Paralamas em dois volumes de 'Perfil'

Chegou às lojas esta semana uma coletânea dupla dos Paralamas do Sucesso, cuja obra até então tinha rendido somente as compilações autorizadas Arquivo e Arquivo II. A nova coletânea está sendo editada pela gravadora Som Livre na série Perfil, em dois volumes vendidos separadamente (à direita, a capa do segundo volume). Os CDs reúnem todos os sucessos do grupo, mas os 28 fonogramas não foram dispostos em ordem cronológica ou tampouco seguem algum conceito. O volume 1 traz Óculos, Meu Erro, Me Liga, Aonde Quer que Eu Vá, O Beco e o cover de Capitão de Indústria (tema feito por Marcos e Paulo Sérgio Valle para a trilha da novela Selva de Pedra), entre outras músicas. Já o volume 2 inclui Alagados, Ela Disse Adeus, Perplexo, Cuide Bem de seu Amor e Seguindo Estrelas, entre outros hits.

Vines chega ao terceiro CD sem energia

Resenha de CD
Título: Vision Valley
Artista: The Vines
Gravadora: EMI
Cotação: * * *

Lembra daquele grupo australiano, The Vines, que debutou cheio de energia em 2002 com o álbum Highly Evolved, cuja faixa-título durava apenas 94 virulentos segundos? Não existe mais. Em seu terceiro disco, Vision Valley (capa à esquerda), o grupo apresenta um som curto e coeso - como de hábito - mas a energia já se dissipou. Exatamente como se perdera no anterior Winning Days (2002). Efeito provável dos obstáculos encontrados pelo Vines em sua estrada. Seu líder, o vocalista e guitarrista Craig Nicholls, foi diagnosticado com problemas mentais. O baixista Patrick Matthews pulou fora e fez o quarteto virar trio. Ainda assim, com Nicholls no comando, Vision Valley tem seus momentos. O rock Gross Out recupera o espírito de garagem do primeiro álbum. Spaceship fecha o disco em clima épico. Mas são as baladas melodiosas (como Take me Back e a faixa-título) e as faixas de pegada mais pop (Candy Daze, Don't Listen to the Radio) que dão o tom de um álbum correto, honesto, mas sem aquela velha chama que norteia (ou pelo menos deveria..) as bandas de rock.

DVD capta Marvin Gaye do início ao fim

A farta videografia de Marvin Gaye - que já conta no mercado nacional com dois documentários (Behind the Legend e What's Going on?) e alguns registros de shows como Greatest Hits Live in 76 - ganha reforço com o lançamento, pela Universal Music, do DVD The Real Thing In Performance 1964 - 1981 (capa à direita). O material é farto e acompanha a trajetória de Gaye do início ao fim. O conteúdo principal reúne 25 apresentações do artista em programas de TV dos Estados Unidos e da Europa. Com imagem e áudio remasterizados, é possível ver e ouvir o cantor de soul - ícone da gravadora Motown, assassinado pelo pai em 1984 - entoar músicas como Hitch Hike (1064), Pride and Joy (1965), Ain't no Mountain High Enough (em dueto com Tammi Terrell de 1967), What's Going on? (1972) e Let's Get It on (1981).

Os extras, impecáveis, incluem 50 minutos de show filmado na Bélgica em 1981 e o áudio da voz do cantor, sem instrumentos, em 11 gravações extraídas das matrizes originais da Motown. Para completar, o DVD ainda traz um CD-bônus com 70 minutos de números extraídos da turnê feita por Marvin Gaye na Europa em 1976.

Danni tenta covers de temas de filmes

Com o desgaste natural da série de CDs de covers Rock'n'Road, que rendeu três volumes de vendas decrescentes, Danni Carlos entra em outra seara, mas ainda na linha do cover. Para tentar se manter no mercado fonográfico, a cantora lança no início de junho o CD Movies (capa à esquerda), em que regrava somente temas de filmes. A seleção inclui Moon River (clássico composto por Henry Mancini para Bonequinha de Luxo), How Deep Is your Love (balada dos Bee Gees que foi destaque na milionária trilha de Os Embalos de Sábado à Noite), Mrs. Robinson (tema de A Primeira Noite de um Homem) e The Blower's Daughter (a música de Damien Rice que virou sensação na trilha de Closer).

