web page hit counter
S�bado, Fevereiro 04, 2006

Sepultura lan�a 11 in�ditas em mar�o

Com lan�amento agendado para mar�o (dia 14 nos Estados Unidos e dia 17 na Europa), o novo �lbum do grupo Sepultura - Dante XXI (capa � esquerda), assim intitulado por ter sido inspirado em A Divina Com�dia, a obra-prima de Dante Alighieri - ter� onze m�sicas in�ditas de autoria do grupo mineiro. Pela ordem, as faixas s�o Dark Wood of Error, Convicted in Life, City of Dis, False, Fighting On, Ostia, Buried Words, Nuclear Seven, Repeting the Horror, Crown and Mitter e Still Flame. A banda fez tamb�m regrava��o de m�sica do Judas Priest, Screaming for Vengeance, mas o cover n�o vai integrar o repert�rio oficial do disco, em princ�pio. Uma das faixas, Convicted in Life, j� foi disponibilizada pelo Sepultura para download, no site oficial da banda, em meio aos rumores (desmentidos) de que Igor Cavalera estaria deixando a banda.

Netinho bisa dueto com Ivete em DVD

Em 1996, quando Netinho (foto) estava estourado no Brasil com Milla, ele gravou dueto com Ivete Sangalo em Qu�mica Perfeita, faixa do quarto CD da Banda Eva, da qual Ivete era a vocalista. Dez anos depois, o cantor - com popularidade reduzida depois de hiato na carreira, encerrado em 2005 com o lan�amento de um CD distante do universo da m�sica baiana, Outra Vers�o - volta ao ax� e prepara seu primeiro DVD, em que vai gravar novamente com Ivete, hoje entronizada na prefer�ncia popular do p�blico consumidor de m�sica baiana. O dueto ser� bisado nas m�sicas Tempos Modernos (Lulu Santos, 1982) e Onde Voc� se Esconde?, de autoria do pr�prio Netinho.

A grava��o est� agendada para 10 e 11 de fevereiro, na Concha Ac�stica, em Salvador (BA). No repert�rio, m�sicas in�ditas (Tudo Bem, Dilema, Balan�o Legal, TumTumTum Dois Cora��es), regrava��es de dois sucessos da Banda Mel (Baianidade Nag� e Prefixo de Ver�o), composi��es do CD Outra Vers�o e, claro, hits como Capricho dos Deuses, Beijo na Boca, Barracos e Milla. Em bom portugu�s, Netinho retorna ao ax� porque fracassou fora do universo baiano e o mundo d� voltas...

Vocalista de banda nova produz Luka

Conhecida em todo o Brasil pelo hit T� Nem A�, propagado na trilha do seriado juvenil Malha��o, a cantora Luka (foto) vai passar pela prova do segundo disco em 2006. O produtor do CD � o vocalista do Corredor 5, novato grupo carioca que lan�a seu primeiro �lbum na pr�xima semana. Detalhe: durante a gesta��o desse pr�ximo trabalho, Luka teve uma filha, Luiza.

Concurso premia clipe da Na��o Zumbi

Sempre lan�ando m�o de novas m�dias e tecnologias para divulgar seus discos e artistas, a gravadora Trama promove por seu portal Trama Universit�rio a segunda edi��o do concurso Voc� � o Diretor. Quem se habilitar a criar um clipe da Na��o Zumbi (foto) para uma das duas m�sicas do CD Futura que j� est�o dispon�veis no portal (A Ilha e Memorando) estar� concorrendo a pr�mios em dinheiro que v�o de R$ 1 mil (para o terceiro colocado) a R$ 5 mil (para o vencedor do concurso). Grana � parte, os tr�s finalistas ter�o seus v�deos exibidos no portal a partir de 15 de mar�o, data em que sair� o resultado final. A primeira edi��o do concurso foi realizada com a m�sica O Amor � Rock, de Tom Z�. O endere�o do portal �: http://www.tramauniversitario.com.br/tuv2/home/index.jsp

Planta & Raiz acena para tribo populista de Jah em disco ao vivo que traz Chor�o

Com vendas ascendentes desde a sua forma��o, em 1998, o grupo paulista Planta & Raiz acena para a tribo mais populista de Jah no CD e DVD (capa � esquerda) Ao Vivo, gravados em junho de 2005, com produ��o de Rick Bonadio e Rodrigo Castanho. A presen�a de Bonadio trouxe para o projeto o l�der do Charlie Brown Jr., Chor�o, que canta com o vocalista e guitarrista Zeider o medley que une Gueto do Universo, m�sica do Planta & Raiz, a Dias de Luta, Dias de Gl�ria - da lavra de Chor�o. A faixa foi eleita para puxar o disco. O rapper paulista Rappin' Hood adere ao show em Jovens.

Al�m de cover de Vamos Fugir (1984), reggae de Gilberto Gil que voltou �s paradas em 2004 em grava��o do Skank, o grupo regrava no ritmo jamaicano a balada A Dois Passos do Para�so, lan�ada pela Blitz em 1983, em seu segundo disco. Evandro Mesquita participou da grava��o.
Sexta-feira, Fevereiro 03, 2006

Sem tirar o p� do samba, Mart'n�lia pisa no 'terreiro' sagrado de Maria Beth�nia

Resenha de CD
T�tulo: Menino do Rio
Artista: Mart'n�lia
Gravadora: Quitanda / Biscoito Fino
Cota��o: * * * *

Sem tirar o p� do samba, Mart'n�lia pisa no terreno sagrado de Maria Beth�nia em seu quinto disco, Menino do Rio, editado pelo selo da Abelha Rainha, Quitanda. A pr�pria Mart'n�lia agradece a Beth�nia no encarte do disco por ter enxergado "com outros olhos" sua espiritualidade - evidente na releitura suave de Nas �guas de Amaralina (1997), samba baian�ssimo de Martinho da Vila e Nelson Rufino. O fato de o maestro de Beth�nia, Jaime Alem, assinar os arranjos de 14 das 15 faixas j� traz a filha de Martinho para o universo musical da colega baiana, que l� poema de Vinicius de Moraes (Cart�o Postal) na bossa S�o Sebasti�o.

Cheio de bossa, o CD � cool, com viol�es e percuss�es suaves. H� uma atmosfera delicada que permeia todo o repert�rio, inclusive um samba abusado de Ana Carolina (Cabide) e uma balada de Guilherme Arantes (S� Deus � quem Sabe, em registo et�reo). O resultado � quase t�o sedutor quanto o de P� do meu Samba (2002), o anterior disco de est�dio de Mart'n�lia, produzido por Celso Fonseca com dire��o de Caetano Veloso, presente neste Menino do Rio com a recria��o em estilo voz & viol�o (e eventual cu�ca) da faixa-t�tulo, de sua autoria. De 1980, a m�sica aparece unida a Est�cio, Holly Est�cio - a p�rola negra de Luiz Melodia que Beth�nia teve a honra de lan�ar no disco Drama (1972).

