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Sábado, Janeiro 07, 2006

Carmen, a biografia, preserva o mito

Resenha de livro
Título: Carmen - Uma Biografia
Autor: Ruy Castro
Editora: Companhia das Letras
Cotação: * * * *

Se Ruy Castro não chega a desconstruir o mito de Carmen Miranda na recém-lançada biografia da cantora, o escritor consegue a façanha de detalhar a vida da artista que nasceu em Portugal, se criou no Brasil e conquistou os Estados Unidos como poucos nomes nascidos fora de terras norte-americanas o fariam depois dela (do Brasil, a exceção seria Tom Jobim). Como diz o texto da contracapa, todo brasileiro supõe conhecer Carmen Miranda. Mas poucos conhecem de fato sua trajetória - e aí entra o mérito de Castro. Ele reconstitui a vida e a obra de Carmen com detalhes minuciosos que acabam por formar rico painel do Rio e da Hollywood da primeira metade do século 20.

O mito permanece porque Castro referenda nas 600 páginas do livro a imagem de Carmen construída superficialmente pelos brasileiros minimamente informados (aos quais, aliás, se destina a biografia pelo preço fixado em R$ 55). No texto afiado do escritor, Carmen permanece a artista exuberante que seduziu o Rio dos anos 30 com seu carisma e que, a partir de 1939, se transformaria progressivamente na figura exótica que conquistaria os EUA com os balangandãs de suas baianas estilizadas até se afundar num mar de comprimidos e de carências não-supridas que apressariam sua morte, em 1955.

A importância histórica do livro está nos detalhes. Sem endeusar a biografada, Castro refaz sua trajetória passo a passo rumo ao estrelato mundial. É nessa reconstituição que reside o valor e a riqueza de Carmen. O livro narra a saga de sua família para sobreviver no Brasil, a cumplicidade com a irmã Aurora (recentemente falecida, aos 90 anos), a luta para se impor no incipiente mercado fonográfico dos anos 30, seus namoricos (bem avançados para a época), a conquista do Brasil com seus discos e a inesperada ida para os Estados Unidos, país em que Carmen foi mais aproveitada pela indústria do cinema com a criação e projeção de uma imagem caricata (com direito a um inglês propositalmente errado) em filmes musicais que lhe garantiriam alguns desafetos no Brasil.

Em lances novelescos, Castro narra como o casamento de Carmen com David Alfred Sebastian seria o começo do fim da artista - mostrada no livro como uma pessoa bastante generosa e desapegada ao dinheiro. Sufocada pelo excesso de trabalho e pelo desamor, ainda que tivesse contado nos Estados Unidos com o apoio da mãe e de Aurora, Carmen aos poucos sucumbiria como mulher e como artista. Até que seu coração não resistiu e parou de bater. Para eternizar o mito que nem Castro, com sua perseguição pelo detalhe, consegue desfazer.

O passe de Pitty gera ti-ti-ti na indústria

Diretor da Deckdisc, João Augusto garante que Pitty (foto) está feliz na sua gravadora e que lá vai continuar. Mas nos bastidores da indústria fonográfica comenta-se que o empresário da cantora, Marcelo Lobato, cogitou negociar o passe da roqueira baiana com a Sony & BMG (major que tem sob contrato Marcelo D2, artista também empresariado por Lobato) e com a Warner Music. Depois de passar pela banda Inkoma, Pitty ingressou na Deckdisc - companhia por onde já lançou dois CDs, Admirável Chip Novo e o recente Anacrônico.

Badi regrava Cartola, Dolores e Jobim

Em seu oitavo disco solo, Wonderland, a compositora e violonista paulista Badi Assad (foto) regrava duas obras-primas da MPB: O Mundo É um Moinho (Cartola) e Estrada do Sol (uma das bissextas parcerias de Tom Jobim com Dolores Duran). O sucessor de Verde (2004) foi produzido por Jaques Morelenbaum para selo da gravadora alemã Deutsche Grammophon. Irmã dos músicos que formam o Duo Assad, Badi - que começou carreira fonográfica solo em 1989, com o disco Dança dos Tons - passou progressivamente a cantar em seus discos.

Leny lança simultaneamente dois DVDs

Depois de algumas participações em DVDs como o recente Bossa Nova in Concert, Leny Andrade está estreando no formato para valer - e em dose dupla. Reunindo clássicos da Bossa Nova (Rio, Telefone, Dindi, Você e Wave, entre outros), Leny Andrade ao Vivo é um dos dois DVDs da cantora que estão chegando simultaneamente ao mercado. O outro (capa à esquerda) também foi gravado ao vivo - em show dividido pela artista com o pianista César Camargo Mariano - e traz temas como Samambaia (clássico do repertório do músico), Tem Dó, A Ilha e 40 Anos.

