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S�bado, Dezembro 31, 2005

Retr� 2005 - Roberta fez o melhor CD

At� Chico Buarque ficou maravilhado quando ouviu a regrava��o de seu samba Pelas Tabelas na voz de Roberta S� (foto). Revelada no programa Fama em 2002, a cantora potiguar - radicada no Rio desde a inf�ncia - desviou da rota popularesca normalmente seguida pelos calouros globais e lan�ou o melhor disco de 2005, Braseiro, produzido por Rodrigo Campello. N�o foi, a rigor, o primeiro CD da cantora, que antes gravou Sambas e Bossas (tamb�m com produ��o de Campello) para ser distribu�do como brinde de empresa. Mas Braseiro, irretoc�vel em suas dez enxutas faixas, foi obviamente o primeiro �lbum de Roberta que chegou ao mercado e a um p�blico que n�o parou de crescer ao longo do ano. Raras vezes uma cantora lan�ou disco de estr�ia t�o primoroso. Com leveza, afina��o e frescor na voz, a int�rprete anunciou sua devo��o ao samba j� na faixa de abertura, Eu Sambo Mesmo, tema de Janet de Almeida sabiamente propagado por um tal de Jo�o Gilberto.

Com direito a uma excelente in�dita de Pedro Lu�s (No Braseiro) e a uma linda releitura de m�sica de Los Hermanos (Casa Pr�-Fabricada), superior � posteriormente feita por Maria Rita em seu Segundo, o CD priorizou o samba, mas tangenciou a chamada MPB (Valsa da Solid�o, Cicatrizes), a m�sica ruralista (Olho de Boi) e as levadas nordestinas (Ah, se Eu Vou), confirmando a �tima impress�o deixada por Roberta S� em 2003 com sua grava��o de A Vizinha do Lado, samba de Dorival Caymmi inclu�do na trilha da novela Celebridade. Nasceu uma estrela de rara grandeza.

Retr� 2005 - O folk refinado de Rice

O disco foi lan�ado originalmente em 2003, mas saiu somente em 2005 no Brasil, por conta do sucesso da faixa The Blower's Daughter na trilha do filme Closer - Mais Perto. O, obra-prima do cantor e compositor irland�s Damien Rice, n�o foi um estouro de vendas, mas seduziu de forma arrebatadora muitos ouvintes ao longo do ano. Com seu folk melanc�lico e po�tico, Rice conseguiu ser sublime no melhor CD estrangeiro editado no mercado nacional em 2005. A beleza atemporal de O n�o se resume ao hit The Blower's Daughter, que acabou ganhando pol�micas e simult�neas vers�es feitas por Ana Carolina e - com mais refinamento - por Z�lia Duncan. Delicate, Volcano, Cannonball, Emie e Eskimo s�o outras m�sicas que fazem de Rice o mais talentoso nome surgido na Irlanda depois do grupo U2.

Retr� 2005 - Mariah volta a reinar

Dada como morta pelo mercado fonogr�fico, depois que dissolveu seu casamento com figur�o da Sony Music e lan�ou s�rie de discos fracassados por selos menores, Mariah Carey reviveu e voltou a reinar em 2005 como nos �ureos tempos dos anos 90. Mas h� algo de podre nesse reino da (�tima) cantora. O CD The Emancipation of Mimi (capa) � insosso como a maioria dos �lbuns da artista. Na foto da capa, Mariah j� mostra que perseguiu o visual e o som de Beyonc� Knowles. Mas o fato � que a aguada mistura de rap e rhythm and blues conquistou os americanos, liderou as paradas e enfileirou oito indica��es ao Grammy 2006. Resultado: o CD fecha o ano com nada menos do que quatro milh�es e 860 mil c�pias vendidas somente nos Estados Unidos. Foi o l�der da ind�stria fonogr�fica americana - a maior do mundo. E isso n�o � pouco. Mariah Carey est� no topo. De novo.

Retr� 2005 - System of a Down explode

Se o rap teve for�a comercial em 2005, o rock reafirmou seu vigor art�stico com bons �lbuns de Foo Fighters (In your Honor) e Rolling Stones (A Bigger Bang). Na seara mais pesada, o grande destaque do ano foi o System of a Down (foto), quarteto americano de ascend�ncia arm�nia que renovou a cartilha metaleira com dois �lbuns explosivos e complementares, Mezmerize (editado em maio) e Hypnotize (nas lojas em novembro). Andamentos alternados, pitadas eletr�nicas, sons de world music... tudo entrou na receita do grupo sem atenuar o peso de seu metal e de suas letras incendi�rias. Attack e Lost in Hollywood foram algumas m�sicas que sedimentaram o legado do System of a Down em 2005.

Morre Renato Andrade, o violeiro erudito

O ano trouxe perdas irrepar�veis para os violeiros. Al�m da morte de Helena Meirelles, Renato Andrade saiu de cena ao apagar das luzes de 2005. Nascido em setembro de 1932, em Abaet� (MG), o violeiro morreu em 30 de dezembro, aos 73 anos, v�tima de c�ncer do pulm�o. Andrade tinha forma��o e t�cnica eruditas. Mas trocou o violino pela viola, seduzido pelos sons caipiras. No palco e nos discos, o m�sico tocava sua viola com rigor cl�ssico, geralmente incluindo no repert�rio temas de compositores eruditos. Fora de cena, era grande e alegre contador de causos - como o colunista teve o privil�gio de testemunhar ao entrevist�-lo nos anos 80.

