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Sábado, Dezembro 17, 2005

Ana Carolina se assume em entrevista

Nas bancas a partir deste sábado, 17 de dezembro, a edição 1936 da revista Veja traz polêmica capa (foto à esquerda) que vai reacender a discussão sobre as preferências sexuais de boa parte das cantoras brasileiras. No embalo de um ano comercialmente consagrador, Ana Carolina se assumiu bissexual em entrevista ao repórter Sérgio Martins que virou capa da revista com o título "Sou bi. E daí?".

A revelação não é exatamente bombástica para o público majoritariamente feminino que vem lotando os shows de Ana Carolina nos últimos anos com explícitas manifestações de carinho pela artista. Até para a platéia menos antenada, a cantora já havia sinalizado suas preferências sexuais com a inclusão no roteiro de seu anterior show Estampado de Eu Gosto de Mulher - sucesso machista do grupo Ultraje a Rigor que, na voz de Ana, se converteu em orgulhoso manifesto do amor lésbico - e, posteriormente, da inédita Eu Gosto de Homens e Mulheres, composta pela artista para seu quarto disco solo.

De qualquer forma, a atitude da cantora é corajosa, pois sua declaração foi feita para a revista de maior circulação nacional - lida por gente de várias idades, idéias, classes e (pré-)conceitos. Ao se assumir, Ana acaba com hipocrisia reinante no meio artístico quando, em entrevistas, muitas cantoras procuram forjar heterossexualidade evidentemente falsa. Honrosa exceção foi a saudosa e honestíssima Cássia Eller que, além de nunca ter se insinuado como heterossexual, foi aos poucos assumindo publicamente sua condição de lésbica, inclusive escancarando para o público seu relacionamento com Maria Eugênia.

Parece simples, mas não é. O preconceito também ronda a indústria fonográfica. Conhecida sambista ficou cinco anos sem gravar porque se assumiu lésbica em entrevista ao jornal gay O Lampião. A própria Cássia Eller se assumiu contra a vontade de seu empresário na época, Rafael Borges, e teve que adotar imagem mais feminina sugerida pela gravadora Universal Music para embalar a capa e o encarte do disco Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (1999).

A declaração de Ana Carolina é especialmente corajosa porque foi dada no momento áureo de sua carreira. A cantora nunca vendeu tanto disco. Somente sua coletânea na série Perfil, da Som Livre, ultrapassou as 500 mil cópias. Seu recém-lançado CD Ana & Jorge, gravado com Seu Jorge, já foi para as lojas no início do mês com expressiva tiragem inicial de 125 mil cópias. Isso sem falar nos DVDs, que já somam três na videografia de Ana. Resta torcer para que a mentalidade do brasileiro esteja realmente evoluindo nesta sempre delicada questão da sexualidade e que Ana Carolina não perca um consumidor sequer de seus discos pelo fato de ter sido honesta e verdadeira com seu público.

'O Sol de Oslo', biscoito fino da obra de Gil, é reeditado com duas faixas-bônus

Gravado e mixado entre 1994 e 1998, na Noruega e no Brasil, o CD O Sol de Oslo (capa à esquerda) - um dos títulos mais inspirados da discografia de Gilberto Gil nos anos 90 - está sendo reeditado este mês pela gravadora Biscoito Fino, numa parceria com o selo Pau Brasil, que lançou o álbum originalmente em 1998. A surpresa são duas faixas-bônus. As inéditas gravações da canção Músico Simples e de um tema nordestino de acento jazzy, Watapá, valorizam a reedição do disco produzido por Rodolfo Stroeter, com participação da cantora e compositora Marlui Miranda. O álbum é um dos mais regionais da obra de Gil. Na época de seu lançamento original, não obteve a repercussão comercial a que fazia jus pela engenhosidade com que o compositor apresentou inéditas como Rep, Oslodum e Língua do Pê.

Bennett faz duetos para festejar 80 anos

De contrato renovado com a gravadora Sony & BMG por mais quatro anos, período em que deverá lançar dois álbuns, Tony Bennett (foto) vai revisitar seu repertório num disco de duetos previsto para setembro. O CD foi idealizado para celebrar os 80 anos do cantor americano. E qualquer semelhança com o projeto similar lançado por Frank Sinatra nos anos 90 não é mera coincidência... Resta saber se Bennett vai obter a mesma repercussão comercial e artística de seu saudoso colega.

Deck cresce e aparece com loja virtual

Seguindo os passos da Trama, a primeira gravadora brasileira a acreditar e a investir na promoção de seus produtos na internet, a DeckDisc - que alega ter crescido 63% no retraído mercado fonográfico de 2005 - está abrindo loja virtual, a Deckpod. Na página da empresa(www.deckdisc.com.br) já estão disponíveis para download legal cerca de três mil músicas do catálogo da gravadora e mais de 200 ringtones - os toques polifônicos para campainha de celular que estão virando mania. Ultraje a Rigor, Pitty, Massacration e Biquini Cavadão estão entre os 10 artistas que mais têm músicas baixadas na loja. O usuário também pode baixar o clipe de seu artista preferido para computador ou celular. O preço de cada música é de R$ 1,99 e cada clipe, R$2,99. Para estimular o internauta, mensalmente serão oferecidos downloads gratuitos que podem ser ouvidos no computador por um prazo limitado (15 dias).

Mesmo sem ser pioneira, a iniciativa da DeckDisc sinaliza a já óbvia tendência de que o futuro da indústria fonográfica inclui necessariamente a internet como meio de promoção e comercialização de seus produtos.