Gabriel o Pensador é parceiro de Línox

Integrante do extinto grupo Fibra de Vida, o cantor e compositor Línox está lançando seu segundo disco solo, Positivo (capa à direita). No repertório, temas exclusivamente autorais como Sorriso e Stop Stress. O rapper Gabriel O Pensador é parceiro de Línox em Na Jogada. O CD foi gravado de forma independente.
Sexta-feira, Janeiro 06, 2006

DVD duplo perpetua pioneiro concerto beneficente organizado por Harrison

Resenha de DVD
Título: The Concert for Bangladesh
Artista: George Harrison and Friends
Gravadora: Apple / Warner Music
Cotação: * * * *

Em 1971, o Paquistão passava por aguda crise política, dividido ao meio, com milhões de refugiados migrando para Índia para fugir da fome e da guerra. Foi quando o músico indiano Ravi Shankar teve a idéia de um concerto beneficente que revertesse sua renda para os refugiados. O beatle George Harrison abraçou a idéia, arregimentou alguns colegas de peso (Eric Clapton, Bob Dylan, Ringo Starr) e assim nasceu o Concerto para Bangladesh, apresentado num lotado Madison Square Guarden (Nova York, EUA) em 1º de agosto de 1971 e perpetuado em LP duplo. Foi um espetáculo histórico que serviria de inspiração e modelo na década seguinte para eventos beneficentes de proporções políticas ainda maiores, caso do Live Aid.

O DVD duplo ora lançado pela Warner Music recupera no disco 1 a íntegra do concerto - com áudio remixado em 5.1 - e apresenta no disco 2 documentário sobre o evento, com imagens da época misturadas com depoimentos atuais de Ravi Shankar e Ringo Starr, entre outros. Além de extras que lembram, por exemplo, a disputa entre as gravadoras Capitol e CBS para lançar o LP duplo da época, sem abrir mão de seus royalties. Há também imagens inéditas extraídas da passagem de som.

Se o documentário é ligeiramente burocrático e gorduroso (com desnecessária reprodução, por exemplo, de boa parte de Something, um dos números de Harrison), o concerto em si permanece antológico. Tanto pela presença dos músicos indianos com os quais o beatle interagia muito na época - inspirando o sucesso My Sweet Lord, obviamente incluído no roteiro - como pelo encontro de Harrison e Dylan em números como Just Like a Woman.

A luxuosa edição do DVD valoriza o conteúdo e inclui libreto inspirado no farto encarte do álbum duplo original. Enfim, The Concert for Bangladesh é documento histórico que, pela dimensão política, transcende a música em si e merecia mesmo ser restaurado.

Sem combustível, Latino tenta emplacar 'Maria Gasolina' e novo disco de inéditas

Resenha de CD
Título: Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L
Artista: Latino
Gravadora: EMI
Cotação: *

Projetado nacionalmente na primeira metade dos anos 90, quando seu irresistível hit Me Leva estourou nos bailes da periferia que tocavam funk melody, Latino amargou progressivo ostracismo ao longo da década depois deste impulso inicial. Ele já era considerado carta fora do jogo da indústria do disco quando, em 2004, executivos da gravadora EMI se deixaram seduzir numa convenção da empresa pelo refrão apelativo e grudento de Festa no Apê - a música que puxava o disco que, bancado de forma independente pelo artista, iria apenas ser distribuído pela companhia. Mas Marcos Maynard, atual presidente da EMI, sentiu cheiro de sucesso e jogou suas fichas em Latino, investindo no marketing do disco e contratando o cantor. Deu no que deu: Festa no Apê virou sucesso nacional, impulsionou as vendas do disco Latino Apresenta as Aventuras de DJ L e, no embalo, o cantor acabou gravando DVD e CD ao vivo editados no início de 2005 para prolongar a festa e as vendas.

Pouco mais de um ano depois do estouro de Festa no Apê, o cantor tenta se manter nas paradas com novo disco de inéditas. Pelo título, Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L, já fica clara a idéia de reedição da fórmula. E a receita simplória do artista consiste num punhado de músicas de refrões fáceis com versos de duplos sentidos sexuais. São dez inéditas, nove assinadas por Latino, sozinho ou em parceria (a exceção é Sacode no Patrão, de autoria de Andinho).

Falta combustível a Latino para bisar o sucesso, a julgar por Maria Gasolina (Mina Quebrete), arremedo de reggaeton que puxa o disco e que aparece na versão original e em dois remixes, um feito para as pistas eletrônicas e outro para os bailes funks. Alguns versos da faixa - "Mina quebrete, toma bolete / ... / Troca o meu óleo, passa a marcha"- já dão a pista do conteúdo grosseiro do repertório. E o que dizer de "Não mete essa que estava na banheira / Nem blá-blá-blá / Nem chororó / Você deu mole / A bola entrou", versos de Meu Gol de Placa, outra faixa de caráter sexista e machista? Felizmente, nem tudo é duplo sentido no disco. Hipnotizado no Sinal é funk pop de tom romântico.

Musicalmente, o artista procura abrir o leque de ritmos com a pobreza melódica que lhe é peculiar. Em Cátia Catchaça, Latino apela para o instrumental do brega que impera no Norte do Brasil. Em Odalisca, arrisca timbres orientais. Em Biriguidin, experimenta levadas mais impregnadas de latinidade. Já Amigo Fanho, não fosse pela letra maliciosa, parece saída de um disco de Xuxa ou de um grupo infantil dos anos 80.

