S�bado, Agosto 27, 2005
No embalo das comemora��es pelos 40 anos da Jovem Guarda, a gravadora Sony BMG vai repor em cat�logo todos os discos de Wanderl�a, Jerry Adriani e Renato e seus Blue Caps que pertencem ao seu acervo. Mas a maior novidade � a edi��o de uma caixa com os seis primeiros discos de Erasmo Carlos (foto) - gravados na RGE entre 1965 e 1970. A Pescaria com Erasmo Carlos (1965), Voc� me Acende (1966), O Tremend�o (1967) e Erasmo Carlos e os Tremend�es (1970) j� haviam sido reeditados em CD, num box da extinta RGE, mas Erasmo Carlos (tamb�m de 1967) e Erasmo (1968) permaneciam in�ditos no formato digital. Todos os seis t�tulos voltam ao cat�logo em edi��es remasterizadas, com as capas originais e faixas-b�nus extra�das de raros compactos da �poca.
Da mesma forma, os seis discos lan�ados por Wanderl�a na antiga CBS / Columbia, nos anos 60, voltam �s lojas reunidos em box, com as capas originais e textos hist�ricos sobre cada t�tulo. Todos j� sa�ram em CD em edi��es avulsas.

Resenha de disco
T�tulo: Malha��o 2005
Artista: V�rios
Gravadora: Som Livre
Cota��o: * *
Nos �ltimos anos, as trilhas de Malha��o ganharam import�ncia no mercado por conta de suas vendas expressivas - consequ�ncia da audi�ncia grande e fiel do seriado juvenil da Rede Globo. N�o � � toa que a Som Livre lan�a regularmente CDs com a marca da novelinha. A trilha de 2005 n�o vai decepcionar o p�blico do seriado, mas oferece mera cole��o de hits estrangeiros. A sele��o fica entre o rock (Maroon 5, 3 Doors Down etc), o rap (Missy Elliott � destaque no g�nero com Lose Control) e o pop dance de estrelas como Jennifer Lopez, representada por Get Right, uma das poucas m�sicas que se salvam no fracote �ltimo �lbum da atriz e cantora latina.
Continuam, em S�o Paulo, as grava��es do disco em que o quarteto Capital Inicial (foto) revive o repert�rio do lend�rio Aborto El�trico, grupo formado em Bras�lia (DF) - entre 1978 e 1982 - e que, a partir de seu fim, deu origem � Legi�o Urbana e ao pr�prio Capital. Produzido por Rafael Ramos, o grupo de Dinho Ouro Preto est� registrando m�sicas como Gera��o Coca-Cola, Que Pa�s � Este?, T�dio (com Um T Bem Grande Para Voc�), M�sica Urbana, Veraneio Vasca�na e Fic��o Cient�fica (lan�ada pelo Capital em seu terceiro disco, Voc� N�o Precisa Entender, de 1988).
As m�sicas supra-citadas j� tinham sido gravadas pela Legi�o ou pelo Capital - que dividiram o repert�rio do Aborto El�trico quando entraram em est�dio, em meados dos anos 80, para fazer seus primeiros discos. O valor documental deste novo CD do Capital est� nas m�sicas in�ditas, sobras do esp�lio do Aborto que nunca mereceram um registro fonogr�fico. S�o os casos de Submissa, Love Song, Despertar dos Mortos, Verde-Amarelo e An�ncio de Refrigerante. O disco sai ainda este ano, via Sony BMG, e desde j� se imp�e como um dos lan�amentos de rock mais importantes de 2005.
No s�bado, 20 de agosto, o colunista postou neste blog um artigo em que lamentava um suposto descontentamento da gravadora Universal com os salutares rumos tomados por Z�lia Duncan (na foto, em clique de Nana Moraes) em seu oitavo CD, Pr�-P�s-Tudo-Bossa-Band. A diretoria da gravadora se sentiu ofendida com o artigo e - atrav�s de sua gerente de imprensa, Isabel Almendra, a Belinha - enviou carta que o colunista publica na �ntegra, como direito de resposta da companhia, no mesmo dia da semana em que foi postado o coment�rio gerador da m�goa. De cunho opinativo, o artigo foi escrito com base em informa��es extra-oficiais, por�m confi�veis. Seja como for, o colunista fica feliz de saber que, ao contr�rio do que o artigo indicava, a Universal sustenta que vai promover o disco de Z�lia e garante que a tiragem inicial foi de dez mil c�pias, e n�o de cinco mil, embora o primeiro lote tenha sa�do da f�brica com a numera��o AA5000. A empresa afirma que foram comercializados de imediato dois lotes de cinco mil unidades, cada.
Segue a carta:
"Caro Mauro,
Ao lermos nota intitulada "A Universal e o universo de Z�lia", publicada no seu blog, ficamos boquiabertos. Nos causou enorme espanto vermos publicadas informa��es t�cnicas, como a tiragem inicial do �lbum Pr�-p�s-tudo-bossa-band, de Z�lia Duncan, uma vez que sequer fomos consultados, como manda o manual do bom jornalismo. Mesmo estando na posi��o de vil� absoluta, n�o tivemos sequer o direito de sermos ouvidos?
Antes de qualquer outra considera��o, cabe corrigirmos uma informa��o: a tiragem inicial do CD em quest�o foi de 10 mil c�pias (nunca houve o epis�dio da fabrica��o de 5 mil para atender ao "embalo da turn� de lan�amento") e o n�mero atualizado deste �lbum � de 15 mil unidades. A Universal Music n�o faz maquiagens de n�meros ou sonega informa��es relativas �s vendas de seus artistas - se consultados, ter�amos lhe fornecido os n�meros corretos.
Considera��es sobre o mercado, acreditamos n�o serem necess�rias a um jornalista como voc�, h� anos labutando na �rea de m�sica. Quem ainda n�o sabe a quantas anda e o quanto o universo - e n�o apenas o de Z�lia - mudou nos �ltimos anos, precisa se atualizar.
A Universal lan�ou o belo �lbum Pr�-p�s-tudo-bossa-band com todo o entusiasmo que Z�lia merece e faz coro �s cr�tica elogiosas que o trabalho mereceu. A coletiva de lan�amento, na qual voc� esteve por alguns minutos, contou com jornalistas de v�rios Estados e esse �, como voc� bem sabe, um sinal claro do prest�gio de um artista em sua companhia. Isso, para me ater apenas � �rea de imprensa.
A Universal Music - e todo o seu staff - n�o compactua de forma alguma com o tal "descontentamento" que voc� afirma existir, mesmo sem ter falado conosco. Sua nota cita n�meros "supostamente" oficiais e faz crer na exist�ncia de fontes da Universal - mas, na verdade, a pr�pria nota "entrega" que sua origem est� em um "disse-me-disse". Uma pena.
Em nome da diretoria da gravadora e da artista, atingida diretamente nesse epis�dio, esperamos ganhar o espa�o de resposta que merecemos em seu blog. Sinta-se � vontade para publicar o teor dessa carta, caso lhe pare�a conveniente.
Obrigada,
Belinha Almendra
Gerente de Imprensa
Universal Music"
Sexta-feira, Agosto 26, 2005