Mart'n�lia transita pela nov�ssima bossa de fraseado soul (em P�ra Comigo, faixa excepcionalmente arranjada pelo baixista Arthur Maia), por pop ac�stico (em Soneto do teu Corpo, parceria de Moska e Leoni) e por levadas eventualmente funkeadas, mas deixa claro logo na abertura de Menino do Rio que sua praia � a do samba. "O samba corre em minhas veias / O samba � a minha escola", avisa em Pra Mart'n�lia, samba feito para ela por Jorge Agri�o e Fred Camacho, gravado com v�rias cita��es de sucessos de Martinho da Vila.

O mais carioca dos ritmos brasileiros d� o tom tamb�m em Boto meu Povo na Rua (Arlindo Cruz, Acyr Marques e Ronaldinho) e em Sem Perd�o a Vida � Triste Solid�o, parceria mais po�tica da lavra de Z�lia Duncan e Ana Costa com a pr�pria Mart'n�lia. Mas o Rio encontra a Bahia em Casa da Minha Comadre, delicioso samba de roda, de Roque Ferreira e do mesmo Jorge Agri�o de Pra Mart'n�lia.

Da seara de Mart'n�lia, o destaque � Pretinhosidade, negr�ide colabora��o com seu fiel escudeiro Momba�a. O mosaico de refer�ncias costura ainda parceria afro com Moska (Essa Mania, vers�o de m�sica africana), samba raro de Monsueto (Casa 1 da Vila, em arranjo eficientemente econ�mico que valoriza os versos "Eu sinto sede, eu sinto fome / Mas mulher de amigo meu pra mim � homem", de outro significado na voz feminina de Mart'n�lia) e um partido de alta estirpe, A Origem da Felicidade, que agrega o calor da bateria da escola de samba Unidos de Vila Isabel e fecha o disco em grande estilo e espiritualidade. Mart'n�lia foi at� � Bahia sagrada de Beth�nia, mas continua com seus dois p�s na Vila de Noel e de seu pai Martinho.

Que se fa�a justi�a a Arantes com o CD que festeja seus 30 anos de carreira solo

Guilherme Arantes est� completando 30 anos de carreira solo. Foi em 1976 que, vindo do ef�mero grupo Moto Perp�tuo, o cantor e compositor fez o Brasil cantar Meu Mundo e Nada Mais, sucesso da trilha da novela Anjo Mau. Para comemorar a data, Arantes est� preparando em Salvador (BA) - onde se radicou nos �ltimos anos - um disco festivo, incrementado com participa��es especiais de grandes nomes da MPB. O compositor at� reativou recentemente sua parceria com Nelson Motta, com quem fez duas novas m�sicas, Vai e Vem (Amor de Carnaval) e Chega de Saudade 2005, ambas j� garantidas no novo CD.

Que este disco fa�a justi�a a Arantes e o recoloque no seu devido lugar de precursor da onda pop rock que invadiu o Brasil nos anos 80. H� artistas que fazem sucesso cedo demais, em �poca inadequada. Arantes � um deles. Ele gravou discos bem roqueiros nos anos 70. A Cara e a Coragem, de 1978, � um exemplo . Mas, quando o rock brasileiro explodiu a partir do estouro da Blitz, o compositor j� era da d�cada passada. E n�o foi incorporado � nova onda. � fato que Arantes tamb�m transitou ao longo dos anos 80 pela seara mais rom�ntica (ele � baladeiro inspirado), mas exclu�-lo do pop nacional � uma tremenda injusti�a. Basta dizer que, em 1982, quando Lulu Santos arremessava seus Tempos Modernos, Arantes soltava um disco que tinha O Melhor Vai Come�ar - m�sica t�o pop, saborosa e jovial como o hino modernista de Lulu.

O tempo passou e Arantes, menos moderno, foi saindo progressivamente das paradas (seus �ltimos sucessos s�o dos anos 90). Mas os roteiros de seus shows podem empilhar tantos hits quanto os de Lulu. S� que - enquanto a sintonia de Lulu com seu tempo � constantemente reconhecida e reverenciada pela cr�tica - Arantes foi caindo num limbo, eventualmente at� com aura brega que n�o lhe faz jus porque suas baladas nunca patinaram em solo rasteiro.

� fato tamb�m que o desinteresse pela obra de Arantes acontece mais da parte da cr�tica. Os colegas continuam regravando suas m�sicas. Mart'n�lia pescou a balada S� Deus � Quem Sabe (1980) para seu rec�m-lan�ado quinto CD, Menino do Rio. V2, um grupo de rock pesado, decidiu reler em seu primeiro disco Deixa Chover (p�rola pop de 1981) e Planeta �gua, (tamb�m de 1981), com o aval orgulhoso do autor. J� a cantora Patr�cia Costa incluiu a in�dita Salvador, Primavera e Outono em seu DVD Bahia Ac�stico - para citar somente tr�s exemplos atuais de artistas antenados com o pop de Arantes.

Quantas gera��es ter�o que passar para que se reconhe�a a import�ncia de Guilherme Arantes na cena pop nacional? Talvez muitas. Mas quem sabe este novo disco repleto de convidados e in�ditas n�o ajude a corrigir a injusti�a com o aux�lio sempre luxuoso de uma data redonda? Arantes tamb�m surfou na onda oitentista do rock brasil. Mais do que isso, ele de certa forma antecipou essa onda. O melhor ainda ia come�ar, mas o compositor n�o pode pagar pre�o t�o alto por ter estourado fora de sua �poca e de sua verdadeira turma.

Jorge Arag�o re�ne in�ditas em 'E A�?'

Jorge Arag�o (foto) - que teve sua discografia banalizada pela gravadora Indie Records com o lan�amento de sucessivos e redundantes CDs ao vivo - vai gravar um �lbum de in�ditas em 2006. Por ora intitulado E A�?, o disco j� tem lan�amento previsto para junho. O compositor dever� entrar em est�dio em mar�o. O repert�rio j� est� parcialmente formatado e inclui Retrato de uma Desilus�o, parceria de Monarco com Mauro Diniz. Mas boa parte das m�sicas � de autoria do pr�prio Arag�o.

O sambista at� conseguiu lan�ar um disco de in�ditas em janeiro de 2004, Da Noite pro Dia, mas a Indie Records esvaziou o lan�amento do CD ao editar no mesmo ano mais um disco ao vivo de Arag�o - contra a vontade do artista (o show em quest�o foi gravado para gerar, em tese, somente um DVD). Espera-se que, com novos diretores no comando, a companhia adote outros crit�rios art�sticos. Pois um compositor inspirado como Jorge Arag�o n�o pode ter sua obra dilu�da por conta de dispens�veis registros de shows.