No todo, falta espontaneidade - inclusive na produção dividida entre Latino e seu parceiro Dalmo Bellotti. Como todo disco idealizado para estourar, Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L deixa a impressão de que pode fracassar e apressar o fim da festa popularesca do cantor.

Alfaiate veste a camisa de Mauro Duarte

Walter Alfaiate (foto) está lançando esta semana seu terceiro disco, Tributo a Mauro Duarte, trabalho de alto valor histórico por jogar luz sobre a obra do saudoso Mauro Duarte de Oliveira (1930-1989), importante compositor mineiro, radicado no Rio desde garoto e parceiro de Paulo César Pinheiro em vários sambas gravados com sucesso por Clara Nunes (1942-1983) - entre eles, Menino Deus (1974), Canto das Três Raças (1976), Portela na Avenida (1981) e Serrinha (1982).

Produzido por Ruy Quaresma para a gravadora CPC-Umes, o disco reúne 12 músicas do compositor, militante nos blocos carnavalescos de Botafogo, o bairro carioca onde se criou. Com exceção de Falsa Euforia, todas são inéditas. Três (Ainda Precisarás de mim, Jeito do Cachimbo e Vem Ver, João) são de autoria apenas de Duarte. Cinco (Arroz e Feijão, Bom Jardineiro, Constantemente, Derrotado e a supra-citada Falsa Euforia) são parcerias do compositor com o próprio Walter Alfaiate. Três (Lenha na Fogueira, Nossos Esforços e Vila) são da lavra de Duarte com Paulo César Pinheiro. Por fim, Fonte dos Amores leva também a assinatura de Wilson Moreira, em trio formado por Duarte e Alfaiate.

Mesmo sem gravadora, Luiza Possi inicia a pré-produção de seu terceiro álbum

Com o afastamento de seu pai (Líber Gadelha) do comando da Indie Records, Luiza Possi (na foto, num clique de Valério Trabanco) ficou sem gravadora. Mas, mesmo com destino incerto no mercado fonográfico, a filha de Zizi Possi já faz a pré-produção de seu terceiro disco. Luiza entra em estúdio ainda este mês para começar a gravar o CD, cujo repertório incluirá músicas de Ana Carolina, Jorge Vercilo e Vander Lee. Com o aval do pai, a cantora já lançou dois álbuns pela Indie Records: o insosso Eu Sou Assim (2002) e Pro Mundo Levar (2004), em que mostrou alguma evolução na seleção das músicas.

Grupo Timbalada perde o vocalista Ninha

Em comunicado oficial, a assessoria da Timbalada anunciou a saída do principal cantor do grupo, Ninha (foto), que vai arriscar carreira solo. Convidado em 1993 por Carlinhos Brown para ser o primeiro vocalista da banda, Ninha deixará a Timbalada após os shows programados para o Carnaval.

Idealizado por Brown nos anos 90, o grupo Timbalada emplacou sucessos como Água Mineral e chegou a gravar com cantores como Caetano Veloso e Marisa Monte, mas sua discografia se tornou mais dispersa na década seguinte. O último disco do grupo, Motumbá Bless, foi lançado em 2002.
Quinta-feira, Janeiro 05, 2006

'Cabeça Dinossauro' completa 20 anos sem uma devida reedição remasterizada

A indústria fonográfica tem lá suas ironias. Uma delas é o fato de o disco Cabeça Dinossauro (foto) - obra-prima que dividiu águas na trajetória dos Titãs - completar 20 anos em 2006 sem ter ganhado ainda uma reedição remasterizada em CD à altura de sua importância. A ironia vem do fato de o baterista do grupo, Charles Gavin, ter feito primoroso trabalho de pesquisa, recuperação e reposição em catálogo de discos alheios em todas as gravadoras - inclusive na Warner Music, a companhia que detém os direitos sobre os álbuns gravados pelos Titãs entre 1984 e 1999 - e de nunca ter tido a chance de ver a discografia de sua banda reeditada com o devido capricho.

De todos os grandes grupos do rock nacional dos anos 80, os Titãs é o único que nunca ganhou caixa ou teve sua obra remasterizada em edições avulsas. O problema de Cabeça Dinossauro se agrava porque, pela sua importância, ele foi um dos primeiros CDs fabricados no Brasil pela Warner, ainda nos anos 80. Mas esta edição - até hoje reposta nas prateleiras - era pouco cuidadosa. Foi feita num tempo em que a indústria fonográfica ainda nem acreditava no potencial do CD no mercado nacional. A ponto de, no caso da Warner, optar-se por padronizar a contracapa externa de qualquer CD. Ou seja, a contracapa externa de Cabeça Dinossauro tem a mesma arte do disco Gilberto Gil em Concerto, também editado em CD na mesma época (mas depois reeditado com a arte original na caixa que festejou os 60 anos de Gil, em 2002).