Cris Braun planeja DVD em Alagoas

Radicada recentemente em Maceió (AL), a cantora e compositora Cris Braun (foto) alinhava em sua nova cidade o repertório e o som de seu primeiro DVD. "Em breve, vou juntar músicos de muita qualidade e começar este projeto. Já tenho novas composições instrumentais, com mistura de sonoridades de violas, cellos e guitarras", relata da capital Alagoana a artista, cujo segundo CD, o belo Atemporal, saiu em 2004 pelo selo Psicotrônica.
Sexta-feira, Dezembro 16, 2005

Galo Preto festeja 30 anos com choro

Resenha de CD
Título: 30 Anos
Artista: Galo Preto
Gravadora: Rob Digital
Cotação: * * * *

Atuante desde 1975, o grupo carioca Galo Preto festeja suas três décadas de dedicação ao choro - com habituais incursões por ritmos como samba, valsa e até frevo - com o CD 30 Anos. O melhor da festa é que ela não tem tom nostálgico. O sexteto - atualmente formado por Afonso Machado (bandolim), Bartholomeu Wiese (violão), Alexandre de la Peña (violão de sete cordas), José Maria Braga (flauta), Alexandre Paiva (cavaquinho) e João Alfredo Schleder (percussão) - reafirma o virtuosismo de seus músicos com repertório inédito de qualidade uniforme.

Samba de Afonso Machado e Luiz Moura, Café pra Dois abre o disco em grande estilo. Em sua maioria, as 13 faixas são assinadas por músicos do Galo Preto, com destaque para Maxixado, mistura de maxixe e samba composta pelo violonista Bartholomeu Wiese. Mas o inusitado do CD é ouvir choros de nomes ligados tradicionalmente ao samba. Amigo do grupo, Elton Medeiros compôs o belo Eu, Afonso e o Lamas - inspirado no tradicional restaurante carioca, ponto boêmio de músicos e jornalistas. O mangueirense Nelson Sargento também mostra intimidade com o choro no lírico Tia Nenete. Já Rildo Hora - produtor que ajudou a pavimentar a trajetória fonográfica de sambistas como Martinho da Vila e Zeca Pagodinho - manda o sacudido Cantando de Galo. Tudo tocado com frescor, pois o Galo Preto - mesmo descartando as invencionices de outros grupos que muitas vezes acabam descaracterizando o choro - sempre "cantou" moderno.

Trama assina nos próximos dias contrato para reeditar o disco 'Tim Maia Racional'

Acabou a disputa entre as gravadoras Trama e Biscoito Fino pelo privilégio de lançar a primeira reedição oficial do disco Tim Maia Racional. Os herdeiros de Tim Maia (foto) - que chegaram a negociar simultaneamente com as duas empresas - fecharam acordo com a Trama, que acabou de lançar o DVD com o registro da ida do cantor ao Programa Ensaio, em 1992. O contrato será assinado na próxima semana e, por ora, inclui o relançamento do primeiro volume e de um compacto da época (o segundo volume não entrou na negociação). A reedição chegará às lojas já no primeiro semestre de 2006.

A escolha parece acertada, pois a Trama segue perfil pop indie mais condizente com a natureza do disco, gravado em dois volumes, entre 1974 e 1975, quando o Síndico pertencia à seita Universo em Desencanto. Já o catálogo da Biscoito Fino é mais voltado para a MPB tradicional, com valiosas incursões pelo samba e pela música instrumental.

Sonic Junior deixa de ser dupla e está reduzido a Juninho em seu terceiro CD

A dupla goiana Sonic Junior deixou de ser uma dupla em seu terceiro disco, Pra Fazer o Mundo Girar (capa à esquerda). Juninho - que já dividiu a formação do Sonic Junior com o guitarrista Aldo Jones (no álbum de estréia Sonic Junior) e com o também guitarrista Aldo Pessoa (no segundo CD, O Mundo Lá Fora) - passou a pilotar sozinho o som do Sonic. No terceiro disco, lançado pelo selo Mundo Perfeito, as oito músicas foram produzidas e tocadas pelo polivalente músico. Juninho assina a voz, a bateria, a percussão e as programações eletrônicas de temas como Suíte 909 (apresentada também numa versão remixada intitulada Dubrasilis), Pulsar, Mazen, Stop Emotion e Meu Caminho É Lei.

Filme Os Doces Bárbaros sairá em DVD 30 anos depois da estréia nos cinemas

Falta somente a autorização formal de Gal Costa para a gravadora Biscoito Fino poder agendar para o ano que vem o lançamento em DVD do filme Os Doces Bárbaros (à direita, o cartaz original da estréia nos cinemas, em 1976). O documentário de Jom Tob Azulay já teve imagem e som restaurados e remasterizados para sua recente volta ao circuito comercial. A gravadora Universal Music - que editou o CD duplo do quarteto em 1976 e tinha a prioridade de lançar o DVD, pois o filme foi feito quando Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia pertenciam ao seu elenco - abriu mão dos direitos em favor da Biscoito Fino. Já consultada sobre o projeto do DVD, Gal não opôs resistência. A idéia da gravadora é que o lançamento do vídeo comemore os 30 anos da estréia de Os Doces Bárbaros nos cinemas.

Cantora do grupo Roda de Saia gira solo

Integrante do grupo feminino de samba Roda de Saia, cujo nome depois foi abreviado para O Roda, a cantora e compositora Ana Costa (na foto, num clique de Isabela Kassow) finaliza seu primeiro disco solo, Meu Carnaval. Produzido por Bianca Calcagni, com arranjos de Alceu Maia, Paulão Sete Cordas e da própria artista, o CD reúne 15 faixas, entre 11 inéditas e quatro regravações. De novidade, Ana apresenta Não Sei o que Dá - parceria com Zélia Duncan e com Mart'nália, que participa da faixa - e Supremo Divinal, samba que leva a assinatura tripla de Almir Guineto, Arlindo Cruz e do novato Fred Camacho.

