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Sábado, Dezembro 10, 2005

Ana tenta renovar sua obra com Jorge, mas não consegue perder a aura brega

Resenha de CD e DVD
Título: Ana & Jorge ao Vivo
Artista: Ana Carolina e Seu Jorge
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * *

O encontro de Ana Carolina e Seu Jorge no DVD e CD Ana & Jorge ao Vivo não chega a ser surpresa. No disco anterior da cantora, Estampado (2003), Ana apresentou duas parcerias com Jorge, Não Fale Desse Jeito e O Beat da Beata - gravada com o parceiro em clima eletrônico. A evolução do trabalho culminou com um show dividido pela dupla no projeto Tom Acústico, da casa paulista Tom Brasil. O show, que ia durar um fim de semana, ganhou apresentação extra na segunda-feira, 15 de agosto, para possibilitar seu registro em DVD que, mais tarde, acabou originando também um CD.

Afinidades à parte, Ana e Jorge são como água e vinho no mercado. Contratada pela major Sony & BMG, ela vive estupendo momento comercial. Com toda a pirataria, sua recente coletânea na série Perfil (da Som Livre) foi grande sucesso de vendas. Inserido no circuito fonográfico indie, ele vende pouco disco e acabou de lançar um segundo trabalho, Cru, que deixou no ar certa decepção pela comparação com o primeiro, Samba Esporte Fino. Mas é reverenciado no Brasil e virou figura requisitada na Europa por conta do sucesso mundial do filme Cidade de Deus - ainda que todo esse culto não tenha se traduzido em expressivas vendagens de discos. Em bom português, Ana tem o sucesso comercial que falta a Jorge. Jorge tem o prestígio que falta a Ana, cuja obra está caindo progressivamente numa aura brega reforçada com o hit radiofônico de Ana & Jorge, É Isso Aí, a controvertida versão de Ana para The Blower's Daughter, obra-prima do compositor irlandês Damien Rice.

Esperta, Ana sabe que é hora de renovar sua obra antes que fique definitivamente marcada por canções sentimentais de cunho passional. Sua inusitada parceria com Tom Zé em Brasil Corrupção (Unimultiplicidade) - alardeada pela dupla na mídia, na carona da perplexidade da nação com o escândalo do mensalão - foi um primeiro passo nesse sentido. O projeto com Jorge - que traz a música, precedida pela leitura do texto Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda - é o prolongamento desse passo com a gravação de repertório que adquire viés político em outra inédita de Ana (Notícias Populares, composta pela cantora depois de ter sofrido um assalto) e em temas como Problema Social e Zé do Caroço (na parte solo de Jorge).

O problema que insiste em rodear Ana é a irregularidade de seu repertório. Se a melodiosa Brasil Corrupção ainda segura um registro ao vivo e deixa boa impressão, Notícias Populares (sintomaticamente incluída apenas no DVD) mais parece um rascunho de música. O vigor da letra é diluído pela fragilidade da melodia. A outra inédita de Ana - Nega Marrenta, mais próxima da brasilidade que permeia a música de Jorge - também em nada contribui para mudar o panorama irregular da obra autoral da compositora mineira. Não é à toa que, mesmo inédita, foi excluída da seleção final do CD. Das novidades, a melhor é Comparsas, embolada em que Ana e Jorge trocam elogios no tom arretado dos repentistas nordestinos. É um número realmente bacana - assim como Vestido Estampado, belo samba do disco anterior da cantora em que Jorge toca clarinete com elegância.

A propósito, o show é fiel ao tom acústico do projeto que o originou. A sonoridade é estruturada nos violões viris de Ana e Jorge, com eventuais incursões do violoncelo de Flávia Mascareño. O charme extra é ver Ana trocar o violão pelo baixo para acompanhar Jorge em Tanta Saudade, a bissexta parceria de Djavan e Chico Buarque, de 1980. Como intérprete, Ana é excelente e segura, mas às vezes carrega demais nas tintas como nas interpretações gritadas de Garganta e Chatterton, versão de Jorge para o tema de Serge Gainsbourg. Já Jorge parece meio deslocado quando visita com paradoxal elegância o repertório sentimental de Ana, como no dueto de Pra Rua me Levar.

Nos extras do DVD, a dupla canta com mais informalidade sambas de Ivone Lara em roda armada no Bar da Maria (SP). É quando Ana pega o pandeiro que a marcou já em seu primeiro e melhor disco. Enfim, a cantora está procurando novos ares e tons para renovar sua música. Essa busca é salutar e merece ter continuidade - ainda que esse Ana & Jorge ao Vivo peque pela irregularidade.

Funk Como Le Gusta em DVD e box

O grupo paulista Funk Como Le Gusta está lançando simultaneamente seu primeiro DVD, Ao Vivo (capa à esquerda), e um box que reúne seu três CDs. O vídeo foi gravado com câmeras de alta definição em 2 e 3 de setembro, em shows no Sesc Pompéia, em São Paulo. No repertório, sucessos do grupo, como 16 Toneladas, e covers dos repertórios de Tim Maia (O Balanço, 1973) e Gerson King Combo (Funk Brother Soul, 1978).

Já o box Funk Como Le Gusta - fabricado em edição supostamente limitada pela gravadora ST2 - inclui os álbuns Roda de Funk, Funk Como Le Gusta Remix (com versões eletrônicas das músicas do primeiro disco do grupo) e o recente FCLG.

Ruy Faria e Carlinhos Vergueiro caem no samba e no sertanejo em disco irregular

Resenha de CD
Título: Só pra Chatear
Artista: Ruy Faria e Carlinhos Vergueiro
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * *

Após sua saída do MPB-4, Ruy Faria formou dupla com Carlinhos Vergueiro e partiu para série de shows que ganha este mês registro em CD gravado ao vivo no Teatro Rival (RJ). Os dois cantores não primam exatamente pelo virtuosismo vocal - e Ruy agora já não conta com o apoio das harmonizações vocais que valorizavam as gravações do MPB-4. O que conta a favor do duo é a exposição do rico universo do samba. Ruy e Vergueiro enfileiram sambas mais ou menos conhecidos de Ismael Silva (Se Você Jurar, Peçam Bis), Noel Rosa (o esquecido Seja Breve - a maior contribuição do repertório - e Adeus, parceria com Ismael), Geraldo Pereira (Sem Compromisso, parceria com Nelson Trigueiro) e, claro, do amigo Chico Buarque (Injuriado, Deixa a Menina), entre outros. O disco seria mais homogêneo se a dupla não extrapolasse a fronteira do samba, mas Ruy e Vergueiro se aventuram pelo sertão nordestino (O Canto da Ema, Kalu) e até pela estrada sertaneja (em insossa interpretação da guarânia Meu Primeiro Amor) com resultado bastante irregular. Terá sido só pra chatear?

