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Sábado, Agosto 12, 2006

Últimas de Clementina chegam ao CD

Os dois últimos registros fonográficos de Clementina de Jesus (1901 - 1987) serão lançados em CD. Gravadas em 1986 para a trilha do filme Chico Rei, de Walter Lima Jr., as músicas Quilombo de Dumbá e Chico Reina foram incluídas como faixas-bônus na reedição do disco O Canto dos Escravos, produzida por Eduardo Magossi em série que repõe em catálogo títulos do acervo da gravadora Eldorado. O álbum perpetua o canto dos negros africanos que viveram em Minas Gerais.

E por falar em Clementina de Jesus, é lamentável que a gravadora EMI não tenha cumprido a promessa de manter em catálogo a discografia da artista. Até porque os discos já tinham sido remasterizados para coleção produzida há alguns anos pela Petrobrás, com distribuição restrita a jornalistas e a clientes da empresa. Infelizmente, a obra de Clementina permanece dispersa em coletâneas pouco informativas.

Marisa grava DVD na despedida carioca

Marisa Monte aproveita a última apresentação do show Universo Particular no Rio - no domingo, 13 de agosto - para gravar imagens do espetáculo no Claro Hall para o DVD que registrará a turnê internacional. A idéia da cantora é fazer um DVD que - a exemplo de seus vídeos anteriores Mais e Barulhinho Bom - tenha um tom documental, intercalando números do show com cenas que revelem o seu processo de fazer música.

Bethânia grava Roque com Luiz Brasil

Santo Amaro é uma das músicas do duplo projeto temático de Maria Bethânia sobre as águas. A composição - que alude já no título à cidade de Santo Amaro da Purificação (BA), terra natal da cantora - é de autoria de Roque Ferreira em parceria com Délcio Carvalho. A faixa foi gravada com arranjo do violonista Luiz Brasil. Memórias do Mar (Jorge Portugal e Vevé Calazans), Memória das Águas (Roberto Mendes e Jorge Portugal) e Eu que Não Sei Quase Nada do Mar (Jorge Vercilo e Ana Carolina) são outras músicas que estarão nos dois discos.

Sapucahy produz CD do Sorriso Maroto

Com a little help de alguns amigos como Marcelo D2, a quem acaba de acompanhar em miniturnê pelo exterior, Leandro Sapucahy (foto) está tentando se firmar em carreira solo de cantor e compositor (ele lançou recentemente seu primeiro CD). Mas, por ora, mantém sua atividade de produtor de grupos de pagode. Sapucahy vai produzir o novo disco de inéditas do Sorriso Maroto para a Deckdisc. A turma está escolhendo repertório para entrar em estúdio em breve. Entre as músicas já selecionadas, Em suas Mãos e Futuro Prometido (de Tatau, do grupo AraKetu).

DVD reúne a videografia de Chris Isaak

Conhecido mundialmente por conta do estouro de Wicked Game, o cantor Chris Isaak tem sua videografia reunida no DVD Best of Chris Isaak (capa à direita), recém-editado no mercado brasileiro pela gravadora Warner. O DVD reúne 18 clipes comentados por Isaak, incluindo a versão oficial e a européia de Wicked Game, ambas assinadas por Herb Ritts, também o diretor do vídeo de Baby Did a Bad Bad Thing. O cineasta Gus Van Sant é o diretor do clipe de San Francisco Days.
Sexta-feira, Agosto 11, 2006

'Vagabundo' rende DVD e CD ao vivo

Editado em 2004, o disco Vagabundo - que já tinha gerado um DVD documental sobre a gravação do álbum que uniu Ney Matogrosso a Pedro Luís e a Parede - vai render também um CD ao vivo e (outro) DVD com o registro do show apresentado em turnê nacional pelo grupo. Ambos chegam às lojas no fim de agosto. Ao repertório original do trabalho de estúdio, foram acrescentados números como Sangue Latino (hit do grupo Secos & Molhados), Balada do Louco (também do Secos & Molhados) e Fé Cega, Faca Amolada (da lavra de Milton Nascimento).

A atriz Betty Faria sustenta a cantora

Resenha de Show
Título: BettyFaria.doc
Artista:
Betty Faria
Local:
Teatro Rival (RJ)
Data:
10 de agosto
Cotação:
* * *

Betty Faria nunca foi cantora, mas já soltou a voz em musicais, em filmes e em programas como Brasil Pandeiro, apresentado por ela na Rede Globo em fins dos anos 70. O show que estreou na noite de quinta-feira, 10 de agosto, no Teatro Rival, é um recorte afetivo dessa trajetória repleta de musicalidade. Como cantora, Betty continua sendo uma grande atriz - e é munida desse talento que ela se multiplica e encarna personagens variadas ao cantar um roteiro eclético aberto com música do Rappa (Coincidências e Paixões) e fechado, no bis, com versão roqueira de Já É, hit recente de Lulu Santos. Com direito a visual igualmente roqueiro.

Entre o início e o fim, há fino repertório que reconstitui os passos musicais da intérprete entre várias trocas de figurino. O samba Rita Baiana (do filme O Cortiço) convive harmoniosamente com o medley que une Ana de Amsterdam e Bárbara, temas do musical Calabar, escrito por Chico Buarque e ensaiado por Betty até a proibição da censura, na véspera da estréia. Bárbara, em especial, resulta bonita no tom lânguido de Betty.