Resenha de disco
T�tulo: Cl�ssica
Artista: Daniela Mercury
Gravadora: Som Livre
Cota��o: * * *
Em 2001, Daniela Mercury explicitou no t�tulo do confuso �lbum que lan�ou naquele ano, Sou de Qualquer Lugar, a inten��o de extrapolar fronteiras musicais para n�o ficar restrita ao territ�rio da ax� music. Mas ela andou meio sem rumo em discos posteriores, ora tentando um pop mais globalizado (como no seu bom MTV ao Vivo), ora investindo na mistura de bases eletr�nicas com a percuss�o afro-baiana (como em Carnaval Eletr�nico). Cl�ssica, d�cimo t�tulo de sua discografia solo, nasceu de um show realizado pela cantora na casa paulista Bourbon Street Music Club, em outubro de 2004, dentro da proposta de renovar repert�rio que caracteriza o projeto Credicard Vozes. A grava��o ao vivo - editada nos formatos de CD e DVD - situa a cantora no universo da MPB, entre a bossa nova e o sambalan�o dos anos 60.
No suingado n�mero de abertura, And I Love Her (John Lennon e Paul McCartney), a impress�o que se tem � a de ouvir uma cantora de jazz. O suingue continua em n�meros como Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Maria Clara (samba de autoria da pr�pria Daniela) e Serrado (Djavan) - neste samba com direito a jam session da virtuosa banda. O problema � que, aos poucos, a artista come�a a arriscar interpreta��es mais densas para m�sicas como Derradeira Primavera (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Se Eu Quiser Falar com Deus (Gilberto Gil). Nessas faixas, a qualidade cai - mesmo porque Daniela nunca foi nenhuma Elis Regina e tampouco pode ser dar ao luxo de investir em leituras mais dram�ticas, como Maria Beth�nia. No todo, no entanto, Cl�ssica � um bom disco que sinaliza a evolu��o de Daniela como cantora e que a situa com eleg�ncia no t�o almejado universo da MPB. Aos poucos, ela pode encontrar o seu lugar.
Kleiton & Kledir v�o formar um trio com seu irm�o, V�tor Ramil, na grava��o do primeiro DVD da dupla - agendada para s�bado, 3 de setembro, no Sal�o de Atos da PUCRS, em Porto Alegre (RS). V�tor vai participar do show na releitura de Estrela Estrela - m�sica de sua autoria, j� registrada por Gal Costa e, mais recentemente, por Maria Rita. Na grava��o, que vai originar tamb�m um CD ao vivo, a dupla vai apresentar as in�ditas Capaz e Ent�o T�. Produzidos por Paul Ralphes, CD e DVD ser�o editados pela gravadora ga�cha Orbeat Music.
O cantor franc�s Manu Chao � um dos convidados especiais do novo disco do trio Paralamas do Sucesso, Hoje. Chao (na foto, num clique do produtor Carlo Bartolini durante a grava��o do CD) canta uma das 12 in�ditas do repert�rio, Soledad Cidad�o, parceria de Herbert Vianna com Pedro Lu�s. A faixa tem cita��o de Me Llamam Calle, m�sica de Chao.
Com lan�amento previsto para fim de setembro, o �lbum re�ne m�sicas compostas por Herbert Vianna ap�s o acidente de ultraleve sofrido pelo cantor e guitarrista em 2001. O repert�rio inclui Na Pista (faixa escolhida para puxar o disco nas r�dios e programas de TV), Ao Acaso (m�sica que traz o DJ Marcelinho da Lua e que aparece tamb�m no disco numa vers�o dub), P�talas (com viol�o e versos de Nando Reis) e Fora do Lugar (parceria de Herbert com Leoni).
Com produ��o dividida entre Liminha e Carlo Bartolini, Hoje traz somente uma regrava��o: Deus lhe Pague. A m�sica de Chico Buarque, de 1971, foi escolhida pelos f�s do trio em elei��o promovida pelo grupo em seu site oficial. Entrou como faixa-b�nus.
A exemplo de seu primeiro disco (Maria Rita, 2003), a filha de Elis Regina vai lan�ar seu segundo CD em 9 de setembro, dia em que Maria Rita (foto) completa 28 anos. A id�ia da gravadora Warner Music � realizar as entrevistas promocionais no feriado de 7 de setembro. Produzido por Lenine e intitulado Segundo, o disco traz supostamente no repert�rio m�sicas in�ditas de Fred Martins (compositor niteroiense, autor de Novamente e Flores, sucessos nas vozes de Ney Matogrosso e Z�lia Duncan, respectivamente), Marcelo Camelo (Despedida), Junio Barreto (compositor pernambucano, tamb�m gravado por Gal Costa em seu novo CD, Hoje), Rodrigo Maranh�o (autor carioca, parceiro de Pedro Lu�s e de Fernanda Abreu) e do uruguaio Jorge Drexler, que enviou quatro in�ditas para aprecia��o da cantora. Rita escolheu Mal Intento.
Duas prov�veis m�sicas do repert�rio j� vinham sendo cantadas por Rita em shows. Trata-se do samba Conta Outra (de Edu Tedesko) e de A Minha Alma (A Paz que Eu N�o Quero), hit do grupo O Rappa. Certas s�o as regrava��es de Sobre Todas as Coisas - tema composto por Chico Buarque e Edu Lobo para a trilha do bal� O Grande Circo M�stico - e de Casa Pr�-Fabricada, m�sica de Marcelo Camelo, lan�ada no segundo disco do grupo Los Hermanos, Bloco do Eu Sozinho.
Certo tamb�m � que o segundo disco de Maria Rita mant�m a sonoridade do primeiro. Foi gravado em est�dio, mas como se fosse ao vivo, com um trio de piano-baixo-bateria.
Quinta-feira, Agosto 25, 2005