DVD refaz a trajetória dos Beatles

Apesar de os próprios Beatles já terem contado oficialmente sua história através dos vídeos da caixa Anthology, editados nos formados de VHS e DVD, há sempre versões extra-oficiais sobre o começo, meio e fim do grupo inglês. Editado este mês no Brasil, via ST2, o DVD The Beatles - From Liverpool to San Francisco (capa à esquerda) refaz a trajetória dos Fab Four em documentário dividido em dez capítulos. Nos extras, o DVD exibe outro documentário, Beatles Across America. O material promocional promete entrevistas e imagens raras.

A saudade de Cássia Eller é enorme como a voz e a integridade da cantora

Cássia Eller faria 43 anos hoje, se não tivesse saído precocemente de cena em 29 de dezembro de 2001. A data rende homenagens, provoca reflexões e faz brotar com mais força a inevitável saudade da cantora (na foto, de 1997, na época do lançamento do disco Veneno Antimonotonia). Cássia morreu no auge do sucesso. Há até quem sustente que seu coração não suportou toda a pressão e stress decorrentes da fama desfrutada por ela naquele 2001 tão feliz que acabou de forma trágica. Pode ser, mas é um fato impossível de ser comprovado e, de todo modo, subjetivo. Certo é que, em 2005, Cássia teria completado 15 anos de uma carreira fonográfica que começou estupenda - com aura meio marginal, mas construída no mainstream, fora do circuito indie - e que depois foi posta nos trilhos do sucesso pela diretoria da gravadora Universal, mas sem comprometer a integridade artística da cantora.

A propósito, é difícil imaginar o que teria acontecido com Cássia depois daquele bem-sucedido Acústico MTV que a fez ficar conhecida por todas as classes e tribos. Será que teria repetido a fórmula no disco seguinte? Ou - o mais provável - será que teria se rebelado e gravado um CD pesado como o citado Veneno Antimonotonia, fruto de decepção para sua gravadora na época? Perguntas que vão ficar sem respostas. Cássia não está mais aqui. Resta sua obra - às vezes pop, às vezes punk. Mas sempre singular. Ninguém cantou nem vai cantar como Cássia Eller. Ela foi única, personalíssima, e soube cruzar a fronteira entre o rock e a MPB. Por isso deixou tanta saudade...
Sexta-feira, Dezembro 09, 2005

Hits do Queen em ritmo de bossa nova

As músicas do Queen (foto) vão virar bossa nova. Produzido no Brasil para o mercado japonês, o CD Bossa Queen vai reunir releituras dos hits do grupo do saudoso Freddie Mercury em ritmo de samba e, sobretudo, da velha bossa. Parceria dos selos LAB 344 (de Sérgio Martins) e Argus, o projeto conta com as adesões de nomes como Joyce (Love of my Life), Jane Duboc (Radio Ga Ga), Wanda Sá (Friends Will Be Friends), Marcos Valle (You're my Best Friend), Cláudia Telles (I Was Born to Love You), Cris Delanno (Crazy Little Thing Called Love), Roberto Menescal (Don't Stop me Now), Karla Sabah (A Kind of Magic), Danilo Caymmi (These Are the Days of our Lives), Renata Gebara (Killer Queen), Pery Ribeiro (We are the Champions) e Durval Ferreira (Under Pressure). Em maior ou menor escala, todos os intérpretes já são conhecidos no mercado fonográfico japonês. O time de produtores do disco é formado por Roberto Menescal, Dudu Viana, Jane Duboc, Raymundo Bittencourt e Alex Moreira.

Grupo da Rocinha canta obra de Bosco

João Bosco (foto) tem sua obra regravada por um grupo oriundo da Escola de Música da Rocinha, projeto social criado em 1994 pelo pelo músico e professor alemão Hans Ulrich Koch. O disco BanDaCapo Canta João Bosco reúne 13 músicas do compositor mineiro, entre sambas e boleros como Dois pra Lá Dois pra Cá, Jade, Linha de Passe, Kid Cavaquinho, Corsário, Nação, Papel Machê e Memória da Pele.

Entusiasta do projeto, Bosco cedeu gentilmente os direitos das músicas e participou do disco. Ele pôs voz e tocou violão em Malabaristas do Sinal Vermelho, a estupenda faixa-título de seu último CD de inéditas.

Fã de MPB, o grupo reúne seis jovens músicos da favela carioca, cujas idades vão de 19 a 25 anos. A BanDaCapo - que em 2003 fez turnê de 25 shows por 17 cidades da Alemanha - é formada por Léo Mendonça (bateria), Carlson Barros (baixo), Lucca Correa (teclados), Rodrigo Ribeiro (guitarra e voz), Pedro Evan (violão, cavaquinho e voz) e Luana Mendonça (voz e percussão). Todos os seis são ex-alunos e monitores da Escola de Música da Rocinha.

Artistas já escolhem as músicas que vão recriar dia 13 no tributo a Renato Russo

Os cantores e grupos que vão participar da gravação do tributo a Renato Russo (foto) - agendada para terça-feira, 13 de dezembro, na Fundição Progresso (RJ) - já estão escolhendo as músicas que irão interpretar no show que vai virar DVD, CD ao vivo e especial do canal Multishow. Banda contemporânea da Legião Urbana na cena punk de Brasília do início dos anos 80, a Plebe Rude, por exemplo, vai tocar Química, música do repertório do Aborto Elétrico que foi lançada pelos Paralamas do Sucesso. Já o Capital Inicial - que acabou de editar CD com músicas inéditas do Aborto, o primeiro grupo de Russo - ficou de reviver Tempo Perdido, um dos hits do segundo álbum da Legião, Dois (1986).

O grupo de reggae Cidade Negra escolheu Índios, sucesso do mesmo disco. Já o Detonautas Roque Clube optou por Daniel na Cova dos Leões, outra música do recorrente repertório de Dois. O Pato Fu preferiu Eu Sei, hit do terceiro disco da Legião, Que País É Este? 1978 - 1987 (1987). Por sua vez, Toni Platão vai reviver o épico Faroeste Caboclo, também do terceiro álbum. Vocalista do Ira!, Nasi ficou com Música Urbana 2, enquanto o grupo Autoramas apresentará releitura de Tédio (com um T Bem Grande pra Você).