Aos 65 anos, Betty exibe boa forma no número de dança feito após Baila Comigo, referência ao amigo Lennie Dale, coreógrafo da abertura da novela homônima de 1981. A direção do ator Luís Salém abre generosos espaços para os textos - em que a artista expõe a saudade e o orgulho de sua trajetória nos palcos, no cinema e na TV - e acerta sobretudo quando põe Betty para cantar Esses Moços (de Lupicínio Rodrigues) na seqüência da exibição da mesma música no telão, interpretada pela atriz em cena do filme A Estrela Sobe.

À vontade no palco, Betty passa para o público uma alegria jovial e uma imensa felicidade de estar em cena cantando músicas que lembram tempos áureos. Pouco importa que ela não reedite a cadência elegante do samba de Paulinho da Viola em Pecado Capital - tema da novela que estrelou em 1975/1976 - e que tropece na letra do samba-enredo O Amanhã. Em compensação, ela dá um banho de sensualidade em Música Suave, sucesso de Roberto Carlos, abolerado na releitura que permite a Betty bailar pelo palco com desenvoltura.

Enfim, Betty Faria.doc é para quem curte a obra e o talento da grande atriz. É a atriz que sustenta a cantora em cena. E por isso seu pocket-show - em cartaz até 20 de agosto, de quinta-feira a domingo - é tão sedutor.

Segundo álbum do Killers já tem nome

Sam's Town é o título do segundo disco do grupo The Killers. Gravado entre Las Vegas e Londres, com músicas como Read my Mind, o álbum tem lançamento confirmado para 2 de outubro. O clipe do primeiro single, When You Were Young, foi rodado num bordel e numa igreja medieval, na pequena cidade mexicana de Tlayacapan. O grupo vai tentar bisar o êxito de seu primeiro CD, Hot Fuss, que já vendeu mais de quatro milhões de cópias desde o lançamento, em 2004, graças a hits como Smile Like You Mean It.

Vale a pena comprar Bethânia de novo

Aos leitores que estão questionando se vale a pena trocar seus CDs de Maria Bethânia pelas atuais reedições, a resposta é: sim, vale a pena! Os 22 títulos recolocados em catálogo pela gravadora Universal foram devidamente remasterizados. A melhora na qualidade do som salta aos ouvidos. É óbvio que não há remasterização que dê jeito por completo num disco originalmente gravado de forma precária, caso do emblemático Rosa dos Ventos (capa à direita). Mas, mesmo no caso do Rosa dos Ventos, houve progresso em relação às anteriores edições em CD - inclusive porque cada número do show corresponde na atual reedição a uma faixa do CD (na anterior, havia apenas duas longas faixas, como no LP original).

Há discos, como Ciclo, que já tinham um som bom na edição de 1993. Ainda assim, a remasterização permite que se ouça todos os instrumentos com maior nitidez. E há, em todos os discos, a restauração dos encartes originais - suprimidos ou reduzidos nas edições anteriores.

No que diz respeito aos quatro discos reeditados pela EMI, o caso é diferente. Foi feita nova remasterização, mas a anterior já era de excelente nível. Então, se o caso for optar, já que CDs oficiais custam caro, a prioridade deve ser o acervo da Universal.

Um caro mimo para os beatlemaníacos

Resenha de CD
Título: The Capitol Albums Vol.2
Artista: The Beatles
Gravadora: EMI
Cotação: * * * *

Em tempos globalizados, parece absurdo que a discografia dos Beatles nos Estados Unidos seja tão diversa dos álbuns oficiais britânicos. Mas o fato é que a gravadora americana Capitol montava (ou desmontava...) os discos do grupo da forma que lhe era conveniente, alterando capas e faixas. Lançada no Brasil em tiragem importada pela EMI, a caixa The Capitols Albums Vol. 2 recupera as edições americanas dos quatro álbuns lançados pelos Fab Four nos EUA em 1965 (a primeira caixa, também já editada no mercado nacional, trouxe os discos de 1964).

Para beatlemaníacos, a caixa tem alto valor documental por embalar os CDs em fiéis miniaturas das capas dos LPs originais, por vir com libreto repleto de fotos e informações sobre os álbuns e, sobretudo, por apresentar o áudio das músicas tanto em som mono (como era praxe na época do lançamento desses discos) quanto em estéreo. The Early Beatles (editado em março de 1965), Beatles VI (junho de 1965), Help! (agosto de 1965) e Rubber Soul (dezembro de 1965) são os quatro títulos incluídos na segunda caixa.

Claro que os Beatles não eram ingênuos. O lançamento dessas edições americanas fazia parte de planejada estratégia de marketing para manter o quarteto em evidência nos Estados Unidos após a bem-sucedida invasão de 1964. Por mais autonomia que a Capitol tivesse na (des)montagem dos álbuns, a gravadora trabalhava a serviço da beatlemania - e o grupo e seu empresário, Brian Epstein, sabiam e se beneficiavam da força da companhia americana. Prova é que o quarteto chegou a gravar dois rocks de Larry Williams, Bad Boy e Dizzy Miss Lizzy, somente para que a Capitol completasse o repertório de Beatles VI.