Resenha de disco:
T�tulo: The Futurist
Artista: Robert Downey Jr.
Gravadora: Sony BMG
Cota��o: * * *
A atividade de cantor n�o � exatamente uma novidade no curr�culo do ator Robert Downey Jr. Ele j� fez eventuais participa��es nas trilhas sonoras de seus filmes e do seriado de TV Ally McBeal. Mas este seu primeiro �lbum, The Futurist, n�o deixa de ser uma surpresa pelo tom classudo das baladas que formam o repert�rio. N�o se trata de nenhum virtuose vocal, mas Downey d� conta do recado - inclusive nos covers de Smile (de Charles Chaplin, j� encarnado pelo ator no cinema) e de Your Move. O astro recria este tema do repert�rio do Yes com direito a ades�o de Jon Anderson. Ap�s travar s�ria luta contra as drogas, Downey parece capacitado a vencer outra batalha para se firmar como cantor. A julgar por The Futurist, ele tem futuro...
Recome�ar � o t�tulo de uma das m�sicas in�ditas do repert�rio que o LS Jack (na foto, em clique atual de L�o Paiva) est� gravando para um poss�vel novo disco. Parceria do grupo com Alvin L, a m�sica n�o poderia ter nome mais apropriado. Fiel ao lema 'o show que tem que continuar', o grupo j� conta com novo vocalista - F�bio Allman, o cantor do Monobloco, entrou no lugar de Marcus Menna, ainda impossibilitado de assumir o microfone por conta de complica��es decorrentes de uma opera��o de abdomem - e est� retomando suas atividades. O repert�rio j� registrado por Allman inclui tamb�m Retrato Imperfeito (parceria do grupo com o poeta e produtor Bernardo Vilhena), Antes da Chuva (Frejat, Maur�cio Barros e Maur�cio Neg�o) e a regrava��o de Minha Gratid�o � uma Pessoa, de Nando Reis.
Chega �s lojas na pr�xima segunda-feira, 29 de agosto, um novo �lbum ao vivo do grupo Iron Maiden, dono de p�blico fiel no Brasil. Death on the Road (capa � direita) � um CD duplo que registra show feito pela banda na Westfallenhalle Arena, na Alemanha, em dezembro de 2003, durante a turn� do disco Dance of Death. O repert�rio re�ne 16 m�sicas que abrangem toda a discografia do Iron Maiden. A sele��o inclui Wildest Dreams, The Trooper, Rainmaker, Brave New World, No More Lies, Journeyman, Run to the Hills e o cl�ssico The Number of the Beast.
Amiga de Armandinho, Daniela Mercury participou da grava��o do DVD e CD ao vivo que marcam a volta do grupo A Cor do Som (foto) ao mercado fonogr�fico. A cantora se juntou � banda em Beleza Pura, m�sica de Caetano Veloso, gravada pela Cor em 1979 no disco Frutificar. Caetano, ali�s, foi o outro convidado ilustre do projeto. Vaiado pelo p�blico, porque desdenhou dos pedidos da plat�ia para aumentar o som, o compositor baiano reviveu Menino Deus, tema de sua autoria, lan�ado pela Cor do Som em 1982 no disco Magia Tropical. A grava��o aconteceu na noite de quarta-feira, 24 de agosto, em show no Canec�o (RJ), e contou tamb�m com as presen�as de Moraes Moreira e de seu filho, Davi Moraes.
No DVD e CD ao vivo, com lan�amento previsto para outubro, o quinteto apresenta quatro in�ditas - Tocar (Ary Dias e Carlinhos Brown), O Mundo J� Passou do Fim do Mundo (Dadi e Arnaldo Antunes), Oxal� (Armandinho e Fausto Nilo) e Pela Beira do Mar (Mu e M�rcio Tucunduva) - e regrava Os Pingo da Chuva, m�sica lan�ada pelos Novos Baianos em disco de 1973.