O tributo conta ainda com as adesões de nomes como a cantora Vanessa da Mata, o cantor Paulo Ricardo e os grupos Titãs e Leela.

Gil, Luciana e Freire disputam o Grammy

Mais uma vez, a música brasileira foi enquadrada na principal premiação do Grammy sob o genérico rótulo de world music contemporânea. É nesta catetegoria que Gilberto Gil concorre ao troféu de melhor disco com EletrAcústico (capa à direita), álbum ao vivo editado em novembro de 2004 no Brasil.

Além de Gil, que já ganhou um Grammy na mesma categoria em 1999 com outro disco ao vivo (a edição americana de Quanta Gente Veio Ver), a cantora paulista Luciana Souza - radicada nos EUA - disputa um Grammy na categoria melhor disco de jazz vocal por Duos II e o pianista erudito Nelson Freire concorre a um troféu na categoria melhor performance instrumental de música clássica pela execução de temas de Chopin (Études, Op. 10, Barcarolle, Op. 60, Son. No.2).

Na área internacional, Mariah Carey se destaca pelas várias indicações do álbum que a reabilitou no mercado fonográfico, The Emancipation of Mimi. A cerimônia de entrega dos prêmios da 48º edição do Grammy acontecerá em Los Angeles (EUA), em 8 de fevereiro.

Filha de Beth Carvalho grava em francês

Filha de Beth Carvalho, Luana Carvalho fez uma gravação bem distante do universo do samba propagado por sua mãe. Luana pôs voz em Ça Suffit, faixa cantada em francês no CD do DJ Levy Gasparian, Café 47 (capa à direita). Ela é co-autora do tema, em parceria com o próprio Gasparian.

Editado este mês pelo selo Art Music, com distribuição da Sony & BMG, o primeiro disco do DJ vem puxado por releitura de Bad Girls, sucesso de Donna Summer nos anos 70. Mas o repertório poliglota reunido por Gasparian é essencialmente autoral e inclui temas como Free your Mind, Quase Lá, Gazebo, One More Thing e Love Will Come to You.
Quinta-feira, Dezembro 08, 2005

Ao vivo de Simone prima pela elegância

Resenha de CD / DVD
Título: Simone ao Vivo
Artista: Simone
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Em 1980, Simone gravou seu primeiro disco ao vivo. Sua voz era potente. Sua força cênica, imensa, perdia somente para a de Maria Bethânia. Vinte cinco anos depois, com mais dois álbuns ao vivo na discografia (os esquecíveis Brasil e Feminino), a Cigarra lança seu quarto registro de show - o primeiro no formato de DVD. A voz já não exibe o vigor de antes. Em cena, sua dramaticidade também já não é mais a mesma. Mas isso não impede que Simone ao Vivo prime pela elegância. Sem procurar reeditar os registros vocais de tempos áureos, a cantora buscou tons mais baixos e suaves. E acertou: seu disco ao vivo é bacana, inclusive pela produção competente do engenheiro de som Moogie Canazio.

O ponto de partida foi o show Baiana da Gema, captado em duas noites de agosto no mesmo Teatro João Caetano onde a cantora despontou para a fama, em temporada popular dos anos 70. A presença dos convidados (Milton Nascimento, Ivan Lins, Zélia Duncan) dá charme extra à gravação, sobretudo pela presença de Zélia - novata na discografia de Simone. Juntas, elas entoam Não Vá Ainda - canção folk do disco lançado por Zélia em 1994 - e A Idade do Céu, versão de Moska do tema homônimo do uruguaio Jorge Drexler. Os duetos são azeitados.

Com a delicadeza que caracteriza seu canto nos últimos anos, Simone quase sussura Jura Secreta (a obra-prima de Sueli Costa que lançou em 1977) e apresenta Dia Branco em clima quase etéreo. Lançada por Amelinha em 1979, a bela música de Geraldo Azevedo é inédita na voz da baiana da gema. Assim como Nós, o samba de Tião Carvalho que Cássia Eller já gravara de forma definitiva e ao qual Simone nada acrescenta.

A produção de Canazio garante ao disco um som límpído e aparentemente fiel à gravação. Tanto que, no CD, sem o apoio da imagem, dá para perceber o pouco vigor de Milton Nascimento nos duetos em Cigarra (1978) e em Encontros e Despedidas, tema lançado por Simone em 1981, porém atualmente mais associado à Maria Rita. Mais em forma, Ivan Lins comparece no samba afro Dandara (jóia do disco Baiana da Gema) e na canção Vitoriosa (1985), inédita na voz de Simone.

No todo, é um CD elegante que não merecia ser ofuscado pelo ti-ti-ti em torno da versão Então me Diz, incluída como faixa-bônus de estúdio no CD (o DVD traz o áudio da música). Enfim, Simone devia um registro à altura do seu passado. Ei-lo - ainda que gravado em tons baixos.

Fábio tenta fama com inédita de Vercilo

Vencedor da última edição do Fama, o programa de calouros da Rede Globo, Fábio Souza finaliza seu disco de estréia no estúdio da gravadora Deckdisc, no Rio (na foto acima, uma pose durante a gravação). O cantor vai tentar a real fama com repertório de estilo romântico. Nas rádios no fim de janeiro, a provável primeira música de trabalho será Preciso de Você, de Márcio Greick. Fábio ganhou inédita de Jorge Vercilo - a dançante Me Transformo em Luar - e regravou Onde Deus Possa me Ouvir, canção de Vander Lee que já mereceu registros de Gal Costa (no CD Bossa Tropical, de 2002) e de Leila Pinheiro (a sublime releitura do disco Nos Horizontes do Mundo, de 2005).

Cássia terá repertório regravado em 2006 por estrelas do pop brasileiro

Criado dentro da série Multishow ao Vivo, o projeto Canções de Cássia será realizado em 2006 com releituras do repertório de Cássia Eller (foto) por nomes da MPB e do pop nacional. Idealizada pelo Canal Multishow em parceria com a Universal Music, a gravação renderá especial de TV, DVD e CD ao vivo - nos moldes do tributo que vai celebrar a obra de Renato Russo na próxima terça-feira, 13 de dezembro, em show na Fundição Progresso. O lançamento será por volta do dia 10 de dezembro de 2006.