Entre as releituras, há Olhos Felizes (música de Marina Lima e Antonio Cícero que batizou em 1980 o segundo disco da cantora), Quintal do Céu (parceria de Wilson Moreira e Jorge Aragão que foi regravada com a participação de Analimar, irmã de Mart'nália) e Pra Que Pedir Perdão (Moacyr Luz e Aldir Blanc). O CD será lançado pelo selo Zambo Discos no primeiro semestre de 2006.
Quinta-feira, Dezembro 15, 2005

Gal vai gravar especial de TV sobre a Tropicália que será lançado em DVD

Depois de Chico Buarque, cuja vida e obra estão sendo enfocadas em série de dez episódios ainda em exibição no canal DirecTV, chegou a vez de Gal Costa (foto) ser tema de programa do mesmo canal. Em fase de produção e por ora dividido apenas em dois episódios, o especial Gal Costa: Do Tropicalismo aos Dias de Hoje reviverá, pela ótica da cantora, a efervescente revolução provocada na música brasileira pelo movimento comandado por Caetano Veloso e Gilberto Gil em 1968. Dirigido por Fernando Faro, o especial será lançado em DVD depois da exibição pelo DirecTV, em meados de 2006.

O DVD será editado pela Trama - a gravadora que tem atualmente Gal sob contrato - e conterá o show de lançamento do último álbum da cantora, Hoje. Dirigido por Bernardo Vilhena, com direção musical de Marcelo Mariano, o show tem estréia prevista para janeiro.

Bossa de Walter Wanderley é compilada em coleção idealizada para o exterior

Nos moldes da coleção Pure Brazil, editada em 2003, a gravadora Universal Music põe no mercado nacional outra série idealizada para o exterior. Entre compilações de nomes como Carlos Lyra e Sylvia Telles, a coleção Pure Bossa Nova - A View of the Music of... destaca CD (capa à esquerda) dedicado ao pianista e organista pernambucano Walter Wanderley (1932-1986). O músico se celebrizou nos anos 60, ao criar o Walter Wanderley e seu Conjunto para tocar Bossa Nova. Ainda nessa década, o pianista se radicou nos Estados Unidos - país que certamente vai saudar com mais entusiasmo o lançamento da coletânea da Universal Music, que prestaria melhor serviço à música brasileira se reeditasse, no Brasil e no exterior, os discos originais de Wanderley que pertencem ao seu acervo.

'Netinho in Concert' sai em janeiro com a voz de Mano Brown e a inédita 'Parabéns'

Gravados na periferia paulista, em show em Carapicuíba que reuniu público estimado em 70 mil pessoas, o DVD e o CD ao vivo Netinho de Paula in Concert chegam às lojas em janeiro, puxados pela inédita Parabéns. O show contou com a participação do arisco vocalista do grupo de rap Racionais MC's, Mano Brown (com Netinho na foto), na regravação de Gente da Gente, um dos sucessos do Negritude Jr. - o grupo de pagode que projetou Netinho como cantor no mercado fonográfico, nos anos 90.

Vanessa cultua Russo com hit de Cássia

Eis um flagrante de Vanessa da Matta (em foto de Marcos Hermes) no tributo a Renato Russo gravado na madrugada de 13 para 14 de dezembro, em show na Fundição Progresso (RJ), para virar especial de TV, DVD e CD ao vivo. A cantora aderiu ao culto ao líder da Legião Urbana com a canção Por Enquanto, lançada pela banda em seu primeiro disco, de 1985, porém mais conhecida na releitura feita por Cássia Eller em 1990 para seu álbum de estréia.

A celebração da obra de Russo contou com adesões de bandas como Titãs - que tocou Fábrica 2, raridade da obra do cantor, já apresentada em shows, mas nunca gravada - e Capital Inicial, que encerrou a homenagem com Tempo Perdido depois que seu vocalista, Dinho Ouro Preto, cantou Marcianos Invadem a Terra na companhia do violão de Fred Nascimento. Coube à banda que acompanhou a maioria dos artistas o privilégio de abrir o tributo com a execução do inédito tema instrumental O Grande Inverno da Rússia, composto nos primórdios da Legião.

Pela ordem, depois do número de abertura, subiram ao palco da Fundição Progresso Nasi (Música Urbana 2), Fernanda Takai & John (Eu Sei), Chorão (Canção do Senhor da Guerra), Paulo Ricardo (Boomerang Blues e Monte Castelo), Vanessa da Mata (Por Enquanto), Toni Platão (Faroeste Caboclo), Isabella Taviani (Vinte e Nove), Plebe Rude (Química), Tantra (Fábrica), Autoramas (Tédio - Com um T Bem Grande pra Você), For Fun (Metrópole), Biquíni Cavadão (Eduardo e Mônica), Leela (Vamos Fazer um Filme), Cidade Negra (Geração Coca-Cola, e não Índios como estava previsto no roteiro), Detonautas (Daniel na Cova dos Leões), Titãs (Fábrica 2 e Que País É Este?), Dinho Ouro Preto (Marcianos Invadem a Terra) e Capital Inicial (Tempo Perdido).

Gravado dentro da série Multishow ao Vivo, o projeto Renato Russo - Uma Celebração será exibido pelo canal em março - mês em que também está previsto o lançamento do CD e do DVD, via EMI.

Em janeiro, Wanda Sá lança 'Bossa do Leblon' no Brasil com temas em inglês

Já lançado na Ásia pela gravadora japonesa Toy's Factory, o disco Bossa do Leblon, de Wanda Sá (foto), foi licenciado para a DeckDisc e tem lançamento nacional agendado para janeiro. O título do CD foi inspirado na faixa Praia do Leblon, parceria da cantora com o produtor Kazuo Yoshida. O repertório inclui ainda A Bruxa de Mentira (parceria pouco conhecida de João Donato com Gilberto Gil) e Esperança Perdida (outra parceria rara, esta de Tom Jobim e Billy Blanco, coincidentemente tirada do baú também pela Família Caymmi no disco que gravou este ano com os herdeiros de Jobim), além de músicas em inglês como Bewitched (Richard Rodgers/Lorenz Hart), Cheek to Cheek (Irving Berlin) e The Way You Look Tonight (Jerome Kern/Dorothy Fields).
Quarta-feira, Dezembro 14, 2005

Coração sertanejo de Roberto Carlos bate em ritmo lento, preguiçoso e melancólico

Resenha de CD
Título: Roberto Carlos
Artista: Roberto Carlos
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * *

O coração sertanejo de Roberto Carlos bate no mesmo ritmo preguiçoso que vem norteando os recentes trabalhos do cantor. O álbum anual do Rei chega às lojas no fim de semana com apenas nove faixas. Oito são regravações. Apenas a trivial guarânia Arrasta uma Cadeira - composta com Erasmo Carlos e gravada com o instrumental típico do gênero e a participação da dupla Chitãozinho & Xororó - é novidade em disco que transcorre arrastado. Com o aval dos produtores Guto Graça Mello e Mauro Motta, Roberto investe em repetitiva levada - caracterizada por ele como "pop country" - que uniformiza a maioria das músicas.