Luciana Mello faz quarto CD em estúdio

O quarto disco de Luciana Mello (à direita, em foto de Ike Levy) não será mais gravado ao vivo, como cogitado inicialmente. Como o contrato da cantora com a Universal Music não foi renovado, a idéia de gravar DVD e CD ao vivo foi abortada. A artista já entrou em estúdio para preparar o novo álbum, sob a habitual produção do mano Jair Oliveira. A intenção de Luciana é lançar o disco no fim do ano. Ela quer aprontar o CD para depois negociar sua edição com algum selo.

E por falar em Jair Oliveira, o cantor se desligou da Trama e está editando de forma independente seu quarto CD (o quinto, se for levado em conta o disco virtual 3.2, disponibilizado somente na internet). O trabalho se chama Simples... e é voltado para o samba mais tradicional. A propósito, o nome do selo aberto pelo cantor e compositor para lançar o disco é S de Samba.

Fafá faz 'Sem Anos de Solidão' ao vivo

Sem Anos de Solidão é o título do projeto retrospectivo que Fafá de Belém vai gravar ao vivo, no segundo semestre, para lançar ainda este ano. A idéia do nome - um trocadilho com o título do livro Cem Anos de Solidão, do escritor Gabriel García Márquez - foi do jornalista Millôr Fernandes, amigo da cantora. A gravação vai originar o primeiro DVD de Fafá, que deverá reviver os principais sucessos acumulados em carreira iniciada em 1975, ano em que se lançou no mercado fonográfico com a música Filho da Bahia, incluída na trilha da novela Gabriela.

Dead Fish vira 'Um Homem Só' em julho

Em rotação nas rádios a partir de 1º de junho, o rock pesado Obrigação é o primeiro single do sétimo CD do Dead Fish. Intitulado Um Homem Só, o disco tem lançamento programado para julho pela gravadora Deckdisc. A produção foi feita por Rafael Ramos. Dois integrantes do grupo capixaba, Hóspede e Philipe, assinam a co-produção. Os primeiros compradores do CD ganharão como brinde o download de uma faixa inédita, A Recompensa. A foto acima, clicada por Rui Mendes, já faz parte do material promocional do álbum.

DVD reúne vídeos iniciais de Costello

A Warner Music acaba de lançar no Brasil o DVD The Right Spectacle - The Very Best of Elvis Costello - The Videos (capa à direita). O DVD reúne todos os clipes promocionais da fase inicial da carreira do artista. São 27 vídeos do período 1978 - 1994, apresentados em ordem cronológica, com comentários de Costello. Nos fartos extras, há 68 minutos de performances do cantor em programas de TV, clubes e festivais no período que vai de 1977 a 1983. No libreto que acompanha o DVD, Costello contextualiza cada apresentação.

Sem saída, Buchecha lança CD acústico

Buchecha chegou a gravar um segundo disco solo, mas, à margem do mercado, o funkeiro não conseguiu viabilizar a chegada do CD às lojas. A saída foi aderir à fórmula dos álbuns acústicos. Seu CD Acústico (capa à esquerda) sai no início de junho, via Sony & BMG, com duas músicas novas entre regravações de hits colecionados por Buchecha em dupla com o falecido Claudinho. As novidades são Luminosa (faixa gravada com MC Marcinho e eleita a música de trabalho do disco) e Implacável (com intervenção de MC Sabrina). No mais, o repertório empilha hits como Só Love, Xereta, Conquista, Quero te Encontrar (com adesão de Lulu Santos), Fico Assim sem Você e Nosso Sonho.

Alceu gravará ao vivo em praça pública

O próximo projeto fonográfico de Alceu Valença (foto) vai ser gravado ao vivo em praça pública de Pernambuco, nas cidades de Recife ou Olinda. O trabalho será lançado no fim do ano, pela Indie Records, companhia que manteve o artista em seu elenco. A gravação vai originar a já tradicional dobradinha CD / DVD.