Como 10 de dezembro é a data do aniversário da artista, morta em 2001, o Multishow criou o Dia Cássia Eller. O tributo deste ano é o homônimo documentário inédito, gravado em novembro, com direção de Rosane Svartman e Bruno Levinson. No programa, que reúne imagens caseiras da cantora, cedidas por sua família, há depoimentos de artistas, amigos e do filho de Cássia, Chicão. "Aprendi a gostar dos Beatles de tanto ir ao estúdio com ela", revela o menino, que toca bateria. O especial vai ser exibido no sábado, dia 10, às 21h.

Paralelamente às homenagens do Multishow, a cantora é lembrada pelos compositores paulistas Hermelino Neder e Luiz Pinheiro com o lançamento do CD Cássia Secreta. O disco reúne músicas dos autores -várias gravadas pela artista - que estão próximas do universo marginal adotado por Cássia em seus dois primeiros álbuns.

Inédita do Rei começa a tocar hoje

Única música inédita do disco (capa acima) que Roberto Carlos lança na próxima semana, a guarânia Arrasta uma Cadeira - composta com Erasmo Carlos e gravada com a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó - começa a tocar nas rádios nesta quinta-feira, 8 de dezembro. A letra (confira abaixo) narra uma conversa entre amigos em que o assunto é a mulher amada.

Arrasta uma Cadeira
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)

(Roberto Carlos)
Amigo, arrasta uma cadeira
Chega mais pra perto e fale o que quiser
Fale o que tiver vontade
De amor, de saudade, fale de mulher
Na minha vida existe uma
Que é a coisa mais linda que eu já conheci
Não sei se ainda assim tão jovem
Você tem história pra contar pra mim

(Xororó)
Aí é que você se engana
Quando a gente ama o coração se aquece
E por amor se faz de tudo
E se faz muito mais quando a mulher merece

(Roberto Carlos)
Amigo, eu penso tanto nela
Mas ela também vive pensando em mim
O sol da minha vida é ela
Eu não pensei que alguém pudesse amar assim

(Chitãozinho & Xororó)
Amigo, eu também tenho história
Eu tenho alguém que um dia entrou no meu caminho
Suave como a flor do campo
Ela me deu amor, ela me deu carinho
Assim é a mulher que eu amo
Minha doce amada amiga e companheira

(Roberto Carlos)
Pois cuide dela muito bem
Porque um grande amor é para a vida inteira

(Todos)
Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça
E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora

(Roberto Carlos)
Amigo, arrasta uma cadeira
Chega mais pra perto e fale o que quiser
Fale o que tiver vontade
De amor de saudade, fale de mulher
Eu só falei da minha amada
Que é tudo pra mim que é o sol da minha vida

(Chitãozinho & Xororó)
E eu falei do meu amor
A flor que faz a minha estrada mais florida

(Roberto Carlos)
Amigo, a gente não se engana
Quando a gente ama o coração se aquece
E por amor se faz de tudo
E se faz muito mais quando a mulher merece

(Todos)
Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça
E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora

Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça
E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora

Pavilhão 9 grava clipe com diretor suíço na periferia paulista e perde o baterista

Baterista do Pavilhão 9, Fernando Schaefer pediu para sair do grupo dias atrás. No melhor estilo "o show tem que continuar", a banda (foto) aceitou a decisão de Fernandão - como o músico é chamado no meio musical - e já partiu para gravação de seu novo clipe. A música, Guimme tha Power, é versão de tema do grupo mexicano Molotov e faz parte do recém-lançado sexto CD do Pavilhão 9, Público Alvo, explosivo petardo que cruza o discurso do rap com a batida do hardcore. Filmado nas ruas do Centro e da periferia de São Paulo, usando também como locação um prédio abandonado, o clipe tem direção do suíço Luzius Rueddi, que veio ao Brasil esta semana especialmente para a gravação. Trata-se do primeiro vídeo em que os integrantes da banda interpretam personagens fictícios, não se limitando a tocar a música ao vivo.
Quarta-feira, Dezembro 07, 2005

Especial global flagra Elis em momento antológico de união de técnica e emoção

Resenha de DVD
Título: Elis Regina Carvalho Costa
Artista: Elis Regina
Gravadora: Trama
Cotação: * * * * *

Em que pese sua grande e inegável categoria vocal, Elis Regina gravou muitos discos frios, cerebrais. O álbum de 1973 é um deles. Quando a emoção fluía, sem prejuízo da técnica sempre irretocável, a Pimenta era insuperável. Ora lançado em DVD, num parceira da Trama com a Som Livre, o especial global Elis Regina Carvalho Costa flagra a cantora em momento antológico justamente pelo exposição de sua emoção num roteiro primoroso de 15 músicas, costuradas por Fascinação, o clássico que Elis regravou em 1976 e, a partir daí, tomou para si.

É, a rigor, o primeiro DVD com registro de show de Elis, já que o anterior - também extraído do acervo televisivo, no caso da TV Cultura, onde a artista gravou o programa Ensaio em 1973 - mesclava entrevista e números musicais. Exibido pela Rede Globo em 3 de outubro de 1980, dentro da memorável série Grandes Nomes, Elis Regina Carvalho Costa reproduz inclusive números do espetáculo Saudade do Brasil, apresentado pela cantora naquele ano. A abertura - número instrumental que culmina em Arrastão, marco da explosão nacional da cantora em 1965 - e o bloco final (com a versão villa-lobiana de Aquarela do Brasil, O Que Foi Feito Devera e Redescobrir), por exemplo, vieram de Saudade do Brasil - assim como boa parte do repertório.

Em 1980, Elis desfilava com imagem mais feminina - fruto do marketing criado para ela pela gravadora Warner, onde ingressara no ano anterior para fazer o disco Essa Mulher. A faixa-título, de Joyce e Ana Terra, abre o que o diretor do programa, Daniel Filho, chama de "o bloco do amor" na simpática entrevista dos extras. É neste set mais intimista que Elis extravasa sua emoção, que brota inteira e em lágrimas na impagável interpretação de Atrás da Porta, número que nunca saiu da memória de quem, como o colunista, assistiu ao especial na televisão.

Emoldurada por cenário que reproduzia a lona de um circo, transformando o palco num picadeiro, Elis exibe seu balanço nos sambas (Querelas do Brasil), faz caras e bocas em Alô Alô Marciano (seu hit radiofônico de 1980, presente da comadre Rita Lee) e dramatiza seu canto (na medida certa) em números politizados como Aos Nossos Filhos. Eram tempos de uma ditadura que agonizava, mas ainda cerceava a liberdade de expressão.