Promessa, a faixa que abre o disco, é canção simplória e menor da obra de Roberto e Erasmo Carlos que deveria ter permanecido esquecida no disco Perdidamente Apaixonado, lançado por Wanderley Cardoso em 1966. A releitura do autor busca tons suaves que a distanciam do registro ligeiramente empostado de Cardoso. O Amor É Mais - outra esquecível canção, lançada pelo próprio Roberto no álbum Amor sem Limite, de 2000 - está no repertório apenas para reafirmar a eternidade do amor do artista por sua mulher Maria Rita, vítima de câncer em 1999. A canção ganha o discreto acento interiorano que permeia o CD e que se intensifica a partir da guarânia Arrasta uma Cadeira, cuja mixagem desvaloriza a voz de Chitãozinho. A impressão é de que a faixa é quase um dueto de Roberto com Xororó.

Extraído de requentado disco de 1998, O Baile da Fazenda é um arrasta-pé que poderia até animar o álbum, mas que soa arrastado (sem trocadilho). A gravação desperdiça o auxílio luxuoso do acordeom de Dominguinhos, cuja intervenção é ouvida com mais nitidez nos versos "Na madrugada o sanfoneiro toca forte / O baile esquenta e o povo começa a cantar".

O baile caipira de Roberto Carlos nunca esquenta. É no mesmo clima morno que o Rei canta Coração Sertanejo, sucesso de Chitãozinho & Xororó em 1996, sem nada acrescentar ao definitivo registro da dupla. A música é bonita. Segue-se a guarânia Índia (1942) em gravação feita em 2000 (no mesmo ano, aliás, de Coração Sertanejo) e lançada recentemente na trilha da novela Alma Gêmea. Da mesma forma que A Volta (1966) - a segunda faixa do CD - já é conhecida por conta de sua inclusão na trilha de América.

O melhor momento do disco é a releitura de Meu Pequeno Cachoeiro. Ode à cidade natal do cantor, Cachoeiro de Itapemirim (ES), a música de Raul Sampaio, lançada pelo Rei em 1970, virou bela toada sertaneja. Os versos casam bem com o tom melancólico e nostálgico do disco - encerrado com regravação, num inglês meio empostado, da balada Loving You, popularizada por Elvis Presley em 1957 na trilha do filme homônimo.

Roberto Carlos, o CD, é mais um título burocrático e preguiçoso de uma discografia que parece ter perdido o fôlego a partir dos anos 80. A impressão que fica é a de que o Rei quer se aposentar. E somente não o faz por força de seu contrato com a indústria fonográfica. Pior para seus súditos, que vão passar mais um Natal ao som de um CD que ficou no meio do caminho. E que não é o grande álbum sertanejo que Roberto Carlos teria condições de apresentar se não fosse tão acomodado.

Rei põe voz em italiano no CD de Bocelli

Na entrevista coletiva que concedeu no hotel Copacabana Palace, no Rio, para divulgar seu novo CD, nas lojas neste fim de semana, Roberto Carlos (foto) contou que já pôs voz em L'Appuntamento, a versão em italiano de Sentado à Beira do Caminho - canção dele e de Erasmo Carlos, lançada pelo Tremendão em 1969 e regravada por Erasmo em 1980 em dueto com Roberto. A gravação em italiano foi feita para o novo disco do tenor Andrea Bocelli.

"Quando aceitei o convite do Bocelli, disse que só poderia botar voz depois que terminasse meu disco", explicou Roberto. "Aí o tempo se esgotou. Cheguei a botar voz na música, mas não sei se vai dar tempo de incluir minha gravação no disco. A idéia era cantar em italiano e em espanhol, mas até agora só gravei em italiano", esclareceu o Rei.

Roberto Carlos contou também que já aceitou o convite para participar de show de outro tenor, Luciano Pavarotti. O espetáculo acontecerá em Belo Horizonte (MG) e faz parte da turnê de despedida do astro italiano.

Skank mineiramente grava nono CD

Mineiramente, o Skank já começou a gravar seu sétimo álbum de estúdio, em Belo Horizonte (MG). O sucessor do elogiado Cosmotron (2003) tem lançamento previsto para meados de 2006. As gravações estão em estado embrionário. O grupo ainda alinhava repertório e testa sonoridades nos intervalos entre um show e outro. O quarteto decidiu que, por ora, vai continuar na estrada e conciliar sua atual turnê com os preparativos do CD - o nono título da discografia da banda se contados seu MTV ao Vivo (2001) e a coletânea com gravações inéditas Radiola (2004).