Radicado no Rio desde a d�cada de 70, o artista lan�ou em 1977 seu primeiro disco, A Fant�stica Viola de Renato Andrade. Outros t�tulos se seguiram, entre eles A Magia da Viola (1987) - todos, infelizmente, fora de cat�logo. Quem quiser ter pequena amostra do som l�mpido da viola de Renato Andrade tem como op��o comprar no site oficial da gravadora kuarup (http://www.kuarup.com.br) a colet�nea Os Bambas da Viola, editada em 2004.
Sexta-feira, Dezembro 30, 2005

Retr� 2005 - Madonna nas pistas

Madonna (foto) se reinventou novamente e afastou em 2005 o fantasma da decad�ncia, que lhe assombrara com seu disco anterior, American Life. Ao mirar certeiramente nas pistas com Confessions on a Dance Floor, a material girl recuperou a forma e as vendas com �lbum totalmente dance e repleto de refer�ncias a �cones da disco music como Abba e Donna Summer. Os eventuais toques retr�s deram ao CD paradoxal ar modern�ssimo, como se a cantora abra�asse e inventariasse a dance music de todas as d�cadas. Era o que os fi�is f�s da diva precisavam para voltar a cultu�-la com o fervor de outrora, dentro e fora das pistas. At� porque Madonna voltou a ser Madonna em 2005.

Retr� 2005 - A MTV perde for�a

Em 2005, como em anos anteriores, a MTV se dedicou a rebobinar o pop nacional em CDs e DVDs editados em parceria com a ind�stria fonogr�fica. Alguns dos principais grupos (Bar�o Vermelho, Capital Inicial, O Rappa, Tit�s) lan�aram projetos retrospectivos com o aval e o selo da emissora. A novidade � n�o houve nenhum estouro de vendas. Nem o virtual e apelativo dueto de Cazuza com Frejat foi suficiente para tornar o azeitado MTV ao Vivo do Bar�o Vermelho um campe�o de vendas. Os Tit�s (foto) fizeram algum furor na m�dia com a irada Vossa Excel�ncia - furioso protesto dirigido aos pol�ticos envolvidos no esc�ndalo do mensal�o - e nem assim viram seu MTV ao Vivo decolar nas paradas. J� o Rappa surpreendeu ao convidar Maria Rita para Ac�stico MTV produzido com requinte. Mas a qualidade das m�sicas in�ditas deixou claro que Marcelo Yuka ainda faz muita falta � banda... J� o Capital Inicial pegou o vi�s hist�rico e registrou na s�rie MTV Especial o repert�rio (parcialmente in�dito) do lend�rio grupo brasiliense Aborto El�trico em vigoroso CD de car�ter documental que, no entanto, ainda n�o seduziu os �rf�os de Renato Russo.

Retr� 2005 - O belo bal� de Daniela

Veto do Vaticano � parte, Daniela Mercury (foto) fez bonito em 2005. N�o tanto com o CD / DVD Cl�ssica, irregular mergulho na MPB que passou despercebido, mas sobretudo com o disco Bal� Mulato. Nos �ltimos anos, a cantora tinha lan�ado alguns bons �lbuns (como seu globalizado MTV ao Vivo e o modern�ssimo Carnaval Eletr�nico), mas seu 11� CD solo representou vigorosa volta � forma e �s levadas afro-pop-baianas de sua fase �urea. Com repert�rio irretoc�vel, o disco teve a faixa Topo do Mundo tocadas nas r�dios (proeza que h� anos n�o acontecia com Daniela), emplacou m�sica em novela (a balada Pensar em Voc�, tema de Bel�ssima) e tem tudo para estourar um hit no Carnaval (a releitura eletr�nica de Meu Pai Oxal�) e outro na �poca da Copa do Mundo (a eletrizante Levada Brasileira). Azar do Vaticano que n�o quis a cantora em seu Concerto de Natal...

Retr� 2005 - A for�a comercial do rap

No Brasil e no exterior, o rap reafirmou sua for�a em 2005. Nos Estados Unidos, terra natal do hip hop, Kanye West (foto) fez o melhor disco do ano no g�nero, Late Registration, e se consagrou um dos campe�es de vendas. Seu �lbum vendeu 2 milh�es e 360 mil unidades at� 29 de dezembro - perdendo, por pouco, para o �ltimo disco do grupo Black Eyed Peas, Monkey Business, que j� vendeu 2 milh�es e 940 mil exemplares e est� prestes a conquistar um triplo Disco de Platina.

O grande campe�o foi 50 Cent. O disc�pulo de Eminem, da linha gangsta, realmente massacrou as paradas. Primeiro com seu segundo �lbum solo, The Massacre, que contabilizou quatro milh�es e 830 mil c�pias vendidas. Depois, com a recente trilha de seu filme Get Rich or Dye Tryin', que fecha o ano com 1 milh�o e 48 mil c�pias vendidas somente nos EUA. E Eminem, mesmo sem reinar absoluto como em anos anteriores, ainda � carta dentro do jogo da ind�stria do hip hop: sua rec�m-lan�ada primeira colet�nea, Curtain Call, j� vendeu 1 milh�o e 196 mil c�pias.