O áudio em 2.0 e a qualidade da imagem são aceitáveis - levando-se em conta as limitações técnicas da época. Mesmo porque o que conta é o privilégio de poder ver e ouvir Elis Regina no auge da forma, em espetáculo bem conduzido. O número final - Redescobrir, uma das obras-primas de Gonzaguinha - preserva o impacto original com seu criativo arranjo vocal e a opção por abrir ao fim uma roda em que se misturam Elis, os músicos, os bailarinos e o próprio público. Antológico - como, aliás, todo o especial.

A nova aventura fonográfica de Latino

Esta é a capa do CD Latino Apresenta as Novas Aventuras de DJ L, cuja arte gráfica e título já deixam claro que o disco segue a linha popularesca do anterior, Latino Apresenta as Aventuras de DJ L, que fez o artista voltar à tona por conta do estouro da faixa Festa no Apê. Com mais versos de duplo sentido, o repertório inclui inéditas como Catia Catchaca, Insônia, Biriguidin, Hipnotizado no Sinal e Odalisca, entre outras. A música de trabalho, Maria Gasolina (Mina Quebrete), aparece na versão original e em dois remixes.

Warner pega carona nas homenagens a Carmen Miranda com coletânea simples

Detentoras dos fonogramas registrados por Carmen Miranda (foto) no Brasil, as gravadoras EMI e Sony & BMG já lançaram há alguns anos no mercado nacional caixas com toda a obra da Pequena Notável e, talvez por isso, tenham permanecido em discutível silêncio no momento em que a cantora é reverenciada com exposição e biografia por conta dos 50 anos de sua morte. Coube à Warner Music pegar carona nos tributos com a recém-lançada coletânea Tico Tico. Editada no formato de CD simples, a compilação reúne 20 gravações feitas por Carmen no período que vai de 1930 a 1945. A seleção inclui Tahí - Pra Você Gostar de mim (1930), Amor! Amor! (1931), Bambolêo (1932), Eu Queria Ser Iôiô (1933), Primavera no Rio (1934), Mulatinho Bamba (1935), Polichinelo (1936), Cachorro Vira-Lata (1937), Uva de Caminhão (1939), Diz que Tem (1940), A Weekend in Havana (1941), Chattanooga Choo Choo (1942) e Tico-Tico no Fubá (1945).

The Cure e Duran Duran recriam Lennon

Nesta quinta-feira, 8 de dezembro, o mundo vai celebrar a vida e a obra de John Lennon (foto) por conta dos 25 anos do assassinato do artista, ocorrido na data, em 1980. Uma das homenagens vai virar disco em 2006 com a reunião de regravações de músicas da fase solo do compositor por um time eclético de intérpretes que inclui The Cure (Love), The Black Eyed Peas (Power to the People), Snow Patrol (Isolation) e Duran Duran (música ainda não escolhida), entre outros que ainda estão sendo recrutados. Por ora, os covers já finalizados estão sendo vendidos apenas pela internet (somente no endereço http://www.amnesty.org/noise/), ao preço de um dólar cada faixa.

Eminem lança coletânea com inéditas

Como o último álbum de inéditas de Eminem (Encore, 2004) foi recebido com frieza no mundo todo, sobretudo se sua repercussão for comparada com a explosão de seu antecessor (The Eminem Show, 2002), o polêmico rapper parte para a fórmula da coletânea turbinada com inéditas. No seu caso, três. Fack, Shake That (com Nate Dogg) e When I'm Gone são as novidades entre as 17 faixas de Curtain Call: The Hits (capa à direita). A compilação cobre o período 1999-2005 e enfileira sucessos como My Name Is, Lose Yourself e Stan (em gravação ao vivo feita com Elton John, que parece ignorar a faceta homofóbica revelada por Eminem em suas letras e entrevistas).
Terça-feira, Dezembro 06, 2005

Partimpim, o show, ganha DVD à altura de sua lúdica magia e estética apurada

Resenha de DVD / CD
Título: Adriana Partimpim - O Show
Artista: Adriana Partimpim
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *

A indústria fonográfica tem prolongado a febre dos DVDs com lançamentos sucessivos e, não raro, banais. São poucos os shows que merecem ser eternizados num vídeo comercial. O de Adriana Partimpim se enquadra nesse caso pelo caráter lúdico que reafirma o apuro estético da criadora do espetáculo, de natureza infantil, mas degustado por crianças e adultos de todas as idades. Adriana, a Calcanhotto, é dona de obra pautada pela sofisticação e pelo flerte com outas formas de arte como o cinema, a literatura e a poesia. Ao criar Partimpim, ela diversificou seu repertório e abriu seu leque estético, que já se mostrara um pouco enferrujado no seu último CD autoral, Cantada (2002). O resultado foi um disco inteligente (como poucos do universo infantil nacional) e um show encantador, que merecia realmente um registro em DVD, editado com CD-bônus que traz o áudio do espetáculo para quem prefere som sem imagem.

Já pela embalagem graciosa do DVD, percebe-se o capricho da artista. Tudo é um mimo, desde a contracapa (com uma máscara para ser recortada) até o libreto com fotos do show e as letras das músicas - cuja capa vem com a frase "este livrinho pertence a ......". O encanto continua quando o DVD começa a rodar. Valorizada pela filmagem em película, a direção primorosa da cineasta Susana de Moraes realça o visual do show, incrementado com projeções, malabarismos - Partimpim entra em cena num trapézio - e adereços que formam lúdico conjunto cênico.

Adriana soube driblar a inevitável redundância do repertório com o acréscimo de músicas ausentes do disco que inspirou o show. Para começar, há O Poeta Aprendiz, canção de Toquinho sobre versos de Vinicius de Moraes, já gravada por Calcanhotto em CD encartado em livro, mas agora inserida em contexto ainda mais apropriado. Ainda que um pouco longo, o bloco em que a artista apresenta quatro poemas de Ferreira Gullar sobre gatos - Gato Pensa?, Ron Ron do Gatinho, Dono do Pedaço e O Gato e a Pulga, todos musicados por Adriana - soam como grata novidade. Especialmente O Gato e a Pulga, apresentado sob charmosa base eletrônica, no momento fashion do show.

De novidade, há ainda O Mocho e a Gatinha - poema do inglês Edward Lear, traduzido por Augusto de Campos e musicado por Cid Campos - e Quando Nara Ri, parceria de Adriana com Kassin. Claro que, pela facilidade da melodia e da letra, as crianças se deixam seduzir mais com Fico Assim Sem Você (o funk melody lançado por Claudinho & Buchecha e lapidado por Adriana já no show Cantada) e com Oito Anos, a música do primeiro e único CD solo de Paula Toller que Partimpim livrou do esquecimento.