Produtor agrega D2, Zeca e Arlindo em CD que traz ainda coral infantil carioca

Produtor ligado � discografia de grupos de pagodes como Sorriso Maroto e Imaginasamba, Leandro Sapucahy tenta upgrade na carreira com o lan�amento de seu disco Cotidiano. Contratado pela Warner Music, Sapucahy re�ne no CD nomes como Arlindo Cruz, Marcelo D2, Zeca Pagodinho - a prop�sito, tr�s figuras f�ceis em discos alheios - e o coral infantil Crian�as da Comunidade Chap�u Mangueira.

D2 marca presen�a em Pol�cia e Bandido (Muito Longe Daqui), samba de Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques. Em parceria com Franco, Arlindo assina tamb�m Ainda Vou Ler nos Jornais, samba mais dolente que conta com as vozes do grupo infantil do morro carioca Chap�u Mangueira. Como convidado, Arlindo ainda aparece em Favela.

J� Zeca Pagodinho participa de Bala Perdida. A faixa � um tributo � menina Gabriela, v�tima fatal de um tiroteio na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Outras m�sicas do disco s�o Pancadaria e T� Tranq�ilo Shock, faixa que cita Na Subida do Morro, sucesso do saudoso Moreira da Silva.

Tributo a Li� Mariz ao som de McCartney emociona no fim do 'Humait� pra Peixe'

"Os rocks s�o importantes, mas sou um baladeiro... um Paul McCartney, sem querer ser pretensioso". A frase dita em v�deo por Li� Mariz (na foto � direita, em clique de Felipe Gaspar) foi a deixa para que, em seguida, o tel�o posicionado no palco da 12� edi��o do festival Humait� pra Peixe come�asse a exibir um farto clipe seq��nciado de imagens do cantor do grupo Som da Rua ao som de Golden Slumbers na voz de Paul McCartney. Da inf�ncia de Li�, com fotos de quando ele ainda era um beb�, aos flagrantes dos ensaios de sua banda, o p�blico que lotou o Espa�o Cultural S�rgio Porto (RJ) assistiu, emocionado, � vida de Li� passar inteira no tel�o, com direito a imagens em que o cantor apenas soltava uma gargalhada. Foi um sens�vel tributo do festival ao jovem artista, morto num acidente de carro em Ipanema (RJ), em 13 de dezembro de 2005, aos 23 anos.

"Li� era uma pessoa aglutinadora, com uma energia de paz que ele passava para todos", caracterizou o produtor do festival, Bruno Levinson, ao abrir o tributo. Tr�s bandas se apresentaram para tocar o repert�rio autoral de Li�, "um baladeiro da melhor qualidade", na avalia��o de Levinson. As duas primeiras bandas reuniram m�sicos de grupos da cena indie carioca como Mutreta, Ramirez e Jimi James. O terceiro grupo era o pr�prio Som da Rua, liderado por Li� desde a sua forma��o, em 1998.

Leonardo Mariz de Oliveira Rezende parecia ter mesmo o poder de aglutinar. Ele saiu de cena com o sonho realizado de ter gravado (em 2004) e lan�ado (em mar�o de 2005, via Deckdisc) o primeiro disco de seu grupo Som da Rua, M�sicas para Viol�o e Guitarra, cujo repert�rio inteiramente assinado por Li� destacou temas como Pra Esquecer, O Avesso, Tudo em seu Lugar, Ningu�m Aqui e, sobretudo, S� uma Can��o. M�sicas tocadas com muito barulho - "Vamos fazer um barulho para o Li�!" eram as palavras de ordem no encerramento do Humait� pra Peixe - que n�o abafou a emo��o de f�s, amigos e familiares por conta da saudade de Li� Mariz, o talentoso e aglutinador baladeiro.
Quinta-feira, Fevereiro 02, 2006

Mutantes com som � altura de Mutantes

Justi�a seja feita: a major Universal Music fez com as reedi��es dos discos da fase �urea dos Mutantes o que se espera de uma gravadora s�ria, em tese respons�vel por vender arte e n�o apenas produtos. Relan�ados pela primeira vez no formato CD em 1992, os �lbuns foram devidamente remasterizados para a atual cole��o, vendida de forma avulsa. O resultado � que se ouve Mutantes com um som � altura de Mutantes.

Esse cuidado com o som deveria ser a regra, mas � quase exce��o na ind�stria fonogr�fica nacional. H� poucos anos, antes da fus�o com a BMG, a Sony Music reembalou nove discos de Djavan com uma luva e vendeu a cole��o para m�dia e lojistas como se fosse nova, mas, com exce��o de dois t�tulos (o bem-sucedido Luz e Meu Lado, de 1982 e 1986, respectivamente), as edi��es em CD eram as mesmas que j� estavam nas prateleiras, com som nem sempre � altura do compositor. Apenas a embalagem era nova.

No ano passado, a Universal homenageou Raul Seixas pelos 60 anos que o roqueiro baiano completaria em 2005. Os primeiros e melhores discos de Raulzito foram reembalados com uma luva comemorativa da data, mas, na pr�tica, eram as mesmas edi��es reunidas na caixa Maluco Beleza, editada em 2002. Felizmente, no caso, a remasteriza��o j� havia sido feito com o devido cuidado para a caixa e, se n�o houve ganho, tampouco houve perda em rela��o ao som dos LPs originais.

Em rela��o aos Mutantes, n�o h� engodo. Basta uma audi��o de p�rolas como A Divina Com�dia ou Ando Meio Desligado (1970) e Jardim El�trico (1971, capa acima) para que se perceba a melhoria na qualidade do som. Algo essencial para entender a resistente modernidade da obra inicial do trio paulista.

CD sertanejo do Rei vai bem em Portugal

Lan�ado no Brasil com tiragem inicial de 260 mil c�pias, o �lbum sertanejo de Roberto Carlos (capa � direita) vai bem em Portugal. Segundo o Top 30 divulgado esta semana pela Associa��o Fonogr�fica Portuguesa (A.F.P.), o disco do Rei ocupa honroso quarto lugar na lista dos 30 CDs mais vendidos atualmente na pra�a lusitana. Al�m de Roberto, na parada h� seis semanas, dois artistas brasileiros aparecem na lista: Caetano Veloso (em s�timo lugar com a colet�nea Muito Mais) e Maria Rita (na 27� posi��o com seu controvertido Segundo).

Patife recria Wonder no terceiro disco

Hit de Stevie Wonder nos anos 80, a balada Overjoyed ganha releitura de DJ Patife (foto) no terceiro CD do produtor, Na Estrada. Patife assina a produ��o das 12 faixas do disco - metade em parceria com Mad Zoo. Enigma (m�sica composta e cantada por Max Viana), Secrets e Lovin s�o alguns temas do sucessor de DJ Patife Presents Sounds of Drum'n'bass (1999) e Cool Steps Drum'n'Bass Grooves (2001). Um dos destaques do repert�rio � a in�dita Made in Bahia, composta e gravada em Salvador (BA) com o grupo Cortejo Afro.