O som da Cor esmaece em acústico

Resenha de CD / DVD
Título: Acústico
Artista: A Cor do Som
Gravadora: Performance Be Records
Cotação: * *

Na segunda metade dos anos 70, quando os Novos Baianos já agonizavam sem Moraes Moreira, A Cor do Som era o que se podia chamar de grupo pop na cena nacional. Pop não pelos ritmos (samba, choro, baião) que tocava, mas pela linguagem jovem que arejava a sisuda música brasileira da época. Revelado em 1977, o quinteto viveu seu apogeu até 1982, quando a chegada da geração 80 e dissidências internas precipitaram seu fim em meados daquela década. Desde então, o grupo vez por outra se junta para reviver seu passado de glória em shows como o que rendeu disco ao vivo editado em 1996. A pretexto de gravar seu primeiro DVD, a banda se reuniu este ano com a formação original para registrar show no Canecão, em 24 de agosto, com adesões de Caetano Veloso, Daniela Mercury, Moraes Moreira, Davi Moraes e do coral Canarinhos de Petrópolis.

Acústico - o DVD e CD ora enviados às lojas com distribuição da Sony & BMG - segue à risca a fórmula batida da MTV, com hits, convidados ilustres e algumas inéditas. Até aí tudo bem, pois A Cor do Som tem repertório suficiente para um projeto do gênero. Mas o que se vê e ouve é um rascunho da sonoridade jovial dos anos 70. O som da Cor está esmaecido. Mesmo porque seus excelentes músicos já estão fora de forma como vocalistas - o que se percebe logo quando Armandinho (bandolim e violão de 12 cordas) entoa Zanzibar (As Cores).

O revival transcorre tão morno que, em Alto Astral, a Cor do Som até lembra o Roupa Nova da fase inicial. O que salva o DVD da monotonia é a alternância de climas e convidados. O violino de Nicolas Krassic dá toque diferenciado ao baião Pororocas. A presença de Moraes Moreira valoriza o samba Davilicença. Já a reverência aos Novos Baianos - grupo do qual A Cor do Som é filhote - em Os 'Pingo' da Chuva peca pelos vocais desbotados de Dadi (baixo e violão). Falta a vivacidade que sobrava nos Novos Baianos em sua fase áurea.

Das quatro inéditas, duas merecem destaque. Parceria de Ary Dias (percussão) e Carlinhos Brown, Tocar seduz pelo mix do tom solene das vozes do coral Canarinhos de Petrópolis com a efervescência dos ritmos afro-baianos. O Dia de Amanhã, composta por Dadi com Arnaldo Antunes, se impõe pelos versos apocalípticos do tribalista. "O rouco já perdeu a voz / ... / O alvo já saiu de mira / ... / o fato agora é só boato", relaciona a letra, sobre fictício dayafter. Já o popsambalanço Amor Inteiro (Oxalá), de Armandinho e Fausto Nilo, e a trivial canção Pela Beira do Mar - de Mú Carvalho (piano e teclados) e Márcio Tucunduva - passam batidos por roteiro que empilha hits do naipe de Abri a Porta, Menino Deus (com um Caetano Veloso de voz aveludada), Beleza Pura (com Daniela Mercury, sem sua habitual energia) e Frutificar.

Acústico reafirma o virtuosismo do quinteto - integrado também pelo baterista Gustavo Schroeter - sobretudo nos temas instrumentais Saudação a Paz, Noites Cariocas e Taiane (com a participação de Davi Moraes). Mas a excelência dos músicos não basta para fazer A Cor do Som brilhar como nos velhos e bons tempos.

Canastra ganha festival e contrato com a Sony & BMG para gravar seu segundo CD

Liderado pelo cantor e guitarrista Renato Martins, egresso da banda cult Acabou la Tequila, o grupo carioca Canastra (foto) venceu o festival Oi Tem Rede na Peixe. O prêmio é um contrato com a Sony & BMG para gravar e lançar um disco pela major - no caso do Canastra, seu segundo CD, já que a banda chegou a editar um trabalho pelo selo goiano Monstro Discos. A final do festival aconteceu em show no Teatro Odisséia (RJ) em que o Canastra disputou o prêmio com a banda Luxúria e com a cantora Kátia Dotto.

Formado por Renato Martins (voz e guitarra), Marcelo Callado (bateria), Fernando Jesus (guitarra e trompete), Mada (sax e gaita), Eduardo Villamaior (baixo) e Marcos Rafael (trombone), o sexteto concorreu com a música Diabo Apaixonado, carro-chefe de um repertório que - segundo quem já o ouviu - bebe um pouco na fonte do grupo Los Hermanos.

Curiosidade: a inscrição do Canastra no festival organizado pelo produtor Bruno Levinson foi a de número 56. No total, 804 cantores e grupos disputaram a chance de se lançar por uma gravadora multinacional. Resta agora esperar para ver se Canastra vai ter sorte no jogo das majors...
Terça-feira, Dezembro 13, 2005

DVD Ploc 80's recicla lixo pop da década

Resenha de DVD / CD
Título: Festa Ploc 80's
Artista: Vários
Gravadora: Performance Be Records
Cotação: *

Muito do interminável culto aos anos 80 se deve ao sucesso da festa carioca Ploc 80's, que tem arrastado multidões nos últimos anos para dançar ao som de hits da década. Era inevitável que saísse um registro da festa em DVD e CD ao vivo. Pois saiu. E vai agradar quem gosta de abrir a boca para cantar a plenos pulmões hits de Rosana (O Amor e o Poder), Inimigos do Rei (Adelaide, Uma Barata Chamada Kafka), Trem da Alegria (Uni Duni Tê, He-Man, Piuí Abacaxi), João Penca e seus Miquinhos Amestrados (Popstar), Absyntho (Meu Ursinho Blau-Blau), Dr. Silvana (Serão Extra), Marcelo (Abre Coração) e Cia. Estes cantores e grupos - ou o que restou deles - se reuniram no Circo Voador na noite de 8 de julho de 2005 para recordar os sucessos de suas efêmeras trajetórias e tentar mais 15 minutos de fama no embalo do revival oitentista. A gravação ao vivo rendeu o CD e DVD Festa Ploc 80's, editados pelo novo selo Performance Be Records com distribuição da Som Livre.