Nos extras, os músicos apresentam seu inusitado arsenal de instrumentos que mais parecem brinquedos. Enfim, luxo só! Para crianças de todas as idades...

Discos iniciais do Stooges, o grupo que lançou Iggy Pop, voltam com raridades

Grupo que projetou o lendário Iggy Pop e foi uma espécie de precursor do punk, The Stooges tem seus dois primeiros discos reeditados pela Warner Music - nas lojas esta semana no mercado nacional. As reedições são fartas de material extra.

Primeiro título da discografia da banda, produzido por John Cale, The Stooges (1969, capa à direita) volta no formato de CD duplo. O primeiro volume reproduz o conteúdo do álbum original. O segundo traz versões alternativas de clássicos como 1969, I Wanna Be your Dog e No Fun, incluindo as mixagens originais feitas por John Cale para estas músicas. A reedição vem recheada com fotos dos Stooges e com comentários sobre as faixas.

Segundo disco do grupo, lançado originalmente em 1970, Fun House também volta ao catálogo em reedição dupla. O CD 2 apresenta remixes de faixas como Down on the Street e 1970, além de takes alternativos e de uma demo de Slide (Slidin' the Blues), música que não entrou no álbum original. Biscoitos finos para os fãs de punk rock.

Verônica Sabino grava DVD em 2006

Afastada do mercado fonográfico desde que lançou em 2002 o elegante disco Agora, produzido por Paul Ralphes, Verônica Sabino (foto) se prepara para gravar ano que vem seu primeiro DVD, a ser lançado simultaneamente com um disco ao vivo.

Agora não obteve o sucesso a que fazia jus. Uma das músicas - Preciso de Você, de autoria de Márcio Greick, autor e intérprete de canções populares dos anos 70 e 80, como Impossível Acreditar que Perdi Você - tinha potencial para virar hit radiofônico, mas o selo Dubas Música é inexperiente nesta área mais popular e desperdiçou a faixa.

Esperto, João Augusto - diretor da DeckDisc - sentiu o faro de sucesso e vai trabalhar a faixa como o primeiro single do CD de estréia do cantor Fábio Souza, vencedor da última edição do programa Fama e recém-contratado pela Deck.

A versão de Zélia para Rice é a melhor

Com o lançamento esta semana do DVD e CD Ana & Jorge ao Vivo, gravados por Ana Carolina e Seu Jorge com a versão de The Blower's Daughter feita pela cantora, cabe ainda um posicionamento em relação ao controvertido fato de Zélia Duncan também ter vertido a mesma música do irlandês Damien Rice para a gravação simultânea de Simone: a letra de Zélia é a melhor. Ao criar os versos de Então me Diz, Zélia se aproximou mais da refinada poética de Rice. Intitulada É Isso Aí, a letra de Ana não alcança o mesmo grau de sofisticação atingido por Zélia - ainda que sua versão seja realmente a mais melódica, a que mais gruda no ouvido, a que mais tem jeito de hit popular. Por conta do tom visceral da cantora. Mas a gravação de Simone, delicada e sem tanto apelo, tem mais a ver com o universo da novela Belíssima, de cuja trilha é um dos principais destaques. Enfim, aparentemente acalmados os ânimos dos fãs das intérpretes, cada um que curta a sua versão preferida em paz! Ou então que ignore ambas, pois vale ressaltar novamente que nenhuma das duas sequer roça o tom sublime do registro original de Rice.

Motirô tenta um passo à frente na EMI

Episódio 1 - Um Passo à Frente é o título do disco (capa à esquerda) que o Motirô lança pela EMI ainda este ano. Com a saída do rapper Cabal, seduzido pela Universal Music com contrato para gravar CD solo, o grupo de hip hop passou a ser comandado por DJ Hum (um dos pioneiros do rap nacional, em atividade desde os anos 80, inicialmente em dupla com Thaíde) e Lino Crizz. Além de Senhorita, já um hit radiofônico antes da entrada do grupo na gravadora, o disco traz no repertório músicas como Isto É Normal (Não me Leve a Mal), Vamos Nessa (Mira), Ela É Sexy, Vem pra Espaçonave, Música no Ar, Este Sonho Não É só meu e Vem Curtir o Som.
Segunda-feira, Dezembro 05, 2005

Bethânia remonta seu teatro em delicado show perpetuado em seu terceiro DVD

Resenha de DVD
Título: Tempo Tempo Tempo Tempo
Artista: Maria Bethânia
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

Intérprete de crenças e tradições firmes, Maria Bethânia remonta seu teatro a cada show com números e textos autoreferentes. Dirigido por Bia Lessa, o atual espetáculo da cantora - Tempo Tempo Tempo Tempo, ora lançado em DVD pela Biscoito Fino com gravação realizada em agosto, em minitemporada na casa paulista CIE Music Hall - procura costurar em roteiro de 43 números a homenagem prestada a Vinicius de Moraes no disco Que Falta Você me Faz com músicas inéditas e com momentos importantes das quatro décadas de carreira da Abelha Rainha. Embora bom, o resultado decepcionou quem esperava um show à altura do grandioso Brasileirinho, também dirigido por Bia Lessa. Mas o tempo tem sido grato a Bethânia. Aos 59 anos, no melhor da forma vocal, a cantora compensa a costura nem sempre bem-acabada do roteiro com sua imponente força cênica.

A linguagem teatral de seus shows não impede que Bethânia vá afinando (ou desafinando) o roteiro a cada apresentação. O show perpetuado em seu terceiro DVD - o de maior requinte na filmagem e na edição - não é exatamente o mesmo que estreou (mal) no Canecão (RJ), em fevereiro. Tampouco é exatamente o espetáculo que está de volta este mês ao mesmo Canecão, em temporada popular. No vídeo, o show conserva a delicadeza do disco Que Falta Você me Faz. Em cena, Bethânia procura tons mais suaves e menos teatrais para dizer os textos e as músicas do Poetinha que, na sua leitura, soam como íntima ode à mulher (uma das maiores paixões de Vinicius, a propósito).