Chili Peppers ambiciona estádios em CD duplo em que (per)segue sua trilha pop

Resenha de CD
Título: Stadium Arcadium
Artista: Red Hot Chili Peppers
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Lá se vão 15 anos desde que o mundo conheceu para valer a mistura de rock pesado, funk e rap do Red Hot Chili Peppers. Ao lançar Blood Sugar Sex Magic em 1991, depois de uma série de discos medianos editados na década de 80, o grupo da Califórnia (EUA) conquistou o sucesso. Mas, na época, não fazia um som tão melódico. Seu redirecionamento rumo às baladas e ao pop aconteceu no disco Californication (1999) e foi consolidado no posterior By the Way, editado em 2002. Quatro anos depois deste bem-sucedido trabalho, a banda reaparece com ambicioso álbum duplo, Stadium Arcadium, que reúne 28 músicas em dois CDs subintitulados Jupiter e Mars. Como já sinalizara o single Dani California, bem tocado nas rádios brasileiras, o Red Hot continua seguindo a trilha pop. E, comercialmente, este parece o caminho mais acertado, já que Stadium Arcadium vendeu 442 mil cópias somente nos Estados Unidos, em sua primeira semana nas lojas. Foi o melhor resultado alcançado por um álbum dos Peppers em toda a trajetória da banda.

Os solos personalíssimos da guitarra de John Frusciante - marca registrada do som do grupo - podem ser ouvidos em faixas como 21 St Century e She Looks to me, ambas de Mars, CD mais pesado que Jupiter. É em Mars que está Tell me Baby, funk aditivado com a batida do rap. Mas é em Jupiter que está a melodiosa balada que dá nome ao álbum duplo, Stadium Arcadium, e que está o rock Warlocks, à moda de Led Zepellin.

No resumo da ópera, Stadium Arcadium é um bom álbum - o nono da banda - que não vai decepcionar os consumidores de Californication e By the Way. A produção de Rick Rubin atende competentemente às ambições do grupo na moldagem de um rock pop, honesto e até certo ponto previsível. O som ouvido em Stadium Arcadium é tão palatável quanto linear.

Erasure apela mal para formato acústico

Resenha de CD
Título: Union St.
Artista: Erasure
Gravadora: EMI
Cotação: * *

Duo tecnopop que teve boa entrada no circuito dance na segunda metade dos anos 80 e no começo dos 90, por conta de hits irresistíveis como Oh l'Amour (de seu primeiro álbum, Wonderland, de 1986) e Love to Hate You (de Chorus, de 1991), o Erasure já vem apelando nos últimos anos. A última da dupla é este disco acústico, Union Street. A idéia de inserir seus sucessos dançantes no formato acústico poderia até soar sedutora. Mas já derrapa na seleção das músicas. Em vez de sucessos como Blue Savannah, o duo optou por lados B e músicas que caíram no esquecimento. O disco até começa bem, com Boy (de Cowboy, álbum de 1997) e Piano Song (de Wild!, álbum de 1989), mas vai perdendo pique. Melhor ouvir as gravações originais. E priorize os hits mais dançantes porque, fora do universo das pistas, pouco se salva no som do Erasure.

Canto sutil de Bebeto floresce no disco 'Amendoeira', bem produzido por Camelo

Resenha de CD
Título: Amendoeira
Artista: Bebeto Castilho
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Baixista, flautista e eventual solista vocal do Tamba Trio, Bebeto Castilho é cantor que descende da linhagem nobre de João Gilberto. Seu canto sutil - longe de impressionar pela potência ou pela beleza da voz - é mais um elemento harmônico dentro do arranjo. É com esse espírito bossa-novista que Castilho se apresenta como cantor em seu segundo disco solo (o primeiro, lançado em 1976, permanece inédito em CD no mercado nacional). Sua voz macia floresce em Amendoeira, álbum produzido por Kassin e por Marcelo Camelo, o hermano que vem a ser sobrinho de Castilho.

Além de produzir o disco, Camelo deu ao tio o samba que batiza Amendoeira e canta Porta de Cinema, tema de autoria de Luiz Souza, que vem a ser seu tio-avô, irmão de Bebeto. É apoiado nessa produção luxuosa que o músico do Tamba Trio destila seu canto íntimo em sambas de Ataulfo Alves (Infidelidade, parceria com Américo Seixas), Dorival Caymmi (A Vizinha do Lado), J. Cascata (Minha Palhoça) e Benedito Lacerda (Sabiá de Mangueira, composto com Erastótenes Frazão).