Verdade seja feita, a gravação é animada. Mas toda a animação vem do artista principal da festa: o público. É ele quem faz coro forte e espontâneo em músicas como Independente Futebol Clube, hit do Ultraje a Rigor revivido pela banda Perdidos na Selva, especializada em covers da década. Os artistas até tentam entrar no pique, mas a maioria não consegue disfarçar o cansaço vocal.

O problema da Ploc é que não há um foco no renovador pop rock dos 80 - como no caso do recente projeto similar da série Multishow ao Vivo. A festa recicla muito lixo da década entre hits realmente memoráveis como A Fórmula do Amor, recordado em insosso dueto do miquinho Avellar Love com Érika Martins. É para quem gosta de ouvir os discos do sumido grupo Dominó.

Grupo Som da Rua perde seu batalhador vocalista Liô em acidente de carro no Rio

Entristecido e (como todos) surpreendido pela fatalidade, o colunista lamenta a perda de Liô Mariz, vocalista e guitarrista da banda carioca Som da Rua (foto). Leonardo Mariz de Oliveira Rezende saiu precocemente de cena, aos 23 anos, na madrugada desta terça-feira, 13 de dezembro, vítima de acidente de trânsito. Ao voltar de um show das bandas Mutreta e Luxúria na cervejaria Melt, no Leblon (RJ), o cantor bateu seu carro contra um ônibus e não resistiu ao choque. O baixista do Som da Rua, João Rodrigo, estava com Liô no carro e sofreu ferimentos leves.

O velório e enterro aconteceram no São João Batista, sob muita emoção de amigos e familiares. Só uma Canção - a música de Liô que abria o primeiro disco do Som da Rua, Músicas para Violão e Guitarra, editado em março pela DeckDisc - foi entoada em coro, sob merecidos aplausos para este batalhador jovem talento da cena carioca.

Entusiasmado com o lançamento do CD de seu grupo (formado em 1998, contratado pela Deckdisc em 2004 e já conhecido pelo público que freqüenta o conhecido festival Humaitá pra Peixe, celeiro de bandas novas), Liô começou a divulgar o disco na imprensa antes mesmo de a gravadora começar oficialmente a campanha de promoção do álbum - produzido por Rafael Ramos com um mix pop de baladas (Ninguém Aqui, Quando Tudo Acaba) e rocks (O Avesso, Tudo em seu Lugar). O repertório era todo assinado por Liô.

Foi na ânsia juvenil de divulgar seu som para o chamado grande público que Liô começou a trocar e-mails com o colunista sobre o disco. Há quase um ano, mais exatamente em 21 de dezembro de 2004, tive o privilégio de adiantar detalhes do repertório de Músicas para Violão e Guitarra na edição impressa de Estúdio. Quando o disco saiu, publiquei - na edição de 11 de março de 2005 - resenha elogiosa que reproduzo abaixo para deixar claro que os elogios a Liô não são frutos da tristeza por sua perda - mesmo porque nosso contato nunca saiu do campo virtual.

"O quinteto carioca deixa uma boa impressão nesta sua estréia. Sem ser original, o Som da Rua faz pop de pegada roqueira, sem firulas. O (ótimo) vocalista Liô Mariz valoriza músicas como Só uma Canção e O Que se Chama. Mesmo baladas como Ninguém Aqui têm pulsação forte. Tudo em seu Lugar é perfeito exemplo do pop azeitado do grupo".

Menos de um ano depois, quando o Som da Rua estava em plena batalha para consolidar seu lugar na cena indie, a morte de Liô prega uma peça em todos que admiravam sua capacidade de ir à luta num mercado fonográfico tão voraz e, não raro, cruel com artistas iniciantes. Descanse em paz, Liô, com a consciência do dever cumprido.

Show dos Stones no Rio vai virar DVD

A exemplo do grupo Iron Maiden, que lançou DVD com sua apresentação no Rock in Rio, os Rolling Stones vão filmar o show que o quarteto fará no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, em 18 de fevereiro, para lançamento em DVD - possivelmente ainda no primeiro semestre de 2006. O vídeo será, ao que tudo indica, o único registro oficial da Bigger Bang World Tour. É que o espetáculo carioca faz parte da turnê promocional do último e vigoroso disco da banda, A Bigger Bang, apresentado em setembro e relançado este mês pela EMI numa edição turbinada com DVD. O anúncio da gravação do show carioca foi feito oficialmente na manhã de hoje, em entrevista coletiva concedida pelos organizadores do evento.

Disputa de gravadoras adia para 2006 reedição oficial de 'Tim Maia Racional'

A Biscoito Fino chegou a anunciar para novembro o relançamento do primeiro dos dois volumes do disco Tim Maia Racional, gravado pelo Síndico entre 1974 e 1975. Mas a esperada reedição - a primeira feita sob caráter oficial, já que as demais são piratas - ficou para o ano que vem. E talvez saia pela Trama. É que os herdeiros de Tim começaram negociações simultâneas com as duas gravadoras. O impasse forçou o adiamento do lançamento, mas é certo que, em 2006, Tim Maia Racional será enfim vendido em todas as lojas - e não apenas nos camelôs e nas lojas que driblam o fisco e vendem discos piratas.

Prince lança hoje clipe da música que vai puxar disco previsto para início de 2006

Prince (foto) parece realmente decidido a voltar à forma. Menos de dois anos depois de seu último álbum, o ótimo Musicology (2004), o cantor já está com novo disco no forno. Com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2006, o CD se chama 3121 e vai sair pela Universal Music, gravadora com a qual o artista assinou um contrato de distribuição. O primeiro single, Te Amo Corazón, será lançado nesta terça-feira, 13 de dezembro. Filmado no Marrocos, o vídeo tem direção da atriz Salma Hayek e a participação de outra atriz, Mia Maestro, integrante do elenco do filme Frida, estrelado por Hayek.