Há quem tenha avaliado injustamente que tem Vinicius de menos no roteiro. Pura implicância! Tem (muito) Vinicius e na medida certa, pois, nas entrevistas em que anunciou o show, antes da estréia, Bethânia já ressaltou que se tratava do espetáculo comemorativo dos 40 anos de sua explosão nacional, em 1965, no Opinião, show celebrizado por sua visceral interpretação de Carcará - música, aliás, que abre o segundo ato de Tempo Tempo Tempo Tempo. A retrospectiva até acabou embaçada pelos temas de Vinicius e pelas inéditas de safra irregular. Destas, a mais bonita é a canção Estranho Rapaz, parceria de Roberto Mendes e Capinam. Entre as novidades, há ainda Planície de Prata (melancólica toada de Almir Sater e Paulo Solimões que não resiste à comparação com obras-primas do gênero como Tocando em Frente, presente do mesmo Almir para Bethânia em 1990), o manemolente samba baiano Um Dia pra Vadiar (Totonho Villeroy) e a menos inspirada Foguete (Roque Ferreira / J. Veloso).

O roteiro prioriza Vinicius no primeiro terço para depois abrir leque estético que vai de Benito Di Paula (Vai Ficar na Saudade, jóia popular infelizmente reduzida na gravação do DVD) ao recorrente Chico Buarque (Terezinha, Olhos nos Olhos, Quem te Viu Quem te Vê). São músicas ligadas mais pelos versos do que pela unidade melódica. E que acabam montando o habitual mosaico de (res)sentimentos amorosos desfiados pela cantora em seus shows. Em sua praia, Bethânia sempre reina, com maior ou menor intensidade. Por isso mesmo, soa totalmente deslocado o número roqueiro com Vem Quente que Eu Estou Fervendo (Carlos Imperial e Eduardo Araújo), fora do tom delicado do show.

Nos extras, a cantora abre as portas de sua casa e - no aconchego de sua biblioteca - recita poesias e canta no mesmo registro imponente do palco. No set caseiro, entre leituras de versos de seus poetas preferidos, apresentados com alegria infantil, Bethânia recorda a intimidade de seu pai com os livros e entoa músicas como Tocando em Frente, Tristeza do Jeca (número em que explora os agudos de sua voz) e Ciclo, poema de Nestor de Oliveira que, musicado por Caetano Veloso, deu título ao interiorizado disco lançado pela cantora em 1983. São nestes números informais que fica ainda mais claro como o tempo tem sido generoso com Maria Bethânia.

Chico aprova 'feijoada' do Sucata

Sempre generoso com artistas iniciantes, Chico Buarque (na foto, em clique de Bruno Veiga) aprovou a regravação de seu samba Feijoada Completa - lançado pelo autor em 1978 - pelo grupo Sucata de Luxo. O disco da banda será editado pelo novo selo Leke Loko, que pretende baratear o custo final do CD para o consumidor e vai vender seus lançamentos em sua página na internet (www.lekeloko.com.br) pelo preço de R$ 9 - já incluído o frete para qualquer canto do Brasil.

A capa do novo disco de Roberto Carlos

Esta é a capa do novo disco de Roberto Carlos - como se vê, produzida na mesma cor e no mesmo tom das anteriores. O CD chega às lojas na próxima semana, via Sony & BMG. No repertório, músicas como A Volta, Índia, Loving You (balada gravada por Elvis Presley em 1957), Promessa (canção de Roberto e Erasmo Carlos, lançada por Wanderley Cardoso em 1966), Coração Sertanejo (sucesso de Chitãozinho & Xororó em 1996), O Amor É Mais e uma guarânia inédita, Arrasta uma Cadeira, composta com Erasmo e gravada em trio com a citada dupla sertaneja. O Rei regrava Meu Pequeno Cachoeiro - saudosa música que apresentou em 1970 com letra sobre sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemerim (ES) - e O Baile da Fazenda, lançada em 1998. O disco tem tom ruralista e conta com a participação do sanfoneiro Dominguinhos.

Ivete regrava Hyldon no CD do Faustão

Faixa-título do primeiro disco de Hyldon, a canção Na Rua, na Chuva, na Fazenda... (1975) ganha outra regravação, a cargo de Ivete Sangalo (foto). A versão da cantora está no CD As Favoritas do Domingão - Românticas, que chega este mês às lojas com gravações inéditas de artistas populares que transitam regularmente pelo programa apresentado por Fausto Silva aos domingos, na Rede Globo. Daniel, por exemplo, pôs voz em sucesso de Ivete, Se Eu Não te Amasse Tanto Assim (1999). Maurício Manieri recria Codinome Beija-Flor (1985), balada lançada por Cazuza em seu primeiro disco solo. Marjorie Estiano interpreta Esqueça (1966), hit de Roberto Carlos no auge da Jovem Guarda. Já Ivo Pessoa regravou Encontrar Alguém (1996), sucesso do primeiro álbum do Jota Quest.

Beck lança quatro inéditas na internet

Poucos dias antes de lançar Guerolito: The Remix Album, trabalho eletrônico que chega dia 12 às lojas com versões para as pistas de faixas de seu recente CD Guero, Beck (foto) lançou quatro inéditas em seu site oficial. As músicas Sorrow, Premonition, Day for Night e Untitled 2 (canção bem pop e melódica) já podem ser ouvidas no endereço www.beck.com, mas não podem ser baixadas.
Domingo, Dezembro 04, 2005

Documentário revive ascensão, 'apogeu' e a queda de banda assumidamente gay

A 13º edição do festival de cinema Mix Brasil se despediu do Rio, neste domingo, com documentário sobre a ascensão, apogeu e queda da primeira banda assumidamente gay do Brasil. Dirigido por Flávia da Rosa Borges e exibido dentro da mostra competitiva do festival, o curta Textículos de Mary e Outras Histórias narra em 24 minutos a saga do grupo que surgiu em Recife (PE) em 1998 e chocou parte do público por fazer um hardcore glamuroso com letras pornôs, cheias de palavrões. Por suas apresentações teatrais (em que os vocalistas Xupeta, LollyPop e Silene Lapadinha simulavam no palco atos homossexuais), o Textículos de Mary despertou a ira dos mais conservadores.

Entre outras histórias, os músicos revelam no filme que a DeckDisc - a gravadora carioca que corajosamente decidiu apostar no grupo com o lançamento de seu primeiro e único CD - tentou em vão suavizar as letras e enquadrar os clipes da banda dentro do padrão MTV de qualidade. O documentário foi feito em 2004, ano marcado pelo fim do Textículos de Mary.