Três meses antes de Beatles VI, as lojas dos EUA já tinham recebido The Early Beatles, coletânea de faixas dos álbuns oficiais Please Please me (1962) e Meet the Beatles! (1963). Naquele profícuo 1965, os cofres da Capitol foram também abastecidos com a renda arrecada pelas vendas da trilha do filme Help! - com seleção diversa da edição britânica - e do coeso Rubber Soul, que, mesmo sendo o primeiro álbum mais conceitual dos Beatles, saiu nos EUA sem quatro músicas da versão inglesa (entre elas, Nowhere Man) e com adição de duas músicas da trilha de Help!. Enfim, The Capitol Albums Vol. 2 é mimo caro para fãs. Mas irresistível para beatlemaníacos de todas as classes.
Quinta-feira, Agosto 10, 2006

Chico canta Morena Bela no forró infantil

Já começam a ser escolhidos as músicas e os intérpretes do disco Forró para Crianças, produzido por Zé Renato para a gravadora Biscoito Fino com repertório formado, em sua maioria, por sucessos de Jackson do Pandeiro. Chico Buarque (à direita em foto de João Wainer) vai cantar Morena Bela (Onildo Almeida e Juarez Santiago). Maria Rita ficou com Sina de Cigarra (Jackson do Pandeiro e Delmiro Ramos). João Bosco rebobina Forró em Limoeiro (Edgar Ferreira). Já Silvério Pessoa canta o Coco do Norte (Rosil Cavalcanti). Vendedor de Caranguejo, de Gordurinha, está na seleção, mas ainda não tem intérprete.

Engenheiro inglês mixa disco do Skank

Embora masterizado nos Estados Unidos, o sétimo álbum de estúdio do Skank, Carrossel, foi mixado no próprio estúdio do grupo - o Máquina, em Belo Horizonte (MG) - pelo engenheiro inglês Benedict Findlay, que trabalha no estúdio de Peter Gabriel. Findlay ficou em Minas por duas semanas. Empolgado com o som do Skank, o engenheiro fez até um pequeno clipe para uso particular da música O Som da sua Voz (Samuel Rosa e Chico Amaral), uma das 15 faixas do CD. Na foto acima, clicada por Fernando Furtado, empresário do quarteto, Findlay está ao centro, rodeado pelos músicos da banda e por Chico Neves (à direita).

Universal reedita a obra fundamental de Maria Bethânia em coleção de 22 títulos


Demorou, mas a gravadora Universal Music está, enfim, reeditando esta semana os 22 discos de Maria Bethânia que pertencem ao seu acervo. Os títulos cobrem o período 1967 - 1995. Todos já haviam sido lançados em CD, entre o fim dos anos 80 e o início dos 90, mas a maioria já estava fora de catálogo - caso de Drama (capa à esquerda). Coordenada pelo pesquisador Rodrigo Faour, a coleção avança em relação às edições anteriores porque os álbuns foram remasterizados - a melhora no som é nítida - e porque todos os CDs reproduzem o material dos encartes dos LPs originais. Além disso, há um texto de Faour sobre cada título. O unico senão é a ausência de faixas-bônus com fonogramas de compactos da época e sobras dos registros de shows que, por limitação de espaço, não entraram nos LPs originais.

A coleção Viva Bethânia! foi idealizada em homenagem aos 60 anos da cantora, completados em 18 de junho. Antes da Universal, a EMI reeditou quatro títulos da intérprete - Recital na Boite Barroco (1968), Maria Bethânia (1969), Maria Bethânia ao Vivo (1970) e Âmbar (1996) - em formato digipack. Só que os títulos da EMI já estavam em catálogo com som remasterizado. As jóias mais raras pertenciam mesmo ao baú da Universal Music - sem falar, claro, no EP Maria Bethânia Canta Noel Rosa, que a Sony & BMG está reeditando (em compilação com outras faixas de compactos) em série de sete títulos que inclui ainda os discos Maria Bethânia (1965), Dezembros (1986), Maria (1988), A Força que Nunca Seca (1999), Diamante Verdadeiro (1999) e Maricotinha (2001).

Por ora, vamos à descrição - disco por disco - do acervo fundamental da Universal Music:

Edu e Bethânia (1967) - Álbum feito com Edu Lobo para a gravadora Elenco. Como este disco já havia sido relançado e remasterizado recentemente, a gravadora apenas acrescentou uma luva à edição anterior para poder incluir o texto do pesquisador Rodrigo Faour.

A Tua Presença.... (1971) - Primeiro disco de estúdio de Bethânia na antiga Philips. Inclui rara incursão da cantora pelo universo de Jorge Ben Jor (Mano Caetano, com participação do autor), sua primeira gravação de Rosa dos Ventos e releitura de Jesus Cristo, lançada por Roberto Carlos no ano anterior.

Rosa dos Ventos (1971) - Foi o disco ao vivo que consolidou um formato de show que Bethânia rebobinaria ao longo da carreira, com música e poesia. Atenção: por um erro gráfico, a primeira tiragem da atual reedição vem com o encarte da edição anterior de 1993. Já notificada do problema, a gravadora prometeu corrigir o erro.

Drama (1972) - Álbum de estúdio em que Bethânia lançou Estácio Holly, Estácio (de Luiz Melodia) e Esse Cara, de Caetano Veloso. A produção foi do próprio Caetano, então recém-chegado do exílio em Londres.