No Brasil, o rap ainda viveu quase � margem do mercado, sem dominar as paradas, mas com p�blico vasto e fiel. Parteum fez bonito com seu Racioc�nio Quebrado, CD cheio de cad�ncias inusitadas, e Rappin' Hood continuou � procura da batida perfeita da mistura de samba e rap em seu �timo Sujeito Homem 2, que trouxe entre os convidados os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil. J� Gabriel O Pensador procurou renovar seu som em Cavaleiro Andante, �timo �lbum que n�o obteve a merecida repercuss�o comercial.

Para 2006, a aposta � o Motir�, contratado pela EMI depois do estouro de Senhorita nos bailes. Seu CD Epis�dio 1 - Um Passo � Frente acaba de chegar �s lojas. Mas Cabal, um dos integrantes do grupo, foi seduzido por proposta da Universal, caiu fora do grupo (agora reduzido a uma dupla formada por DJ Hum e Lino Crizz) e vai lan�ar disco solo.

Retr� 2005 - O rico mundo de Leila

Leila Pinheiro (na foto, num clique de Marcelo Coelho) tem muito o que comemorar em 2005. Contratada pela Biscoito Fino no ano passado, a cantora lan�ou um de seus melhores discos, Nos Horizontes do Mundo - o primeiro gravado com liberdade art�stica desde 1998, ano em que a int�rprete apresentou o tamb�m renovador CD Na Ponta da L�ngua. Sem press�o, a artista apostou na diversidade e estimulou a cria��o de parcerias (Joyce com Luiz Tatit, Marcos Valle com Jorge Vercilo e, sobretudo, Chico Buarque com Ivan Lins - na badalada, mas mediana, Renata Maria). Leila gravou ainda belas in�ditas de F�tima Guedes (a toada A Vida que a Gente Leva) e Francis Hime (Gozos da Alma), al�m de ter recriado de forma sublime a can��o Onde Deus Possa me Ouvir, do mineiro Vander Lee, em registro que superou (e muito) a grava��o feita por Gal Costa em 2002 pela dose exata de tristeza, real�ada pelas cordas lindamente arranjadas por Lincoln Olivetti. Enfim, Nos Horizontes do Mundo rep�s Leila no primeiro time de cantoras nacionais - do qual tinha sa�do por conta de projetos equivocados impostos por empres�rios e gravadoras.
Quinta-feira, Dezembro 29, 2005

Duofel em l�mpidas �guas amazonenses

Resenha de CD
T�tulo: Precioso
Artista: Duofel
Gravadora: Fine Music
Cota��o: * * * *

Da id�ia de festejar os 25 anos de carreira do Duofel numa viagem sem destino, os violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno partiram rumo a Manaus em outubro de 2002. O resultado do mergulho em solo e �guas amazonenses pode ser ouvido neste refinado CD que ratifica a rara e virtuosa intera��o entre os dois m�sicos. Com exce��o da releitura inventiva de Bom Dia Tristeza, a bissexta parceria de Vinicius de Moraes com Adoniran Barbosa que encerra o disco, a dupla toca nove temas autorais inspirados nas belezas naturais e arquitet�nicas da capital do Amazonas. Teatro Novo, Sarau no Parque 10 e Motor de Linha s�o algumas m�sicas do repert�rio, que tem sua origem regional dilu�da no toque l�mpido e cosmopolita dos viol�es de Melo e Bueno. Ainda que "Caipirandando" no Largo de S�o Sebasti�o tenha delicioso sabor interiorano. Um disco precioso!

Nikita vai lan�ar CD de Humberto Barros

De volta do recesso natalino, o pianista Humberto Barros (foto) escreveu ao colunista para informar sobre as mudan�as de planos em rela��o ao lan�amento de seu segundo disco, O Mundo Est� Fervendo. Previsto para 2006, o CD iria sair pelo selo carioca Psicotr�nica, mas Barros acabou optando por editar o �lbum pela gravadora Nikita.

"O disco vem com o que eu chamo de tr�s clipes autorais, ou seja, compostos e executados pelo mesmo cara que comp�s e executou as m�sicas do CD : eu mesmo. E, al�m disso, o encarte � um presente para o comprador, pois cont�m ilustra��es minhas feitas a partir de impress�es causadas pela chegada de cada uma das can��es. Estou espremendo os recursos do que envolve o CD para comunicar e divertir um pouco mais. Essa � a id�ia. � para ouvir, ver, assistir, levar no notebook, escanear ilustra��es, catar coisas no site pelo link que vem junto... e por a� vai", adianta o pianista, que procura conciliar no disco a linguagem do rock com o sotaque da m�sica instrumental brasileira.

Bonf� magoa Plebe ao vetar recria��o de 'Soldados' pela banda de Philippe Seabra

Em impasse com os herdeiros de Renato Russo por discord�ncias quanto ao uso da obra da Legi�o Urbana, Marcelo Bonf� e Dado Villa-Lobos - respectivamente, baterista e guitarrista da banda - vetaram a inclus�o de m�sicas sobre as quais t�m direitos legais no recente tributo a Russo produzido e gravado este m�s pelo canal Multishow para virar DVD, CD e programa de TV em 2006. Mas a proibi��o de uma m�sica em especial acabou descontentando a Plebe Rude, banda conterr�nea da Legi�o Urbana na cena pop de Bras�lia da d�cada de 80. Bonf� (na foto, num clique de Emanuelle Bernard) vetou a recria��o, pelo grupo de Philippe Seabra, de Soldados - parceria de Bonf� com Renato Russo, gravada pela Legi�o Urbana em seu primeiro disco, em 1985. Magoado, Philippe lembra que a Plebe chegou a lan�ar Soldados na companhia de Russo e do pr�prio Bonf�, em show no Teatro Rola Pedra, em Bras�lia, no in�cio dos anos 80.

