Sábado, Fevereiro 04, 2006
Sexta-feira, Fevereiro 03, 2006
Quinta-feira, Fevereiro 02, 2006
Quarta-feira, Fevereiro 01, 2006
Terça-feira, Janeiro 31, 2006
Segunda-feira, Janeiro 30, 2006
Domingo, Janeiro 29, 2006
Com lançamento agendado para março (dia 14 nos Estados Unidos e dia 17 na Europa), o novo álbum do grupo Sepultura - Dante XXI (capa à esquerda), assim intitulado por ter sido inspirado em A Divina Comédia, a obra-prima de Dante Alighieri - terá onze músicas inéditas de autoria do grupo mineiro. Pela ordem, as faixas são Dark Wood of Error, Convicted in Life, City of Dis, False, Fighting On, Ostia, Buried Words, Nuclear Seven, Repeting the Horror, Crown and Mitter e Still Flame. A banda fez também regravação de música do Judas Priest, Screaming for Vengeance, mas o cover não vai integrar o repertório oficial do disco, em princípio. Uma das faixas, Convicted in Life, já foi disponibilizada pelo Sepultura para download, no site oficial da banda, em meio aos rumores (desmentidos) de que Igor Cavalera estaria deixando a banda.
Netinho bisa dueto com Ivete em DVD
Em 1996, quando Netinho (foto) estava estourado no Brasil com Milla, ele gravou dueto com Ivete Sangalo em Química Perfeita, faixa do quarto CD da Banda Eva, da qual Ivete era a vocalista. Dez anos depois, o cantor - com popularidade reduzida depois de hiato na carreira, encerrado em 2005 com o lançamento de um CD distante do universo da música baiana, Outra Versão - volta ao axé e prepara seu primeiro DVD, em que vai gravar novamente com Ivete, hoje entronizada na preferência popular do público consumidor de música baiana. O dueto será bisado nas músicas Tempos Modernos (Lulu Santos, 1982) e Onde Você se Esconde?, de autoria do próprio Netinho.
A gravação está agendada para 10 e 11 de fevereiro, na Concha Acústica, em Salvador (BA). No repertório, músicas inéditas (Tudo Bem, Dilema, Balanço Legal, TumTumTum Dois Corações), regravações de dois sucessos da Banda Mel (Baianidade Nagô e Prefixo de Verão), composições do CD Outra Versão e, claro, hits como Capricho dos Deuses, Beijo na Boca, Barracos e Milla. Em bom português, Netinho retorna ao axé porque fracassou fora do universo baiano e o mundo dá voltas...
A gravação está agendada para 10 e 11 de fevereiro, na Concha Acústica, em Salvador (BA). No repertório, músicas inéditas (Tudo Bem, Dilema, Balanço Legal, TumTumTum Dois Corações), regravações de dois sucessos da Banda Mel (Baianidade Nagô e Prefixo de Verão), composições do CD Outra Versão e, claro, hits como Capricho dos Deuses, Beijo na Boca, Barracos e Milla. Em bom português, Netinho retorna ao axé porque fracassou fora do universo baiano e o mundo dá voltas...
Vocalista de banda nova produz Luka
Conhecida em todo o Brasil pelo hit Tô Nem Aí, propagado na trilha do seriado juvenil Malhação, a cantora Luka (foto) vai passar pela prova do segundo disco em 2006. O produtor do CD é o vocalista do Corredor 5, novato grupo carioca que lança seu primeiro álbum na próxima semana. Detalhe: durante a gestação desse próximo trabalho, Luka teve uma filha, Luiza.
Concurso premia clipe da Nação Zumbi
Sempre lançando mão de novas mídias e tecnologias para divulgar seus discos e artistas, a gravadora Trama promove por seu portal Trama Universitário a segunda edição do concurso Você É o Diretor. Quem se habilitar a criar um clipe da Nação Zumbi (foto) para uma das duas músicas do CD Futura que já estão disponíveis no portal (A Ilha e Memorando) estará concorrendo a prêmios em dinheiro que vão de R$ 1 mil (para o terceiro colocado) a R$ 5 mil (para o vencedor do concurso). Grana à parte, os três finalistas terão seus vídeos exibidos no portal a partir de 15 de março, data em que sairá o resultado final. A primeira edição do concurso foi realizada com a música O Amor É Rock, de Tom Zé. O endereço do portal é: http://www.tramauniversitario.com.br/tuv2/home/index.jsp
Planta & Raiz acena para tribo populista de Jah em disco ao vivo que traz Chorão
Com vendas ascendentes desde a sua formação, em 1998, o grupo paulista Planta & Raiz acena para a tribo mais populista de Jah no CD e DVD (capa à esquerda) Ao Vivo, gravados em junho de 2005, com produção de Rick Bonadio e Rodrigo Castanho. A presença de Bonadio trouxe para o projeto o líder do Charlie Brown Jr., Chorão, que canta com o vocalista e guitarrista Zeider o medley que une Gueto do Universo, música do Planta & Raiz, a Dias de Luta, Dias de Glória - da lavra de Chorão. A faixa foi eleita para puxar o disco. O rapper paulista Rappin' Hood adere ao show em Jovens.
Além de cover de Vamos Fugir (1984), reggae de Gilberto Gil que voltou às paradas em 2004 em gravação do Skank, o grupo regrava no ritmo jamaicano a balada A Dois Passos do Paraíso, lançada pela Blitz em 1983, em seu segundo disco. Evandro Mesquita participou da gravação.
Além de cover de Vamos Fugir (1984), reggae de Gilberto Gil que voltou às paradas em 2004 em gravação do Skank, o grupo regrava no ritmo jamaicano a balada A Dois Passos do Paraíso, lançada pela Blitz em 1983, em seu segundo disco. Evandro Mesquita participou da gravação.
Sem tirar o pé do samba, Mart'nália pisa no 'terreiro' sagrado de Maria Bethânia
Resenha de CD
Título: Menino do Rio
Artista: Mart'nália
Gravadora: Quitanda / Biscoito Fino
Cotação: * * * *
Sem tirar o pé do samba, Mart'nália pisa no terreno sagrado de Maria Bethânia em seu quinto disco, Menino do Rio, editado pelo selo da Abelha Rainha, Quitanda. A própria Mart'nália agradece a Bethânia no encarte do disco por ter enxergado "com outros olhos" sua espiritualidade - evidente na releitura suave de Nas Águas de Amaralina (1997), samba baianíssimo de Martinho da Vila e Nelson Rufino. O fato de o maestro de Bethânia, Jaime Alem, assinar os arranjos de 14 das 15 faixas já traz a filha de Martinho para o universo musical da colega baiana, que lê poema de Vinicius de Moraes (Cartão Postal) na bossa São Sebastião.
Cheio de bossa, o CD é cool, com violões e percussões suaves. Há uma atmosfera delicada que permeia todo o repertório, inclusive um samba abusado de Ana Carolina (Cabide) e uma balada de Guilherme Arantes (Só Deus É quem Sabe, em registo etéreo). O resultado é quase tão sedutor quanto o de Pé do meu Samba (2002), o anterior disco de estúdio de Mart'nália, produzido por Celso Fonseca com direção de Caetano Veloso, presente neste Menino do Rio com a recriação em estilo voz & violão (e eventual cuíca) da faixa-título, de sua autoria. De 1980, a música aparece unida a Estácio, Holly Estácio - a pérola negra de Luiz Melodia que Bethânia teve a honra de lançar no disco Drama (1972).
Mart'nália transita pela novíssima bossa de fraseado soul (em Pára Comigo, faixa excepcionalmente arranjada pelo baixista Arthur Maia), por pop acústico (em Soneto do teu Corpo, parceria de Moska e Leoni) e por levadas eventualmente funkeadas, mas deixa claro logo na abertura de Menino do Rio que sua praia é a do samba. "O samba corre em minhas veias / O samba é a minha escola", avisa em Pra Mart'nália, samba feito para ela por Jorge Agrião e Fred Camacho, gravado com várias citações de sucessos de Martinho da Vila.
O mais carioca dos ritmos brasileiros dá o tom também em Boto meu Povo na Rua (Arlindo Cruz, Acyr Marques e Ronaldinho) e em Sem Perdão a Vida É Triste Solidão, parceria mais poética da lavra de Zélia Duncan e Ana Costa com a própria Mart'nália. Mas o Rio encontra a Bahia em Casa da Minha Comadre, delicioso samba de roda, de Roque Ferreira e do mesmo Jorge Agrião de Pra Mart'nália.
Da seara de Mart'nália, o destaque é Pretinhosidade, negróide colaboração com seu fiel escudeiro Mombaça. O mosaico de referências costura ainda parceria afro com Moska (Essa Mania, versão de música africana), samba raro de Monsueto (Casa 1 da Vila, em arranjo eficientemente econômico que valoriza os versos "Eu sinto sede, eu sinto fome / Mas mulher de amigo meu pra mim é homem", de outro significado na voz feminina de Mart'nália) e um partido de alta estirpe, A Origem da Felicidade, que agrega o calor da bateria da escola de samba Unidos de Vila Isabel e fecha o disco em grande estilo e espiritualidade. Mart'nália foi até à Bahia sagrada de Bethânia, mas continua com seus dois pés na Vila de Noel e de seu pai Martinho.