Em sintonia com o tom delicado do canto de Bebeto, as participações vocais impedem o CD de soar monocórdio, em que pese todo seu requinte. Nina Becker (cantora da Orquestra Imperial) dá o ar da graça em Beijo Distraído, de Durval Ferreira e Regina Werneck. Filha do pianista Laércio de Freitas, Thalma de Freitas canta Pode Ser?, samba sincopado de Geraldo Pereira e Marino Pinto.

Enfim, Amendoeira não é um disco de bossa nova. Está mais para o samba-jazz. Mas tem bossa. E vai seduzir quem entende que uma voz miúda e até opaca também pode ser posta a serviço do canto.

Gram masteriza CD que sai em agosto

O grupo paulista Gram (foto) já gravou seu novo disco, que tem lançamento programado para agosto pela Deckdisc. Ainda sem título, o CD já foi mixado e será masterizado na próxima semana. Uma das músicas é Melhor Assim. Em junho, a banda vai lançar a versão em dualdisc do projeto ao vivo MTV Apresenta Gram, até então editado somente no formato de DVD.

Monjolo apresenta seu afrobeat em maio

Grupo pernambucano radicado em São Paulo, o Monjolo (acima, em foto de Caroline Bittencourt) vai lançar seu primeiro CD no fim de maio, com distribuição da Tratore. O som do Monjolo - não confundir com Mombojó, outro grupo de Pernambuco que acaba de lançar seu segundo CD, Homem-Espuma, pela Trama - mistura afrobeat, samba, rock e música eletrônica. Produzido por Buguinha Dub (técnico de som das bandas Nação Zumbi e Racionais MC's), o álbum de estréia do quarteto tem 12 músicas e a participação de Fernando Catatau, guitarrista do grupo Cidadão Instigado.

Bena Lobo tenta de novo com 'Sábado'

Lá se foram seis anos desde a gravação de seu primeiro disco, Nada Virtual (Jam Music, 2000), mas Bena Lobo (foto) - filho de Edu Lobo - não desistiu. Bena tenta nova inserção no mercado fonográfico com o lançamento, ainda em maio, de seu segundo CD, Sábado. Novamente, ele arregimentou participações especiais estelares. Se Nada Virtual aglutinava pesos-pesados como Chico Buarque e Milton Nascimento, Sábado reúne Lenine (em Amor Seguro), Seu Jorge (em Sábado) e Pedro Luís e A Parede (em Beijo Bom). A faixa-título foi escolhida para ir às rádios. O repertório inclui parcerias de Bena com Milton Nascimento (Imagem e Semelhança) e Paulo César Pinheiro (Espelho da Noite). O CD foi produzido e arranjado por João Nabuco e Igor Eça.

Coletânea de Los Lobos traz faixa inédita

Grupo famoso por cultuar as tradições musicais mexicanas em terras norte-americanas, tendo começado a carreira profissional em Los Angeles, Los Lobos ganha compilação da Warner Music. Lançada esta semana no Brasil, Wolf Tracks: The Best of Los Lobos (capa à esquerda) reúne 19 gravações que cobrem o período 1986-2002. A 20ª faixa, Border Town Girl, é inédita. Claro que a compilação inclui La Bamba, o sucesso regravado pelos Lobos em 1987 para a trilha do filme homônimo.

Joanna continua fiel a passado irregular

Resenha de CD e DVD
Título: Ao Vivo em Portugal
Artista: Joanna
Gravadora: Som Livre
Cotação: * *

Depois de dois fracassados discos calcados em regravações, Todo Acústico (2003) e 25 Anos Entre Amigos (2004), Joanna insiste em olhar para o passado e lança DVD (capa à direita) e CD gravados ao vivo no Coliseu de Lisboa, em abril de 2005. Retrospectiva por retrospectiva, a feita em 1999 no álbum duplo Joanna ao Vivo era mais abrangente e caprichada. O presente registro de show soa requentado. O único ar de novidade é o bloco de músicas portuguesas (preservado no DVD e desmembrado na disposição das faixas do CD) que inclui A Paixão (Rui Veloso e Carlos Tê), o pot-pourri com Cartas de Amor / Olhos Castanhos (Alves Coelho Filho), Barco Negro (tradicional tema lusitano) e Estranha Forma de Vida, fado de Amália Rodrigues que deu nome ao show apresentado por Maria Bethânia em 1981. Cordas e um acordeom criam sonoridade incomum no trabalho da cantora.