Prince - vale lembrar - voltou nos últimos anos a assinar seus trabalhos como Prince, e não mais com aquele símbolo impronunciável.
Segunda-feira, Dezembro 12, 2005

Coletânea de Alanis omite hits nacionais, mas resume bem a trajetória da artista

Resenha de CD
Título: The Collection
Artista: Alanis Morissette
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Primeira compilação de Alanis Morissette, lançada esta semana no mercado nacional via Warner Music, The Collection (capa à direita) teve suas 18 faixas selecionadas pela própria cantora e compositora. É coletânea criteriosa, mas o critério, no caso, foi a satisfação do público norte-americano da artista. Seus fãs brasileiros vão sentir a falta de músicas como Offer, balada do disco de sobras Feast on Scraps (2002) que fez muito sucesso por aqui por conta de sua inclusão na trilha da novela Celebridade e do conseqüente estouro nas rádios.

A coletânea cobre década de altos e baixos de Alanis, projetada em 1995 com o vigoroso álbum Jagged Little Pill - o terceiro na discografia da compositora canadense, mas o primeiro de alcance mundial. Mulheres dos quatro cantos do mundo se identificaram com a raiva da raça masculina expressada pela compositora em suas letras diretas. A força incomum daquela estréia - representada na coleção por hits como Ironic e You Oughta Know - se diluiu no álbum seguinte, Supposed Former Infatuation Junkie (1998), de repertório mais irregular, com poucos destaques como Thank You - não por acaso, a faixa eleita para abrir esta compilação.

Com maior ou menor vigor, Alanis Morissette se impôs no mercado com seu repertório autoral e discos como Under Rug Swept (2002) esboçaram sua maturidade em temas como Hands Clean e reafirmaram a certeza de que ela viera para ficar. The Collection - que, de novidade, apresenta somente dançante releitura de Crazy, grande sucesso de Seal - resume bem sua trajetória sem esquecer gravações feitas para trilhas de filmes como Dogma (Still), Cidade dos Anjos (a inspirada Uninvited) e De-Lovely (Let's Do It, Let's Fall in Love, jóia de Cole Porter). E assim se passaram 10 anos! E que venham outros dez porque Alanis Morissette é artista de carreira longa.

Michael Bublé capturado em Los Angeles

Popularizado este ano no Brasil, por conta do sucesso feito pela canção Home na trilha da novela América, o cantor Michael Bublé lança mais um kit de DVD + CD. O sucessor de Come Fly with me (2004) se chama Caught in Act (capa à esquerda) e captura um show feito pelo astro em Los Angeles (EUA). Bublé faz dueto com a cantora italiana Laura Pausini em You'll Never Find Another Love Like Mine. O DVD reúne 19 números. Entre eles, Feeling Good e The More I See You. O CD, embora traga apenas oito músicas, apresenta faixas exclusivas como os covers de Smile e Can't Buy my Love.

Gil compõe samba para a Copa de 2006

Gilberto Gil (na foto, num clique de Mark Leibowitz para ensaio publicado em seu site oficial) revelou em Berlim (Alemanha) que compôs um samba para a Copa do Mundo de 2006. O samba é inspirado em Baile de Bola, tema feito por Gil para a Copa de 1998, sediada na França. A idéia do cantor é divulgar a nova música na internet e, mais tarde, gravá-la em seu próximo álbum, que poderá ser o anunciado disco de sambas que o compositor promete fazer desde que assumiu o cargo de Ministro da Cultura do governo de Lula.

Maria Rita quer gravar Paulinho da Viola

Paulinho da Viola poderá ter um samba de sua autoria incluído num dos próximos discos de Maria Rita (foto). Pelo menos foi isso o que afirmou a própria cantora em entrevista à jornalista Marília Gabriela quando esta perguntou se algum compositor admirado pela artista ainda não tinha sido gravado em seus dois CDs. Rita citou somente o nome do sambista e ressaltou a elegância do autor de Sinal Fechado. Ao fim do programa, exibido pelo canal GNT, a filha de Elis Regina inclusive cantarolou um trecho de Sentimentos, samba de Mijinha que Paulinho da Viola gravou em 1973 no disco Nervos de Aço.

Paulinho, a propósito, está presente como compositor no álbum duplo que Marisa Monte vai lançar no primeiro semestre de 2006. Ele assina a melodia de um samba letrado por Marisa com Arnaldo Antunes. Mas o fato é que Paulinho não é gravado pelas cantoras na medida em que é elogiado por elas.

Tempo Tempo Tempo Tempo se despede com apresentação feliz e 'Solidão' no bis

A partir de hoje, somente é possível ver Tempo Tempo Tempo Tempo - o espetáculo comemorativo dos 40 anos de carreira de Maria Bethânia - no DVD recém-lançado pela Biscoito Fino com o registro integral do show. Ao fim de uma turnê que somou 54 apresentações pelas principais capitais brasileiras, Tempo Tempo Tempo Tempo saiu de cena no domingo, 11 de dezembro, no mesmo Canecão (RJ) onde estreou em 24 de fevereiro. Foi uma despedida feliz sem a tensão de sua estréia (e da recente reestréia) na casa. Bethânia (na foto de Ari Gomes, no momento em que canta o Samba da Bênção) estava relaxada, com pique, e surpreendeu inclusive a platéia que lotou o Canecão ao incluir no bis Solidão, balada lançada por Sandra de Sá em 1986. Agora é esperar pelas comemorações dos 60 anos da cantora, em junho de 2006. A gravadora Biscoito Fino está sigilosamente preparando um projeto para festejar a data. Quem viver, verá e ouvirá...
Domingo, Dezembro 11, 2005

Já longe das capitais, Kleiton & Kledir viajam ao passado no seu primeiro DVD

Resenha de DVD / CD
Título: Kleiton & Kledir ao Vivo
Artista: Kleiton & Kledir
Gravadora: Orbeat
Cotação: * * *

Kleiton & Kledir já estavam na estrada há dez anos quando o grupo Engenheiros do Hawaii deu seus primeiros passos na indústria fonográfica e, se proclamando longe demais das capitais, mostrou para o Brasil que havia rock nos Pampas. Integrantes do grupo Almôndegas em 1975, os irmãos gaúchos já contabilizavam cinco discos em dupla quando Humberto Gessinger foi projetado nacionalmente em 1985. Como duo, Kleiton & Kledir apareceram em 1980 e empilharam hits nas paradas: Deu pra Ti, Nem Pensar, Fonte da Saudade, Tô que Tô, Maria Fumaça... Todos eles devidamente enfileirados no primeiro registro de show da dupla, Kleiton & Kledir ao Vivo, gravado em setembro em Porto Alegre (RS) e editado nos formatos de DVD e CD pela gravadora Orbeat.