É uma tremenda injustiça com um disco que solidificou a trajetória dos Titãs e deu um perfil à banda - até então sem identidade no mercado pop nacional dos anos 80. Afinal, Sonífera Ilha - o hit do primeiro disco, lançado em 1984 - tinha lá seu charme e fez sucesso nas rádios, mas bem podia ser enquadrado nas bobagens efêmeras produzidas aos montes no rastro do estouro da Blitz. O segundo disco - Televisão, produzido por Lulu Santos em 1985 - já tinha algum peso em faixas como Massacre, mas o que chegou às rádios e ao grande público foi a sensível e melodiosa canção Insensível. Foi Cabeça Dinossauro, gravado em abril de 1986 e lançado em meados do mesmo ano, que deu literalmente peso ao rock dos Titãs. A banda finalmente encontrava seu som em azeitada produção dividida entre Liminha, Vítor Farias e Pena Schmidt.

O repertório do disco é tão forte que, listado, parece até extraído de alguma coletânea do grupo. Cabeça Dinossauro, AA UU, Igreja, Polícia, Estado Violência, A Face do Destruidor, Porrada, Tô Cansado, Bichos Escrotos, Família, Homem Primata, Dívidas e O Quê foram petardos certeiros que mostraram ao Brasil inflacionado e corrompido de 1986 a verdadeira cara da nação um ano antes de a Legião Urbana perguntar: Que País É Este? (a música do Aborto Elétrico era anterior ao Cabeça Dinossauro, mas permaneceu inédita em disco até 1987).

Enfim, que os 20 anos desta obra-prima a façam merecer uma justa e digna reedição em CD comemorativa da data - com tudo a que tem direito!!!

Gil já disponibiliza em seu site oficial a gravação do samba que fez para a Copa

Balé de Berlim, o samba composto por Gilberto Gil (na foto acima, num clique de ensaio de Mark Leibowitz) para incentivar a seleção na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, já pode ser ouvido na íntegra no site oficial do cantor (http://www.gilbertogil.com.br/berlim/) - basta clicar na bola para escutar a música. A gravação conta com a voz e o violão de Gil, além da percussão e da bateria de Jorge Gomes, do baixo de Arthur Maia e da guitarra baiana de Sergio Chiavazzoli. O arranjo é assinado por Gil, Gomes e Chiavazzoli.

Por ora, Balé de Berlim vai ser veiculado apenas na internet, mas é provável que entre no disco de sambas que Gil prepara para o fim do ano. A propósito, o compositor acabou de ganhar para o anunciado CD um samba inédito, Propriedade Particular, de autoria de ninguém menos do que Lulu Santos. Lulu - vale lembrar - já compôs recentemente um samba típico sobre letra de Zélia Duncan, Quisera Eu, gravado pela cantora em seu disco Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band e incluído por Lulu no roteiro de seu show Popstar.

Confira a letra de Balé de Berlim:

Nossa seleção chega a Berlim / Numa perna só / Moleque saci/ Uma perna só jogando por tantos milhões / De corações de curumins/ Uma perna só pra tantos olhos e pulmões / Tantos estômagos e rins/ Tantos fígados / Nossa seleção chega a Berlim/ Traz um protetor Senhor do Bonfim/ Traz um protetor no amor que integra essa nação / Amor de pai, de mãe, de irmão / Traz um protetor no amor ao mar, amor ao sol / Amor aos dias de verão / E o carnaval / O carnaval não mata a fome / Nem mata a sede o São João / Mas nem só de pão vive o homem / Por isso viva a seleção / Nossa seleção chega a Berlim / Perder ou ganhar / Será sempre assim / Será sempre a vibração no ar, no ar o ardor / Meu coração de torcedor / Guardará sempre a lembrança de uma ilusão / E o nome de um jogador / Beckenbauer / Bauer/ Barbosa / Bobo / Bobby / Charlton / Puskas/ Bellini / Eto´o / Viva Pelé! Viva Mané!

Guitarrista dos Smiths apronta segundo disco solo com sua banda The Healers

Guitarrista fundador do grupo The Smiths, Johnny Marr (foto) já aprontou o segundo disco de sua atual banda, The Healers. Ainda sem título e sem selo definido, o sucessor de Boomslang (2003) idealmente sairá entre abril e junho - no que depender da vontade de Marr. Denial Denial, I've Seen More, The Sparks of Life, Reign Down the New Days, Save Ourselves Again, For the True Believers, I'm the One, A Certain Kind e Run in the Dust são algumas músicas do disco.

Massive Attack vai lançar compilação

Enquanto prepara para 2007 seu quinto álbum, Weather Underground, o duo eletrônico Massive Attack (foto) lança em março compilação dupla, Collected, com música inédita, Live with me, eleita como single. O trabalho anterior do grupo inglês foi a trilha do filme Danny the Dog, mas seu último disco de carreira foi 100th Window, editado em 2003.