No todo, arranjos e interpretações estão aquém do potencial da cantora. Um dos últimos resquícios de genialidade no repertório de Roberto Carlos, a balada Do Fundo do meu Coração ganha registro marcado pelas palmas da platéia. Mas soa trivial e sem a personalidade da versão de Adriana Calcanhotto com Erasmo Carlos, por exemplo. Infelizmente, Joanna pecou por priorizar no roteiro músicas da faceta mais popularesca de sua obra. Qual a razão de regravar canções como Sozinha, Uma Ficha no Arquivo (somente no DVD) e Amor Bandido??!! São músicas como essas que a fizeram perder o prestígio conquistado no seu bom começo de carreira. Um preço alto que não foi compensado pelas altas vendagens de seus discos da fase Sullivan & Massadas.

Com o recurso do telão, a cantora faz duetos com nomes com Fagner, Zeca Pagodinho e Cazuza. As vozes de Fagner e Zeca foram extraídas da gravação do álbum 25 Anos entre Amigos. Com o cantor cearense, houve acerto no repertório: Amor Alheio (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro) é pérola de 1985 da fase menos adocicada do repertório da artista. Já o dueto forçado com Zeca, no partido Colher de Pau, deixa entrever apenas que Joanna não é intérprete talhada para o samba. Ainda que o pior momento seja sua interpretação insossa para Tempos Modernos, o hino pop de Lulu Santos.

O DVD inclui ainda making of (com tomadas em Lisboa, depoimentos de fãs no camarim e outros costumeiros takes de bastidores), biografia e discografia em que alguns álbuns da cantora são apresentados como frases como "mostra-se uma Joanna sem medo de queimar em seu próprio fogo". Definitivamente, já passa da hora de Joanna repensar sua carreira, fechar a cortina do passado e gravar um disco de inéditas com o padrão de seus primeiros LPs para tentar, quem sabe, recuperar os fãs de outrora.

João Bosco lança quarto disco ao vivo

Prestes a fazer 60 anos, em 13 de julho, João Bosco está lançando seu quarto disco ao vivo. Obrigado, Gente! - João Bosco ao Vivo (capa à esquerda) foi gravado em 15 e 16 de fevereiro, em dois shows no Auditório Ibirapuera (SP). Djavan participa da recriação de Corsário, em inédito dueto com o colega de geração. A gravação vai originar também o primeiro DVD de Bosco, que já prepara álbum de inéditas para o segundo semestre.

A discografia ao vivo de João Bosco já inclui os títulos 100ª Apresentação (1983), Acústico MTV (1992) e Na Esquina ao Vivo (álbum duplo de 2001).

Jota Quest vai gravar quarto DVD no Sul

O grupo Jota Quest decidiu gravar seu próximo DVD - já o quarto de sua videografia - em Porto Alegre (RS). A gravação vai ser feita no segundo semestre. Por ora, o quinteto mineiro saboreia sua volta às paradas com O Sol. A música do disco Até Onde Vai continua sendo a mais tocada nas rádios do Rio de Janeiro.

A seleção musical de Ronaldinho Gaúcho

Gravações de Caetano Veloso (Meia-Lua Inteira), Ivete Sangalo (Festa), Zeca Pagodinho (Deixa a Vida me Levar), Babado Novo (Bola de Sabão), MC Leozinho (Ela Só Pensa em Beijar), Jorge Ben Jor (Taj Mahal), Gilberto Gil (Chiclete com Banana) e Rapazolla (Rakatá) - não por coincidência, todos pertencentes ao acervo da gravadora Universal Music - integram a coletânea assinada por Ronaldinho Gaúcho e editada pela companhia. Idealizado basicamente para o mercado estrangeiro, para pegar carona na popularidade do jogador, o CD Samba Goal - Powered by R10 (capa à esquerda) chega às lojas do Brasil e do exterior ainda em maio. Além de estampar a capa do disco, o craque da Seleção Brasileira participa de Goleador, faixa dividida com o grupo de pagode SambaTri.