Na Estrada chegar� �s lojas em mar�o, via Trama, e traz tamb�m releitura de Diariamente, m�sica de Nando Reis gravada por Marisa Monte no disco Mais, em 1991 - como o colunista j� noticiara no fim do ano passado.

Dois �lbuns flagram Coltrane no auge

Um dos saxofonistas mais importantes da hist�ria do jazz, sobretudo por ter investido com �xito na linguagem modal, John Coltrane (1926-1967) tem dois discos reeditados no mercado brasileiro - ambos de alto valor documental. Um deles, A Love Supreme (capa � direita), gravado em1964, � uma de suas obras-primas. A faixa-t�tulo � uma su�te dividida em quatro partes (Acknowledgment, Resolution, Pursuance e Psalm). O �lbum flagra Coltrane no auge de seus experimentos modais.

Registrado em 1965, o outro t�tulo, Live at the Half Note - One Down, One Up, tamb�m foi gravado pelo mesmo quarteto de A Love Supreme, formado por Coltrane (sax tenor), McCoy Tiner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria). Trata-se de um �lbum duplo ao vivo. O disco 1 foi gravado em 16 de mar�o. O disco 2, em 7 de maio. Rel�quias para quem ama o jazz e sua liberdade de improviso.

Oralidade de Tom Z� brota em DVD

Resenha de DVD
T�tulo: Programa Ensaio - 1991
Artista: Tom Z�
Gravadora: Trama
Cota��o: * * * *

Em 1991, quando gravou participa��o no Programa Ensaio, Tom Z� saboreava a recente descoberta de sua obra nos Estados Unidos gra�as ao incentivo de David Byrne, que, encantado com a musicalidade do artista baiano, acabara de editar colet�nea de Z� por seu selo, Luaka Bop. � um Tom Z� vitorioso, falante e feliz que se submeteu �s perguntas do diretor Fernando Faro e reviveu ao vivo as principais composi��es de sua obra no especial. O DVD ora editado pela Trama perpetua em imagens coloridas o programa da TV Cultura com mix de entrevista e dez n�meros musicais tocados ao vivo com banda (entre eles, Parque Industrial e Se o Caso � Chorar).

A oralidade de Tom Z� brota espontaneamente na entrevista desde o in�cio, quando ele soletra para o apresentador o nome de Irar�, sua cidade natal, situada no interior da Bahia. Z� recorda que a primeira m�sica que cantou na vida foi a Moda da Mula Preta e cantarola trecho da composi��o de Raul Seixas. "Uma vizinha cantora disse: 'voc� tirou o tom muito alto!'. Como eu n�o sabia o que era tom, ficou tudo por isso mesmo", lembra, bem-humorado.

Foi no balc�o da loja do pai que, em contato com os fregueses, Z� adquiriu a cultura oral que seria a base de sua obra de cunho experimental. Seu pai se casou com sua m�e, Helena, ap�s ficar vi�vo. "Minha m�e era muito apegada comigo. Eu tive asma. E ela sempre teve que passar vick vaporub no meu peito", revela Z�, com espontaneidade infantil.

Ap�s alguns anos perdidos no ensino b�sico, a inicia��o profissional - recorda o artista - aconteceria na capital baiana quando ele se juntou a uma turma de iniciantes que reunia Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Beth�nia. "Tomei um susto quando Caetano disse que o nosso show ia se chamar N�s, Por Exemplo. Que nome ousado!... lindo", lembra Z�, antes de cantarolar Profiss�o de Ladr�o, um de seus n�meros no show hist�rico encenado em 1964 no Teatro Vila Velha, em Salvador.

Sempre espont�neo e defensor ferrenho da cultura oral, Tom Z� sugere que os versos da cantiga O Cravo Brigou com a Rosa s�o mera met�fora para descrever um defloramento e define a Bossa Nova como uma m�sica feminina. "Um mundo todo feminino que, no entanto, transformou o Pa�s e o fez exportar Arte", espanta-se. Para depois ratificar sua simpatia pelos conceitos tropicalistas. "Uma guitarra era o dem�nio para eles (os defensores da aut�ntica m�sica brasileira). Eu s� fui ver luz el�trica aos 13 anos. Ent�o, uma guitarra era uma coisa muito simp�tica", simplifica.

Verborr�gico, Tom Z� exp�e suas teorias sobre o Tropicalismo entre n�meros como S�o S�o Paulo, um de seus sucessos na era dos festivais da can��o. "O Tropicalismo usou a linguagem das roupas para efeito de atra��o da juventude. Amarelo e vermelho n�o eram cores que homem vestisse. E o cabelo de um homem que se respeitasse n�o podia cobrir sua orelha", conta.

Musicalmente, a amostragem da obra de Tom Z� cobre basicamente os anos 60 e 70. Se o samba S� (Solid�o), p�rola do disco Estudando o Samba (1976), mostra sua capacidade de ser mel�dico, Cademar (parceria com o poeta Augusto de Campos) exemplifica sua aproxima��o da turma concretista. No todo, o DVD retrata bem a ideologia e a m�sica inconformada de Tom Z� - ainda que seja um painel antigo, sem a men��o e o coment�rio dos fatos que dariam nova proje��o � sua m�sica no Brasil, a partir de meados dos anos 90.
Quarta-feira, Fevereiro 01, 2006

Belo disco revela a voz potiguar que o Jap�o j� aplaude e o Brasil ainda ignora

Resenha de CD
T�tulo: Imbalan�a
Artista: Val�ria Oliveira
Gravadora: Deckdisc
Cota��o: * * * *

N�o se deixe intimidar pela capa nada atraente. Imbalan�a, terceiro CD da cantora potiguar Val�ria Oliveira, � biscoito fino que foi degustado primeiro no Jap�o - onde a int�rprete j� tem p�blico fiel e carreira regular - e agora � lan�ado no mercado nacional, via Deckdisc. A produ��o � de Kazuo Yoshida, mas n�o se trata daqueles discos de bossa nova que Yoshida faz em s�rie para a pra�a japonesa. Imbalan�a tem requinte raro nos arranjos, na produ��o e nas interpreta��es. Exemplo � a releitura cool de Cora��o Vagabundo, a bossa tardia de Caetano Veloso.

Val�ria transita pela MPB com incurs�es pela m�sica nordestina. Cantora de voz doce e segura, ela voa com desenvoltura pelas quebradas do samba Avi�o (Djavan), fica melodiosa na can��o Mist�rios (Joyce e Maur�cio Maestro) e tira do ba� j�ia de Ti�o Motorista (Na Galha do Cajueiro). Escorada em estelar time de m�sicos, a cantora consegue at� renovar cl�ssicos batidos como a faixa-t�tulo, Imbalan�a. O pifi tocado por Carlos Malta d� um toque todo original a este cl�ssico da parceria de Luiz Gonzaga com Z� Dantas.