A melhor banda da última semana, Arctic Monkeys lança seu primeiro disco dia 23

Na virada de 2005 para 2006, a imprensa musical britânica já elegeu a melhor banda de todos os tempos da última semana. A nova eleita vem da Inglaterra, claro, e se chama Arctic Monkeys (foto). O álbum de estréia do grupo, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, tem seu lançamento agendado para 23 de janeiro e chega às lojas já badalado pelo culto em torno de I Bet You Look Good on the Dancefloor, o primeiro single do CD, editado em dezembro. Um segundo single, When the Sun Goes Down, já foi extraído do álbum e será lançado no dia 16, com duas músicas inéditas (7 e Stickin' to the Floor) que não figuram entre as 13 faixas oficiais do disco.
Quarta-feira, Janeiro 04, 2006

Korn se reinventa ao utilizar sons industriais em seu sétimo álbum

Resenha de CD
Título: See You on the Other Side
Artista: Korn
Gravadora: EMI / Virgin
Cotação: * * * *

O Korn não é mais o mesmo. Mas isso não significa desgaste no metal do grupo americano, formado em 1992 na Califórnia. Em seu sétimo álbum, See You on the Other Side, o quarteto se reinventa e injeta vigor em sua discografia ao temperar seu rock com batidas eletrônicas em produção azeitada dividida entre Jonathan Davis (integrante do Korn), The Matrix e Atticus Ross, que já trabalhou com o grupo Nine Inch Nails.

Os ruídos da introdução da música funkeada que abre o CD, Twisted Transistor, já sinalizam as mudanças por que passa a banda em seu disco mais experimental, marcado pela adição de sons industriais ao seu rock pesado - sobretudo em faixas como Coming Undone e Politics. Se bem que a revolução é grande, mas também não é radical. Dá para reconhecer o típico nu metal do Korn em temas como Liar e For No One. E também em Hypocrites, faixa em que os músicos alvejam as instituições religiosas.

O momento era decisivo para o grupo. Além de ter sido reduzido a um quarteto com a saída do guitarrista Brian Head Welch, o Korn resolveu mudar de gravadora, migrando da Sony & BMG para a EMI/Virgin. Tudo indica que a troca de ares fez bem à banda e ao seu som.

Bebel já grava seu terceiro CD no Rio

Bebel Gilberto (foto) já deu início, no Rio, às gravações de seu terceiro CD internacional. O curioso é que houve um intervalo de quatro anos entre o primeiro (Tanto Tempo, 2000) e o segundo (Bebel Gilberto, 2004), enquanto o terceiro já está sendo feito menos de dois anos depois do lançamento do segundo. O motivo é simples: apesar de toda a babação em torno da filha de João Gilberto, o disco Bebel Gilberto não reeditou a comoção internacional provocada por seu antecessor. Confiante no seu taco de compositora, a artista arriscou repertório majoritariamente autoral. Mas esqueceu que, para ouvidos estrangeiros, muito do encanto de Tanto Tempo vinha de poder ouvir clássicos da Bossa Nova numa ambiência eletrônica. Em 2000, a receita ainda era relativamente nova. Hoje já está desgastada de tanto que foi copiada por dezenas de cantoras aspirantes ao sucesso e ao prestígio conquistados por Bebel na Europa e nos Estados Unidos. Resta saber como virá seu terceiro disco - aquele que irá posicionar a artista definitivamente no mercado internacional. Para o bem ou para o mal.

DVD capta Lisa em atmosfera íntima

A cantora inglesa Lisa Stansfield já tem um ótimo DVD, Biography, lançado no mercado nacional. Mas a Indie Records acaba de editar no Brasil Live at Ronnie Scott's (capa à direita), vídeo que capta a artista em gravação mais íntima, de atmosfera quase jazzística. Ronnie Scott é um clube de jazz situado em Londres. Foi nesse histórico palco de 45 anos que Lisa apresentou releituras de algunas clássicos do jazz (Tenderly, entre eles) e rebobinou hits como Change e, claro, All Around the World - a música que a projetou mundialmente em fins dos anos 80. Pena que o áudio seja 2.0.

Hermanos promovem edição lusitana de '4' com turnê de 18 shows por Portugal

Para promover o lançamento em Portugal de seu álbum 4 (capa à esquerda), em edição fabricada especialmente para o país, o grupo Los Hermanos agendou para março turnê lusitana que totaliza 18 shows. Os três discos anteriores do quarteto também tinham chegado às prateleiras portuguesas, mas em edições importadas do Brasil.

Forróçacana faz quarto CD em fevereiro

O grupo Forróçacana (foto) entra em estúdio em fevereiro para gravar seu quarto CD. O disco é o terceiro do conjunto de forró pela Indie Records - gravadora que, aliás, está mudando de nome a partir deste ano. Com a saída de seu presidente Líber Gadelha, afastado pelos sócios por divergências empresariais, a companhia passa a se chamar Mega Comunicações (em alusão ao estúdio Mega, ao qual sempre esteve ligada), mas vai manter sua linha popular.
Terça-feira, Janeiro 03, 2006

Vinte anos após o estouro do RPM, Paulo Ricardo e Schiavon tomam tristes rumos

Faz 20 anos em 2006 que o RPM explodiu nacionalmente. Em 1986, o LP Rádio Pirata ao Vivo - registro da pirotécnica turnê apresentada pelo quarteto naquele ano, com direção de Ney Matogrosso - venderia mais de dois milhões de cópias e faria o grupo (na foto, em momento áureo) estabelecer novo patamar comercial para o pop rock nativo, alcançando números atingidos até então somente por astros populares como Roberto Carlos e Xuxa. Então amigos, o baixista e vocalista Paulo Ricardo e o tecladista Luiz Schiavon se impunham como compositores inspirados. Levemente influenciado pelo rock progressivo, o tecnopop do RPM tinha sido uma das boas novidades daqueles tempos modernos e o disco de estréia da banda, Revoluções por Minuto (1985), resiste até hoje como uma das obras-primas da década de 80.