Diante da proibi��o, o quarteto optou por regravar Qu�mica no tributo. Assinada apenas por Renato Russo, Qu�mica � m�sica feita ainda na �poca do Aborto El�trico, o primeiro grupo de Russo. Foi lan�ada em disco pelos Paralamas do Sucesso, em 1983, no primeiro LP do trio carioca, Cinema Mudo.

Retr� 2005 - A decep��o do F.UR.T.O.

Foram cerca de dois anos de grava��o em clima sigiloso. A expectativa era grande, mas SangueAudi�ncia - o �lbum de estr�ia da nova banda de Marcelo Yuka, F.UR.T.O. (foto) - deixou em 2005 um ar de decep��o em quem esperava um disco � altura dos melhores momentos do ex-baterista do Rappa. Al�m de Yuka, a Frente Urbana de Trabalhos Organizados arregimentou o carioca Maur�cio Pacheco (voz e guitarra) e os pernambucanos Garniz� (bateria) e Jam (percuss�o). A id�ia de unir m�sica e ativismo social era vigorosa, mas a audi��o do CD revelou que o peso estava mais nas letras engajadas de Yuka do que no som - um mix de timbres eletr�nicos, ritmos nacionais e dub. A gravadora Sony & BMG at� tentou promover o disco nas r�dios e TVs (primeiro com a faixa N�o se Preocupe Comigo e, mais tarde, com Flores nas Encostas do Cimento), mas a sensa��o � a de que nada aconteceu de relevante com o F.UR.T.O. - e nem as presen�as de Marisa Monte (co-autora e cantora de Desterro) e de Manu Chao (convidado de Todos Debaixo do Mesmo Sombreiro) fizeram o disco repercutir al�m das burocr�ticas entrevistas promocionais em jornais e revistas.

Retr� 2005 - O melhor disco do Pato Fu

Voltar ao meio independente fez bem ao Pato Fu (foto). Dispensado da antiga BMG ap�s dois discos de pouca repercuss�o (o pesad�o Ru�do Rosa, de 2001, e um belo MTV ao Vivo editado em 2002), o grupo mineiro voltou � cena em 2005 com seu melhor disco. John Ulhoa, Fernanda Takai e cia souberam dosar experimentalismo e do�ura pop em Toda Cura para Todo Mal, trazendo de volta o esp�rito l�dico de seus primeiros �lbuns.

Gravado de forma independente e artesanal em Belo Horizonte (MG), mas distribu�do pela Sony & BMG, o oitavo CD do Pato conciliou no repert�rio can��es melodiosas (Anormal, Sorte e Azar), temas funkeados (Uh Uh Uh, L� L� L�, I� I�!), toada cibern�tica (Simplicidade), tributo ao universo sentimental de Roberto Carlos (Agridoce) e m�sicas fora dos padr�es comerciais (O Que � Isso?, Estudar pra qu�? e Boa Noite Brasil) que evocam a deliciosa anarquia sonora dos Mutantes - o genial grupo a que o Pato Fu sempre foi merecidamente associado.
Quarta-feira, Dezembro 28, 2005

Em CD, romantismo do Doming�o � ralo

Resenha de CD
T�tulo: As Favoritas do Doming�o do Faust�o - Rom�nticas
Artista: Banda Doming�o e convidados
Gravadora: Som Livre
Cota��o: *

Somente a vontade de faturar alguns reais com a popularidade do apresentador de TV Fausto Silva - que lidera o ibope das tardes dominicais com o programa Doming�o do Faust�o - explica a edi��o deste disco infeliz. Como as atra��es musicais s�o um dos pontos altos do programa, criou-se um CD em que a Banda Doming�o - dirigida musicalmente por Luiz Schiavon, tecladista que j� viveu dias mais nobres como integrante do RPM - apresenta m�sicas rom�nticas com a ades�o de alguns ilustres convidados (Ivete Sangalo, Marjorie Estiano, Daniel, Ivo Pessoa e Maur�cio Manieri) que, claro, n�o recusariam um convite da produ��o de um programa fundamental para sua proje��o nacional. Mas nem os refor�os vocais de Marjorie (em Esque�a, balada que foi sucesso nas vozes de Roberto Carlos e F�bio Jr.), Ivo (em Encontrar Algu�m, hit da fase inicial do Jota Quest) e Manieri (em Codinome Beija-Flor, sucesso meloso de Cazuza) evitam o fiasco total. Exceto a voz de Ivete em Na Rua, na Chuva, na Fazenda (faixa-t�tulo do primeiro disco de Hyldon), nada se salva. Inclusive porque os tr�s vocalistas da Banda Doming�o (Ester Campos, Nil Bernardes e Ricardo Arantes) s�o sofr�veis. Se bem que Daniel j� d� a pista certa do conte�do ralo do disco ao abri-lo com releitura igualmente sofr�vel de Se Eu N�o te Amasse Tanto Assim, can��o que garantiu o sucesso do primeiro disco solo de Ivete e que perde toda sua beleza e delicadeza na voz do cantor sertanejo. Fique com as grava��es originais!