Drama 3º Ato (1973) - Outro disco ao vivo que marcou época. Registra o show Drama - Luz da Noite, apresentado no Teatro da Praia (RJ) com direção de Isabel Câmara e Antônio Bivar. Bethânia canta Baioque, da trilha do filme Quando o Carnaval Chegar (1972), infelizmente esquecida na coleção.

A Cena Muda (1974) - Mais um ao vivo, desta vez sem textos no roteiro. O discurso estava nas letras de compositores como Gonzaguinha, gravado por Bethânia pela primeira vez, e em dose tripla (Galope, Gás Néon e Desesperadamente). A reedição reproduz o encarte luxuoso do LP original.

Chico Buarque & Maria Bethânia ao Vivo (1975) - Outro ao vivo que registra o marcante encontro da cantora com o compositor, que fez Sem Açúcar para Bethânia cantar no show. Já estava em catálogo.

Pássaro Proibido (1976) - Disco de estúdio que marcou o início da popularização da cantora, por conta da gravação de Olhos nos Olhos, de Chico Buarque. Outro destaque do repertório é Amor, Amor - parceria de Sueli Costa com o poeta Cacaso.

Pássaro da Manhã (1977) - Disco em que Bethânia intercalava músicas e textos, trazendo pela primeira vez para o estúdio a marca de seus shows. O repertório destacou Terezinha e a regravação de Um Jeito Estúpido de te Amar, parceria de Isolda e Milton Carlos, lançada por Roberto Carlos no ano anterior.

Álibi (1978) - Disco de estúdio que se tornou um clássico na discografia da cantora, vendendo 800 mil cópias (e não um milhão, como alardeado através dos anos). O repertório enfileira músicas até hoje recorrentes no repertório da artista: Sonho Meu, Negue, Explode Coração, Diamante Verdadeiro, Cálice, O meu Amor.

Mel (1979) - Disco de estúdio que seguiu a linha orquestral de Álibi. Grito de Alerta, de Gonzaguinha, foi o hit. Mas Cheiro de Amor toca até hoje nos programas de flashbacks das FMs. Bethânia gravava pela primeira vez Ângela RoRo (Gota de Sangue, com o piano da autora).

Talismã (1980) - Disco de estúdio que reproduz, com menor inspiração, a fórmula de Álibi e Mel. O maior sucesso foi o samba Alguém me Avisou, gravado com Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Alteza (1981) - Disco de estúdio que sedimentou o desgaste da fórmula usada por Bethânia naqueles anos. Foi uma fase em que, em vez de conceber um conceito para os discos, ela apenas reunia as músicas que os compositores lhe mandavam. Destaques: Purificar o Subaé e Maravida.

Nossos Momentos (1982) - Disco ao vivo que registra o show dirigido por Bibi Ferreira. Gravado no Canecão (RJ) entre 19 de setembro e 3 de outubro de 1982. O destaques são a interpretação magistral de Vida (Chico Buarque), de alta voltagem emocional, e o samba O Que É O que É, lançado por Gonzaguinha naquele mesmo ano.

Ciclo (1983) - Primoroso disco de estúdio que marcou o início de fase mais interiorizada, de menor apelo popular. Foi gravado em clima acústico, quando a ordem na indústria fonográfica era empastelar os discos de MPB com teclados. Destaques: Motriz, Fogueira (de Ângela RoRo) e a chula Filosofia Pura, gravada com Gal Costa.

A Beira e o Mar (1984) - Álbum de estúdio, baseado no repertório do show A Hora da Estrela, um dos mais ousados da trajetória de Bethânia. Bisou o tom intimista de Ciclo e marcou a (primeira) despedida da cantora da gravadora.

Memória da Pele (1989) - Disco de estúdio que marcou a volta da cantora à Polygram, depois de breve período na BMG. O destaque foi Reconvexo, tema de Caetano Veloso até hoje presente em seus shows.

Maria Bethânia 25 Anos (1990) - Luxuoso disco de estúdio que trazia até a participação de João Gilberto. A reedição em CD recupera o encarte farto do LP original, com todas as fotos.

Olho d'Água (1992) - Disco interiorizado, de rara beleza, mas que não aconteceu nas paradas. Medalha de São Jorge e Ilumina integram um repertório coeso.

As Canções que Você Fez pra mim (1993) - Ao dedicar um álbum ao cancioneiro de Roberto e Erasmo Carlos, Bethânia se reconciliou com as paradas. O disco vendeu cerca de 700 mil cópias. Mas já foi editado em CD com capricho na época do lançamento. Além do texto de Faour, a presente reedição nada acrescenta à anterior.

Maria Bethânia ao Vivo (1995) - Já editado originalmente em CD, o disco registrou o show dirigido por Gabriel Vilella e marcou a despedida definitiva de Bethânia da gravadora na qual viveu seu período de maior sucesso comercial, com trabalhos antológicos, enfim reeditados com requinte condizente com a importância da Abelha Rainha.

EMI também relança 'Imitação da Vida'

Dando a partida nas reedições comemorativas dos 60 anos de Maria Bethânia, a gravadora EMI pôs nas lojas em julho, em formato digipack, quatro dos cinco títulos da cantora pertencentes ao seu acervo: Recital na Boite Barroco (1968), Maria Bethânia (1969), Maria Bethânia ao Vivo (1970) e Âmbar (1996). Mas Imitação da Vida (capa à esquerda), álbum duplo de 1997, não foi esquecido e será relançado ainda este mês, em embalagem tradicional, mas com um texto do pesquisador Rodrigo Faour sobre a gravação ao vivo, uma das melhores de Bethânia no gênero.