Título: Menino do Rio
Artista: Mart'nália
Gravadora: Quitanda / Biscoito Fino
Cotação: * * * *
Sem tirar o pé do samba, Mart'nália pisa no terreno sagrado de Maria Bethânia em seu quinto disco, Menino do Rio, editado pelo selo da Abelha Rainha, Quitanda. A própria Mart'nália agradece a Bethânia no encarte do disco por ter enxergado "com outros olhos" sua espiritualidade - evidente na releitura suave de Nas Águas de Amaralina (1997), samba baianíssimo de Martinho da Vila e Nelson Rufino. O fato de o maestro de Bethânia, Jaime Alem, assinar os arranjos de 14 das 15 faixas já traz a filha de Martinho para o universo musical da colega baiana, que lê poema de Vinicius de Moraes (Cartão Postal) na bossa São Sebastião.
Cheio de bossa, o CD é cool, com violões e percussões suaves. Há uma atmosfera delicada que permeia todo o repertório, inclusive um samba abusado de Ana Carolina (Cabide) e uma balada de Guilherme Arantes (Só Deus É quem Sabe, em registo etéreo). O resultado é quase tão sedutor quanto o de Pé do meu Samba (2002), o anterior disco de estúdio de Mart'nália, produzido por Celso Fonseca com direção de Caetano Veloso, presente neste Menino do Rio com a recriação em estilo voz & violão (e eventual cuíca) da faixa-título, de sua autoria. De 1980, a música aparece unida a Estácio, Holly Estácio - a pérola negra de Luiz Melodia que Bethânia teve a honra de lançar no disco Drama (1972).
Mart'nália transita pela novíssima bossa de fraseado soul (em Pára Comigo, faixa excepcionalmente arranjada pelo baixista Arthur Maia), por pop acústico (em Soneto do teu Corpo, parceria de Moska e Leoni) e por levadas eventualmente funkeadas, mas deixa claro logo na abertura de Menino do Rio que sua praia é a do samba. "O samba corre em minhas veias / O samba é a minha escola", avisa em Pra Mart'nália, samba feito para ela por Jorge Agrião e Fred Camacho, gravado com várias citações de sucessos de Martinho da Vila.
O mais carioca dos ritmos brasileiros dá o tom também em Boto meu Povo na Rua (Arlindo Cruz, Acyr Marques e Ronaldinho) e em Sem Perdão a Vida É Triste Solidão, parceria mais poética da lavra de Zélia Duncan e Ana Costa com a própria Mart'nália. Mas o Rio encontra a Bahia em Casa da Minha Comadre, delicioso samba de roda, de Roque Ferreira e do mesmo Jorge Agrião de Pra Mart'nália.
Da seara de Mart'nália, o destaque é Pretinhosidade, negróide colaboração com seu fiel escudeiro Mombaça. O mosaico de referências costura ainda parceria afro com Moska (Essa Mania, versão de música africana), samba raro de Monsueto (Casa 1 da Vila, em arranjo eficientemente econômico que valoriza os versos "Eu sinto sede, eu sinto fome / Mas mulher de amigo meu pra mim é homem", de outro significado na voz feminina de Mart'nália) e um partido de alta estirpe, A Origem da Felicidade, que agrega o calor da bateria da escola de samba Unidos de Vila Isabel e fecha o disco em grande estilo e espiritualidade. Mart'nália foi até à Bahia sagrada de Bethânia, mas continua com seus dois pés na Vila de Noel e de seu pai Martinho.
Que se faça justiça a Arantes com o CD que festeja seus 30 anos de carreira solo
Guilherme Arantes está completando 30 anos de carreira solo. Foi em 1976 que, vindo do efêmero grupo Moto Perpétuo, o cantor e compositor fez o Brasil cantar Meu Mundo e Nada Mais, sucesso da trilha da novela Anjo Mau. Para comemorar a data, Arantes está preparando em Salvador (BA) - onde se radicou nos últimos anos - um disco festivo, incrementado com participações especiais de grandes nomes da MPB. O compositor até reativou recentemente sua parceria com Nelson Motta, com quem fez duas novas músicas, Vai e Vem (Amor de Carnaval) e Chega de Saudade 2005, ambas já garantidas no novo CD.
Que este disco faça justiça a Arantes e o recoloque no seu devido lugar de precursor da onda pop rock que invadiu o Brasil nos anos 80. Há artistas que fazem sucesso cedo demais, em época inadequada. Arantes é um deles. Ele gravou discos bem roqueiros nos anos 70. A Cara e a Coragem, de 1978, é um exemplo . Mas, quando o rock brasileiro explodiu a partir do estouro da Blitz, o compositor já era da década passada. E não foi incorporado à nova onda. É fato que Arantes também transitou ao longo dos anos 80 pela seara mais romântica (ele é baladeiro inspirado), mas excluí-lo do pop nacional é uma tremenda injustiça. Basta dizer que, em 1982, quando Lulu Santos arremessava seus Tempos Modernos, Arantes soltava um disco que tinha O Melhor Vai Começar - música tão pop, saborosa e jovial como o hino modernista de Lulu.
O tempo passou e Arantes, menos moderno, foi saindo progressivamente das paradas (seus últimos sucessos são dos anos 90). Mas os roteiros de seus shows podem empilhar tantos hits quanto os de Lulu. Só que - enquanto a sintonia de Lulu com seu tempo é constantemente reconhecida e reverenciada pela crítica - Arantes foi caindo num limbo, eventualmente até com aura brega que não lhe faz jus porque suas baladas nunca patinaram em solo rasteiro.
É fato também que o desinteresse pela obra de Arantes acontece mais da parte da crítica. Os colegas continuam regravando suas músicas. Mart'nália pescou a balada Só Deus É Quem Sabe (1980) para seu recém-lançado quinto CD, Menino do Rio. V2, um grupo de rock pesado, decidiu reler em seu primeiro disco Deixa Chover (pérola pop de 1981) e Planeta Água, (também de 1981), com o aval orgulhoso do autor. Já a cantora Patrícia Costa incluiu a inédita Salvador, Primavera e Outono em seu DVD Bahia Acústico - para citar somente três exemplos atuais de artistas antenados com o pop de Arantes.
Quantas gerações terão que passar para que se reconheça a importância de Guilherme Arantes na cena pop nacional? Talvez muitas. Mas quem sabe este novo disco repleto de convidados e inéditas não ajude a corrigir a injustiça com o auxílio sempre luxuoso de uma data redonda? Arantes também surfou na onda oitentista do rock brasil. Mais do que isso, ele de certa forma antecipou essa onda. O melhor ainda ia começar, mas o compositor não pode pagar preço tão alto por ter estourado fora de sua época e de sua verdadeira turma.
Que este disco faça justiça a Arantes e o recoloque no seu devido lugar de precursor da onda pop rock que invadiu o Brasil nos anos 80. Há artistas que fazem sucesso cedo demais, em época inadequada. Arantes é um deles. Ele gravou discos bem roqueiros nos anos 70. A Cara e a Coragem, de 1978, é um exemplo . Mas, quando o rock brasileiro explodiu a partir do estouro da Blitz, o compositor já era da década passada. E não foi incorporado à nova onda. É fato que Arantes também transitou ao longo dos anos 80 pela seara mais romântica (ele é baladeiro inspirado), mas excluí-lo do pop nacional é uma tremenda injustiça. Basta dizer que, em 1982, quando Lulu Santos arremessava seus Tempos Modernos, Arantes soltava um disco que tinha O Melhor Vai Começar - música tão pop, saborosa e jovial como o hino modernista de Lulu.
O tempo passou e Arantes, menos moderno, foi saindo progressivamente das paradas (seus últimos sucessos são dos anos 90). Mas os roteiros de seus shows podem empilhar tantos hits quanto os de Lulu. Só que - enquanto a sintonia de Lulu com seu tempo é constantemente reconhecida e reverenciada pela crítica - Arantes foi caindo num limbo, eventualmente até com aura brega que não lhe faz jus porque suas baladas nunca patinaram em solo rasteiro.
É fato também que o desinteresse pela obra de Arantes acontece mais da parte da crítica. Os colegas continuam regravando suas músicas. Mart'nália pescou a balada Só Deus É Quem Sabe (1980) para seu recém-lançado quinto CD, Menino do Rio. V2, um grupo de rock pesado, decidiu reler em seu primeiro disco Deixa Chover (pérola pop de 1981) e Planeta Água, (também de 1981), com o aval orgulhoso do autor. Já a cantora Patrícia Costa incluiu a inédita Salvador, Primavera e Outono em seu DVD Bahia Acústico - para citar somente três exemplos atuais de artistas antenados com o pop de Arantes.
Quantas gerações terão que passar para que se reconheça a importância de Guilherme Arantes na cena pop nacional? Talvez muitas. Mas quem sabe este novo disco repleto de convidados e inéditas não ajude a corrigir a injustiça com o auxílio sempre luxuoso de uma data redonda? Arantes também surfou na onda oitentista do rock brasil. Mais do que isso, ele de certa forma antecipou essa onda. O melhor ainda ia começar, mas o compositor não pode pagar preço tão alto por ter estourado fora de sua época e de sua verdadeira turma.
Jorge Aragão reúne inéditas em 'E Aí?'
Jorge Aragão (foto) - que teve sua discografia banalizada pela gravadora Indie Records com o lançamento de sucessivos e redundantes CDs ao vivo - vai gravar um álbum de inéditas em 2006. Por ora intitulado E Aí?, o disco já tem lançamento previsto para junho. O compositor deverá entrar em estúdio em março. O repertório já está parcialmente formatado e inclui Retrato de uma Desilusão, parceria de Monarco com Mauro Diniz. Mas boa parte das músicas é de autoria do próprio Aragão.