Retr� 2005 - Hermanos contemplativos

2005 foi o ano em que o quarteto Los Hermanos (na foto, num clique de Maur�cio Valladares) lan�ou o sucessor do aclamado Ventura. Muitos f�s amargaram secretamente uma decep��o com 4, disco de tom mais contemplativo, por vezes arrastado, mais pr�ximo do universo da MPB do que do rock propriamente dito. Mas nem por isso deixaram de lotar os shows da banda e, em menor escala, de comprar o CD. Ali�s, o fervoroso s�quito do grupo j� lhe garantiu um Disco de Ouro pelas 50 mil c�pias vendidas de 4. Pr�mio merecido porque o �lbum tem sofistica��o harm�nica e mostra a disposi��o do grupo de n�o ficar reeditando f�rmulas. Editado tamb�m em vinil, em tiragem meramente promocional, 4 � menos inspirado do que Bloco do Eu Sozinho (2001) e o supra-citado Ventura (2003), mas cumpriu seu papel de renovar o som da banda e de apontar a evolu��o de Rodrigo Amarante como compositor. Desta vez, Amarante teve m�sica sua (O Vento) iniciando pela primeira vez o trabalho promocional de um CD do Los Hermanos e n�o ficou � sombra de Marcelo Camelo, o outro compositor do quarteto que tinha levado merecidamente todas as gl�rias autorais na �poca de Ventura. Inclusive pelo fato de Maria Rita ter inclu�do tr�s m�sicas de Camelo em seu estupendo �lbum de estr�ia...

Afrodis�aco � a bola da vez no ax�

Criado este ano pelos cantores e compositores baianos Pierre Onassis e Jauperi, ambos egressos do Olodum, o grupo Afrodis�aco (foto) � a nova sensa��o da ax� music. Com seu som calcado no samba-reggae, a banda vem cativando o p�blico de Salvador com shows apimentados e j� contam com dois hits locais: Caf� com P�o e J� �. O sucesso do grupo j� chamou a aten��o da Universal, a gravadora que tem no seu elenco os grupos Babado Novo e Rapazolla, al�m da cantora Ivete Sangalo. A prop�sito, Pierre e Jauperi sempre foram grandes fornecedores de hits para nomes como Daniela Mercury, Netinho e Olodum.

Retr� 2005 - As tr�s de Milton e Caetano

O que era para ser um dos grandes acontecimentos musicais de 2005 - a retomada da parceria de Caetano Veloso com Milton Nascimento para a trilha do filme O Coronel e o Lobisomem - resultou decepcionante. Em setembro, os dois compositores subiram ao palco do Canec�o para estrear miniturn� nacional destinada a promover as m�sicas do longa de Maur�cio Farias, produzido por Paula Lavigne. O que se viu e ouviu foi um show incrivelmente arrastado e chato, apesar da bela id�ia de reunir no roteiro somente m�sicas compostas para cinema. Ali�s, as tr�s parcerias feitas por Milton e Caetano para o filme - Senhor do Tempo, Sereia e Perigo - est�o aqu�m do padr�o de qualidade das obras dos dois mestres. Tanto pelas melodias de Milton quanto pelos versos de Caetano. Senhor do Tempo � a mais bonita das tr�s, por�m, ainda assim, n�o honra uma parceria bissexta que j� tinha rendido a obra-prima Paula e Bebeto (1975), a mediana As V�rias Pontas de uma Estrela (1982) e a inspirada A Terceira Margem do Rio (1990). A decep��o foi tamanha que o CD com a trilha do filme foi lan�ado silenciosamente no fim do ano. E passou despercebido!

Kuarup remasteriza 'Ao Vivo em Tatu�'

Lan�amento de 1992 que marcou a reuni�o (ent�o in�dita em disco) da dupla Pena Branca & Xavantinho com Renato Teixeira, o CD Ao Vivo em Tatu� (capa � direita) est� sendo reposto em cat�logo pela gravadora Kuarup em edi��o remasterizada que traz fotos in�ditas no encarte. Eleito o melhor disco de 1992 pela APCA (Associa��o Paulista de Cr�ticos de Arte), Ao Vivo em Tatu� sempre foi um dos t�tulos mais vendidos do acervo da Kuarup. Foi gravado em tr�s shows realizados de 21 a 23 de setembro daquele ano. O repert�rio re�ne 21 cl�ssicos da m�sica ruralista. Entre eles, O Cio da Terra, Romaria, Rio de L�grimas, Chalana e Tocando em Frente.
Ter�a-feira, Dezembro 27, 2005

Shirle estr�ia em disco na cola de Elis

Resenha de CD
T�tulo: Nada Ser� como Antes
Artista: Shirle de Moraes
Gravadora: Sony & BMG
Cota��o: * * *

Shirle de Moraes � ga�cha. Como Elis Regina. Projetada em escala nacional na edi��o 2005 do programa Fama, do qual conseguiu ser uma das finalistas, a cantora acabou contratada pela Sony & BMG e estr�ia em disco, aos 27 anos, com repert�rio ousado. Nada menos do que oito das 12 m�sicas de Nada Ser� Como Antes foram extra�das do cancioneiro gravado por Elis nos anos 70 e 80. Shirle persegue n�o somente o repert�rio, mas tamb�m o estilo da Pimentinha. E o produtor Guto Gra�a Mello - talvez instru�do pela diretoria da gravadora - ainda real�a essa persegui��o. O arranjo da faixa-t�tulo, por exemplo, parece xerox do registro de Elis.