'Ciclo', o disco preferido, volta às lojas

Com o relançamento dos 22 títulos da coleção Viva Bethânia! pela Universal Music, um dos mais belos e menos conhecidos discos de Maria Bethânia volta ao catálogo. Trata-se de Ciclo (capa à direita). Gravado em 1983, este é o melhor disco da cantora na avaliação da própria intérprete. Neste trabalho interiorizado, há toda uma musicalidade refinada que ainda reverbera em trabalhos recentes como o cultuado Brasileirinho (2003). Ciclo foi gravado em clima radicalmente acústico, sem bateria. Seu encarte é farto de informações sobre cada uma das 11 músicas.
Quarta-feira, Agosto 09, 2006

Pagodinho traz Miltinho para sua gafieira

A foto à esquerda é um flagrante do ensaio feito por Zeca Pagodinho e Miltinho em sala da gravadora Universal Music. Com produção de Rildo Hora, Zeca vai gravar ao vivo CD e DVD com a sonoridade dos sambas de gafieira. Em evidência nos anos 50 e 60 com sucessos como Mulher de 30, Miltinho foi convidado por Zeca para fazer dueto em Se Você Visse, de Dino Sete Cordas e Del Loro.

Além de regravar sucessos do gênero, como Piston de Gafieira, Zeca vai apresentar inéditas e rebobinar hits como Judia de mim e Pai Coruja - tudo na companhia de uma big-band para evocar os anos dourados dos salões. O repertório inclui Pisei num Despacho (Geraldo Pereira e Elpídio Viana), Tarzan, o Filho do Alfaiate (Noel Rosa e Vadico), Dono da Calçada (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), Beija-me (Roberto Martins e Mário Rossi), Tive Sim (Cartola), Quintal do Céu (Jorge Aragão e Wilson Moreira) e Cabô, meu Pai (Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz e Aldir Blanc).

Segundo disco de Teca volta com bônus

Segundo disco solo de Teca Calazans, lançado originalmente em 1984, Mina do Mar (capa à direita) vai ser editado pela primeira vez em CD em coleção que recupera títulos do acervo da gravadora Eldorado. Neste álbum, Teca retomou os ritmos nordestinos e fez dueto com Alceu Valença na faixa Com Pedras de Sal.

Produzida pelo jornalista Eduardo Magossi e pelo pesquisador pernambucano Wilson Menezes da Hora, a reedição vem com duas faixas-bônus. Cavalos de Cão (música de Zé Ramalho, registrada com a participação de Antonio Nóbrega) e Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor (sucesso de Amelinha em 1982) foram gravações feitas por Teca para o projeto A Música do Cangaço.

A luz espiritualista de Gil volta em CD

A capa à esquerda é do disco Gil Luminoso, nas lojas ainda em agosto pela Biscoito Fino. Gravado em 1999 para ser encartado no homônimo livro do artista plástico Bené Fontelles, Gil Luminoso ganha sua primeira edição avulsa em CD. Inteiramente autoral, o repertório inclui 15 músicas de caráter espiritualista e filosófico. Os destaques são Você e Você (tema dado por Gil para Gal Costa incluir no álbum O Sorriso do Gato de Alice e regravado pela primeira vez pelo autor em Gil Luminoso), O Som da Pessoa (parceria de Gil com Bené Fontelles), Copo Vazio (lançada por Chico Buarque em 1974 no disco Sinal Fechado), O Compositor me Disse (lado B de álbum ao vivo de 1974) e Metáfora (de 1982), entre outras músicas. Trata-se do primeiro trabalho gravado por Gil no estilo voz e violão.

MPB-4 canta até 'Conceição' em DVD

Ainda comemorando seus 40 anos de carreira, a rigor completados em 2002, o MPB-4 lança via EMI o CD e o DVD (capa à direita) 40 Anos ao Vivo, com uma inédita, Samba Antigo, em repertório de sucessos. A surpresa entre as participações especiais é Cauby Peixoto, com quem o quarteto canta Conceição e Última Forma (faixa exclusiva do DVD, o primeiro do quarteto). Explica-se: Dalmo Medeiros, que entrou no grupo no lugar de Ruy Faria, é sobrinho de Cauby.

O time de convidados inclui Roberta Sá (em Cicatrizes, música que a cantora já gravara em seu CD Braseiro com a participação do grupo), Zeca Pagodinho (Olê Olá), Milton Nascimento (Cebola Cortada), Quarteto em Cy (Falando de Amor) e, claro, Chico Buarque (em Roda Viva e, nos extras do DVD, em Quem Acreditou na Vida como Eu). Chico gravou sua participação em estúdio.