O sambista até conseguiu lançar um disco de inéditas em janeiro de 2004, Da Noite pro Dia, mas a Indie Records esvaziou o lançamento do CD ao editar no mesmo ano mais um disco ao vivo de Aragão - contra a vontade do artista (o show em questão foi gravado para gerar, em tese, somente um DVD). Espera-se que, com novos diretores no comando, a companhia adote outros critérios artísticos. Pois um compositor inspirado como Jorge Aragão não pode ter sua obra diluída por conta de dispensáveis registros de shows.
O sambista até conseguiu lançar um disco de inéditas em janeiro de 2004, Da Noite pro Dia, mas a Indie Records esvaziou o lançamento do CD ao editar no mesmo ano mais um disco ao vivo de Aragão - contra a vontade do artista (o show em questão foi gravado para gerar, em tese, somente um DVD). Espera-se que, com novos diretores no comando, a companhia adote outros critérios artísticos. Pois um compositor inspirado como Jorge Aragão não pode ter sua obra diluída por conta de dispensáveis registros de shows.
Produtor agrega D2, Zeca e Arlindo em CD que traz ainda coral infantil carioca
Produtor ligado à discografia de grupos de pagodes como Sorriso Maroto e Imaginasamba, Leandro Sapucahy tenta upgrade na carreira com o lançamento de seu disco Cotidiano. Contratado pela Warner Music, Sapucahy reúne no CD nomes como Arlindo Cruz, Marcelo D2, Zeca Pagodinho - a propósito, três figuras fáceis em discos alheios - e o coral infantil Crianças da Comunidade Chapéu Mangueira.
D2 marca presença em Polícia e Bandido (Muito Longe Daqui), samba de Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques. Em parceria com Franco, Arlindo assina também Ainda Vou Ler nos Jornais, samba mais dolente que conta com as vozes do grupo infantil do morro carioca Chapéu Mangueira. Como convidado, Arlindo ainda aparece em Favela.
Já Zeca Pagodinho participa de Bala Perdida. A faixa é um tributo à menina Gabriela, vítima fatal de um tiroteio na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Outras músicas do disco são Pancadaria e Tá Tranqüilo Shock, faixa que cita Na Subida do Morro, sucesso do saudoso Moreira da Silva.
D2 marca presença em Polícia e Bandido (Muito Longe Daqui), samba de Arlindo Cruz, Franco e Acyr Marques. Em parceria com Franco, Arlindo assina também Ainda Vou Ler nos Jornais, samba mais dolente que conta com as vozes do grupo infantil do morro carioca Chapéu Mangueira. Como convidado, Arlindo ainda aparece em Favela.
Já Zeca Pagodinho participa de Bala Perdida. A faixa é um tributo à menina Gabriela, vítima fatal de um tiroteio na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Outras músicas do disco são Pancadaria e Tá Tranqüilo Shock, faixa que cita Na Subida do Morro, sucesso do saudoso Moreira da Silva.
Tributo a Liô Mariz ao som de McCartney emociona no fim do 'Humaitá pra Peixe'
"Os rocks são importantes, mas sou um baladeiro... um Paul McCartney, sem querer ser pretensioso". A frase dita em vídeo por Liô Mariz (na foto à direita, em clique de Felipe Gaspar) foi a deixa para que, em seguida, o telão posicionado no palco da 12º edição do festival Humaitá pra Peixe começasse a exibir um farto clipe seqüênciado de imagens do cantor do grupo Som da Rua ao som de Golden Slumbers na voz de Paul McCartney. Da infância de Liô, com fotos de quando ele ainda era um bebê, aos flagrantes dos ensaios de sua banda, o público que lotou o Espaço Cultural Sérgio Porto (RJ) assistiu, emocionado, à vida de Liô passar inteira no telão, com direito a imagens em que o cantor apenas soltava uma gargalhada. Foi um sensível tributo do festival ao jovem artista, morto num acidente de carro em Ipanema (RJ), em 13 de dezembro de 2005, aos 23 anos.
"Liô era uma pessoa aglutinadora, com uma energia de paz que ele passava para todos", caracterizou o produtor do festival, Bruno Levinson, ao abrir o tributo. Três bandas se apresentaram para tocar o repertório autoral de Liô, "um baladeiro da melhor qualidade", na avaliação de Levinson. As duas primeiras bandas reuniram músicos de grupos da cena indie carioca como Mutreta, Ramirez e Jimi James. O terceiro grupo era o próprio Som da Rua, liderado por Liô desde a sua formação, em 1998.
Leonardo Mariz de Oliveira Rezende parecia ter mesmo o poder de aglutinar. Ele saiu de cena com o sonho realizado de ter gravado (em 2004) e lançado (em março de 2005, via Deckdisc) o primeiro disco de seu grupo Som da Rua, Músicas para Violão e Guitarra, cujo repertório inteiramente assinado por Liô destacou temas como Pra Esquecer, O Avesso, Tudo em seu Lugar, Ninguém Aqui e, sobretudo, Só uma Canção. Músicas tocadas com muito barulho - "Vamos fazer um barulho para o Liô!" eram as palavras de ordem no encerramento do Humaitá pra Peixe - que não abafou a emoção de fãs, amigos e familiares por conta da saudade de Liô Mariz, o talentoso e aglutinador baladeiro.
"Liô era uma pessoa aglutinadora, com uma energia de paz que ele passava para todos", caracterizou o produtor do festival, Bruno Levinson, ao abrir o tributo. Três bandas se apresentaram para tocar o repertório autoral de Liô, "um baladeiro da melhor qualidade", na avaliação de Levinson. As duas primeiras bandas reuniram músicos de grupos da cena indie carioca como Mutreta, Ramirez e Jimi James. O terceiro grupo era o próprio Som da Rua, liderado por Liô desde a sua formação, em 1998.
Leonardo Mariz de Oliveira Rezende parecia ter mesmo o poder de aglutinar. Ele saiu de cena com o sonho realizado de ter gravado (em 2004) e lançado (em março de 2005, via Deckdisc) o primeiro disco de seu grupo Som da Rua, Músicas para Violão e Guitarra, cujo repertório inteiramente assinado por Liô destacou temas como Pra Esquecer, O Avesso, Tudo em seu Lugar, Ninguém Aqui e, sobretudo, Só uma Canção. Músicas tocadas com muito barulho - "Vamos fazer um barulho para o Liô!" eram as palavras de ordem no encerramento do Humaitá pra Peixe - que não abafou a emoção de fãs, amigos e familiares por conta da saudade de Liô Mariz, o talentoso e aglutinador baladeiro.
Mutantes com som à altura de Mutantes
Justiça seja feita: a major Universal Music fez com as reedições dos discos da fase áurea dos Mutantes o que se espera de uma gravadora séria, em tese responsável por vender arte e não apenas produtos. Relançados pela primeira vez no formato CD em 1992, os álbuns foram devidamente remasterizados para a atual coleção, vendida de forma avulsa. O resultado é que se ouve Mutantes com um som à altura de Mutantes.
Esse cuidado com o som deveria ser a regra, mas é quase exceção na indústria fonográfica nacional. Há poucos anos, antes da fusão com a BMG, a Sony Music reembalou nove discos de Djavan com uma luva e vendeu a coleção para mídia e lojistas como se fosse nova, mas, com exceção de dois títulos (o bem-sucedido Luz e Meu Lado, de 1982 e 1986, respectivamente), as edições em CD eram as mesmas que já estavam nas prateleiras, com som nem sempre à altura do compositor. Apenas a embalagem era nova.
No ano passado, a Universal homenageou Raul Seixas pelos 60 anos que o roqueiro baiano completaria em 2005. Os primeiros e melhores discos de Raulzito foram reembalados com uma luva comemorativa da data, mas, na prática, eram as mesmas edições reunidas na caixa Maluco Beleza, editada em 2002. Felizmente, no caso, a remasterização já havia sido feito com o devido cuidado para a caixa e, se não houve ganho, tampouco houve perda em relação ao som dos LPs originais.
Em relação aos Mutantes, não há engodo. Basta uma audição de pérolas como A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970) e Jardim Elétrico (1971, capa acima) para que se perceba a melhoria na qualidade do som. Algo essencial para entender a resistente modernidade da obra inicial do trio paulista.
Esse cuidado com o som deveria ser a regra, mas é quase exceção na indústria fonográfica nacional. Há poucos anos, antes da fusão com a BMG, a Sony Music reembalou nove discos de Djavan com uma luva e vendeu a coleção para mídia e lojistas como se fosse nova, mas, com exceção de dois títulos (o bem-sucedido Luz e Meu Lado, de 1982 e 1986, respectivamente), as edições em CD eram as mesmas que já estavam nas prateleiras, com som nem sempre à altura do compositor. Apenas a embalagem era nova.
No ano passado, a Universal homenageou Raul Seixas pelos 60 anos que o roqueiro baiano completaria em 2005. Os primeiros e melhores discos de Raulzito foram reembalados com uma luva comemorativa da data, mas, na prática, eram as mesmas edições reunidas na caixa Maluco Beleza, editada em 2002. Felizmente, no caso, a remasterização já havia sido feito com o devido cuidado para a caixa e, se não houve ganho, tampouco houve perda em relação ao som dos LPs originais.
Em relação aos Mutantes, não há engodo. Basta uma audição de pérolas como A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970) e Jardim Elétrico (1971, capa acima) para que se perceba a melhoria na qualidade do som. Algo essencial para entender a resistente modernidade da obra inicial do trio paulista.