Resenha de disco
T�tulo: Live � Bruxelles
Artista: Baden Powell
Gravadora: Lua Music
Cota��o: * * *
Trata-se de um disco in�dito de Baden Powell (1937-2000), e isso n�o � pouco - ainda que a discografia do violonista seja vasta. Afinal, h� muitos t�tulos lan�ados somente no exterior. Este CD p�stumo flagra Baden num show na capital da B�lgica, em 1999, um ano antes de sua morte. A qualidade t�cnica da grava��o � excelente. E o fato � que, no in�cio, o CD empolga porque o m�sico usou o toque vibrante de seu viol�o para reinventar m�sicas como Vento Vadio (do pr�prio Baden), Samba do Avi�o (Tom Jobim), Manh� de Carnaval (Ant�nio Maria e Luiz Bonf�) e Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). O �nico problema � que, no fim do recital, Baden se aventurou como cantor e o resultado - como sempre - foi p�ssimo. Temas como Berimbau, Consola��o e Samba da Ben��o (os tr�s da genial parceria do violonista com Vinicius de Moraes) n�o precisavam da voz mi�da e opaca de Baden. Mas o toque m�gico e endiabrado do viol�o do m�sico salva este bem-vindo Live � Bruxelles.
Quarta-feira, Agosto 24, 2005

Resenha de disco
T�tulo: Canto em Qualquer Canto
Artista: Ney Matogrosso
Gravadora: Universal
Cota��o: * * * *
Est� dif�cil escapar da dobradinha DVD / CD ao vivo que domina o mercado. Nem artistas com liberdade art�stica, como Ney Matogrosso, conseguem ficar imunes aos projetos do g�nero. Tanto que chega �s lojas na pr�xima semana o CD Canto em Qualquer Canto, gravado em dezembro de 2004, em S�o Paulo (o DVD sair� em setembro). O que era um simples show para comemorar o anivers�rio do Canal Brasil acabou ganhando registro que se incorpora � discografia do cantor. Pelo habitual apuro na realiza��o de seus espet�culos, Ney se salva - e o que poderia soar como uma grava��o banal acaba se impondo na digna obra do artista.
O diferencial do show � o luxuoso quarteto de cordas formado por Pedro J�ia (ala�de e viol�o), Ricardo Silveira (guitarra e viol�o), Marcelo Gon�alves (viol�o de sete cordas) e Z� Paulo Becker (viola e viol�o). Pontuada por este afiado naipe de cordas, a grava��o (de excepcional qualidade t�cnica) ganha sonoridade forte que arma a cama para que Ney, em grande forma vocal, refine um repert�rio que foge do �bvio.
As nuances dos arranjos e das interpreta��es do cantor valorizam o disco. Seja pela sutil ironia de J� te Falei (p�rola da lavra dos Tribalistas, lan�ada por Rita Lee), pelo suingue de Oriente (Gilberto Gil), pelo tom dengoso de L�bios de Mel (do repert�rio de �ngela Maria) ou pelo vigoroso toque flamenco de O Doce e o Amargo (da obra dos Secos & Molhados), vale ter este Canto em Qualquer Canto. Inclusive para ouvir Ney cantar a bela faixa-t�tulo, de Itamar Assump��o e N� Ozzetti. Entre lados B de sua discografia (Ardente, de Joyce, vem do disco Seu Tipo, de 1979) e hits como Tanto Amar (Chico Buarque, gravada pelo cantor nos anos 80, em sua fase de maior sucesso comercial na carreira solo), Ney Matogrosso reafirma sua categoria de grande int�rprete. Ele ainda canta muito bem em qualquer canto.
No embalo das alardeadas 100 mil c�pias vendidas dos tr�s primeiros DVDs da s�rie Chico Buarque Especial, produzida pelo canal DirecTV, a EMI j� prepara para outubro a segunda leva da cole��o, com os especiais Anos Dourados (sobre a parceria de Chico com Tom Jobim), Esta��o Derradeira (sobre a rela��o do artista com a Mangueira) e Bastidores (sobre a obra teatral do compositor).
Sem obter o sucesso pretendido na �poca de sua forma��o, a dupla Pedro & Thiago (foto) ensaia mudan�a de rota no seu quarto disco, previsto para setembro. Pedro (filho de Leonardo) e Thiago (filho de Leandro - 1961/1998) migram do pop para o sertanejo que consagrou seus pais. Tradicional produtor do g�nero, C�sar Augusto cuidou das 15 faixas do CD. A m�sica de trabalho, Jogo de Amor, foi escolhida pela gravadora Sony BMG em reuni�o que contou com a presen�a de Leonardo. A faixa chega �s r�dios na pr�xima ter�a-feira, 30 de agosto.
Ter�a-feira, Agosto 23, 2005