Lenine põe 14 músicas em CD acústico

Atualmente em turnê pelos Estados Unidos para divulgar a compilação Lenine, recém-lançada no mercado norte-americano pelo selo Six Degrees, Lenine estará de volta ao Brasil ainda este mês. O lançamento de seu Acústico MTV está agendado para 27 de agosto. O CD reúne 14 músicas que, pela ordem, são O Atirador, Hoje Eu Quero Sair Só, A Rede, Paciência, O Último Pôr do Sol, O Homem dos Olhos de Raio X, Lá e Cá, A Medida da Paixão, Tudo por Acaso, Miedo, Santana, A Ponte, Dois Olhos Negros e Jack Soul Brasileiro. A idéia foi reunir no projeto (o segundo ao vivo consecutivo do artista) as músicas mais conhecidas do cantor e compositor.
Terça-feira, Agosto 08, 2006

Preta Gil estrela musical sobre Rita Lee

A foto acima é de Preta Gil na pele de Linda Lee, um travesti nascido Ivanildo Pereira e obcecado por Rita Lee. Linda é a protagonista do musical Um Homem Chamado Lee, inspirado na obra da autora de Ovelha Negra. A estréia está programada para 22 de agosto, no Teatro Folha, em São Paulo. No roteiro do musical, dirigido por Rodrigo Pitta, sucessos de Rita como Saúde, Luz del Fuego, Chega Mais, Mutante, Doce Vampiro e Esse Tal de Roque Enrow.

Universal reedita obra inicial de Ronnie

Artista cuja discografia havia até então sido vítima de descaso pela indústria fonográfica, Ronnie Von terá reeeditado pela Universal Music três títulos de seu início de carreira. Voltam ao catálogo, em edições remasterizadas, os álbuns Ronnie Von (1966), Ronnie Von (1969, o do hit Meu Bem, versão de Girl, dos Beatles) e Minha Máquina Voadora (1970).

Marina volta à meia-voz, mas inteira...

Resenha de CD
Título:
Lá nos Primórdios
Artista:
Marina Lima
Gravadora:
EMI
Cotação:
* * *

Em 2003, dois anos depois de ter lançado fracas inéditas no esmaecido Setembro, Marina Lima fez o jogo da indústria fonográfica e tentou voltar às paradas com Acústico MTV que, de tão inapropriado, foi um dos poucos da série que não aconteceu no mercado. Em seu novo disco, Lá nos Primórdios, Marina procura (e encontra) um tom mais pessoal.

A decepção é certa para quem buscar no CD - produzido pela própria Marina com Renato Alsher - a compositora dos áureos tempos, autora de um pop redondo. Não há hits previsíveis neste Lá nos Primórdios, cuja origem foi o cultuado e quase homônimo show Primórdios, estreado em São Paulo no ano passado com tonalidade teatral criada pela diretora Monique Gardenberg. A voz também contina sem o viço de outrora. O canto de Marina eventualmente até adquire um tom falado, mas não soa insuficiente dentro da atmosfera do disco.

No estúdio, Marina buscou sonoridade crua e rascante, urdida sobretudo com sons de guitarra e sintetizadores. Uma ambiência eletrônica envolve repertório formado por cinco inéditas, três recriações de lados B de sua obra e incursões pelos repertórios de Chico Buarque e Laurie Anderson. Das inéditas, o quase tango Três e o rock indie Entre as Coisas são os destaques. Anna Bella - inspirada na artista plástica Anna Bella Geiger - chama mais atenção por verso questionador ("Por que as mulheres também não podem ter sua sauna gay?") do que pela melodia pouco inspirada. A balada Que Ainda Virão - faixa mais intimista do disco e única inédita que ainda não tinha sido apresentada no show Primórdios - também não se encontra entre as melhores criações de Marina. Já Valeu cresce no remix de DJ Dolores, que acentua a batida da ciranda apenas insinuada na gravação original.

As três recriações da própria lavra da artista estão em sintonia com o sotaque cru do álbum. Difícil (de Todas, álbum de 1985) é a do verso "Sexo é bom!", um marco na época por ser ouvido na voz de uma mulher. $ Cara vem do repertório de A Próxima Parada, disco de 1989 cujo resultado final desagradou Marina. Por fim, Meus Irmãos é de O Chamado, álbum de 1993.

O toque mais experimental fica por conta de Vestidinho Vermelho, versão de Alvin L para Beautiful Red Dress, música lançada em 1989 por Laurie Anderson, cantora e compositora americana, identificada com a vanguarda. A faixa tem clima underground e aparece também em remix feito para as pistas por DJ Zé Pedro. A outra incursão de Marina fora de sua seara autoral é Dura na Queda, samba composto por Chico Buarque em 2000 para peça baseada na vida da cantora Elza Soares. Marina ralenta o ritmo do samba em releitura que não empolga.

Lá nos Primórdios foi gravado e arranjado por Marina com os músicos que tocaram no show que gerou o disco. Entre eles, o guitarrista Fernando Vidal (muito responsável pelo tom rascante do álbum), o tecladista Dudu Trentin, o baixista Edu Martins e o baterista Alex Fonseca. Há rara unidade entre os arranjos.

Aos 50 anos, completados em setembro de 2005, Marina busca realçar sua personalidade musical com a voz que lhe resta. Consegue. Lá nos Primórdios supera - e muito - o anêmico Setembro. Mesmo à meia-voz, Marina quer mostrar que continua inteira.