CD sertanejo do Rei vai bem em Portugal
Lançado no Brasil com tiragem inicial de 260 mil cópias, o álbum sertanejo de Roberto Carlos (capa à direita) vai bem em Portugal. Segundo o Top 30 divulgado esta semana pela Associação Fonográfica Portuguesa (A.F.P.), o disco do Rei ocupa honroso quarto lugar na lista dos 30 CDs mais vendidos atualmente na praça lusitana. Além de Roberto, na parada há seis semanas, dois artistas brasileiros aparecem na lista: Caetano Veloso (em sétimo lugar com a coletânea Muito Mais) e Maria Rita (na 27ª posição com seu controvertido Segundo).
Patife recria Wonder no terceiro disco
Hit de Stevie Wonder nos anos 80, a balada Overjoyed ganha releitura de DJ Patife (foto) no terceiro CD do produtor, Na Estrada. Patife assina a produção das 12 faixas do disco - metade em parceria com Mad Zoo. Enigma (música composta e cantada por Max Viana), Secrets e Lovin são alguns temas do sucessor de DJ Patife Presents Sounds of Drum'n'bass (1999) e Cool Steps Drum'n'Bass Grooves (2001). Um dos destaques do repertório é a inédita Made in Bahia, composta e gravada em Salvador (BA) com o grupo Cortejo Afro.
Na Estrada chegará às lojas em março, via Trama, e traz também releitura de Diariamente, música de Nando Reis gravada por Marisa Monte no disco Mais, em 1991 - como o colunista já noticiara no fim do ano passado.
Na Estrada chegará às lojas em março, via Trama, e traz também releitura de Diariamente, música de Nando Reis gravada por Marisa Monte no disco Mais, em 1991 - como o colunista já noticiara no fim do ano passado.
Dois álbuns flagram Coltrane no auge
Um dos saxofonistas mais importantes da história do jazz, sobretudo por ter investido com êxito na linguagem modal, John Coltrane (1926-1967) tem dois discos reeditados no mercado brasileiro - ambos de alto valor documental. Um deles, A Love Supreme (capa à direita), gravado em1964, é uma de suas obras-primas. A faixa-título é uma suíte dividida em quatro partes (Acknowledgment, Resolution, Pursuance e Psalm). O álbum flagra Coltrane no auge de seus experimentos modais.
Registrado em 1965, o outro título, Live at the Half Note - One Down, One Up, também foi gravado pelo mesmo quarteto de A Love Supreme, formado por Coltrane (sax tenor), McCoy Tiner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria). Trata-se de um álbum duplo ao vivo. O disco 1 foi gravado em 16 de março. O disco 2, em 7 de maio. Relíquias para quem ama o jazz e sua liberdade de improviso.
Registrado em 1965, o outro título, Live at the Half Note - One Down, One Up, também foi gravado pelo mesmo quarteto de A Love Supreme, formado por Coltrane (sax tenor), McCoy Tiner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria). Trata-se de um álbum duplo ao vivo. O disco 1 foi gravado em 16 de março. O disco 2, em 7 de maio. Relíquias para quem ama o jazz e sua liberdade de improviso.
Oralidade de Tom Zé brota em DVD
Resenha de DVD
Título: Programa Ensaio - 1991
Artista: Tom Zé
Gravadora: Trama
Cotação: * * * *
Em 1991, quando gravou participação no Programa Ensaio, Tom Zé saboreava a recente descoberta de sua obra nos Estados Unidos graças ao incentivo de David Byrne, que, encantado com a musicalidade do artista baiano, acabara de editar coletânea de Zé por seu selo, Luaka Bop. É um Tom Zé vitorioso, falante e feliz que se submeteu às perguntas do diretor Fernando Faro e reviveu ao vivo as principais composições de sua obra no especial. O DVD ora editado pela Trama perpetua em imagens coloridas o programa da TV Cultura com mix de entrevista e dez números musicais tocados ao vivo com banda (entre eles, Parque Industrial e Se o Caso É Chorar).
A oralidade de Tom Zé brota espontaneamente na entrevista desde o início, quando ele soletra para o apresentador o nome de Irará, sua cidade natal, situada no interior da Bahia. Zé recorda que a primeira música que cantou na vida foi a Moda da Mula Preta e cantarola trecho da composição de Raul Seixas. "Uma vizinha cantora disse: 'você tirou o tom muito alto!'. Como eu não sabia o que era tom, ficou tudo por isso mesmo", lembra, bem-humorado.
Foi no balcão da loja do pai que, em contato com os fregueses, Zé adquiriu a cultura oral que seria a base de sua obra de cunho experimental. Seu pai se casou com sua mãe, Helena, após ficar viúvo. "Minha mãe era muito apegada comigo. Eu tive asma. E ela sempre teve que passar vick vaporub no meu peito", revela Zé, com espontaneidade infantil.
Após alguns anos perdidos no ensino básico, a iniciação profissional - recorda o artista - aconteceria na capital baiana quando ele se juntou a uma turma de iniciantes que reunia Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. "Tomei um susto quando Caetano disse que o nosso show ia se chamar Nós, Por Exemplo. Que nome ousado!... lindo", lembra Zé, antes de cantarolar Profissão de Ladrão, um de seus números no show histórico encenado em 1964 no Teatro Vila Velha, em Salvador.
Sempre espontâneo e defensor ferrenho da cultura oral, Tom Zé sugere que os versos da cantiga O Cravo Brigou com a Rosa são mera metáfora para descrever um defloramento e define a Bossa Nova como uma música feminina. "Um mundo todo feminino que, no entanto, transformou o País e o fez exportar Arte", espanta-se. Para depois ratificar sua simpatia pelos conceitos tropicalistas. "Uma guitarra era o demônio para eles (os defensores da autêntica música brasileira). Eu só fui ver luz elétrica aos 13 anos. Então, uma guitarra era uma coisa muito simpática", simplifica.
Verborrágico, Tom Zé expõe suas teorias sobre o Tropicalismo entre números como São São Paulo, um de seus sucessos na era dos festivais da canção. "O Tropicalismo usou a linguagem das roupas para efeito de atração da juventude. Amarelo e vermelho não eram cores que homem vestisse. E o cabelo de um homem que se respeitasse não podia cobrir sua orelha", conta.
Musicalmente, a amostragem da obra de Tom Zé cobre basicamente os anos 60 e 70. Se o samba Só (Solidão), pérola do disco Estudando o Samba (1976), mostra sua capacidade de ser melódico, Cademar (parceria com o poeta Augusto de Campos) exemplifica sua aproximação da turma concretista. No todo, o DVD retrata bem a ideologia e a música inconformada de Tom Zé - ainda que seja um painel antigo, sem a menção e o comentário dos fatos que dariam nova projeção à sua música no Brasil, a partir de meados dos anos 90.
Título: Programa Ensaio - 1991
Artista: Tom Zé
Gravadora: Trama
Cotação: * * * *
Em 1991, quando gravou participação no Programa Ensaio, Tom Zé saboreava a recente descoberta de sua obra nos Estados Unidos graças ao incentivo de David Byrne, que, encantado com a musicalidade do artista baiano, acabara de editar coletânea de Zé por seu selo, Luaka Bop. É um Tom Zé vitorioso, falante e feliz que se submeteu às perguntas do diretor Fernando Faro e reviveu ao vivo as principais composições de sua obra no especial. O DVD ora editado pela Trama perpetua em imagens coloridas o programa da TV Cultura com mix de entrevista e dez números musicais tocados ao vivo com banda (entre eles, Parque Industrial e Se o Caso É Chorar).
A oralidade de Tom Zé brota espontaneamente na entrevista desde o início, quando ele soletra para o apresentador o nome de Irará, sua cidade natal, situada no interior da Bahia. Zé recorda que a primeira música que cantou na vida foi a Moda da Mula Preta e cantarola trecho da composição de Raul Seixas. "Uma vizinha cantora disse: 'você tirou o tom muito alto!'. Como eu não sabia o que era tom, ficou tudo por isso mesmo", lembra, bem-humorado.
Foi no balcão da loja do pai que, em contato com os fregueses, Zé adquiriu a cultura oral que seria a base de sua obra de cunho experimental. Seu pai se casou com sua mãe, Helena, após ficar viúvo. "Minha mãe era muito apegada comigo. Eu tive asma. E ela sempre teve que passar vick vaporub no meu peito", revela Zé, com espontaneidade infantil.
Após alguns anos perdidos no ensino básico, a iniciação profissional - recorda o artista - aconteceria na capital baiana quando ele se juntou a uma turma de iniciantes que reunia Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. "Tomei um susto quando Caetano disse que o nosso show ia se chamar Nós, Por Exemplo. Que nome ousado!... lindo", lembra Zé, antes de cantarolar Profissão de Ladrão, um de seus números no show histórico encenado em 1964 no Teatro Vila Velha, em Salvador.
Sempre espontâneo e defensor ferrenho da cultura oral, Tom Zé sugere que os versos da cantiga O Cravo Brigou com a Rosa são mera metáfora para descrever um defloramento e define a Bossa Nova como uma música feminina. "Um mundo todo feminino que, no entanto, transformou o País e o fez exportar Arte", espanta-se. Para depois ratificar sua simpatia pelos conceitos tropicalistas. "Uma guitarra era o demônio para eles (os defensores da autêntica música brasileira). Eu só fui ver luz elétrica aos 13 anos. Então, uma guitarra era uma coisa muito simpática", simplifica.
Verborrágico, Tom Zé expõe suas teorias sobre o Tropicalismo entre números como São São Paulo, um de seus sucessos na era dos festivais da canção. "O Tropicalismo usou a linguagem das roupas para efeito de atração da juventude. Amarelo e vermelho não eram cores que homem vestisse. E o cabelo de um homem que se respeitasse não podia cobrir sua orelha", conta.
