes, em 3 de abril, sai o primeiro single: Blackened Blue Eyes. New York, For your Entertainment, Road to Paradise e When the Lights Go Out in London são outras músicas do CD.
Domingo, Janeiro 15, 2006

Paulo Ricardo grava a cópia da cópia

Resenha de CD / DVD
Título: Acoustic Live
Artista: Paulo Ricardo
Gravadora: EMI
Cotação: * *

Zizi Possi acabou de lançar DVD e CD ao vivo com refinadas recriações de repertório em inglês composto por músicas de Beatles, Cole Porter e Carpenters, entre outros nomes. A diferença entre o projeto de Zizi e Acoustic Live - o novo trabalho solo de Paulo Ricardo, gravado ao vivo em show apresentado em São Paulo em 23 de setembro de 2005 - é o caráter descaradamente popularesco do disco do ex-RPM. Ricardo aceitou o convite de Marcos Maynard, presidente da EMI, para fazer um projeto de covers, obviamente inspirado no sucesso da série Versão Acústica que projetou na concorrente Sony & BMG o cantor mineiro Emmerson Nogueira.

Paulo Ricardo já tentou diversos artifícios para se manter nas paradas, desde ressuscitar o RPM até se enquadrar no rótulo de "cantor romântico" para apelar para o repertório de Roberto Carlos. Mas nem seus mais cruéis detratores imaginariam que, 20 anos depois do estouro do RPM, Ricardo pegaria carona no sucesso de Emmerson Nogueira e viraria o cover do cover, a cópia da cópia.

Com sua voz rouca ainda em forma, Paulo Ricardo é evidentemente melhor cantor do que Nogueira. O padrão das interpretações de Acoustic Live é ligeiramente superior ao dos discos do artista mineiro. Mas essa superiodade não ameniza o caráter burocrático de Acoustic Live. Arranjados com fidelidade aos registros originais, CD (foto) e DVD empilham regravações burocráticas de sucessos de Rod Stewart (Tonight's the Night, sucesso no Brasil em 1977 na trilha da novela Duas Vidas), INXS (Beautiful Girl, em tom mais aveludado), Bob Marley (o reggae Is This Love, insosso com Ricardo), Chris Isaak (Wicked Game, um dos momentos mais simpáticos do disco), James Taylor (Fire and Rain, sem qualquer sabor especial), Stevie Wonder (Isn't She Lovely?, com breve passagem ligeiramente jazzy e sem a levada típica do autor), Paul McCartney (My Love, em tom meloso), Queen (Crazy Little Thing Called Love, cantada como se fosse um rock de Elvis Presley, com o ritmo marcado pelas palmas da platéia de convidados), George Michael (Careless Whispers, com sussurros que tentam forjar clima sensual), Beatles (Something, um dos covers mais pálidos), Elton John (Your Song, xerox do original), Jack Johnson (Sitting, Waiting, Wishing - a música mais recente do repertório, colhido essencialmente nos anos 60, 70 e 80), Rolling Stones (Honky Tonk Women, blues que foge do tom romântico do disco) e Bob Dylan (Like a Rolling Stone, surpreendentemente na mesma pegada de Dylan).

O DVD traz números exclusivos como Kiss (Prince), Jealous Guy (John Lennon), London London (música de Caetano Veloso que o cantor já gravara no segundo disco do RPM, Rádio Pirata ao Vivo) e Quiet Nights of Quiet Stars (a versão em inglês de Corcovado, de Tom Jobim) que não alteram o panorama burocrático deste trabalho solo de Paulo Ricardo. Pode ser que venda e conquiste os órfãos de Emmerson Nogueira, que decidiu cantar em português, mas é mais um degrau descido pelo talentoso cantor e compositor que há 20 anos honrava o pop rock nacional com sua saudosa banda RPM.

Babado Novo faz sucesso com disco de repertório aquém do padrão pop baiano

Verdade seja dita: o Babado Novo é um sucesso. O recém-lançado quarto disco do grupo, O Diário de Claudinha, já vendeu 50 mil cópias no embalo do estouro da faixa Bola de Sabão, uma das músicas mais tocadas atualmente nas rádios de todo o Brasil. Se estivéssemos em tempos pré-pirataria, o CD certamente já teria ultrapassado os 100 mil exemplares vendidos.

Fala-se muito no carisma da vocalista do grupo, Cláudia Leite (foto), para justificar tanto sucesso. O argumento deve ter algum fundamento, pois a música do Babado Novo - e aí devem ser incluídos todos os discos da banda e não apenas o recente O Diário de Claudinha - sempre esteve muito aquém do padrão pop baiano. No gênero rotulado como axé music, já houve bandas muito melhores. Quem duvida que ouça um disco antigo de Cheiro de Amor, Eva ou Banda Mel para comprovar a queda de qualidade!!

Com ou sem carisma, o fato é que Cláudia Leite canta um axé de nível mais rasteiro do que o gravado por cantoras como Daniela Mercury, Margareth Menezes e mesmo Ivete Sangalo, que, exceto por uma ou outra música, tem gravado repertório bastante irregular em sua carreira solo.

O Diário de Claudinha é um CD fraco. Tão ruim quanto os três anteriores do Babado Novo. Mas Bola de Sabão pegou. O inegável sucesso do disco e a lotação dos shows da banda - que tem reunido multidões como a que fez tremer o Aterro do Flamengo em recente apresentação ao ar livre - são indícios que o padrão da axé music baixou. Pena, pois os compositores do gênero ainda produzem músicas boas. Basta ouvir Balé Mulato, o último disco de Daniela Mercury.

Sérgio Mendes abre selo de will.i.am

O lançamento de Timeless - o CD em que Sérgio Mendes (foto) se aproxima do rap em colaborações com will.i.am, líder do grupo Black Eyed Peas - vai inaugurar em 14 de fevereiro o selo aberto por will em parceria com o grupo A&M / Interscope. O selo - que vai editar posteriormente o disco solo de Fergie, integrante do Black Eyed Peas - já conta em seu elenco com nomes como a cantora e compositora Macy Gray.

Trilha de 'Se Eu Fosse Você' sai em CD com 9º Sinfonia de Beethoven em rap

Em cartaz nos cinemas, com sucesso de público, a comédia Se Eu Fosse Você terá sua trilha sonora editada em CD (capa à direita) pela Som Livre. Um dos destaques é a versão em rap da 9º Sinfonia de Beethoven (Ode à Alegria), na interpretação do coral Jovens Princesas de Petrópolis. O tema aparece também no disco em versão remixada para as pistas. A trilha inclui gravações de Lucas Babin (Runaway People), Pérola Black (Chapa Quente) e Celso Fonseca (Slow Motion Bossa Nova), entre outros nomes.

Caixa reúne três horas inéditas de Miles

A fusion de Miles Davis ainda era novidade em 1970 quando ele registrou o material ora reeditado com bônus na caixa The Cellar Door Sessions 1970 (capa acima), que reúne, em seis CDs, cerca de três horas inéditas das sessões comandadas pelo trompetista em Washington (EUA) com uma banda que incluía o percussionista brasileiro Airto Moreira e o tecladista Keith Jarrett. Foi quando o jazz de Miles começou a ficar eletrônico, roqueiro. As sessões incluem variações e improvisos em torno de temas como Sanctuary, Honk Tonk, Directions e What I Say.
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