Por isso mesmo, é triste constatar os rumos seguidos por Ricardo e Schiavon - hoje inimigos mortais - nesses 20 anos. Se o segundo tem a duvidosa honra de ser o arranjador da Banda do Domingão, o primeiro deverá descer mais um degrau na carreira com o lançamento do CD e DVD Acoustic Live, projeto em que dá uma de Emmerson Nogueira e regrava hits estrangeiros de nomes como Bob Dylan, Rolling Stones e Rod Stewart. É o cover do cover...

É triste ver que dois compositores tão talentosos e afins - cuja parceria tinha grife própria e não se parecia com nada nem com ninguém - não tenham conseguido conviver em harmonia profissional nesses 20 anos. Mesmo burocrática e armada por interesse de gravadora, a recente reunião do RPM em 2003 mostrou que a química ainda funcionava no palco. Porque o som era de verdade. Pena que as egotrips tenham dissolvido (várias vezes) um grupo que poderia atualmente estar no mesmo patamar - e com a mesma longevidade - de Titãs, Kid Abelha ou Paralamas do Sucesso.

Se você tem menos de 20 anos, procure ouvir o disco Revoluções por Minuto. Raras vezes uma banda mostrou tanta inspiração e tanto talento num álbum de estréia. Pode ser que, se Rádio Pirata ao Vivo não tivesse sido o estouro que foi, os músicos tivessem conseguido segurar a onda e permanecer unidos. Mas tudo agora está no terreno das hipóteses. O RPM faz parte de um passado histórico, Schiavon cumpre expediente no Domingão no Faustão (cuja banda acaba de lançar CD em que é impossível reconhecer a maestria do músico em tempos idos) e Paulo Ricardo tenta mais uma vez o sucesso comercial na carona de Emmerson Nogueira. É triste...

'Corpo Fechado' puxa quarto CD solo de Nasi e ganha clipe com cenas de sexo

Corpo Fechado é a música que puxa o quarto CD solo de Nasi (foto), Onde os Anjos Não Ousam Pisar, nas lojas no fim de janeiro. A faixa ganhou clipe produzido e dirigido pelo ator Selton Mello, que já tinha assinado um vídeo do Ira! - grupo do qual Nasi é vocalista. O clipe original de Corpo Fechado está sendo veiculado pela MTV somente de madrugada por conter cenas fortes de sexo e violência. Mas uma versão editada já foi providenciada para passar na programação diurna.

O disco solo de Nasi traz regravação de É Preciso Dar um Jeito, meu Amigo - lado b da obra de Erasmo Carlos. A música foi lançada pelo Tremendão em 1971, no seu cultuado disco Carlos, Erasmo.

Box reúne singles de Elvis para lembrar os 50 anos da explosão mundial do rei

1956 foi ano decisivo na trajetória de Elvis Presley. Foi quando, contratado pela RCA, o cantor estourou nos Estados Unidos de Norte a Sul e de Leste a Oeste, em explosão que espalharia o fogo do rock'n'roll pelos quatro cantos do mundo. Para marcar os 50 anos da conquista planetária do rei do rock, a gravadora Sony & BMG preparou caixa, # 1 Singles (capa à direita), com reproduções de 21 singles editados pelo astro a partir de 1956. Cada disco é embalado em miniatura da capa original do single, simulando inclusive com selo preto o aspecto do vinil.

Fabricado em tiragem limitada e numerada, o box tem lançamento programado nos Estados Unidos para 26 de janeiro, mas já pode ser encontrado no Brasil nas seções de importados. A seleção americana de singles inclui sucessos como Heartbreak Hotel, Hound Dog, Love me Tender, It's Now or Never e Suspicious Minds, entre outros.

Biografia de Orestes Barbosa marca 40 anos sem o letrista de 'Chão de Estrelas'

Morto há 40 anos, em 15 de agosto de 1966, o compositor carioca Orestes Barbosa tem reconstituídos seus passos na música, na poesia e no jornalismo pelo músico Carlos Didier, autor do livro Orestes Barbosa - Repórter, Cronista e Poeta (capa à esquerda). Nascido em 1873, Orestes entrou para história da música popular pela letra de Chão de Estrelas, valsa-canção composta por ele em 1935, em parceria com Silvio Caldas, intérprete original da música em disco de 1937. O verso "Tu Pisavas os astros, distraída" mereceu elogios públicos do poeta Manuel Bandeira. Mas a militância de Orestes na música brasileira dos anos 30 transcende seu clássico. Foi parceiro de Noel Rosa e Custódio Mesquita, entre outros ilustres compositores. Editada pela Agir, a minuciosa biografia de Didier (autor de Noel Rosa, uma Biografia - escrita em parceria com João Máximo) totaliza 684 páginas e custa R$ 79,90.