Musicalmente, a amostragem da obra de Tom Zé cobre basicamente os anos 60 e 70. Se o samba Só (Solidão), pérola do disco Estudando o Samba (1976), mostra sua capacidade de ser melódico, Cademar (parceria com o poeta Augusto de Campos) exemplifica sua aproximação da turma concretista. No todo, o DVD retrata bem a ideologia e a música inconformada de Tom Zé - ainda que seja um painel antigo, sem a menção e o comentário dos fatos que dariam nova projeção à sua música no Brasil, a partir de meados dos anos 90.
Belo disco revela a voz potiguar que o Japão já aplaude e o Brasil ainda ignora
Resenha de CD
Título: Imbalança
Artista: Valéria Oliveira
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Não se deixe intimidar pela capa nada atraente. Imbalança, terceiro CD da cantora potiguar Valéria Oliveira, é biscoito fino que foi degustado primeiro no Japão - onde a intérprete já tem público fiel e carreira regular - e agora é lançado no mercado nacional, via Deckdisc. A produção é de Kazuo Yoshida, mas não se trata daqueles discos de bossa nova que Yoshida faz em série para a praça japonesa. Imbalança tem requinte raro nos arranjos, na produção e nas interpretações. Exemplo é a releitura cool de Coração Vagabundo, a bossa tardia de Caetano Veloso.
Valéria transita pela MPB com incursões pela música nordestina. Cantora de voz doce e segura, ela voa com desenvoltura pelas quebradas do samba Avião (Djavan), fica melodiosa na canção Mistérios (Joyce e Maurício Maestro) e tira do baú jóia de Tião Motorista (Na Galha do Cajueiro). Escorada em estelar time de músicos, a cantora consegue até renovar clássicos batidos como a faixa-título, Imbalança. O pifi tocado por Carlos Malta dá um toque todo original a este clássico da parceria de Luiz Gonzaga com Zé Dantas.
O repertório irmana temas de Lenine (Jack Soul Brasileiro), Edu Lobo (a esquecida Chegança, em dueto terno com o autor) e Chico Buarque (Estação Derradeira, com a cuíca de Marcos Suzano). Sem impressionar,Valéria se apresenta timidamente como compositora em Flor da Felicidade (em parceria com Kazuo Yoshida) e na canção Fogo do Inverno. Mas isso é detalhe pequeno de um disco grandioso. Em Canto em Qualquer Canto, a artista consegue fazer sua gravação cheia de cordas e bossa rivalizar com as de Ná Ozzetti (parceira de Itamar Assumpção no tema) e Ney Matogrosso. Isso não é pouco! O Brasil precisa ouvir essa voz potiguar que o Japão já aplaude há anos.
Título: Imbalança
Artista: Valéria Oliveira
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Não se deixe intimidar pela capa nada atraente. Imbalança, terceiro CD da cantora potiguar Valéria Oliveira, é biscoito fino que foi degustado primeiro no Japão - onde a intérprete já tem público fiel e carreira regular - e agora é lançado no mercado nacional, via Deckdisc. A produção é de Kazuo Yoshida, mas não se trata daqueles discos de bossa nova que Yoshida faz em série para a praça japonesa. Imbalança tem requinte raro nos arranjos, na produção e nas interpretações. Exemplo é a releitura cool de Coração Vagabundo, a bossa tardia de Caetano Veloso.
Valéria transita pela MPB com incursões pela música nordestina. Cantora de voz doce e segura, ela voa com desenvoltura pelas quebradas do samba Avião (Djavan), fica melodiosa na canção Mistérios (Joyce e Maurício Maestro) e tira do baú jóia de Tião Motorista (Na Galha do Cajueiro). Escorada em estelar time de músicos, a cantora consegue até renovar clássicos batidos como a faixa-título, Imbalança. O pifi tocado por Carlos Malta dá um toque todo original a este clássico da parceria de Luiz Gonzaga com Zé Dantas.
O repertório irmana temas de Lenine (Jack Soul Brasileiro), Edu Lobo (a esquecida Chegança, em dueto terno com o autor) e Chico Buarque (Estação Derradeira, com a cuíca de Marcos Suzano). Sem impressionar,Valéria se apresenta timidamente como compositora em Flor da Felicidade (em parceria com Kazuo Yoshida) e na canção Fogo do Inverno. Mas isso é detalhe pequeno de um disco grandioso. Em Canto em Qualquer Canto, a artista consegue fazer sua gravação cheia de cordas e bossa rivalizar com as de Ná Ozzetti (parceira de Itamar Assumpção no tema) e Ney Matogrosso. Isso não é pouco! O Brasil precisa ouvir essa voz potiguar que o Japão já aplaude há anos.
Reação em Cadeia filma clipe no Sul
A foto acima é um flagrante da gravação em Porto Alegre (RS) do clipe da música Os Dias - a faixa que vai puxar Febre Confessional, o terceiro disco do grupo gaúcho Reação em Cadeia. O CD sairá em abril via Deckdisc - com músicas como O Jantar e Perdi Você - mas, em março, as rádios já receberão single promocional com Os Dias, cujo clipe foi dirigido por Maurício Eça. O roteiro do vídeo fala da solidão e repressão sentidas por pessoas que vivem cercadas por muita gente.
Universal repõe Mutantes em catálogo
A Universal Music entrou em 2006 decidida a investir em seu rico catálogo. Depois de reeditar obras-primas de cantoras como Dinah Washington e Nina Simone, em coleção de jazz montada com o acervo da Verve, a gravadora vai repor em catálogo, neste início de fevereiro, a discografia da fase áurea do grupo Os Mutantes (foto). Voltarão as lojas sete títulos do trio formado por Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista. A saber: Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), Tecnicolor (gravado na França, em 1970), A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), Jardim Elétrico (1971), Os Mutantes e seus Cometas no País dos Baurets (1972) e o álbum póstumo O A e o Z (gravado em 1973, mas lançado somente em 1992). De acordo com a gravadora, os discos mais antigos passaram por processo de remasterização mais moderno e apurado do que o feito nas reedições de 1992.
O pacote inclui ainda o segundo disco solo de Rita Lee - Hoje É o Primeiro Dia do Resto da sua Vida (1972), considerado em tese um disco dos Mutantes, embora não creditado ao grupo - e o raríssimo A Banda Tropicalista do Duprat (1968), reeditado recentemente na Inglaterra e até então inédito em CD no mercado nacional. Os Mutantes tocam em quatro faixas deste álbum do maestro Rogério Duprat.
O pacote inclui ainda o segundo disco solo de Rita Lee - Hoje É o Primeiro Dia do Resto da sua Vida (1972), considerado em tese um disco dos Mutantes, embora não creditado ao grupo - e o raríssimo A Banda Tropicalista do Duprat (1968), reeditado recentemente na Inglaterra e até então inédito em CD no mercado nacional. Os Mutantes tocam em quatro faixas deste álbum do maestro Rogério Duprat.
Cabal é absolvido no primeiro CD solo
Resenha de CD
Título: Prova Cabal
Artista: Cabal
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *
Cabal é o rapper paulista que estourou o hit Senhorita em 2005, como integrante do trio Motirô, e acabou seduzido pelo canto da sereia da gravadora Universal para pular fora do grupo e se lançar em carreira solo. Enquanto a EMI põe nas lojas o CD do Motirô, hoje reduzido a uma dupla formada pelo pioneiro DJ Hum e pelo cantor Lino Crizz, a Universal arremessa Prova Cabal, o solo do dissidente.
A idéia do disco é inteligente. Cabal montou o repertório de forma conceitual como se as 14 músicas fossem peças de um processo judicial. Ele é o réu, acusado de fazer um rap pop e menos politizado do que o propagado por seus manos paulistas. O ator Paulo César Pereio faz a voz do juiz de forma convincente.
Basta uma audição do álbum para absolver Cabal. Porque há toda uma ironia e uma ideologia em torno de seu discurso autoreferente. Em Temporada de Caça, a caça propriamente dita são os MCs - ainda alvo do preconceito dos caçadores: a parcela elitizada da sociedade que vê o rap como 'música de preto, de favelado', como diz o refrão de conhecido funk carioca. "Te chamam de ladrão, rapper maconheiro", esbraveja Cabal em Ord & Progresso, citando versos de Cazuza em O Tempo Não Pára. O rapper Rhossi adere ao protesto.
Cabal é branco, começou versando em festas e não se enquadra no estereótipo do rapper da periferia. Em Mão pra Cima, Rappin? Hood - exemplo perfeito do tal estereótipo - entra no tribunal como testemunha de defesa de Cabal. "O rap é a nova música popular brasileira", sentencia Hood ao fim da faixa. Em Representa, quem é arrolada é a dupla Helião & Negra Li, que grava seu rap mais melodioso pela mesma major que hoje abriga Cabal.
Vem então Melhor Amiga com seu fraseado soul e na faixa 13 - Outro Julgamento, quase uma vinheta - Cabal é absolvido pelo juiz. Livre, ele sai do tribunal ao som de Viver Bem, que consegue a proeza de usar sample de O Bofe, música composta por Roberto e Erasmo Carlos em 1972 para a trilha da novela homônima. A adesão do Rei é a prova cabal de que o rapper paulista soa inofensivo em sua inocência. Afinal, o universo do hip hop não é exatamente uma festa... Mas para que condenar Cabal? Como o cinema, o rap também pode ser diversão.