Pery expõe e expia suas dores em livro pungente sobre sua relação com os pais

Resenha de livro
Título: Minhas Duas Estrelas
Autor: Pery Ribeiro e Ana Duarte
Editora: Globo
Cotação: * * * *

Raras vezes, um artista se expôs tanto em livro como Pery Ribeiro no recém-lançado Minhas Duas Estrelas - Uma Vida com meus Pais Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Não se trata de uma biografia de Pery. Tampouco de Dalva e Herivelto. O livro é, antes, um relato emocionado de relação conturbada do cantor com seus pais, eles próprios envoltos numa trama de amor e ódio digna de novela. O que impressiona é o caráter pungente do relato. Pery expõe e expia suas dores sem procurar maquiar os fatos. Ao enfrentar seus fantasmas e seus demônios, ele vai inserindo o leitor em sua mente povoada por lembranças ora tristes ora alegres da convivência com seus pais.

Organizadas por Ana Duarte, suas memórias não têm consistência biográfica porque não houve a preocupação de refazer detalhadamente as trajetórias de Dalva e Herivelto. Ela, uma das maiores cantoras do Brasil em todos os tempos. Ele, o compositor inspirado de clássicos dos anos 40 e 50 como Ave Maria no Morro e Caminhemos. A ascensão, glória e queda dos dois artistas são o pano de fundo para um drama familiar que Pery esmiúça sem dó nem piedade de si mesmo e de seus pais.

Para quem não sabe, a separação de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira culminou em ruidosa briga pública. Segredos e mágoas escaparam de quatro paredes e foram expostos em versos de músicas e em capítulos de jornais que, contrariando a moral machista da época, acabaram fortalecendo Dalva (a vítima) e enfraquecendo o durão Herivelto, que iniciou então um calvário artístico e pessoal (enquanto Dalva conquistava mais e merecido sucesso como cantora por conta de um repertório moldado para sua voz potente e dramática).

Pery Ribeiro relata tudo de ruim que essa separação causou nele e em seu irmão Bily, sem endeusar nem endemonizar seus pais (apenas Lurdes, a segunda esposa de Herivelto, é retratada com certa parcialidade como uma mulher muito pragmática e pouco romântica). Minhas Duas Estrelas tira as máscaras artísticas de Dalva e de Herivelto para reapresentá-los humanos, com todas suas contradições. E ainda defende a tese de que todo o ódio que os separou e os minou era, em essência, o espelho do grande amor que os uniu na vida e na música.

Filho de João Nogueira vai gravar disco

Filho de João Nogueira, Diogo Nogueira já seleciona repertório para seu primeiro disco. O CD será produzido por Paulinho Albuquerque de forma independente, pois ainda não há gravadora disposta a bancar o lançamento. No repertório, Não Dá (samba inédito de Arlindo Cruz) e Vazio (sucesso de Roberto Ribeiro nos anos 70). Desde a morte de seu pai, em 5 de junho de 2000, Diogo vem ingressando aos poucos no mundo do samba.

Brasil forma trio e faz CD com alemães

Violonista que tocou com Cássia Eller e recentemente lançou o CD Nobreza, gravado com a cantora Jussara Silveira, Luiz Brasil (foto) já está preparando um novo trabalho solo. O músico formou trio com os alemães Marcus e Betina Schmit para fazer um disco. Marcus é compositor, baterista e clarinetista. Betina é cantora e compositora.

E por falar em Luiz Brasil, o violonista assina os arranjos e a trilha incidental do filme Opaiô, dirigido por Monique Gardenberg. As primeiras cenas foram rodadas no último Carnaval de Salvador (BA).

Pitty extrai mais um clipe de 'Anacrônico'

O segundo CD de Pitty, Anacrônico, não repetiu o sucesso instântaneo do primeiro, Admirável Chip Novo, mas, justiça seja feita, a gravadora Deckdisc não pára de investir na promoção do álbum. O próximo passo é lançar, no início de junho, o clipe de mais uma faixa, Déjà Vu. Em fase de finalização, o vídeo da soturna balada foi gravado nas ruas de São Paulo, em preto e branco, com estética meio noir. O roteiro e a direção são dos cineastas baianos Ricardo Spencer e Alexandre Guerra, amigos de Pitty.

Felipe Dylon faz as pazes com a EMI?!!