Beth canta o samba da Bahia com Gil

Gilberto Gil, Moraes Moreira, Riachão, Margareth Menezes, Edil Pacheco, Nelson Rufino, Roque Ferreira e o grupo Olodum são nomes também já confirmados na gravação do CD e DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia - agendada para 22 e 23 de agosto em shows restritos a convidados no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). Como já divulgado anteriormente, estão previstas ainda as participações de Caetano Veloso, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Maria Bethânia. A direção do DVD será de Lula Buarque, e não mais de Andrucha Waddington - como previsto inicialmente (ambos integram a equipe da Conspiração Filmes). O lançamento está previsto para 2007.

Chico Neves produz 'estréia' do Moptop

Um dos grupos mais promissores e cultuados da cena alternativa carioca, o Moptop foi contratado pela gravadora Universal Music e lança no início de setembro seu primeiro CD oficial (o quarteto já tem um disco independente, promovido via internet). A foto acima mostra os músicos na gravação do clipe de O Rock Acabou, a faixa que vai puxar o álbum, produzido por Chico Neves. O vídeo, aliás, estréia nesta terça-feira, 8 de agosto, na MTV.
Segunda-feira, Agosto 07, 2006

Morre Moacir Santos, aos 80, nos EUA

Aos 80 anos, Moacir Santos tinha acabado de ser escolhido o homenageado da edição 2006 do Prêmio Shell para a Música Brasileira, mas não poderá estar presente na cerimônia, em novembro. O compositor, saxofonista e arranjador morreu no domingo, 6 de agosto, em Los Angeles (EUA). Santos, que voltou à cena fonográfica brasileira em 2001 com o CD Ouro Negro, marcou época em 1965 com o disco Coisas, em que uniu a linguagem do jazz aos ritmos nordestinos e aos sons negros da música brasileira, renovando a linguagem harmônica nacional. Nasceu em Pernambuco, mas estava radicado nos Estados Unidos desde 1967. Pelo selo Blue Note, gravou discos como Maestro (1972) e Saudade (1974) - títulos importantes que já iam ganhar em breve reedição em CD no mercado nacional. Mas a morte de Santos deverá acelerar o processo de relançamento dos álbuns no Brasil. O grande músico saiu de cena vítima de um complicações decorrentes de um derrame. Seu último trabalho foi Choros & Alegria, com composições (até então inéditas) de um começo de carreira que seria das mais geniais da música brasileira.

'Carrossel' do Skank gira com 15 inéditas

Carrossel, o nono disco do Skank, reúne 15 músicas inéditas. Pela ordem, as faixas são Eu e a Felicidade (tema de ficção científica composto por Samuel Rosa com Nando Reis), Uma Canção É pra Isso (parceria de Samuel com Chico Amaral, eleita o primeiro single e nas rádios desde 31 de julho), Até o Amor Virar Poeira (rock com tom de garagem), O Som da sua Voz, Cara Nua (parceria de Samuel com Humberto Effe), Mil Acasos, Lugar, Notícia (outra de Samuel com Humberto Effe), Garrafas, Panorâmica, Balada pra João e Joana, Trancoso (primeira parceria de Samuel com Arnaldo Antunes), Anti-telejornal, Seus Passos (primeira parceria de Samuel Rosa com o guitarrista César Maurício, fundador da extinta banda mineira Virna Lisi) e Um Homem Solitário. O sétimo disco de estúdio grupo chega às lojas na segunda quinzena de agosto, via Sony & BMG. Na foto acima, clicada pelo baterista Haroldo Ferretti, o vocalista e guitarrista Samuel Rosa conversa no estúdio com o produtor Chico Neves (de costas).

Titã Sérgio Britto lança segundo CD solo

Tecladista e compositor do grupo Os Titãs, co-autor de sucessos como Comida e Epitáfio, Sérgio Britto lança em setembro seu segundo disco solo, Eu Sou 300. O sucessor de A Minha Cara (2001) será puxado pela faixa Raquel, que tem arranjo feito pelo próprio Britto. O lançamento do CD será feito pela Arsenal Music, do produtor Rick Bonadio (à direita na foto, durante a assinatura do contrato com o titã), com distribuição da Universal Music.

A união de Hawkins e Webster em 1957

Resenha de CD
Título: Coleman Hawkins Encounters Ben Webster
Artista: Coleman Hawkins e Ben Webster
Gravadora: Verve / Universal Music
Cotação: * * * * *

Mais um título clássico da história do jazz ganha reedição no mercado nacional via Universal Music. Em 1957, os saxofonistas Coleman Hawkins e Ben Webster se reuniram em encontro gravado por Norman Granz e perpetuado em álbum lançado naquele mesmo ano. A jam session incluiu feras do naipe do pianista Oscar Peterson. O disco é divino e merecia voltar ao catálogo. Ao todo, são sete temas que apresentam um jazz com toques de latinidade (em La Rosita) e de rhythm and blues (em Blues for Yolanda, que aparece na reedição no registro original e em dois takes alternativos). É jóia do precioso baú da Verve!

Izabel Padovani promove bom CD no Rio

Vencedora do Prêmio Visa 2005 na categoria Edição Vocal, a cantora Izabel Padovani (foto) confirmou seu talento de intérprete em Desassossego, disco em que faz - com personalidade -releituras de músicas Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Paulinho da Viola, entre outros compositores. O CD já é o quarto título na discografia da artista.