Ainda que esteja muito na cola de sua saudosa colega conterr�nea em faixas como Vecchio Novo e O Rancho da Goiabada (dois inspirados lados b da discografia de Elis), Shirle de Moraes mostra - por isso mesmo - que � boa cantora. Tem voz segura, afinada e de razo�vel extens�o. Al�m de um suingue que a faz subir e descer com desenvoltura os contornos da Ladeira da Pregui�a (Gilberto Gil) - somente para citar uma das melhores interpreta��es do disco. Nem parece uma principiante. Depois de Roberta S�, Shirle � a participante do Fama que apresenta o melhor disco, com grandes chances de permanecer no mercado fonogr�fico.

O disco � bacana, mas seria ainda melhor se o produtor tivesse podado os excessos vocais da cantora em Boneca de Cera, rock-balada do repert�rio do Ira! - faixa pop que entra em sintonia com as duas in�ditas fornecidas por Vanessa da Mata. Sem Sa�da e Acode confirmam a inspira��o da compositora mato-grossense - h�bil na constru��o de melodia, ritmo e versos que parecem feitos uns para os outros. No meio de in�ditas de Vanessa e de sucessos de Elis como Aprendendo a Jogar, em que Shirle tenta em v�o reeditar as piruetas vocais da Pimentinha, ainda h� espa�o para delicada toada, Por Causa de uma Paix�o, parceria in�dita de Alexandre Le�o e Manuca Almeida. A faixa mostra que, se tivesse tido a paci�ncia de garimpar repert�rio pr�prio, Shirle de Moraes poderia ter feito disco estupendo. Mas Nada Ser� como Antes � promissor come�o. Apesar de tantas desnecess�rias refer�ncias a Elis...

Retr� 2005 - O segundo morno de Rita

Maria Rita dia desses foi ao programa de Ana Maria Braga, exibido nas manh�s globais. J� esteve tamb�m no de Mar�lia Gabriela, no canal GNT. E acabou de posar nua para a capa da revista Bizz de dezembro. Tudo isso quer dizer que a filha de Elis Regina teve que descer do salto - lhe imposto no �lbum de estr�ia pela diretoria de marketing da gravadora Warner - e batalhar pela divulga��o de seu novo disco como qualquer cantora mortal. Definitivamente, o Segundo de Rita n�o � um fracasso de vendas. Mas tamb�m n�o sai das prateleiras com a rapidez imaginada pelos figur�es da Warner. O CD pecou ao repetir a f�rmula do primeiro com repert�rio menos inspirado. Mas confirmou o talento da artista, que est� cantando mais leve e parece tirar da voz, aos poucos, o peso de ser filha de Elis. S� que o morno show de lan�amento de Segundo - mais comentado pelo horrendo figurino do que pelo roteiro sem novidades - mostrou que, em cena, a cantora cresce quando soa dram�tica. Enfim, Maria Rita j� tem seu futuro garantido na MPB, mas vai precisar se reinventar no terceiro - at� porque os f�s de Elis j� saciaram a curiosidade de ouvir a voz de sua filha para amenizar a saudade da Pimentinha.

Retr� 2005 - KLB renasce das cinzas

Goste-se ou n�o do KLB (foto), o sucesso popular reconquistado pelo trio em 2005 � incontest�vel e mostra como o �xito de um artista depende tamb�m da disposi��o de sua gravadora de trabalhar seu disco. Quando Jos� Antonio �boli foi demitido da presid�ncia da Sony & BMG h� alguns anos, os irm�os Kiko, Leandro & Bruno - crias da empresa e de �boli em particular - se tornaram cartas fora do jogo da companhia. N�o deixaram de gravar e lan�ar discos. Uma ou outra m�sica, como Carolina, at� parecia que ia emplacar nas r�dios, mas nada acontecia de concreto. Porque ningu�m fazia nada por eles na gest�o de Alexandre Schiavo. E o KLB j� era dado como morto no mercado.

Pois o grupo renasceu das cinzas com a ida de �boli para a presid�ncia da Universal. Principal incentivador do trio na ind�stria fonogr�fica, o executivo recrutou Paul Ralphes para produzir o disco dos irm�os, Obsess�o. Logo de cara, o CD emplacou um hit nacional: Um Anjo, vers�o de Angels, balada do cantor e compositor ingl�s Robbie Williams. A m�sica tocou nas r�dios, o KLB voltou a dar as caras na televis�o (com visual repaginado e mais moderninho) e, se n�o vendeu discos na propor��o de seu sucesso radiof�nico, foi mais por conta da pirataria e da conseq�ente crise nas vendas de CDs. Moral �bvia da hist�ria: a gravadora precisa acreditar e investir num artista para que ele fa�a sucesso.

Radiohead far� CD com novo produtor

O Radiohead (foto) - que j� andou burilando e gravando ao longo de 2006 algumas m�sicas de seu pr�ximo disco - pretende voltar ao est�dio em fevereiro para come�ar a dar forma definitiva aos temas do �lbum. A maior novidade � a troca de produtor. Em vez de Nigel Godrich, que assinou a produ��o de v�rios CDs da banda, o Radiohead anunciou que vai trabalhar com Mark Spike Stent, que tem no curr�culo colabora��es com nomes como Madonna e Bj�rk.