Título: Prova Cabal
Artista: Cabal
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *
Cabal é o rapper paulista que estourou o hit Senhorita em 2005, como integrante do trio Motirô, e acabou seduzido pelo canto da sereia da gravadora Universal para pular fora do grupo e se lançar em carreira solo. Enquanto a EMI põe nas lojas o CD do Motirô, hoje reduzido a uma dupla formada pelo pioneiro DJ Hum e pelo cantor Lino Crizz, a Universal arremessa Prova Cabal, o solo do dissidente.
A idéia do disco é inteligente. Cabal montou o repertório de forma conceitual como se as 14 músicas fossem peças de um processo judicial. Ele é o réu, acusado de fazer um rap pop e menos politizado do que o propagado por seus manos paulistas. O ator Paulo César Pereio faz a voz do juiz de forma convincente.
Basta uma audição do álbum para absolver Cabal. Porque há toda uma ironia e uma ideologia em torno de seu discurso autoreferente. Em Temporada de Caça, a caça propriamente dita são os MCs - ainda alvo do preconceito dos caçadores: a parcela elitizada da sociedade que vê o rap como 'música de preto, de favelado', como diz o refrão de conhecido funk carioca. "Te chamam de ladrão, rapper maconheiro", esbraveja Cabal em Ord & Progresso, citando versos de Cazuza em O Tempo Não Pára. O rapper Rhossi adere ao protesto.
Cabal é branco, começou versando em festas e não se enquadra no estereótipo do rapper da periferia. Em Mão pra Cima, Rappin? Hood - exemplo perfeito do tal estereótipo - entra no tribunal como testemunha de defesa de Cabal. "O rap é a nova música popular brasileira", sentencia Hood ao fim da faixa. Em Representa, quem é arrolada é a dupla Helião & Negra Li, que grava seu rap mais melodioso pela mesma major que hoje abriga Cabal.
Vem então Melhor Amiga com seu fraseado soul e na faixa 13 - Outro Julgamento, quase uma vinheta - Cabal é absolvido pelo juiz. Livre, ele sai do tribunal ao som de Viver Bem, que consegue a proeza de usar sample de O Bofe, música composta por Roberto e Erasmo Carlos em 1972 para a trilha da novela homônima. A adesão do Rei é a prova cabal de que o rapper paulista soa inofensivo em sua inocência. Afinal, o universo do hip hop não é exatamente uma festa... Mas para que condenar Cabal? Como o cinema, o rap também pode ser diversão.
Discos do Grateful Dead são reeditados
Ícone do boom psicodélico dos anos 60, o grupo The Grateful Dead (foto) terá reeditados em março cinco discos da década de 70 - a sua fase de maior sucesso comercial. Os títulos - que voltarão ao catálogo devidamente remasterizados e com faixas-bônus - são Wake of the Flood (1973), From the Mars Hotel (1974), Blues for Allah (1975), Terrapin Station (1977) e Shakedown Street (1978). São cinco álbuns de estúdio. O pacote de reedições exclui discos ao vivo como Steal your Face (1976).
Questões sobre o duo de Chico e Zezé
A informação de que Chico Buarque gravou dueto com Zezé Di Camargo (na foto de Daniela Dacorso, um flagrante descontraído da gravação) para o próximo disco da dupla Zezé Di Camargo & Luciano - programado para agosto pela gravadora Sony & BMG - tem provocado comentários acalorados entre os leitores deste blog. A maioria se mostra decepcionada com o compositor de Minha História - a música escolhida para o dueto (na realidade, uma versão de Chico para o tema italiano Gesubambino).
A questão é polêmica, mas cabem algumas considerações. A primeira é a de que, se Zezé Di Camargo & Luciano agregam prestígio e status ao trazer Chico Buarque para seu álbum, o compositor também se beneficia da popularidade da dupla. A obra recente de Chico há anos deixou de ser uma referência musical forte para o público das classes C, D e E - ávido consumidor dos CDs de Zezé & Luciano. Culpa do achatamento do gosto musical brasileiro a partir dos anos 90 (com a explosão do pagode paulista, do sertanejo mais sentimental, do axé mais rasteiro etc...), mas também do rumo tomado pela obra de Chico.
O compositor continua com público fiel - como comprovou o recente sucesso de vendas das duas caixas de DVDs que reúnem os seis primeiros episódios da série Chico Buarque. Mas é fato também que, a partir dos anos 90, a música de Chico perdeu popularidade na medida em que ganhou maior sofisticação harmônica e mostrou menor inspiração melódica. Nenhuma faixa de seu último disco de inéditas, As Cidades (1998), se tornou um sucesso - nem mesmo um sucesso restrito ao seu público mais elitizado. Ninguém sabe cantar uma música do disco. Uma participação de Chico no disco de Zezé Di Camargo & Luciano é oportuna também para o compositor no momento em que ele se prepara para lançar álbum de inéditas, o primeiro na Biscoito Fino. Um disco que certamente vai vender muito, mas que corre o risco de ter seu repertório ignorado pelas massas. Coisa que não acontecia com os discos de Chico nos anos 60, 70 e 80.
Vale lembrar também que Chico Buarque sempre foi generoso no atendimento de convites para cantar em discos de seus colegas. O compositor já virou até figurinha fácil entre os convidados. Por que razão, então, se negaria a cantar com Zezé uma música de seu repertório? Até porque a regravação de uma música como Minha História num disco de Zezé Di Camargo & Luciano eleva o padrão do repertório da dupla. É fato que a obra do duo goiano é marcada por um tom sentimental distante de suas origens caipiras. Mas isso não desqualifica Chico por ter aceitado o convite. Afinal, ele não está cantando uma música popularesca - do tipo que já mereceu críticas do compositor em entrevistas - mas um clássico de seu próprio repertório.
Pode parecer clichê, mas a música nunca teve fronteiras. Quem as estabelece são os críticos (turma na qual o colunista se inclui com orgulho) e o próprio público por conta de preconceitos arraigados. Ninguém é obrigado a comprar um disco. Quando Maria Bethânia regravou É o Amor, a maior parte da crítica fechou os ouvidos para a inegável beleza da música, que já tinha suas qualidades antes mesmo de ganhar nobreza na voz da Abelha Rainha, mas seus fãs gostaram e Bethânia vendeu CDs como não vendia desde que lançou o álbum em que cantava músicas de Roberto e Erasmo Carlos.
Enfim, Chico não trai seus princípios ao recriar sua própria criação em disco de Zezé Di Camargo & Luciano. Haverá quem veja no dueto uma heresia musical. Mas é puro preconceito de quem simplesmente detesta a música sentimental de Zezé e cia... Viva e deixe Chico viver!!
A questão é polêmica, mas cabem algumas considerações. A primeira é a de que, se Zezé Di Camargo & Luciano agregam prestígio e status ao trazer Chico Buarque para seu álbum, o compositor também se beneficia da popularidade da dupla. A obra recente de Chico há anos deixou de ser uma referência musical forte para o público das classes C, D e E - ávido consumidor dos CDs de Zezé & Luciano. Culpa do achatamento do gosto musical brasileiro a partir dos anos 90 (com a explosão do pagode paulista, do sertanejo mais sentimental, do axé mais rasteiro etc...), mas também do rumo tomado pela obra de Chico.
O compositor continua com público fiel - como comprovou o recente sucesso de vendas das duas caixas de DVDs que reúnem os seis primeiros episódios da série Chico Buarque. Mas é fato também que, a partir dos anos 90, a música de Chico perdeu popularidade na medida em que ganhou maior sofisticação harmônica e mostrou menor inspiração melódica. Nenhuma faixa de seu último disco de inéditas, As Cidades (1998), se tornou um sucesso - nem mesmo um sucesso restrito ao seu público mais elitizado. Ninguém sabe cantar uma música do disco. Uma participação de Chico no disco de Zezé Di Camargo & Luciano é oportuna também para o compositor no momento em que ele se prepara para lançar álbum de inéditas, o primeiro na Biscoito Fino. Um disco que certamente vai vender muito, mas que corre o risco de ter seu repertório ignorado pelas massas. Coisa que não acontecia com os discos de Chico nos anos 60, 70 e 80.
Vale lembrar também que Chico Buarque sempre foi generoso no atendimento de convites para cantar em discos de seus colegas. O compositor já virou até figurinha fácil entre os convidados. Por que razão, então, se negaria a cantar com Zezé uma música de seu repertório? Até porque a regravação de uma música como Minha História num disco de Zezé Di Camargo & Luciano eleva o padrão do repertório da dupla. É fato que a obra do duo goiano é marcada por um tom sentimental distante de suas origens caipiras. Mas isso não desqualifica Chico por ter aceitado o convite. Afinal, ele não está cantando uma música popularesca - do tipo que já mereceu críticas do compositor em entrevistas - mas um clássico de seu próprio repertório.
Pode parecer clichê, mas a música nunca teve fronteiras. Quem as estabelece são os críticos (turma na qual o colunista se inclui com orgulho) e o próprio público por conta de preconceitos arraigados. Ninguém é obrigado a comprar um disco. Quando Maria Bethânia regravou É o Amor, a maior parte da crítica fechou os ouvidos para a inegável beleza da música, que já tinha suas qualidades antes mesmo de ganhar nobreza na voz da Abelha Rainha, mas seus fãs gostaram e Bethânia vendeu CDs como não vendia desde que lançou o álbum em que cantava músicas de Roberto e Erasmo Carlos.
Enfim, Chico não trai seus princípios ao recriar sua própria criação em disco de Zezé Di Camargo & Luciano. Haverá quem veja no dueto uma heresia musical. Mas é puro preconceito de quem simplesmente detesta a música sentimental de Zezé e cia... Viva e deixe Chico viver!!