O repert�rio irmana temas de Lenine (Jack Soul Brasileiro), Edu Lobo (a esquecida Chegan�a, em dueto terno com o autor) e Chico Buarque (Esta��o Derradeira, com a cu�ca de Marcos Suzano). Sem impressionar,Val�ria se apresenta timidamente como compositora em Flor da Felicidade (em parceria com Kazuo Yoshida) e na can��o Fogo do Inverno. Mas isso � detalhe pequeno de um disco grandioso. Em Canto em Qualquer Canto, a artista consegue fazer sua grava��o cheia de cordas e bossa rivalizar com as de N� Ozzetti (parceira de Itamar Assump��o no tema) e Ney Matogrosso. Isso n�o � pouco! O Brasil precisa ouvir essa voz potiguar que o Jap�o j� aplaude h� anos.

Rea��o em Cadeia filma clipe no Sul

A foto acima � um flagrante da grava��o em Porto Alegre (RS) do clipe da m�sica Os Dias - a faixa que vai puxar Febre Confessional, o terceiro disco do grupo ga�cho Rea��o em Cadeia. O CD sair� em abril via Deckdisc - com m�sicas como O Jantar e Perdi Voc� - mas, em mar�o, as r�dios j� receber�o single promocional com Os Dias, cujo clipe foi dirigido por Maur�cio E�a. O roteiro do v�deo fala da solid�o e repress�o sentidas por pessoas que vivem cercadas por muita gente.

Universal rep�e Mutantes em cat�logo

A Universal Music entrou em 2006 decidida a investir em seu rico cat�logo. Depois de reeditar obras-primas de cantoras como Dinah Washington e Nina Simone, em cole��o de jazz montada com o acervo da Verve, a gravadora vai repor em cat�logo, neste in�cio de fevereiro, a discografia da fase �urea do grupo Os Mutantes (foto). Voltar�o as lojas sete t�tulos do trio formado por Rita Lee, S�rgio Dias e Arnaldo Baptista. A saber: Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), Tecnicolor (gravado na Fran�a, em 1970), A Divina Com�dia ou Ando Meio Desligado (1970), Jardim El�trico (1971), Os Mutantes e seus Cometas no Pa�s dos Baurets (1972) e o �lbum p�stumo O A e o Z (gravado em 1973, mas lan�ado somente em 1992). De acordo com a gravadora, os discos mais antigos passaram por processo de remasteriza��o mais moderno e apurado do que o feito nas reedi��es de 1992.

O pacote inclui ainda o segundo disco solo de Rita Lee - Hoje � o Primeiro Dia do Resto da sua Vida (1972), considerado em tese um disco dos Mutantes, embora n�o creditado ao grupo - e o rar�ssimo A Banda Tropicalista do Duprat (1968), reeditado recentemente na Inglaterra e at� ent�o in�dito em CD no mercado nacional. Os Mutantes tocam em quatro faixas deste �lbum do maestro Rog�rio Duprat.

Cabal � absolvido no primeiro CD solo

Resenha de CD
T�tulo: Prova Cabal
Artista: Cabal
Gravadora: Universal Music
Cota��o: * * *

Cabal � o rapper paulista que estourou o hit Senhorita em 2005, como integrante do trio Motir�, e acabou seduzido pelo canto da sereia da gravadora Universal para pular fora do grupo e se lan�ar em carreira solo. Enquanto a EMI p�e nas lojas o CD do Motir�, hoje reduzido a uma dupla formada pelo pioneiro DJ Hum e pelo cantor Lino Crizz, a Universal arremessa Prova Cabal, o solo do dissidente.

A id�ia do disco � inteligente. Cabal montou o repert�rio de forma conceitual como se as 14 m�sicas fossem pe�as de um processo judicial. Ele � o r�u, acusado de fazer um rap pop e menos politizado do que o propagado por seus manos paulistas. O ator Paulo C�sar Pereio faz a voz do juiz de forma convincente.

Basta uma audi��o do �lbum para absolver Cabal. Porque h� toda uma ironia e uma ideologia em torno de seu discurso autoreferente. Em Temporada de Ca�a, a ca�a propriamente dita s�o os MCs - ainda alvo do preconceito dos ca�adores: a parcela elitizada da sociedade que v� o rap como 'm�sica de preto, de favelado', como diz o refr�o de conhecido funk carioca. "Te chamam de ladr�o, rapper maconheiro", esbraveja Cabal em Ord & Progresso, citando versos de Cazuza em O Tempo N�o P�ra. O rapper Rhossi adere ao protesto.

Cabal � branco, come�ou versando em festas e n�o se enquadra no estere�tipo do rapper da periferia. Em M�o pra Cima, Rappin? Hood - exemplo perfeito do tal estere�tipo - entra no tribunal como testemunha de defesa de Cabal. "O rap � a nova m�sica popular brasileira", sentencia Hood ao fim da faixa. Em Representa, quem � arrolada � a dupla Heli�o & Negra Li, que grava seu rap mais melodioso pela mesma major que hoje abriga Cabal.

Vem ent�o Melhor Amiga com seu fraseado soul e na faixa 13 - Outro Julgamento, quase uma vinheta - Cabal � absolvido pelo juiz. Livre, ele sai do tribunal ao som de Viver Bem, que consegue a proeza de usar sample de O Bofe, m�sica composta por Roberto e Erasmo Carlos em 1972 para a trilha da novela hom�nima. A ades�o do Rei � a prova cabal de que o rapper paulista soa inofensivo em sua inoc�ncia. Afinal, o universo do hip hop n�o � exatamente uma festa... Mas para que condenar Cabal? Como o cinema, o rap tamb�m pode ser divers�o.

Discos do Grateful Dead s�o reeditados

�cone do boom psicod�lico dos anos 60, o grupo The Grateful Dead (foto) ter� reeditados em mar�o cinco discos da d�cada de 70 - a sua fase de maior sucesso comercial. Os t�tulos - que voltar�o ao cat�logo devidamente remasterizados e com faixas-b�nus - s�o Wake of the Flood (1973), From the Mars Hotel (1974), Blues for Allah (1975), Terrapin Station (1977) e Shakedown Street (1978). S�o cinco �lbuns de est�dio. O pacote de reedi��es exclui discos ao vivo como Steal your Face (1976).
Ter�a-feira, Janeiro 31, 2006

Quest�es sobre o duo de Chico e Zez�

A informa��o de que Chico Buarque gravou dueto com Zez� Di Camargo (na foto de Daniela Dacorso, um flagrante descontra�do da grava��o) para o pr�ximo disco da dupla Zez� Di Camargo & Luciano - programado para agosto pela gravadora Sony & BMG - tem provocado coment�rios acalorados entre os leitores deste blog. A maioria se mostra decepcionada com o compositor de Minha Hist�ria - a m�sica escolhida para o dueto (na realidade, uma vers�o de Chico para o tema italiano Gesubambino).