Montenegro estr�ia musical em janeiro

Meses depois de ter lan�ado CD com a nova trilha de L�o e Bia, um de seus musicais mais bem-sucedidos, Oswaldo Montenegro (foto) prepara a estr�ia de outro espet�culo no g�nero. Tipos vai entrar em cartaz em 10 de janeiro, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da G�vea (RJ), em temporada prevista para seguir at� 22 de fevereiro. No elenco, Aline Civinelli, Diogo Guanabara, Fabiano Leandro, Lila Shakti, Let�cia Debom, Luciana de Souza, Mariana Rios, Patricia Elizardo da Silva, Pierre Santos, Rodrigo Vellozo e Ta�s Alvarenga.
Segunda-feira, Dezembro 26, 2005

Fundamental, o CD do Pet Shop Boys

Fundamental � o nome do novo �lbum da dupla Pet Shop Boys (foto) - o primeiro com repert�rio in�dito desde Release (2002). O lan�amento mundial est� agendado para 17 de abril. Antes, o duo lan�a o single Minimal. O CD foi produzido por Trevor Horn.

Sandy & Junior lan�am disco em abril

Em que pesem os ind�cios dos �ltimos dois anos de que Sandy poderia iniciar uma carreira solo, alimentados sobretudo pela repercuss�o moderada do disco Identidade (2003), Sandy & Junior continuar�o firmes, fortes e unidos em 2006. A dupla prepara seu 15� CD (incluindo os t�tulos ao vivo). E a gravadora Universal j� at� agendou oficialmente o lan�amento do �lbum para abril - m�s que os irm�os come�ar�o nova turn� nacional. Ou seja, 2006 ser� ano decisivo na carreira da dupla...

Retr� 2005 - O inferno de Pedro Mariano

Pedro Mariano (foto) j� tinha vivido inferno astral em 2004, quando Marcos Maynard assumiu a presid�ncia da EMI e abortou o disco de in�ditas que o cantor gravara com toda pompa na gravadora, sob a dire��o art�stica de Jorge Davidson (demitido com a chegada de Maynard). E passou 2005 sob nuvem negra. Brigado com a Trama, de onde sa�ra em clima ruim com o diretor (ningu�m menos do que seu meio-irm�o Jo�o Marcelo B�scoli), Mariano teve que aceitar as imposi��es da Universal para dar continuidade � sua carreira fonogr�fica. Em bom portugu�s, ele teve que aderir � dobradinha DVD/CD ao vivo, em precoce projeto retrospectivo. Pior: teve que regravar alguns sucessos da m�e, uma tal de Elis Regina. Um deles em dueto com Sandy, queridinha da Universal. O pior � que, mesmo assim, nada aconteceu de expressivo. O disco foi recebido com frieza pela cr�tica e n�o obteve o esperado sucesso popular. Que venha 2006 com melhores ares para o bom cantor!

Erasure volta ac�stico em 'Union Street'

O Erasure (foto) - duo de tecnopop que esteve em evid�ncia nos anos 80 - vai lan�ar novo �lbum, Union Street, em 3 de abril. O sucessor de Nightbird (editado no in�cio de 2005) trar� releituras ac�sticas - algumas em ritmo de country - de sucessos da dupla. Piano Song, Love Affair, Boy e Home est�o entre as 11 m�sicas do CD. "A inten��o do disco � mostrar que essas m�sicas funcionam com qualquer instrumento, seja um sintetizador ou uma guitarra", explica o cantor Andy Bell no site oficial do Erasure.

Adolfo real�a melancolia de hits da folia

Resenha de CD
T�tulo: Carnaval Piano Blues
Artista: Antonio Adolfo
Gravadora: Kuarup
Cota��o: * * *

A bem da verdade, a id�ia n�o � original. A cantora Ala�de Costa gravou projeto similar, Rasguei minha Fantasia, idealizado pelo produtor Herm�nio Bello de Carvalho. Mas isso n�o tira o m�rito do pianista Antonio Adolfo, que tamb�m real�a em Carnaval Piano Blues a melancolia contida em m�sicas associadas � folia de Momo. S�o cl�ssicos como Agora � Cinza, Pierrot Apaixonado, Mal me Quer, O Teu Cabelo N�o Nega, Pastorinhas, Vassourinhas e Tristeza. O repert�rio extrapola at� o universo carnavalesco em sambas como Vai Passar, obra-prima de Chico Buarque e Francis Hime. Mas o que conta aqui � a forma como os temas s�o tocados pelo m�sico. Ali�s, o t�tulo do disco � interessante, pois Adolfo improvisa com a liberdade de um jazzista e d� um toque bluesy ao impec�vel repert�rio. � para foli�es sofredores que rasgam sua fantasia antes mesmo de pular o Carnaval...
Domingo, Dezembro 25, 2005

Retr� 2005 - O ano de Ana Carolina

H� quem compare o atual est�gio da carreira de Ana Carolina com a fase vivida por Simone na antiga CBS nos anos 80. Tem a ver. Ana entrou em 2005 colhendo os frutos do sucesso comercial de seu terceiro CD, Estampado, que foi lan�ado em 2003, mas somente decolou nas paradas em 2004, quando Encostar na Tua virou hit radiof�nico no embalo de sua execu��o na segunda metade da novela Celebridade. Ana sai de 2005 como a campe� de vendas do ano. Al�m das 535 mil c�pias da colet�nea Perfil, editada pela esperta Som Livre no in�cio do ano para faturar com os sucessivos hits emplacados pela cantora nas novelas globais, a Sony & BMG mandou para as lojas em dezembro 125 unidades do CD Ana & Jorge ao Vivo, gravado com Seu Jorge. Sem falar no DVD hom�nimo e no DVD anterior da artista, Estampado - Um Instante que N�o P�ra, editado em fins de 2004.