Corredor 5 lança CD na pista do sucesso
O grupo Corredor 5 (foto) lança na próxima semana seu primeiro CD, com repertório autoral que segue a pista pop do sucesso radiofônico. O quinteto carioca é formado por Clemente (baixo e voz), Cadu Mendonça (guitarra), Cláudio Bezz (guitarra), Rick de la Torre (bateria) e Roberto Lopes (teclado e voz). Blá Blá Blá, Mauriçada, Dois e Sexta-feira são algumas músicas do disco Corredor 5, que sai pela gravadora Seven Music, com distribuição da Universal.
Tati Quebra Barraco chega ao DVD
Destaque do (reduzido) elenco feminino do funk carioca, ao lado de Deyse Tigrona, a MC Tati Quebra Barraco está lançando seu primeiro DVD (capa à esquerda) - inexplicavelmente gravado fora do ambiente dos bailes funks. Filmado num show da MC num bar de São Paulo (SP), o vídeo apresenta um roteiro de 17 músicas, incluindo hits como Dako É Bom e Boladona.
Biscoito Fino edita Chico em dualdisc
O álbum de inéditas que Chico Buarque (na foto, em clique de Bruno Veiga) finaliza no estúdio da Biscoito Fino - o primeiro de material novo desde As Cidades, de 1998 - será lançado no formato de dualdisc. Já comum no mercado americano, o formato que une CD e DVD no mesmo disco até então era utilizado no Brasil somente pela gravadora Deckdisc, que lançou dualdiscs de Pitty e do grupo Revelação. O dualdisc de Chico trará, no lado DVD, os bastidores da gravação do CD mais esperado de 2006.
A aposta da Biscoito Fino tem retorno comercial garantido, pois o público consumidor de Chico Buarque - situado majoritariamente nas classes A e B - tem poder aquisitivo suficiente para consumir produtos de preços mais elevados. Como as recentes caixas de DVDs com os episódios da série Chico Buarque, produzida pelo canal DirecTV.
A aposta da Biscoito Fino tem retorno comercial garantido, pois o público consumidor de Chico Buarque - situado majoritariamente nas classes A e B - tem poder aquisitivo suficiente para consumir produtos de preços mais elevados. Como as recentes caixas de DVDs com os episódios da série Chico Buarque, produzida pelo canal DirecTV.
Belô revive o samba-enredo 'Os Sertões'
Belô Velloso disponibilizou mais uma surpreendente regravação na internet. Depois de recordar Lama, sucesso de Clara Nunes em 1976, a cantora revive um dos melhores sambas-enredos de todos os tempos: Os Sertões, apresentado pela escola de samba carioca Em Cima da Hora no Carnaval de 1976 - curiosamente o mesmo ano em que Clara lançou Lama. A releitura da sobrinha de Caetano Veloso e Maria Bethânia surpreende ao incluir no refrão elementos de forró e samba-de-roda. De autoria de Edeor de Paula, o samba-enredo já tinha sido regravado por nomes como Fagner e o conjunto Nosso Samba.
Ouça a regravação de Belô Velloso no endereço: http://www.belovelloso.com.br/audios/belovelloso_ossertoes.asf
Ouça a regravação de Belô Velloso no endereço: http://www.belovelloso.com.br/audios/belovelloso_ossertoes.asf
Inéditas de Elba, Fafá e Rosana pontuam trilha irregular da novela 'Prova de Amor'
Resenha de CD
Título: Prova de Amor
Artista: Vários
Gravadora: Record Music
Cotação: * *
Grande sucesso da Rede Record na área da teledramaturgia, a novela Prova de Amor tem sua trilha sonora editada em CD que clona o formato dos discos das tramas globais. A receita consiste em misturar fonogramas antigos e recentes de nomes do primeiro time da MPB - como Maria Bethânia e Gal Costa, presentes na trilha com a toada Tocando em Frente (1990) e a balada Mar e Sol (2005), respectivamente - com músicas gravadas especialmente para a novela.
Três cantoras fizeram gravações exclusivas para a trilha. A melhor é a de Fafá de Belém, que esquece seu tom habitualmente over para cantar com elegância Eu te Amo, parceria de Chico Buarque com Tom Jobim, lançada em 1980. A faixa é inédita, mas poderia ter feito parte do recente CD Tanto Mar, dedicado por Fafá à obra de Chico. Já Elba Ramalho entoa Mulher, melodiosa canção que exalta a natureza feminina sem originalidade melódica e poética. Por sua vez, Rosana patina no brega em Ninguém te Amou Assim, canção sentimental cuja introdução lembra seu hit O Amor e o Poder (1987). Inspirada, Rita Lee nada gravou especialmente para o disco, mas faz dueto com Dadi em Na Linha e Na Lei, bonita canção escrita por Rita em parceria com Caetano Veloso e que lembra as músicas do grupo Tribalistas.
Como toda trilha de novela, há faixas de vários sotaques e estilos. Intérprete do surfista Gabriel Avellar na trama, Théo Becker dá uma de cantor em Marcas na Areia, rock que tangencia a surf music. Fora do universo sertanejo, Sérgio Reis soa deslocado em O Pincel e o Criador. Da mesma forma que Twiggy - cantora revelada no programa de calouros do apresentador Raul Gil - carrega no tom em interpretação over de O Nosso Amor a Gente Inventa (1987), hit do segundo disco solo de Cazuza.
Numa linha mais cool, Ivan Lins reafirma seu talento de melodista na linda balada Amor e Karla Sabah navega na velha bossa de O Barquinho. É o tema de abertura da novela, cuja trilha lembra as das tramas globais pelo ecletismo. Tem reggae do Cidade Negra (Eu Sei que Ela), samba de Sombrinha (Eu Não Sou de Vacilar, parceria de Sombrinha com o produtor Jorge Cardoso) e um hit da Blitz, A Dois Passos do Paraíso, em versão do grupo Catedral. É como se Renato Russo cantasse com sua voz messiânica os romances urbanos de Evandro Mesquita. É novela... Então vale (quase) tudo na trama e na trilha!
Título: Prova de Amor
Artista: Vários
Gravadora: Record Music
Cotação: * *
Grande sucesso da Rede Record na área da teledramaturgia, a novela Prova de Amor tem sua trilha sonora editada em CD que clona o formato dos discos das tramas globais. A receita consiste em misturar fonogramas antigos e recentes de nomes do primeiro time da MPB - como Maria Bethânia e Gal Costa, presentes na trilha com a toada Tocando em Frente (1990) e a balada Mar e Sol (2005), respectivamente - com músicas gravadas especialmente para a novela.
Três cantoras fizeram gravações exclusivas para a trilha. A melhor é a de Fafá de Belém, que esquece seu tom habitualmente over para cantar com elegância Eu te Amo, parceria de Chico Buarque com Tom Jobim, lançada em 1980. A faixa é inédita, mas poderia ter feito parte do recente CD Tanto Mar, dedicado por Fafá à obra de Chico. Já Elba Ramalho entoa Mulher, melodiosa canção que exalta a natureza feminina sem originalidade melódica e poética. Por sua vez, Rosana patina no brega em Ninguém te Amou Assim, canção sentimental cuja introdução lembra seu hit O Amor e o Poder (1987). Inspirada, Rita Lee nada gravou especialmente para o disco, mas faz dueto com Dadi em Na Linha e Na Lei, bonita canção escrita por Rita em parceria com Caetano Veloso e que lembra as músicas do grupo Tribalistas.
Como toda trilha de novela, há faixas de vários sotaques e estilos. Intérprete do surfista Gabriel Avellar na trama, Théo Becker dá uma de cantor em Marcas na Areia, rock que tangencia a surf music. Fora do universo sertanejo, Sérgio Reis soa deslocado em O Pincel e o Criador. Da mesma forma que Twiggy - cantora revelada no programa de calouros do apresentador Raul Gil - carrega no tom em interpretação over de O Nosso Amor a Gente Inventa (1987), hit do segundo disco solo de Cazuza.
Numa linha mais cool, Ivan Lins reafirma seu talento de melodista na linda balada Amor e Karla Sabah navega na velha bossa de O Barquinho. É o tema de abertura da novela, cuja trilha lembra as das tramas globais pelo ecletismo. Tem reggae do Cidade Negra (Eu Sei que Ela), samba de Sombrinha (Eu Não Sou de Vacilar, parceria de Sombrinha com o produtor Jorge Cardoso) e um hit da Blitz, A Dois Passos do Paraíso, em versão do grupo Catedral. É como se Renato Russo cantasse com sua voz messiânica os romances urbanos de Evandro Mesquita. É novela... Então vale (quase) tudo na trama e na trilha!
Missy Elliott faz trilha de filme da Disney
De volta à boa forma, a rapper Missy Elliott (foto) conciliou a gravação do clipe de We Run This - faixa de seu último álbum, The Cookbook - com os preparativos de seu próximo disco (a artista já entrou em estúdio) e com a criação da trilha sonora do filme Stick It, que tem sua estréia nos cinemas americanos programada para abril pelo grupo Disney/Touchstone Pictures. Em tese, Elliott terá que entregar a trilha até esta terça-feira, 31 de janeiro.
Coletânea prioriza início do Living Colour
Está sendo lançada no exterior uma segunda coletânea do grupo Living Colour (a primeira, Pride, saiu em 1995). Intitulada Everything Is Possible - The Very Best of Living Colour (capa à direita), a atual compilação está essencialmente centrada nos dois primeiros álbuns da banda: Vivid (disco de 1988 que rendeu hits como Cult of Personality e Glamour Boys) e Time's Up (CD de 1990 do qual saíram sucessos como Type e Love Rears Its Ugly Head, que aparece na coletânea em versão remixada).