Foram anunciadas hoje as indica��es para o 6� Grammy Latino e, mais uma vez, os artistas brasileiros ficaram de fora das categorias principais. As exce��es s�o Ivan Lins (concorrente na categoria �lbum do Ano com seu CD Cantando Hist�rias) e Djavan (na disputa na categoria Melhor �lbum de Cantor Compositor com seu disco Vaidade).
Como j� virou praxe no Grammy Latino, o Brasil ficou basicamente limitado �s categorias restritas aos artistas nacionais. H� quem comemore indica��es em categorias exclusivamente brasileiras. Mas, a rigor, foi como se tivessem criado um quintal para que os astros nacionais (musicalmente muito superiores aos seus vizinhos da Am�rica Latina e arredores) ficassem fora da festa organizada na sala principal.
E, por fim, vale ressaltar que tanto Ivan Lins (foto) quanto Djavan s�o compositores respeitados no meio jazz�stico americano pelas harmonias requintadas de suas m�sicas. Ambos podem se dar ao luxo de dispensar um trof�u do 6� Grammy Latino.

Resenha de disco
T�tulo: The Essential Michael Jackson
Artista: Michael Jackson
Gravadora: Sony BMG
Cota��o: * * * *
Chega ao mercado nacional ainda este m�s - na pr�tica, talvez nos primeiros dias de setembro - a compila��o dupla com que Michael Jackson pretende equilibrar suas finan�as, combalidas ap�s tantos gastos com processos e advogados. The Essential Michael Jackson (capa acima) cumpre a promessa do t�tulo ao reunir, em ordem cronol�gica, 38 grava��es originais que formam um painel abrangente da obra do cantor. H� faixas gravadas com o grupo The Jackson Five (The Love You Save, ABC), alguns hits da fase infantil da carreira solo do astro (Ben, Got to be There) e todos os standards dos �lbuns do per�odo adulto - se � que alguma fase de Michael pode receber este adjetivo. Mas o fato � que o cara fez hist�ria com seu rock de batida funkeada, grooves dan�antes e irresist�vel apelo pop. M�sicas como Don't Stop 'Til Get Enough (1979), Rock with You (1979), Billie Jean, Beat It e Thriller (as tr�s de 1982, do milion�rio �lbum Thriller) s�o realmente dignas de qualquer antologia do pop. H� outras boas compila��es do astro no mercado, mas The Essential Michael Jackson � a mais completa por abranger at� o �ltimo e fracassado �lbum do cantor, Invincible.

A crise nas vendas de CDs tem aflorado um dos piores defeitos da ind�stria fonogr�fica nacional. Cada vez mais, as gravadoras t�m medo do novo e se refugiam no velho, na seguran�a (te�rica) dos sucessos do passado. A Sony BMG, por exemplo, vai lan�ar em setembro discos de in�ditas de Lulu Santos e do grupo Jota Quest (foto). Mas as faixas escolhidas para puxar os CDs nas r�dios e programas de TV s�o regrava��es. No caso de Lulu, a aposta recai sobre Popstar, hit do grupo Jo�o Penca e seus Miquinhos Amestrados nos anos 80. J� o Jota se abriga sob o manto do Rei Roberto Carlos e propaga sua releitura do soul Al�m do Horizonte (1975), regravado pela banda mineira para um comercial. No caso do Jota, a id�ia, indisfar��vel, � tentar reeditar o sucesso comercial obtido pelo Skank com a releitura do reggae Vamos Fugir, de Gilberto Gil - tamb�m regravado para comercial e depois lan�ado nas r�dios com �xito retumbante.
S�o apostas, em tese, mais rent�veis do que tentar emplacar uma in�dita. Mas o preju�zo art�stico � consider�vel. Lulu, por exemplo, fez um disco autoral intitulado Letra & M�sica porque ele assina sozinho a maioria das faixas (entre elas, Roleta, Gambiarra, 021 e De Cor). Promover o �lbum com Popstar � trair o conceito criado pelo artista. Pode ser que as vendas compensem a escolha - e � bem verdade que Lulu h� muito n�o tem um hit radiof�nico (embora sua criatividade continue em alta, a julgar por discos recentes). Mas fica dif�cil vencer uma crise a reboque apenas de projetos ao vivo e de hits inseridos intencionalmente em discos de in�ditas para atenuar sua carga de novidade.
Stolen Moments � o nome da primeira parceria de Alicia Keys (foto) com o lend�rio cantor de soul Al Green. A m�sica foi gravada no Unplugged MTV da cantora, que chegar� �s lojas em outubro nos formatos de DVD e CD ao vivo (a MTV exibir� o programa em setembro). Al�m da composi��o feita com Green, Keys apresenta no ac�stico outra in�dita, Unbreakeable, que sai em single nos EUA em 12 de setembro.
Al�m de gravar duas in�ditas, a cantora recebeu convidados como o cantor de reggae Damian Marley (em Welcome to Jam Rock) e o vocalista do grupo Maroon Five, Adam Levine, com quem fez dueto ma regrava��o de Wild Horses, cl�ssico do repert�rio dos Rolling Stones. O especial foi gravado em julho, na Brooklyn Academy of Music.
Segunda-feira, Agosto 22, 2005
A indigna��o com a onda de corrup��o que asfixia o governo de Lula tem motivado artistas a compor m�sicas contra os pol�ticos, em alus�o direta ou indireta ao mensal�o. Primeiro, foi Ana Carolina que se juntou a Tom Z� (foto) para criar a primeira e inusitada parceria de ambos, Unimultiplicidade - anunciada � imprensa com pompa e circunst�ncia, com direito a uma apresenta��o em rede nacional no programa Doming�o do Faust�o. Depois, a inclus�o da in�dita Vossas Excel�ncias no MTV ao Vivo dos Tit�s gerou repercuss�o - como se o grupo nunca tivesse feito m�sicas politizadas. No fim de semana, foi a vez de Gabriel O Pensador, que aproveitou a estr�ia carioca do show de lan�amento de seu s�timo CD, Cavaleiro Andante, para inserir no roteiro a in�dita Excel�ncia - mais um protesto contra a situa��o pol�tica do Brasil (em forma de rap, claro).
As cr�ticas ao mensal�o e � corrup��o s�o bem-vindas. Afinal, ningu�m quer que a atual CPI acabe em pizza. Mas cabe questionar tamb�m at� que ponto os artistas est�o usando sua indigna��o pol�tica de olho em exposi��o na m�dia. Afinal, qualquer m�sica ou mesmo verso que aluda ao bafaf� pol�tico tem gerado notas imediatas nas colunas - �s vezes, at� reportagens extensas nos cadernos culturais ou nas p�ginas de economia. Ser� que protestar contra a corrup��o vai virar mera onda ou jogada de marketing como cultuar os anos 80? Tomara que essa indigna��o da classe musical seja realmente sincera - a exemplo do que acontecia nos anos 60 e 70, no per�odo negro da ditadura militar - e n�o fruto do mero desejo de criar fact�ides.