Tabajara registra sua trajetória dourada em disco que reúne Ary, Noel e Jobim

Criada em 1934 em João Pessoa (PB) e radicada no Rio desde 1945, a longeva Orquestra Tabajara (na foto, num clique de Márcio Mercante) já animou mais de 13 mil bailes - a maioria sob o comando de seu maestro Severino Araújo, hoje com 88 anos. Parte dessa trajetória luminosa foi registrada em dezembro, na gravação do CD Bodas de Prata Dourada, que tem lançamento previsto para o primeiro semestre de 2006. Idealizado pelo músico Dom Onofre, o disco reúne 15 temas com os arranjos originais criados por Severino entre 1937 e 1990. Três faixas são de autoria do maestro: Espinha de Bacalhau (choro de 1936), Brincando com o Trombone e Um Chorinho em Montevidéu. Completam o repertório músicas de Ary Barroso (Aquarela do Brasil), Noel Rosa (Feitiço da Vila), Tom Jobim (Samba do Avião e Garota de Ipanema), Benedito Lacerda (Despedida de Mangueira, com Aldo Cabral), Carlos Gomes (O Guarani), Villa-Lobos (Trenzinho Caipira e Bachianas Brasileiras Nº 5), Debussy (Clair de Lune), George Gershwin (Rhapsody in Blue), Chopin (Tristesse) e Maurice Ravel (Bolero).
Segunda-feira, Janeiro 02, 2006

Zélia canta tema da série 'Avassaladoras'

A voz de Zélia Duncan será ouvida simultaneamente nas redes de TV Globo e Record a partir deste mês de janeiro. No ar na trilha da novela Belíssima com o reggae Dor Elegante, faixa de seu incensado álbum Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band, a cantora (foto) aceitou o convite para gravar o tema de abertura da série Avassaladoras, que estréia em 23 de janeiro, na Record, com inspiração no filme homônimo de Mara Mourão e no seriado americano Sex and the City. Intitulada Se Tiver, a música foi composta por André Moraes.

Caixa revive o 'Rei da Voz' Chico Viola

Gravações raras de Francisco Alves (1898-1952) - extraídas de programas de rádio e inéditas em disco - chegam ao mercado fonográfico na caixa de oito CDs O Rei da Voz, que tem lançamento programado para o primeiro trimestre de 2006 pelo selo curitibano Revivendo. São cerca de 40 registros inéditos - oriundos, em sua maioria, do programa sobre Chico Viola (foto) apresentado pela Rádio Nacional, com locução de Lúcia Helena.

Sandy & Junior gravam disco nos EUA

Sandy & Junior (na foto, num clique de Andréa Farias) voltam aos Estados Unidos nos primeiros dias de janeiro para continuar a gravação do 15º disco da dupla - agendado para abril pela gravadora Universal Music. A pré-produção foi iniciada em dezembro, em Miami (EUA). O produtor do disco é Sebastian Krys, engenheiro de som que já foi indicado várias vezes ao Grammy. Além de tocar bateria em todas as faixas, Junior Lima assina a direção musical do CD com Otávio de Moraes. O repertório do sucessor de Identidade (2003) é formado basicamente por músicas inéditas, algumas de autoria da dupla.

Daddy Yankee dueta com Snoop Dogg

Enquanto não lança seu novo álbum de estúdio, El Cartel, previsto para abril, o cantor Daddy Yankee - um dos nomes projetados com a onda do reggaeton por conta do hit Gasolina - põe no mercado um disco ao vivo, Barrio Fino En Directo (capa à esquerda). Gravado em apresentações do artista em cidades como Porto Rico e Nova York, o CD traz cinco músicas novas. Rompe já se destaca na parada latina dos EUA. Gangsta Zone conta com adesão do rapper Snoop Dogg.

CD do Flaming Lips de 1993 é reeditado

Ainda no embalo do sucesso da apresentação do grupo The Flaming Lips em festival de rock no Rio (o vocalista rolou sobre a platéia dentro de uma bolha de plástico), a Warner Music relança no mercado nacional no fim de janeiro o álbum Transmissions from the Satellite Heart (capa à direita). Originalmente editado em junho de 1993, com produção de Keith Cleversley, o disco foi o segundo da banda a sair por uma gravadora major e marcou a chegada do guitarrista Ronald Jones e do baterista Steven Drozd.

Aos poucos, a Warner está reeditando todo o catálogo da banda americana no Brasil. Já saíram dois CDs -The Soft Bulletin (1999) e Yoshimi Battles the Pink Robot (2000) - e o DVD Void, com reunião de clipes do período 1992/2005.
Domingo, Janeiro 01, 2006

Bethânia prepara dois álbuns em 2006

Maria Bethânia (foto), que fará 60 anos em 18 de junho, vai preparar nada menos do que dois discos em 2006. Um deles será o chamado disco de carreira - o primeiro desde Maricotinha (2001) - e terá repertório basicamente inédito. O outro é um projeto temático sobre a água e sairá por seu selo, Quitanda. Dividido entre três subtemas, este segundo CD reunirá músicas que falam do mar da Baía de Guanabara, do rio de Santo Amaro da Purificação (BA) - terra natal da cantora - e do mar abordado nos textos da poeta portuguesa Sofia de Mello Breyner. É provável que Bethânia regrave Eu e Água, música de Caetano Veloso lançada pela intérprete em 1988, em seu disco Maria.