Surpresa no mercado fonográfico: Felipe Dylon teria se entendido com a EMI e iria lançar pela companhia seu terceiro CD. O acordo não é confirmado oficialmente pela gravadora. A surpresa vem do fato de o cantor teen ter se rebelado no ano passado contra a imposição da companhia para ele gravar músicas de hitmakers da casa. Revoltado, Dylon botou a boca no trombone, denunciou as pressões na mídia e entrou na Justiça contra a EMI. Em novembro, uma liminar lhe garantiu o direito de lançar um CD fora do contrato que tinha com a empresa. Mas eis que teria surgido o até então improvável acordo entre as partes. Se confirmado, não deixaria de ser vantajoso para Dylon, que, embora tenha mostrado publicamente que não quer ser um boneco nas mãos de diretores de gravadoras, ficou sem saída no mercado, pois as outras majors, corporativistas, não se interessaram muito pelo passe do corajoso rapaz... Ou o cantor lançava seu disco de forma independente. Ou voltava para a EMI. Ele teria preferido a segunda opção e, no seu caso, a decisão parece a mais acertada...

Turíbio grava CD com repertório autoral

Intérprete de obras de compositores como Villa-Lobos, o violonista erudito Turíbio Santos (foto) vai lançar no segundo semestre um disco com repertório autoral. Todas as músicas levarão sua assinatura. A edição do CD vai ser feita pela gravadora Delira Música, pela qual Turíbio lançou recentemente um álbum em que toca temas dos brasileiros Carlos Gomes (O Guarani), Ernesto Nazareth, Henrique Alves de Mesquita e Chiquinha Gonzaga.

Kenny Rogers no CD de Edson & Hudson

A que ponto chegou Kenny Rogers!!! O cantor americano formou trio com a dupla sertaneja Edson & Hudson na música Eu Não Sei Dizer que Não te Amo, faixa do novo CD da dupla, Duas Vidas, Dois Amores (capa à esquerda). A música é versão de Cláudio Rabello - compositor associado à diretoria da gravadora EMI - para I Can't Unlove You. A gravação incluída no novo álbum de Rogers, Water and Bridges, também traz a participação da dupla brasileira em dobradinha armada pela EMI para tentar projetar os artistas e alavancar as vendas dos dois discos. Para o decandente Rogers, resta somente fazer o jogo da indústria fonográfica. Para Edson & Hudson, a gravação com o cantor americano dá (discutível) status.

Bartolini produz segundo disco do Dibob

Produtor que tem no currículo discos de Nando Reis e Paralamas do Sucesso, Carlo Bartolini responde pela produção do segundo CD do grupo carioca Dibob. A banda já está em estúdio gravando o álbum, intitulado A Ópera do Cafajeste. Na foto acima, Bartolini (de camisa preta) posa com o Dibob num intervalo das gravações. O primeiro disco do quarteto, O Fantástico Mundo Dibob, saiu em 2004 com um hardcore melódico.

Nada de novo no (bom) CD do Mombojó

Resenha de CD
Título: Homem-Espuma
Artista: Mombojó
Gravadora: Trama
Cotação: * * *

Cultuado em 2004 como a grande novidade da cena nacional, por conta de seu álbum de estréia Nada de Novo, o grupo pernambucano Mombojó chega ao segundo disco, Homem-Espuma, com aura de salvador da pátria pop. O que se ouve no (bom) CD é um mosaico de referências que não caracterizam um som exatamente inovador. Homem-Espuma absorve influências que vão do Mangue Beat ao rock britânico indie. Paralelamente, ainda é impossível dissociar totalmente a banda do universo sonoro dos Los Hermanos. Seja pela melancolia que permeia boa parte do CD. Seja pelo instrumental refinado que conjuga vibrafones e mini moogs. Mas a voz de Felipe S. está mais para Fred 04 (do Mundo Livre S/A) do que para Marcelo Camelo ou Rodrigo Amarante.

A produção do CD é assinada por Daniel Ganjaman, do coletivo Instituto, com intervenções do guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia, em Desencanto, na faixa-título e em Tempo de Carne e Osso, faixa cool que agrega a voz de Céu, outro nome incensado em demasia. Realismo Convincente tem peso e a voz de Tom Zé, que recita versos de seu samba Tô. Já Swinga traz a guitarra inconfundível de Fernando Catatau. Enfim, um bom CD que confirma o talento do Mombojó, que, afinal, não tem culpa do exagerado culto gerado em torno de seu nome.