Resenha de disco:
T�tulo: Atlantiquity
Artista: V�rios
Gravadora: Warner Music
Cota��o: * * *
Para come�o de conversa, discos de remixes n�o s�o indicados para puristas saudosos dos registros originais. A ordem � descontruir, reinventar mesmo - e isso os DJs e produtores recrutados para o CD Atlantiquity fazem com �xito e respeito. A mat�ria-prima � o cat�logo da gravadora Atlantic. Fonogramas de Sister Sledge, Chic e Donny Hattaway j� vieram ao mundo pop com grooves capazes de sacudir qualquer pista. Mas ressurgem aqui repaginados. A Warm Summer Night, do Chic, ganha no remix de King Britt uma latinidade presente tamb�m em We Are Family (cujos vocais foram mais destacados e puxados para o soul no remix de Daz-I-Kue). O suingue do baixo de Bold and Black - da grava��o de Eddie Harris - tamb�m salta aos ouvidos na vers�o do DJ Nu-Mark. At� a diva Carmen McCrae entra na dan�a. Enfim, Atlantiquity � um disco de remixes e, como tal, vai ser alvo de amor e �dio.
Domingo, Agosto 21, 2005
Chico Buarque (foto) est� presente no novo �lbum dos Paralamas do Sucesso. Sua m�sica Deus lhe Pague, lan�ada pelo pr�prio compositor em 1971, ganhou releitura do trio carioca. Em fase de mixagem, o disco tem lan�amento previsto para outubro e - com exce��o da m�sica de Chico, escolhida pelos f�s dos Paralamas em elei��o feita pelo site do grupo - traz somente repert�rio in�dito de autoria de Herbert Vianna, composto depois do acidente de ultraleve sofrido pelo guitarrista.

Resenha de disco
T�tulo: Contratenor
Artista: Edson Cordeiro
Gravadora: Paulus
Cota��o: * * * *
Com sua voz de raro alcance, Edson Cordeiro sempre transitou na t�nue fronteira entre os territ�rios cl�ssico e popular com liberdade de escolha nem sempre compreendida pela cr�tica. Da� que este seu primeiro CD de repert�rio erudito n�o chega a ser uma surpresa. Cordeiro tem material vocal para encarar �rias de �peras. Em Contratenor, cujo t�tulo remete ao seu registro vocal, o cantor passeia com eleg�ncia por �rias do per�odo barroco (s�culo 18) de autores como Mozart, H�ndel, Vivaldi e Gluck. O formato voz & piano (a cargo do virtuoso Antonio Vaz Lemes) limita um pouco o v�o erudito do int�rprete - basta comparar a nova vers�o de Lascia Ch'io Pianga (�ria da �pera Rinaldo) com o registro feito pelo mesmo Cordeiro em seu CD Terceiro Sinal. Mas, ainda que n�o tenha arranjos � altura de sua voz, Cordeiro honra as �rias e os compositores selecionados para este primoroso �lbum. � um deleite ouvir o cantor entoar �rias como Che Far� Senza Eur�dice (da �pera Orfeo e Eur�dice) e Venga Pur (da �pera Mitridate R� Di Ponto) - bem como os temas sacros Stabat Mater (de Vivaldi) e Ave Maria (a de Gounod, composta a partir de um tema de Bach). Ou�a sem preconceito!
Enquanto o grupo Charlie Brown Jr. grava em S�o Paulo seu oitavo disco, j� com a nova forma��o, o ex-baixista da banda, Champignon, criou o Revolucion�rios e prepara o repert�rio do CD de estr�ia de seu novo grupo. Champignon j� contabiliza dez m�sicas autorais. Tadeu Patolla, que trabalhou com Charlie Brown, vai produzir o disco.
Obra inicial de Erasmo ganha caixa

Da mesma forma, os seis discos lan�ados por Wanderl�a na antiga CBS / Columbia, nos anos 60, voltam �s lojas reunidos em box, com as capas originais e textos hist�ricos sobre cada t�tulo. Todos j� sa�ram em CD em edi��es avulsas.
Mera cole��o de hits estrangeiros