A quest�o � pol�mica, mas cabem algumas considera��es. A primeira � a de que, se Zez� Di Camargo & Luciano agregam prest�gio e status ao trazer Chico Buarque para seu �lbum, o compositor tamb�m se beneficia da popularidade da dupla. A obra recente de Chico h� anos deixou de ser uma refer�ncia musical forte para o p�blico das classes C, D e E - �vido consumidor dos CDs de Zez� & Luciano. Culpa do achatamento do gosto musical brasileiro a partir dos anos 90 (com a explos�o do pagode paulista, do sertanejo mais sentimental, do ax� mais rasteiro etc...), mas tamb�m do rumo tomado pela obra de Chico.

O compositor continua com p�blico fiel - como comprovou o recente sucesso de vendas das duas caixas de DVDs que re�nem os seis primeiros epis�dios da s�rie Chico Buarque. Mas � fato tamb�m que, a partir dos anos 90, a m�sica de Chico perdeu popularidade na medida em que ganhou maior sofistica��o harm�nica e mostrou menor inspira��o mel�dica. Nenhuma faixa de seu �ltimo disco de in�ditas, As Cidades (1998), se tornou um sucesso - nem mesmo um sucesso restrito ao seu p�blico mais elitizado. Ningu�m sabe cantar uma m�sica do disco. Uma participa��o de Chico no disco de Zez� Di Camargo & Luciano � oportuna tamb�m para o compositor no momento em que ele se prepara para lan�ar �lbum de in�ditas, o primeiro na Biscoito Fino. Um disco que certamente vai vender muito, mas que corre o risco de ter seu repert�rio ignorado pelas massas. Coisa que n�o acontecia com os discos de Chico nos anos 60, 70 e 80.

Vale lembrar tamb�m que Chico Buarque sempre foi generoso no atendimento de convites para cantar em discos de seus colegas. O compositor j� virou at� figurinha f�cil entre os convidados. Por que raz�o, ent�o, se negaria a cantar com Zez� uma m�sica de seu repert�rio? At� porque a regrava��o de uma m�sica como Minha Hist�ria num disco de Zez� Di Camargo & Luciano eleva o padr�o do repert�rio da dupla. � fato que a obra do duo goiano � marcada por um tom sentimental distante de suas origens caipiras. Mas isso n�o desqualifica Chico por ter aceitado o convite. Afinal, ele n�o est� cantando uma m�sica popularesca - do tipo que j� mereceu cr�ticas do compositor em entrevistas - mas um cl�ssico de seu pr�prio repert�rio.

Pode parecer clich�, mas a m�sica nunca teve fronteiras. Quem as estabelece s�o os cr�ticos (turma na qual o colunista se inclui com orgulho) e o pr�prio p�blico por conta de preconceitos arraigados. Ningu�m � obrigado a comprar um disco. Quando Maria Beth�nia regravou � o Amor, a maior parte da cr�tica fechou os ouvidos para a ineg�vel beleza da m�sica, que j� tinha suas qualidades antes mesmo de ganhar nobreza na voz da Abelha Rainha, mas seus f�s gostaram e Beth�nia vendeu CDs como n�o vendia desde que lan�ou o �lbum em que cantava m�sicas de Roberto e Erasmo Carlos.

Enfim, Chico n�o trai seus princ�pios ao recriar sua pr�pria cria��o em disco de Zez� Di Camargo & Luciano. Haver� quem veja no dueto uma heresia musical. Mas � puro preconceito de quem simplesmente detesta a m�sica sentimental de Zez� e cia... Viva e deixe Chico viver!!

Corredor 5 lan�a CD na pista do sucesso

O grupo Corredor 5 (foto) lan�a na pr�xima semana seu primeiro CD, com repert�rio autoral que segue a pista pop do sucesso radiof�nico. O quinteto carioca � formado por Clemente (baixo e voz), Cadu Mendon�a (guitarra), Cl�udio Bezz (guitarra), Rick de la Torre (bateria) e Roberto Lopes (teclado e voz). Bl� Bl� Bl�, Mauri�ada, Dois e Sexta-feira s�o algumas m�sicas do disco Corredor 5, que sai pela gravadora Seven Music, com distribui��o da Universal.

Tati Quebra Barraco chega ao DVD

Destaque do (reduzido) elenco feminino do funk carioca, ao lado de Deyse Tigrona, a MC Tati Quebra Barraco est� lan�ando seu primeiro DVD (capa � esquerda) - inexplicavelmente gravado fora do ambiente dos bailes funks. Filmado num show da MC num bar de S�o Paulo (SP), o v�deo apresenta um roteiro de 17 m�sicas, incluindo hits como Dako � Bom e Boladona.

Biscoito Fino edita Chico em dualdisc

O �lbum de in�ditas que Chico Buarque (na foto, em clique de Bruno Veiga) finaliza no est�dio da Biscoito Fino - o primeiro de material novo desde As Cidades, de 1998 - ser� lan�ado no formato de dualdisc. J� comum no mercado americano, o formato que une CD e DVD no mesmo disco at� ent�o era utilizado no Brasil somente pela gravadora Deckdisc, que lan�ou dualdiscs de Pitty e do grupo Revela��o. O dualdisc de Chico trar�, no lado DVD, os bastidores da grava��o do CD mais esperado de 2006.

A aposta da Biscoito Fino tem retorno comercial garantido, pois o p�blico consumidor de Chico Buarque - situado majoritariamente nas classes A e B - tem poder aquisitivo suficiente para consumir produtos de pre�os mais elevados. Como as recentes caixas de DVDs com os epis�dios da s�rie Chico Buarque, produzida pelo canal DirecTV.

Bel� revive o samba-enredo 'Os Sert�es'

Bel� Velloso disponibilizou mais uma surpreendente regrava��o na internet. Depois de recordar Lama, sucesso de Clara Nunes em 1976, a cantora revive um dos melhores sambas-enredos de todos os tempos: Os Sert�es, apresentado pela escola de samba carioca Em Cima da Hora no Carnaval de 1976 - curiosamente o mesmo ano em que Clara lan�ou Lama. A releitura da sobrinha de Caetano Veloso e Maria Beth�nia surpreende ao incluir no refr�o elementos de forr� e samba-de-roda. De autoria de Edeor de Paula, o samba-enredo j� tinha sido regravado por nomes como Fagner e o conjunto Nosso Samba.