Neil bombardeia Bush em CD explosivo

Resenha de CD
Título: Living with War
Artista: Neil Young
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

"Basta de mentiras", brada Neil Young em aliciante verso do rock The Restless Consumer. A música, que alerta sobre a manipulação da mídia dos Estados Unidos pelo presidente George W. Bush, é uma das armas mais poderosas de Living with War, o álbum conceitual que Neil Young está lançando para bombardear a política de guerra de Bush. Fechado com o hino America The Beautiful, entoado por eletrizante coro de 100 vozes, o disco mapeia em 10 faixas as conseqüências - nos âmbitos político e pessoal - do ataque dos Estados Unidos ao Iraque.

O que torna o álbum pungente - um dos melhores da vasta e camaleônica discografia de Young - é sua capacidade de dimensionar nas letras a tragédia da guerra não somente sob a perspectiva política, mas também sob a ótica individual, sob o prisma das pessoas (os soldados e seus entes queridos) que sofreram e ainda sofrem diretamente os efeitos do conflito. A lenta Roger and Out, por exemplo, fala de dois amigos separados pela guerra.

O som é cru, raivoso, estruturado no tripé 'guitarra, baixo e bateria'. Living with War é disco de alta voltagem. O tema de abertura, After the Garden, sobre o caráter nebuloso das ações de Bush, está entre as melhores músicas compostas por Young. O refrão é poderoso. Como também é corrosiva a letra da faixa-título, que procura radiografar a dicotomia que (des)norteia corações e mentes dos soldados, divididos entre suas crenças cristãs e o dever de matar o inimigo.

Young não poupa Bush. O rock Schock and Awe lembra que o custo da propalada vitória norte-americana no Iraque foram milhares de vidas. Em Let's Impeach the President, o artista convoca literalmente o povo americano a depor o chefe da nação. Um novo líder poderá ser encontrado nas ruas, de acordo com os versos de Looking for a Leader, faixa em que Young parece um trovador elétrico dando seu recado político. Exatamente como Bob Dylan fazia nos anos 60. E não é por acaso que Dylan tem sua música Chimes of Freedom citada já no título do folk Flags of Freedom, outro petardo de Living with War.

Revigorado, após ter extraído um aneurisma cerebral, Neil Young ataca Bush com sua melhor arma: seu rock explosivo. Que surte o efeito de uma bomba neste disco corajoso.

Caixa de Björk chega em 27 de junho

Björk vai lançar uma caixa, Surrounded, que vai reunir todos os sete álbuns oficiais de sua discografia solo da fase adulta (a artista islandesa lançou dois CDs adolescentes em sua terra natal antes de ganhar projeção mundial na banda Sugarcubes). Nas lojas dos Estados Unidos e da Europa a partir de 27 de junho, a caixa agrupará os títulos Debut (1993), Post (1995), Homogenic (1997), Selma Songs (2000, trilha de filme estrelado por Björk), Vespertine (2001), Medúlla (2004) e Drawning Restraint 9 (2005, trilha de filme).

Aguilera tenta volta ao básico em agosto

Depois de adotar imagem altamente erotizada em seu último álbum (Stripped, lançado em 2002), Christina Aguilera busca um som menos fabricado e mais autêntico em seu novo disco, sintomaticamente intitulado Back to Basics. Nas lojas a partir de 15 de agosto, o CD terá seu primeiro single, Ain't no Other Man, lançado na internet em 12 de junho. Save my from Myself (faixa dedicada pela artista ao novo marido, Jordan Bratman), Candy Man, I Got Trouble, Thank You (que cita Genie a Bottle, hit da fase teen da cantora) and Still Dirty são algumas músicas do álbum.

Disco solo de Thom Yorke sai em julho

Líder do grupo Radiohead, Thom Yorke (foto) vai lançar seu primeiro disco solo em julho. Intitulado The Eraser, o CD foi produzido e arranjado por Nigel Godrich, que já trabalha com o Radiohead há tempos. Uma faixa, Black Swan, foi incluída na trilha sonora do filme A Scanner Darkly, do diretor Richard Linklater.

Single do filme do Outkast cai na rede

Mighty O - o primeiro single da aguardada trilha de Idlewild, filme protagonizado pela dupla Outkast (foto) - caiu na internet no início da semana passada. O álbum tem lançamento agendado para 28 de agosto, três dias depois da chegada do filme de Bryan Barber aos cinemas dos Estados Unidos. A trama é ambientada nos anos 30.