Resenha de disco
T�tulo: Malha��o 2005
Artista: V�rios
Gravadora: Som Livre
Cota��o: * *
Nos �ltimos anos, as trilhas de Malha��o ganharam import�ncia no mercado por conta de suas vendas expressivas - consequ�ncia da audi�ncia grande e fiel do seriado juvenil da Rede Globo. N�o � � toa que a Som Livre lan�a regularmente CDs com a marca da novelinha. A trilha de 2005 n�o vai decepcionar o p�blico do seriado, mas oferece mera cole��o de hits estrangeiros. A sele��o fica entre o rock (Maroon 5, 3 Doors Down etc), o rap (Missy Elliott � destaque no g�nero com Lose Control) e o pop dance de estrelas como Jennifer Lopez, representada por Get Right, uma das poucas m�sicas que se salvam no fracote �ltimo �lbum da atriz e cantora latina.
Capital, el�trico, revive Aborto

As m�sicas supra-citadas j� tinham sido gravadas pela Legi�o ou pelo Capital - que dividiram o repert�rio do Aborto El�trico quando entraram em est�dio, em meados dos anos 80, para fazer seus primeiros discos. O valor documental deste novo CD do Capital est� nas m�sicas in�ditas, sobras do esp�lio do Aborto que nunca mereceram um registro fonogr�fico. S�o os casos de Submissa, Love Song, Despertar dos Mortos, Verde-Amarelo e An�ncio de Refrigerante. O disco sai ainda este ano, via Sony BMG, e desde j� se imp�e como um dos lan�amentos de rock mais importantes de 2005.
A Universal defende o universo de Z�lia

Segue a carta:
"Caro Mauro,
Ao lermos nota intitulada "A Universal e o universo de Z�lia", publicada no seu blog, ficamos boquiabertos. Nos causou enorme espanto vermos publicadas informa��es t�cnicas, como a tiragem inicial do �lbum Pr�-p�s-tudo-bossa-band, de Z�lia Duncan, uma vez que sequer fomos consultados, como manda o manual do bom jornalismo. Mesmo estando na posi��o de vil� absoluta, n�o tivemos sequer o direito de sermos ouvidos?
Antes de qualquer outra considera��o, cabe corrigirmos uma informa��o: a tiragem inicial do CD em quest�o foi de 10 mil c�pias (nunca houve o epis�dio da fabrica��o de 5 mil para atender ao "embalo da turn� de lan�amento") e o n�mero atualizado deste �lbum � de 15 mil unidades. A Universal Music n�o faz maquiagens de n�meros ou sonega informa��es relativas �s vendas de seus artistas - se consultados, ter�amos lhe fornecido os n�meros corretos.
Considera��es sobre o mercado, acreditamos n�o serem necess�rias a um jornalista como voc�, h� anos labutando na �rea de m�sica. Quem ainda n�o sabe a quantas anda e o quanto o universo - e n�o apenas o de Z�lia - mudou nos �ltimos anos, precisa se atualizar.
A Universal lan�ou o belo �lbum Pr�-p�s-tudo-bossa-band com todo o entusiasmo que Z�lia merece e faz coro �s cr�tica elogiosas que o trabalho mereceu. A coletiva de lan�amento, na qual voc� esteve por alguns minutos, contou com jornalistas de v�rios Estados e esse �, como voc� bem sabe, um sinal claro do prest�gio de um artista em sua companhia. Isso, para me ater apenas � �rea de imprensa.
A Universal Music - e todo o seu staff - n�o compactua de forma alguma com o tal "descontentamento" que voc� afirma existir, mesmo sem ter falado conosco. Sua nota cita n�meros "supostamente" oficiais e faz crer na exist�ncia de fontes da Universal - mas, na verdade, a pr�pria nota "entrega" que sua origem est� em um "disse-me-disse". Uma pena.
Em nome da diretoria da gravadora e da artista, atingida diretamente nesse epis�dio, esperamos ganhar o espa�o de resposta que merecemos em seu blog. Sinta-se � vontade para publicar o teor dessa carta, caso lhe pare�a conveniente.
Obrigada,
Belinha Almendra
Gerente de Imprensa
Universal Music"
Daniela tenta um lugar na MPB

Resenha de disco
T�tulo: Cl�ssica
Artista: Daniela Mercury
Gravadora: Som Livre
Cota��o: * * *
Em 2001, Daniela Mercury explicitou no t�tulo do confuso �lbum que lan�ou naquele ano, Sou de Qualquer Lugar, a inten��o de extrapolar fronteiras musicais para n�o ficar restrita ao territ�rio da ax� music. Mas ela andou meio sem rumo em discos posteriores, ora tentando um pop mais globalizado (como no seu bom MTV ao Vivo), ora investindo na mistura de bases eletr�nicas com a percuss�o afro-baiana (como em Carnaval Eletr�nico). Cl�ssica, d�cimo t�tulo de sua discografia solo, nasceu de um show realizado pela cantora na casa paulista Bourbon Street Music Club, em outubro de 2004, dentro da proposta de renovar repert�rio que caracteriza o projeto Credicard Vozes. A grava��o ao vivo - editada nos formatos de CD e DVD - situa a cantora no universo da MPB, entre a bossa nova e o sambalan�o dos anos 60.
No suingado n�mero de abertura, And I Love Her (John Lennon e Paul McCartney), a impress�o que se tem � a de ouvir uma cantora de jazz. O suingue continua em n�meros como Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Maria Clara (samba de autoria da pr�pria Daniela) e Serrado (Djavan) - neste samba com direito a jam session da virtuosa banda. O problema � que, aos poucos, a artista come�a a arriscar interpreta��es mais densas para m�sicas como Derradeira Primavera (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Se Eu Quiser Falar com Deus (Gilberto Gil). Nessas faixas, a qualidade cai - mesmo porque Daniela nunca foi nenhuma Elis Regina e tampouco pode ser dar ao luxo de investir em leituras mais dram�ticas, como Maria Beth�nia. No todo, no entanto, Cl�ssica � um bom disco que sinaliza a evolu��o de Daniela como cantora e que a situa com eleg�ncia no t�o almejado universo da MPB. Aos poucos, ela pode encontrar o seu lugar.
Maroon 5 lan�a in�dita em DVD
Enquanto se prepara para gravar o terceiro CD, o grupo Maroon 5 lan�a seu primeiro DVD, Friday The 13th, em 19 de setembro, em escala mundial, via Sony BMG. Dirigido por Russell Thomas, o v�deo registra show feito pelo quinteto na Calif�rnia (EUA) e traz no roteiro a in�dita Wasted Years.
Kleiton & Kledir recebem o irm�o V�tor Ramil na grava��o de DVD e CD ao vivo