O fato de a cantora preparar dois álbuns em 2006 não significa que ambos serão lançados este ano. Em 2003, a artista gravou quase simultaneamente Brasileirinho e Que Falta Você me Faz, mas o primeiro saiu em meados de 2003 enquanto o segundo, que inicialmente seria editado no fim daquele ano, acabou tendo seu lançamento adiado sucessivas vezes e chegou ao mercado somente em fevereiro de 2005.

DJ Patife toca Nando Reis e grava com Trio Mocotó em seu disco 'Na Estrada'

DJ Patife (foto) incluiu em seu terceiro disco, Na Estrada, uma releitura de Diariamente, música de Nando Reis, lançada por Marisa Monte em 1991 em seu CD Mais. Com 13 faixas, quase todas produzidas pelo próprio Patife, o disco do DJ tem lançamento programado pela gravadora Trama para o primeiro trimestre de 2006. Um dos convidados é o Trio Mocotó, que participa de Que É Isso, Menina? - faixa que traz também no baixo e nos vocais Skowa (aquele do Skowa e a Máfia, grupo dos anos 80). Já Max Viana, filho de Djavan, canta, toca guitarra e assina o arranjo de Enigma. Parceria de Laura Finnochiaro com Leca Machado, Link tem vocal de Finnochiaro.

Tiso lança DVD e CD ao vivo com Gal

O espetáculo sinfônico Um Som Imaginário - apresentado por Wagner Tiso em 10 de dezembro no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com as participações de Gal Costa e Milton Nascimento (com Tiso na foto, clicada durante ensaio) - vai ser lançado em DVD e CD ao vivo agendados para o primeiro semestre de 2006. No show, idealizado para festejar os 60 anos de idade e os 45 de carreira do pianista mineiro, Milton fez dueto com Gal em Solar. O cantor participou ainda de set que incluiu músicas como Castigo, Outubro, Aqueles Olhos Verdes, Viola Violar e Coração de Estudante. Já Gal regravou Sua Estupidez e Camisa Amarela. Por sua vez, Cauby Peixoto apresentou a inédita A Flor do Cais, parceria de Tiso com o poeta Geraldo Carneiro.

Banda da Rocinha honra obra de Bosco

Resenha de CD
Título: BanDaCapo Canta João Bosco
Artista: BanDaCapo
Gravadora: Escola de Música da Rocinha
Cotação: * * *

Entre o funk e o pagode que predominam nas favelas, a BanDaCapo - formada por seis ex-alunos da Escola de Música da Rocinha, projeto social criado em 1994 pelo alemão Hans Ulrich Koch para dar formação musical aos jovens da comunidade carioca - preferiu tocar e cantar os sambas e boleros de João Bosco. O sexteto presta tributo à obra do compositor mineiro em seu primeiro disco. BanDaCapo Canta João Bosco foi gravado com o aval do autor, que, além de ceder os direitos de sua obra para o CD, canta e toca violão em Malabaristas do Sinal Vermelho (2003), parceria de João com seu filho, Francisco Bosco, que aborda na letra dura realidade social próxima das vivências de Carlson Barros (baixo), Léo Mendonça (bateria), Luana Mendonça (voz e percussão), Lucca Correa (teclado), Pedro Evan (violão, cavaquinho e voz) e Rodrigo Ribeiro (guitarra e voz).

Os três vocalistas se alternam no canto de boleros - como Jade (1989) e Dois pra Lá, Dois pra Cá (1974) - e sambas do porte de O Mestre-Sala dos Mares (1974), Incompatibilidade de Gênios (1976), Kid Cavaquinho (1974) e Nação (1982). A seleção, irretocável, inclui ainda Memória da Pele (1989), O Bêbado e a Equilibrista (1979) e Corsário (1975).

Há alguns destaques entre as regravações. Papel Machê (1984) ressurge em atmosfera bluesy, com ritmo ralentado. É a melhor interpretação de Pedro Evan - cantor ainda sem verve para encarar o balanço e os versos espirituosos dos sambas da lavra antiga de Bosco com seu primeiro e mais célebre parceiro, Aldir Blanc. Rodrigo Ribeiro e Luana Mendonça também acertam o tom no dueto de Siameses (1982).

Dentre os arranjos, vael destacar o do samba Linha de Passe (1979). A batida funkeada do início evolui para típica batucada de escola de samba, com Pedro Evan evocando o suingue da Acadêmicos da Rocinha. No todo, a BanDaCapo honra a rica nação musical de João Bosco.

Boas notícias e músicas em 2006!

Já é 2006!!!! E o colunista aproveita a virada do ano para desejar a seus leitores um 2006 com ótimas notícias e músicas (seja em CD, em arquivo MP3 ou em qualquer outro formato), muita liberdade artística, discos estupendos... enfim... que a vida no ano novo seja regida com paz e amor pelo maestro soberano! Feliz 2006!!!
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