Moby faz cover de Lou Reed em DVD
O DJ e produtor Moby (foto) incluiu cover de um clássico de Lou Reed, Walk on the Wild Side, no DVD que registra o show de sua atual turnê, Hotel, baseado no disco homônimo. Gravado em maio de 2005, o DVD inclui os clipes de Lift me Up, Raining Again, Beautiful (na versão original), Spiders e Dream about me, além de dois filmes. Um, Little Movie #1, é um passeio pela estrada e mostra Moby em vários lugares do mundo. O outro, Mr. Fish, é um filme de humor com fantoches, em que o personagem-título canta músicas do DJ. O DVD traz ainda um CD com 13 remixes de faixas do álbum Hotel.
Kaiser Chiefs destila ironia em DVD
Crítica de DVD
Título: Enjoyment
Artista: Kaiser Chiefs
Gravadora: Universal
Cotação: * * * *
Taí um DVD que procura e consegue fugir do formato tradicional! Sim, tem imagens de shows da banda inglesa (filmados em São Francisco, nos EUA, e em Leeds, terra natal do quinteto), tem clipes (Oh my God, Every Day I Love You Less and Less, I Predict a Riot, Na Na Na Na Naa - captado no Japão - e o até então inédito Modern Way) e um documentário de 90 minutos sobre a breve história do grupo. Mas o que conta é que em Enjoyment - o título é um jogo de palavra com o nome do primeiro álbum do Kaiser Chiefs, Employment - todo esse material convencional é inserido em contexto inusitado. O quinteto lança mão de imagens de filmes e noticiários antigos para destilar sua habitual irônia sobre Londres. O resultado é criativo e torna o DVD recomendável nessa enxurrada irregular de lançamentos no formato. Enjoy it!
Título: Enjoyment
Artista: Kaiser Chiefs
Gravadora: Universal
Cotação: * * * *
Taí um DVD que procura e consegue fugir do formato tradicional! Sim, tem imagens de shows da banda inglesa (filmados em São Francisco, nos EUA, e em Leeds, terra natal do quinteto), tem clipes (Oh my God, Every Day I Love You Less and Less, I Predict a Riot, Na Na Na Na Naa - captado no Japão - e o até então inédito Modern Way) e um documentário de 90 minutos sobre a breve história do grupo. Mas o que conta é que em Enjoyment - o título é um jogo de palavra com o nome do primeiro álbum do Kaiser Chiefs, Employment - todo esse material convencional é inserido em contexto inusitado. O quinteto lança mão de imagens de filmes e noticiários antigos para destilar sua habitual irônia sobre Londres. O resultado é criativo e torna o DVD recomendável nessa enxurrada irregular de lançamentos no formato. Enjoy it!
Balanço de Orlandivo ainda é moderno
Resenha de CD
Título: Sambaflex
Artista: Orlandivo
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Orlandivo é um cantor, compositor e percussionista catarinense que, diplomado na escola musical do Rio nos anos 50, iniciou carreira solo em 1962 com LP muito apropriadamente intitulado A Chave do Sucesso. É que o então crooner dos bailes animados por nomes como Ed Lincoln impressionara os freqüentadores dos salões cariocas ao usar um molho de chaves como instrumento de percussão para dividir seu samba sincopado. Daí a chave que ilustra a capa deste oportuno Sambaflex, o disco que marca a volta de Orlandivo ao mercado fonográfico depois que o sambalanço do artista foi descoberto e valorizado por DJs e produtores da cena européia dos anos 90.
Aos 68 anos, Orlandivo se mostra em grande forma. A voz, claro, já não é a mesma dos áureos tempos, mas, no caso dele, o que conta mais é o molho, a divisão de seus sambas sincopados. E isso continua redondo. Sambaflex desce muito bem. E nem precisava da releitura eletrônica de Vô Bate Pá Tu - sucesso da efêmera dupla Baiano e os Novos Caetanos nos anos 70. O repertório se sustenta muito bem entre regravações de sucessos de Orlandivo (Chavinha, Bolinha de Sabão, Sambadinho, Samba Toff) e músicas inéditas em disco - algumas realmente novas (como a faixa-título, Sambaflex, parceria do artista com o percussionista Beto Cazes), outras tiradas do baú (caso de Eu Vendo um Samba, escrita há 35 anos).
Basta ouvir Palladium - parceria de Ed Lincoln e Orlandivo, composta em 1975 e gravada em 1977 em disco recentemente reeditado pela EMI - para atestar que o balanço de Orlandivo continua contagiante e moderno. Some-se ao repertório alguns sambas sacudidos de Dorival Caymmi (Doralice, Rosa Morena) e clássicos do sambalanço como Boogie Woogie na Favela e tem-se um disco delicioso, à altura do passado do artista e da cena dançante do Rio dos anos 50 e 60.
Título: Sambaflex
Artista: Orlandivo
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Orlandivo é um cantor, compositor e percussionista catarinense que, diplomado na escola musical do Rio nos anos 50, iniciou carreira solo em 1962 com LP muito apropriadamente intitulado A Chave do Sucesso. É que o então crooner dos bailes animados por nomes como Ed Lincoln impressionara os freqüentadores dos salões cariocas ao usar um molho de chaves como instrumento de percussão para dividir seu samba sincopado. Daí a chave que ilustra a capa deste oportuno Sambaflex, o disco que marca a volta de Orlandivo ao mercado fonográfico depois que o sambalanço do artista foi descoberto e valorizado por DJs e produtores da cena européia dos anos 90.
Aos 68 anos, Orlandivo se mostra em grande forma. A voz, claro, já não é a mesma dos áureos tempos, mas, no caso dele, o que conta mais é o molho, a divisão de seus sambas sincopados. E isso continua redondo. Sambaflex desce muito bem. E nem precisava da releitura eletrônica de Vô Bate Pá Tu - sucesso da efêmera dupla Baiano e os Novos Caetanos nos anos 70. O repertório se sustenta muito bem entre regravações de sucessos de Orlandivo (Chavinha, Bolinha de Sabão, Sambadinho, Samba Toff) e músicas inéditas em disco - algumas realmente novas (como a faixa-título, Sambaflex, parceria do artista com o percussionista Beto Cazes), outras tiradas do baú (caso de Eu Vendo um Samba, escrita há 35 anos).
Basta ouvir Palladium - parceria de Ed Lincoln e Orlandivo, composta em 1975 e gravada em 1977 em disco recentemente reeditado pela EMI - para atestar que o balanço de Orlandivo continua contagiante e moderno. Some-se ao repertório alguns sambas sacudidos de Dorival Caymmi (Doralice, Rosa Morena) e clássicos do sambalanço como Boogie Woogie na Favela e tem-se um disco delicioso, à altura do passado do artista e da cena dançante do Rio dos anos 50 e 60.
Brown adere ao 'afojazz' de Dakine
Dakine (foto) é uma cantora carioca que está finalizando de forma independente seu primeiro disco. A artista procura fundir afoxé e jazz num som batizado por ela de afojazz. A inusitada mistura já conta com a adesão de Carlinhos Brown, que participa da faixa Quase lenda (Uma Opereta Tupiniquim). Parceiro de Ana Carolina, o gaúcho Totonho Villeroy compôs Quem Eu Quero Bem para Dakine, a pedido da própria cantora. Outra faixa é Tempo ao Tempo, Navegador de Lua - de autoria de Gelson Oliveira. O CD foi batizado com o nome da artista.
DVD capta Duran em arena de Londres
A turnê que marcou em 2004 a volta do Duran Duran aos palcos com sua formação original está perpetuada no DVD Live from London (capa à esquerda), lançado no Brasil pela gravadora Sum Records. A primeira tiragem da edição nacional, de 10 mil cópias, traz de bônus um CD (com 10 dos 20 números registrados em show na arena de Wembley, na Inglaterra) e um par de óculos para que o ouvinte veja um número do roteiro com imagens tridimensionais. O repertório inclui sucessos como A View to a Kill (somente no DVD), Save a Prayer, Notorious, Rio e (Reach Up for the) Sunrise.
Trilha de 'Johnny & Jude' sai no Brasil
Com estréia prevista nos cinemas brasileiros para 10 de fevereiro, o filme que narra a vida folhetinesca do cantor de country Johnny Cash - Johnny & Jude (no título original, Walk the Line) - terá sua trilha sonora lançada simultaneamente em CD (capa à direita) editado pela gravadora Sony & BMG. No disco, os sucessos do artista são interpretados pelos atores Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon, que vivem na tela Cash e sua esposa, June Carter. Phoenix canta temas como Get Rhythm, Home of the Blues, Cocaine Blues e Cry Cry Cry. Já Reese solta a voz em Jukebox Blues e Wildwood Flower. O casal faz duetos nas faixas I Ain't me Babe e Jackson.
Ivete aposta em 'A Galera' em fevereiro
Eh! Maravilha chegou a ser cotada, mas A Galera é a segunda música de trabalho do sexto disco solo de Ivete Sangalo (foto), As Super Novas Vol. 01. A letra fala do clima de festa que toma conta do Brasil - e especialmente de Salvador (BA) - em fevereiro, por conta do Carnaval e do verão. A primeira música de trabalho, Abalou, tocou bem nas rádios, mas não chegou a ser um verdadeiro hit como Festa e Sorte Grande. Consta que A Galera já está sendo bastante executada nas emissoras baianas.