EMI e Sony já saturaram o mercado com repetitivas 'homenagens' à Jovem Guarda

Chega de saudade da Jovem Guarda!!! Está difícil aturar as sucessivas e repetitivas homenagens da indústria fonográfica pelas quatro décadas do movimento. Até os calouros de Raul Gil aderiram ao interminável revival. Não satisfeita em lançar o CD / DVD Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo e de reeditar 20 álbuns originais dos anos 60, a EMI ainda explora a nostalgia das velhas tardes de domingo com outro DVD, 40 Anos de Jovem Guarda (capa à esquerda), que reúne regravações inéditas de sucessos da época nas vozes dos discutíveis Jovens Talentos revelados pelo programa de calouros do apresentador de TV, sócio da gravadora na edição do projeto.

São tantos tributos e reedições por conta dos 40 anos da Jovem Guarda que o mercado ficou saturado de produtos do gênero, por mais que haja público disposto a embarcar no túnel do tempo para reviver a época. O problema se agrava pelo fato de o repertório de hits do movimento não ser tão extenso assim. Na prática, todos os tributos acabam apresentando versões requentadas das mesmas músicas. Sábio é Roberto Carlos, que ficou distante de tantas comemorações - exceto por um depoimento prestado no documentário No Embalo da Jovem Guarda por consideração ao seu amigo Erasmo Carlos - e nunca autorizou recriações de seu repertório autoral da época.

O único fator positivo entre tantos tributos mercenários é a reedição dos discos originais de nomes como Wanderléa (seis deles reunidos no box A Ternurinha, editado pela Sony & BMG), Jerry Adriani (16 álbuns do período 1964-1980 em reedições avulsas da Sony & BMG), Golden Boys (seus dois primeiros LPs, na coleção Jovem Guarda, da EMI) Renato e seus Blue Caps (caixa da Sony & BMG com seus discos do período áureo) e Erasmo Carlos (seis discos da fase da Jovem Guarda relançados no box O Tremendão, também da Sony & BMG).

Reeditar discos de um artista, com capas e repertórios originais, é melhor do que lançar tributos burocráticos. Mas é fato também que, com exceção dos álbuns de Roberto e Erasmo, poucos títulos da Jovem Guarda resistiram bem ao tempo. Gravados às pressas, os álbuns dos astros do movimento geralmente têm repertório bastante irregular e se sustentam em uma ou duas faixas de sucesso popular. Por isso mesmo, com o catálogo já em dia, está na hora de parar com tanto saudosismo. Até porque as estrelas do movimento estão na faixa dos 60 anos e, não raro, ficam patéticas ao tentar ressuscitar um espírito jovial que ficou preso às velhas tardes de domingo...

Próximo CD de Bosco mistura parcerias inéditas com Aldir e seu filho Francisco

João Bosco (foto) e Aldir Blanc já se reconciliaram em 2002 e vem regravando em dupla músicas antigas de sua parceria - interrompida em 1982 (por motivo nunca revelado publicamente) e retomada gradativamente nos últimos três anos. Mas vai ser preciso esperar pelo próximo disco de Bosco, previsto para 2006, para ouvir todas as inéditas da dupla. Pelo menos três já estão prontas: Mentiras de Verdade (o marco inicial da retomada), Toma Lá Dá Cá (a primeira a ser efetivamente gravada, pois será tema do homônimo especial de fim de ano da Rede Globo) e Sonho de Caramujo (poema de Blanc musicado por Bosco).

O lançamento do CD, no entanto, ainda depende de acertos. Bosco e a gravadora Biscoito Fino já andaram flertando, mas o namoro não virou casamento de papel passado. Certo é que, independentemente das parcerias com Blanc, o compositor continua fazendo música com seu filho, Francisco Bosco, que se impôs progressivamente como letrista nos recentes trabalhos do compositor mineiro. Desossado é uma das novas e ainda inéditas parcerias de pai e filho. Por motivos óbvios, entre eles seu inegável talento para escrever versos, Francisco não perderá seu posto por conta da bem-vinda reaproximação profissional de João Bosco e Aldir Blanc.

Fora de cena, Blink-182 ganha tributo e tem greatest hits reunidos em CD e DVD

Fora de cena por tempo indeterminado, pois seus músicos anunciaram no início do ano que o grupo ia dar um tempo para se reciclar o Blink-182 continua presente no mercado fonográfico. A gravadora indie Pacific Ridge finaliza tributo à banda de pop hardcore enquanto a Universal Music compila a obra do grupo no CD e DVD Greatest Hits, já lançados no Brasil. O DVD apresenta 13 clipes. Já o CD (capa à direita) reúne 17 faixas dispostas em ordem cronológica, abrangendo material dos quatro álbuns de estúdio editados pelo grupo entre 1993 e 2003.

O disco abre com Carousel - gravada em 1993 numa demo e posteriormente incluída no trabalho de estréia do Blink-182, Buddha, editado no mesmo ano apenas em cassete e regravado em 1994 com o título de Chesire Cat - e fecha com duas gravações conhecidas somente no mercado britânico. Not Now é sobra do último álbum da banda (Blink-182, 2003) e saiu apenas como bônus na edição inglesa do CD. Já Another Girl, Another Planet é cover do repertório da banda britânica The Only Ones e foi usada como tema de reality show comandado por Travis Barker, integrante do Blink-182.

Paralelamente ao lançamento dos Greatest Hits do grupo, nomes da cena indie se reuniram para prestar um tributo ao Blink-182 em CD que deverá sair ainda este ano. O disco reúne regravações do repertório do Blink por bandas como Southcott (Apple Shampoo), Park (Obvious), All Time Love (Time to Break Up) e Echo Screen (First Date), entre outras.

470 mil cópias do DVD de '2 Filhos de Francisco' chegarão às lojas no dia 7

As lojas vão receber em 7 de dezembro, quarta-feira, nada menos do que 470 mil cópias do DVD do filme 2 Filhos de Francisco (capa à direita) - recorde nacional no gênero. Além da história sobre a batalha de Zezé Di Camargo & Luciano para vencer no mercado fonográfico, vista por mais de cinco milhões de espectadores, o DVD apresenta documentário sobre a dupla sertaneja, traz cenas excluídas na montagem do filme e erros de gravação. A emocionada volta de Zezé Di Camargo ao casebre onde nasceu e foi criado, no interior de Goiás, é um dos atrativos dos extras do DVD - já encontrado há meses nos camelôs em cópias piratas (cerca de 500 mil, na avaliação dos produtores do filme).

Por conta da campanha promocional do lançamento do DVD, a gravadora Sony & BMG espera vender até o fim do ano 100 mil cópias da trilha sonora do filme. O CD - que já conta com um segundo e espontâneo hit, No Dia em que Saí de Casa - já vendeu 70 mil unidades.
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