Trinta anos depois do lançamento do primeiro disco dos Almôndegas, lembrado pela regravação da faixa Vento Negro em trio formado com o mano Vítor Ramil, Kleiton & Kledir fazem viagem ao passado áureo com direito a duas inéditas, Capaz e Então Tá, de letras graciosas e mais inspiradas do que as melodias (o arranjo de Então Tá é pesado demais e quase ofusca os versos irônicos). A criação de um pop com leve referência regional - explícita sobretudo nas expressões gaúchas que batizam várias de suas músicas - fez a fama da dupla na primeira metade dos anos 80. É desse pop de sabor hoje nostálgico que vem a matéria-prima da gravação, produzida pelo galês Paul Ralphes, habituado a trabalhar com grupos como o Kid Abelha.

A filmagem burocrática e o áudio 5.1 apenas regular dificultam o conforto da viagem. As escalas mais imprevisíveis - como o solo de Kledir em Paixão, o de Kleiton em Dry e a inclusão de Noite de São João, aplaudida pela platéia já ao reconhecer o tema nos primeiros acordes do violão de Kleiton - acabam sendo os momentos mais interessantes. O melhor mesmo é a melodiosa Estrela Estrela, com adesão do mano e autor Vítor Ramil. Outro recurso que funciona é a entrada de Kledir no meio de Corpo e Alma. A fraternal versão de Bridge Over Troubled Water adquire significado maior nas vozes dos irmãos, separados nos anos 80 e reunidos nos 90 sem a força inicial.

Nos extras, além do protocolar making of, há o minidocumentário BR 116 - O Caminho de Pelotas a Porto Alegre, em que Kleiton & Kledir são espécie de guias turísticos do espectador por locações de Pelotas (RS) como o primeiro colégio da dupla. Bem-humorada reunião familiar com a mãe e os irmãos reforça a sólida educação musical do clã. A viagem ao passado sintetiza a trajetória de uma dupla que, mesmo longe demais das capitais, teve seu papel pioneiro quando pegou a estrada para divulgar no eixo Rio-SP seu pop de sotaque gaúcho.

Daniela vai lançar seu 'Baile Barroco'

Baile Barroco é o título do DVD que Daniela Mercury (foto) vai lançar no início do ano com a gravação do Carnaval de Salvador (BA), filmado na folia de 2005 com câmeras de alta definição. O nome obviamente alude a Balé Mulato, o título de seu recém-lançado CD de inéditas - apontado pela crítica como um dos melhores trabalhos da discografia da cantora. Mas o repertório é diverso e inclui clássicos da música rotulada como axé music.

Supla documenta as loucuras de sua vida

Um documentário sobre a vida de Supla - desde sua infância até os dias de hoje - é o destaque dos extras do primeiro DVD do cantor, Na Loucura (capa à direita). Além dos clipes de Trip Scene e Cenas de Ciúmes, o vídeo apresenta show em que o cantor entoa 15 músicas, incluindo os hits do efêmero grupo Tokyo (Humanos, Garotas de Berlim) e músicas de seus recentes discos solos (Menina Mulher, Charada Brasileiro). O sucesso Japa Girl aparece em versão em inglês intitulada Green Hair.

Tatit apresenta letra inédita de Itamar

Tal como Cazuza, Itamar Assumpção distribuiu letras para os amigos compositores quando estava doente. Egresso do grupo paulista Rumo, Luiz Tatit (na foto, num clique de Gal Oppido) musicou uma delas, Dodói. A inédita parceria é destaque de seu recém-lançado terceiro CD solo, Ouvidos Uni-Vos. No sucessor de Felicidade (1997) e O Meio (2000), Tatit reúne 13 músicas autorais, sendo seis feitas com parceiros como Chico Saraiva (Baião do Tomás), Ricardo Breim (Minta, com a participação de Ná Ozzetti), Dante Ozzetti (Brincadeira), Edward Lopes (A Perigo), José Miguel Wisnik (Baião de Quatro Toques, já gravado por Jussara Silveira em disco de Wisnik) e o saudoso Itamar - cuja forma de cantar é reproduzida por Tatit no Rock de Breque, em homenagem ao amigo.

Sozinho, Tatit assina faixas como Final Feliz, Perdido, Terceira Pessoa, Controlado, Tom de Quem Reclama e Tietê (tributo ao rio paulista). O diferencial do CD é a mistura do canto melódico com a linguagem oral da fala.

Vida e morte de Marvin Gaye em DVD

A vida conturbada de Marvin Gaye (1939 - 1984) já rendeu vários documentários. Editado no formato de DVD em 2004, Behind the Legend foi um deles e chegou às lojas pela ST2 - a mesma gravadora que lança no Brasil ainda este ano outro DVD similar, What's Going On? - The Life & Death of Marvin Gaye (capa à esquerda). Em 10 capítulos, o vídeo narra a ascensão do cantor de soul na gravadora Motown, sua decadência - decorrente do uso de drogas e do temperamento difícil - e a volta por cima no início dos anos 80 com o hit Sexual Healing. O último capítulo, claro, recorda seu trágico assassinato pelo próprio pai, em 1º de abril de 1984. Como aperitivo, os extras reúnem registros ao vivo de clássicos de Gaye como What's Going On? e Let's Get It on.
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