Ou�a a regrava��o de Bel� Velloso no endere�o: http://www.belovelloso.com.br/audios/belovelloso_ossertoes.asf
Segunda-feira, Janeiro 30, 2006

In�ditas de Elba, Faf� e Rosana pontuam trilha irregular da novela 'Prova de Amor'

Resenha de CD
T�tulo: Prova de Amor
Artista: V�rios
Gravadora: Record Music
Cota��o: * *


Grande sucesso da Rede Record na �rea da teledramaturgia, a novela Prova de Amor tem sua trilha sonora editada em CD que clona o formato dos discos das tramas globais. A receita consiste em misturar fonogramas antigos e recentes de nomes do primeiro time da MPB - como Maria Beth�nia e Gal Costa, presentes na trilha com a toada Tocando em Frente (1990) e a balada Mar e Sol (2005), respectivamente - com m�sicas gravadas especialmente para a novela.

Tr�s cantoras fizeram grava��es exclusivas para a trilha. A melhor � a de Faf� de Bel�m, que esquece seu tom habitualmente over para cantar com eleg�ncia Eu te Amo, parceria de Chico Buarque com Tom Jobim, lan�ada em 1980. A faixa � in�dita, mas poderia ter feito parte do recente CD Tanto Mar, dedicado por Faf� � obra de Chico. J� Elba Ramalho entoa Mulher, melodiosa can��o que exalta a natureza feminina sem originalidade mel�dica e po�tica. Por sua vez, Rosana patina no brega em Ningu�m te Amou Assim, can��o sentimental cuja introdu��o lembra seu hit O Amor e o Poder (1987). Inspirada, Rita Lee nada gravou especialmente para o disco, mas faz dueto com Dadi em Na Linha e Na Lei, bonita can��o escrita por Rita em parceria com Caetano Veloso e que lembra as m�sicas do grupo Tribalistas.

Como toda trilha de novela, h� faixas de v�rios sotaques e estilos. Int�rprete do surfista Gabriel Avellar na trama, Th�o Becker d� uma de cantor em Marcas na Areia, rock que tangencia a surf music. Fora do universo sertanejo, S�rgio Reis soa deslocado em O Pincel e o Criador. Da mesma forma que Twiggy - cantora revelada no programa de calouros do apresentador Raul Gil - carrega no tom em interpreta��o over de O Nosso Amor a Gente Inventa (1987), hit do segundo disco solo de Cazuza.

Numa linha mais cool, Ivan Lins reafirma seu talento de melodista na linda balada Amor e Karla Sabah navega na velha bossa de O Barquinho. � o tema de abertura da novela, cuja trilha lembra as das tramas globais pelo ecletismo. Tem reggae do Cidade Negra (Eu Sei que Ela), samba de Sombrinha (Eu N�o Sou de Vacilar, parceria de Sombrinha com o produtor Jorge Cardoso) e um hit da Blitz, A Dois Passos do Para�so, em vers�o do grupo Catedral. � como se Renato Russo cantasse com sua voz messi�nica os romances urbanos de Evandro Mesquita. � novela... Ent�o vale (quase) tudo na trama e na trilha!

Missy Elliott faz trilha de filme da Disney

De volta � boa forma, a rapper Missy Elliott (foto) conciliou a grava��o do clipe de We Run This - faixa de seu �ltimo �lbum, The Cookbook - com os preparativos de seu pr�ximo disco (a artista j� entrou em est�dio) e com a cria��o da trilha sonora do filme Stick It, que tem sua estr�ia nos cinemas americanos programada para abril pelo grupo Disney/Touchstone Pictures. Em tese, Elliott ter� que entregar a trilha at� esta ter�a-feira, 31 de janeiro.

Colet�nea prioriza in�cio do Living Colour

Est� sendo lan�ada no exterior uma segunda colet�nea do grupo Living Colour (a primeira, Pride, saiu em 1995). Intitulada Everything Is Possible - The Very Best of Living Colour (capa � direita), a atual compila��o est� essencialmente centrada nos dois primeiros �lbuns da banda: Vivid (disco de 1988 que rendeu hits como Cult of Personality e Glamour Boys) e Time's Up (CD de 1990 do qual sa�ram sucessos como Type e Love Rears Its Ugly Head, que aparece na colet�nea em vers�o remixada).

Moby faz cover de Lou Reed em DVD

O DJ e produtor Moby (foto) incluiu cover de um cl�ssico de Lou Reed, Walk on the Wild Side, no DVD que registra o show de sua atual turn�, Hotel, baseado no disco hom�nimo. Gravado em maio de 2005, o DVD inclui os clipes de Lift me Up, Raining Again, Beautiful (na vers�o original), Spiders e Dream about me, al�m de dois filmes. Um, Little Movie #1, � um passeio pela estrada e mostra Moby em v�rios lugares do mundo. O outro, Mr. Fish, � um filme de humor com fantoches, em que o personagem-t�tulo canta m�sicas do DJ. O DVD traz ainda um CD com 13 remixes de faixas do �lbum Hotel.

Kaiser Chiefs destila ironia em DVD

Cr�tica de DVD
T�tulo: Enjoyment
Artista: Kaiser Chiefs
Gravadora: Universal
Cota��o: * * * *

Ta� um DVD que procura e consegue fugir do formato tradicional! Sim, tem imagens de shows da banda inglesa (filmados em S�o Francisco, nos EUA, e em Leeds, terra natal do quinteto), tem clipes (Oh my God, Every Day I Love You Less and Less, I Predict a Riot, Na Na Na Na Naa - captado no Jap�o - e o at� ent�o in�dito Modern Way) e um document�rio de 90 minutos sobre a breve hist�ria do grupo. Mas o que conta � que em Enjoyment - o t�tulo � um jogo de palavra com o nome do primeiro �lbum do Kaiser Chiefs, Employment - todo esse material convencional � inserido em contexto inusitado. O quinteto lan�a m�o de imagens de filmes e notici�rios antigos para destilar sua habitual ir�nia sobre Londres. O resultado � criativo e torna o DVD recomend�vel nessa enxurrada irregular de lan�amentos no formato. Enjoy it!
Domingo, Janeiro 29, 2006

Balan�o de Orlandivo ainda � moderno

Resenha de CD
T�tulo: Sambaflex
Artista: Orlandivo
Gravadora: Deckdisc
Cota��o: * * * *

Orlandivo � um cantor, compositor e percussionista catarinense que, diplomado na escola musical do Rio nos anos 50, iniciou carreira solo em 1962 com LP muito apropriadamente intitulado A Chave do Sucesso. � que o ent�o crooner dos bailes animados por nomes como Ed Lincoln impressionara os freq�entadores dos sal�es cariocas ao usar um molho de chaves como instrumento de percuss�o para dividir seu samba sincopado. Da� a chave que ilustra a capa deste oportuno Sambaflex, o disco que marca a volta de Orlandivo ao mercado fonogr�fico depois que o sambalan�o do artista foi descoberto e valorizado por DJs e produtores da cena europ�ia dos anos 90.