O �nus do sucesso � a aura brega que insiste em rodear Ana Carolina (na foto com Seu Jorge) - exatamente como aconteceu com Simone nos anos 80. Simone tinha um s�quito fervoroso de f�s naquela d�cada, mas foi perdendo progressivamente o prest�gio que conquistara em seu in�cio de carreira. E luta at� hoje para restaurar a confian�a dos cr�ticos. Ana passa por problema semelhante. P�blico n�o lhe falta. Seus shows vivem lotados e seus discos saem das prateleiras com rapidez rara em tempos de galopante pirataria de CDs. Mas o prest�gio conquistado pela mineira com seu primeiro e melhor disco vem sendo minado por grava��es dispens�veis como � Isso A�, a controvertida vers�o de m�sica do irland�s Damien Rice. E Ana j� parece ter consci�ncia disso. Tanto que j� anda falando que seu pr�ximo CD, o quarto t�tulo solo de sua discografia, ter� um tom experimental. Seja como for, 2005 foi o ano de Ana.

Mary J. Blige lan�a disco em que regrava 'One', hit do U2, em duo com Bono Vox

Um dos cl�ssicos do repert�rio inicial do U2, One � a m�sica que encerra oficialmente (h� faixa escondida ap�s o sucesso da banda irlandesa) o s�timo disco de Mary J. Blige, The Breakthrough (capa � esquerda) - lan�ado nos Estados Unidos e na Inglaterra no �ltimo dia 20 de dezembro. Vocalista do U2, Bono Vox dueta com a artista na regrava��o.

A cantora de rhythm and blues assina, sozinha ou em parceria, onze das 16 m�sicas do CD. O rapper Jay-Z � co-autor, produtor e convidado de Can't Hide from Luv. Outros destaques do repert�rio s�o Good Woman Down (faixa dedicada pela artista �s suas "problem�ticas irm�s") e Ain't Really Love. J� About You apresenta um dueto virtual de Blige com a saudosa Nina Simone.

Retr� 2005 - O bis magistral de Z�lia

Z�lia Duncan (foto) saiu de 2004 com o prest�gio de ter feito o melhor disco do ano, Eu me Transformo em Outras. Pois em 2005 a cantora consolidou a guinada de sua carreira com outro �lbum que merece figurar entre os melhores do ano, Pr�-P�s-Tudo-Bossa-Band - desta vez, sem regrava��es de j�ias do ba� da m�sica brasileira, mas com magistral safra de in�ditas que transitou entre o pop e a MPB. De quebra, a cantora mostrou que Itamar Assump��o - compositor sempre associado � vanguarda paulista dos anos 80 e tido como maldito at� sair de cena em 2003 - tamb�m podia soar deliciosamente pop. Quem duvida que ou�a o reggae Dor Elegante (tocado quase que diariamente na novela Bel�ssima), a pop Vi, N�o Vivi (in�dita de Itamar com Christiann Oyens) e a irresist�vel Tudo ou Nada.

Itamar � parte, a compositora inaugurou parcerias com colegas como Lenine (a �tima faixa-t�tulo), Moska e Pedro Lu�s. E o mais importante de tudo � que, com esse leque sortido de parcerias e ritmos, a artista conseguiu afastar o fantasma do desgaste que j� rondava sua obra autoral - at� ent�o muito ligada ao folk, mas j� sem a inspira��o demonstrada em seu impec�vel CD Z�lia Duncan (1994).

Coroando este salutar 2005, a cantora ainda lan�ou no fim do ano o DVD com o registro do show Eu me Transformo em Outras, gravado sem plat�ia no mesmo Centro Cultural Carioca (RJ) onde o projeto estreou timidamente em 2003.

'Anjinho' volta ao repert�rio evang�lico

Projetado nacionalmente com o apelido de Anjinho em 2001, quando participou do programa de calouros do apresentador Raul Gil, o cantor paulista Robinson Monteiro (foto) decidiu voltar ao repert�rio evang�lico. Depois de tentar em v�o reeditar o sucesso comercial do CD Anjo (2001) com os discos seguintes � Preciso Acreditar (2002) e Rom�ntico (2004), o artista decidiu assinar contrato com a Line Records - gravadora dedicada � m�sica evang�lica - e fazer um CD no g�nero. O lan�amento est� previsto para mar�o de 2006. Criado dentro de fam�lia evang�lica, Robinson come�ou cantando em igrejas e chegou a bancar um disco no estilo, Prostei-me, lan�ado em 1999 de forma independente.

Trilha de King Kong precisa do filme

Resenha de CD
T�tulo: King Kong (trilha sonora)
Artista: James Newton Howard
Gravadora: Universal
Cota��o: * * *

No grandioso filme de Peter Jackson (o diretor da trilogia O Senhor dos An�is), a trilha sonora de James Newton Howard � elemento fundamental para acentuar a adrenalina das cenas de a��o e real�ar os sentimentos ternos do gigantesco macaco pela hero�na Ann. No CD, a m�sica nem sempre se sustenta sem a for�a das imagens - sobretudo em temas mais movimentados como Defeat Is Always Momentary. Mas � fato que Howard, que j� assinou as trilhas de filmes como Sexto Sentido e O Advogado do Diabo, deu conta do recado, ainda que sem um toque de originalidade. Os destaques s�o os temas mais l�ricos - casos de King Kong e A Fateful Meeting - e da su�te Beauty Killed the Beast, dividida em cinco movimentos. � monumental como o filme.
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