Mais conhecida em São Paulo, Padovani vai promover o disco no Rio de Janeiro com pocket-show agendado para quinta-feira, 10 de agosto, às 19h, na loja Saraiva Mega Store do Shopping Rio Sul, em Botafogo. Em setembro, a artista - que viveu dez anos em Viena - parte para turnê por países como Áustria e Alemanha.
Domingo, Agosto 06, 2006

Moreno e Pedro Sá produzem Caetano

Por ora intitulado , o disco de inéditas que Caetano Veloso (foto) lançará em setembro tem produção dividida entre o guitarrista Pedro Sá e Moreno Veloso, filho do cantor. O álbum reúne 12 músicas de autoria somente de Caetano. O baterista Marcelo Callado, o baixista Ricardo Dias Gomes e o próprio Pedro Sá são os únicos músicos que tocam no CD - o primeiro trabalho solo de inéditas do compositor desde Noites do Norte, de 2000. A propósito, desde que lançou o samba-reggae A Luz de Tieta em trilha de filme de Carlos Diegues, em 1996, Caetano não emplaca um sucesso de sua autoria.

Antunes grava com Margareth em estúdio

Salvador (BA) - Arnaldo Antunes (foto) vai gravar, em estúdio, uma participação no próximo DVD e CD de Margareth Menezes. Margareth Brasileira - Ao Vivo chegará às lojas em outubro, via EMI, com o registro ao vivo de show gravado na Conha Acústica do Teatro Castro Alves, na capital baiana. A faixa que Arnaldo vai cantar é Gente, parceria do compositor com Marisa Monte e Pepeu Gomes. Atenciosa, Marisa ligou esta semana para Margareth para dar instruções sobre a melodia.

Em tempo: Seu Jorge também vai gravar sua participação em estúdio, provavelmente numa música inédita.

Three Days convence com disco de peso

Resenha de CD
Título: One-X
Artista: Three Days Grace
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *

Em seu segundo álbum, o grupo canadense Three Days Grace constrói uma atmosfera sombria, quase dark, para falar de temas sempre espinhosos como perda, dor e solidão. Riot é a melhor música de um disco que não inova (aliás, já parece ter sido ouvido antes..), mas convence, alternando rocks ora pesados (It's All Over), ora mais melódicos (Never Too Late). Sem trocadilho, One-X tem peso.

Tunico Ferreira é herdeiro de partido alto

Resenha de CD
Título: Na Cadência do Partido Alto
Artista: Tunico Ferreira
Gravadora: ZFM
Cotação: * * * *

"Na cadência do partido alto, eu nasci", avisa o cantor e compositor Tunico Ferreira na faixa que abre seu segundo CD, justamente intitulado Na Cadência do Partido Alto. Nem era preciso se apresentar. Tunico é filho de Martinho da Vila e honra o nome do pai com repertório primoroso e quase todo inédito. Até a bela capa de Elifas Andreato (acima, à esquerda) evoca a obra de Martinho. Nos anos 70 e 80, Andreato criou capas antológicas para álbuns do artista. Para o disco de Tunico, ele adaptou O Príncipe Negro, obra de Paul Klee.

A partir de 1967, Martinho da Vila modernizou o samba-enredo (com cadência menos arrastada e versos mais coloquiais) e fez o partido alto ser consumido por um público de classe média, em vez de ficar confinado nos morros. A obra fonográfica de Tunico obviamente não tem esse caráter inovador, mas se impõe dentro da rica tradição paterna do artista. Em seu primeiro disco, editado em dezembro de 2003, o filho de Martinho já mostrou talento. No segundo trabalho, ele aprimora seu samba.

O disco está calcado no partido de mais alto quilate em faixas como Maria Rezadeira e Bate na Palma da Mão. E vale ressaltar que boa parte dos sambas leva a assinatura do próprio Tunico, ao lado de parceiros como Mombaça (em O Meu Papel, de um moralismo bem-vindo em tempos amorais), Jorge Agrião e Roque Ferreira. Agrião e Roque colaboram, por exemplo, em Me Curei do seu Amor, samba de cadência envolvente.

Soltando a voz com desenvoltura, Tunico canta versos descontraídos que fazem crônicas dos costumes do povo. Pé de Cana, O Sócio e No dos Outros É Refresco se inserem nessa vertente bem-humorada que nasceu com Noel Rosa, o bamba de Vila Isabel (RJ) do qual Martinho é fiel discípulo. E por falar no Da Vila, ele marca presença no disco com a autoria de um samba dos melhores de sua lavra, Eta Mundo Grande.

Depois de apresentar jóia da lavra de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro (E Lá se Vão os Anéis) e de regravar um sucesso inicial de Djavan (Alegre Menina, sem a riqueza harmônica da gravação feita pelo cantor alagoano em 1975 para a trilha da novela Gabriela), Tunico reverencia o bom pagode em Samba do Claudionor. Tal pai, tal filho. Herdeiro do melhor partido, Tunico Ferreira nasceu em casa de bamba.

Ricky Martin vai gravar acústico na MTV

Chegou a ver de Ricky Martin fazer seu acústico na MTV. A gravação do MTV Unplugged do astro latino será feita em 17 de agosto, em Miami (EUA). Em novembro, quando a emissora exibir o programa, a gravadora Sony & BMG vai lançar CD e DVD com o registro do especial. No repertório, algumas inéditas entre versões acústicas de hits como Livin' la Vida Loca. O último trabalho de Martin, Life, saiu em 2005.
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