Aos 68 anos, Orlandivo se mostra em grande forma. A voz, claro, j� n�o � a mesma dos �ureos tempos, mas, no caso dele, o que conta mais � o molho, a divis�o de seus sambas sincopados. E isso continua redondo. Sambaflex desce muito bem. E nem precisava da releitura eletr�nica de V� Bate P� Tu - sucesso da ef�mera dupla Baiano e os Novos Caetanos nos anos 70. O repert�rio se sustenta muito bem entre regrava��es de sucessos de Orlandivo (Chavinha, Bolinha de Sab�o, Sambadinho, Samba Toff) e m�sicas in�ditas em disco - algumas realmente novas (como a faixa-t�tulo, Sambaflex, parceria do artista com o percussionista Beto Cazes), outras tiradas do ba� (caso de Eu Vendo um Samba, escrita h� 35 anos).

Basta ouvir Palladium - parceria de Ed Lincoln e Orlandivo, composta em 1975 e gravada em 1977 em disco recentemente reeditado pela EMI - para atestar que o balan�o de Orlandivo continua contagiante e moderno. Some-se ao repert�rio alguns sambas sacudidos de Dorival Caymmi (Doralice, Rosa Morena) e cl�ssicos do sambalan�o como Boogie Woogie na Favela e tem-se um disco delicioso, � altura do passado do artista e da cena dan�ante do Rio dos anos 50 e 60.

Brown adere ao 'afojazz' de Dakine

Dakine (foto) � uma cantora carioca que est� finalizando de forma independente seu primeiro disco. A artista procura fundir afox� e jazz num som batizado por ela de afojazz. A inusitada mistura j� conta com a ades�o de Carlinhos Brown, que participa da faixa Quase lenda (Uma Opereta Tupiniquim). Parceiro de Ana Carolina, o ga�cho Totonho Villeroy comp�s Quem Eu Quero Bem para Dakine, a pedido da pr�pria cantora. Outra faixa � Tempo ao Tempo, Navegador de Lua - de autoria de Gelson Oliveira. O CD foi batizado com o nome da artista.

DVD capta Duran em arena de Londres

A turn� que marcou em 2004 a volta do Duran Duran aos palcos com sua forma��o original est� perpetuada no DVD Live from London (capa � esquerda), lan�ado no Brasil pela gravadora Sum Records. A primeira tiragem da edi��o nacional, de 10 mil c�pias, traz de b�nus um CD (com 10 dos 20 n�meros registrados em show na arena de Wembley, na Inglaterra) e um par de �culos para que o ouvinte veja um n�mero do roteiro com imagens tridimensionais. O repert�rio inclui sucessos como A View to a Kill (somente no DVD), Save a Prayer, Notorious, Rio e (Reach Up for the) Sunrise.

Trilha de 'Johnny & Jude' sai no Brasil

Com estr�ia prevista nos cinemas brasileiros para 10 de fevereiro, o filme que narra a vida folhetinesca do cantor de country Johnny Cash - Johnny & Jude (no t�tulo original, Walk the Line) - ter� sua trilha sonora lan�ada simultaneamente em CD (capa � direita) editado pela gravadora Sony & BMG. No disco, os sucessos do artista s�o interpretados pelos atores Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon, que vivem na tela Cash e sua esposa, June Carter. Phoenix canta temas como Get Rhythm, Home of the Blues, Cocaine Blues e Cry Cry Cry. J� Reese solta a voz em Jukebox Blues e Wildwood Flower. O casal faz duetos nas faixas I Ain't me Babe e Jackson.

Ivete aposta em 'A Galera' em fevereiro

Eh! Maravilha chegou a ser cotada, mas A Galera � a segunda m�sica de trabalho do sexto disco solo de Ivete Sangalo (foto), As Super Novas Vol. 01. A letra fala do clima de festa que toma conta do Brasil - e especialmente de Salvador (BA) - em fevereiro, por conta do Carnaval e do ver�o. A primeira m�sica de trabalho, Abalou, tocou bem nas r�dios, mas n�o chegou a ser um verdadeiro hit como Festa e Sorte Grande. Consta que A Galera j� est� sendo bastante executada nas emissoras baianas.
ARQUIVOS
07/31/2005 - 08/06/2005
08/07/2005 - 08/13/2005
08/14/2005 - 08/20/2005
08/21/2005 - 08/27/2005
08/28/2005 - 09/03/2005
09/04/2005 - 09/10/2005
09/11/2005 - 09/17/2005
09/18/2005 - 09/24/2005
09/25/2005 - 10/01/2005
10/02/2005 - 10/08/2005
10/09/2005 - 10/15/2005
10/16/2005 - 10/22/2005
10/23/2005 - 10/29/2005
10/30/2005 - 11/05/2005
11/06/2005 - 11/12/2005
11/13/2005 - 11/19/2005
11/20/2005 - 11/26/2005
11/27/2005 - 12/03/2005
12/04/2005 - 12/10/2005
12/11/2005 - 12/17/2005
12/18/2005 - 12/24/2005
12/25/2005 - 12/31/2005
01/01/2006 - 01/07/2006
01/08/2006 - 01/14/2006
01/15/2006 - 01/21/2006
01/22/2006 - 01/28/2006
01/29/2006 - 02/04/2006
02/05/2006 - 02/11/2006
02/12/2006 - 02/18/2006
02/19/2006 - 02/25/2006
02/26/2006 - 03/04/2006
03/05/2006 - 03/11/2006
03/12/2006 - 03/18/2006
03/19/2006 - 03/25/2006
03/26/2006 - 04/01/2006
04/02/2006 - 04/08/2006
04/09/2006 - 04/15/2006
04/16/2006 - 04/22/2006
04/23/2006 - 04/29/2006
04/30/2006 - 05/06/2006
05/07/2006 - 05/13/2006
05/14/2006 - 05/20/2006
05/21/2006 - 05/27/2006
05/28/2006 - 06/03/2006
06/04/2006 - 06/10/2006
06/11/2006 - 06/17/2006
06/18/2006 - 06/24/2006
06/25/2006 - 07/01/2006
07/02/2006 - 07/08/2006
07/09/2006 - 07/15/2006
07/16/2006 - 07/22/2006
07/23/2006 - 07/29/2006
07/30/2006 - 08/05/2006
08/06/2006 - 08/12/2006
08/13/2006 - 08/19/2006
08/20/2006 - 08/26/2006
08/27/2006 - 09/02/2006
09/03/2006 - 09/09/2006
09/10/2006 - 09/16/2006
09/17/2006 - 09/23/2006
09/24/2006 - 09/30/2006
10/01/2006 - 10/07/2006
10/08/2006 - 10/14/2006
10/15/2006 - 10/21/2006
10/22/2006 - 10/28/2006
10/29/2006 - 11/04/2006
11/05/2006 - 11/11/2006