Manu Chao no disco dos Paralamas

Com lan�amento previsto para fim de setembro, o �lbum re�ne m�sicas compostas por Herbert Vianna ap�s o acidente de ultraleve sofrido pelo cantor e guitarrista em 2001. O repert�rio inclui Na Pista (faixa escolhida para puxar o disco nas r�dios e programas de TV), Ao Acaso (m�sica que traz o DJ Marcelinho da Lua e que aparece tamb�m no disco numa vers�o dub), P�talas (com viol�o e versos de Nando Reis) e Fora do Lugar (parceria de Herbert com Leoni).
Com produ��o dividida entre Liminha e Carlo Bartolini, Hoje traz somente uma regrava��o: Deus lhe Pague. A m�sica de Chico Buarque, de 1971, foi escolhida pelos f�s do trio em elei��o promovida pelo grupo em seu site oficial. Entrou como faixa-b�nus.
O segundo CD de Maria Rita

Duas prov�veis m�sicas do repert�rio j� vinham sendo cantadas por Rita em shows. Trata-se do samba Conta Outra (de Edu Tedesko) e de A Minha Alma (A Paz que Eu N�o Quero), hit do grupo O Rappa. Certas s�o as regrava��es de Sobre Todas as Coisas - tema composto por Chico Buarque e Edu Lobo para a trilha do bal� O Grande Circo M�stico - e de Casa Pr�-Fabricada, m�sica de Marcelo Camelo, lan�ada no segundo disco do grupo Los Hermanos, Bloco do Eu Sozinho.
Certo tamb�m � que o segundo disco de Maria Rita mant�m a sonoridade do primeiro. Foi gravado em est�dio, mas como se fosse ao vivo, com um trio de piano-baixo-bateria.
O ator Robert Downey Jr. se arrisca como cantor em �lbum classudo

Resenha de disco:
T�tulo: The Futurist
Artista: Robert Downey Jr.
Gravadora: Sony BMG
Cota��o: * * *
A atividade de cantor n�o � exatamente uma novidade no curr�culo do ator Robert Downey Jr. Ele j� fez eventuais participa��es nas trilhas sonoras de seus filmes e do seriado de TV Ally McBeal. Mas este seu primeiro �lbum, The Futurist, n�o deixa de ser uma surpresa pelo tom classudo das baladas que formam o repert�rio. N�o se trata de nenhum virtuose vocal, mas Downey d� conta do recado - inclusive nos covers de Smile (de Charles Chaplin, j� encarnado pelo ator no cinema) e de Your Move. O astro recria este tema do repert�rio do Yes com direito a ades�o de Jon Anderson. Ap�s travar s�ria luta contra as drogas, Downey parece capacitado a vencer outra batalha para se firmar como cantor. A julgar por The Futurist, ele tem futuro...
LS Jack recome�a a gravar

Iron Maiden registra show na Alemanha

Daniela e Caetano cantam na grava��o do DVD e CD ao vivo da Cor do Som

No DVD e CD ao vivo, com lan�amento previsto para outubro, o quinteto apresenta quatro in�ditas - Tocar (Ary Dias e Carlinhos Brown), O Mundo J� Passou do Fim do Mundo (Dadi e Arnaldo Antunes), Oxal� (Armandinho e Fausto Nilo) e Pela Beira do Mar (Mu e M�rcio Tucunduva) - e regrava Os Pingo da Chuva, m�sica lan�ada pelos Novos Baianos em disco de 1973.
Talking Heads relan�a obra em DualDisc
Em outubro, os oito �lbuns de est�dio do Talking Heads ser�o relan�ados numa caixa no formato de DualDisc. O tecladista do grupo, Jerry Harrison, foi o respons�vel pela remasteriza��o e remixagem dos discos em �udio 5.1. Al�m de faixas in�ditas (na maioria dos casos, takes alternativos ou sobras de est�dio), todos os t�tulos trar�o, no lado do DVD, clipes e grava��es ao vivo extra�das de programa de TV. A caixa re�ne os �lbuns Talking Heads: 77 (1977), More Songs about Buildings and Food (1978), Fear of Music (1979), Remain in Light (1980), Speaking in Tongues (1983), Little Creatures (1985), True Stories (1986) e Naked (1988).
Baden emociona quando toca seu vibrante viol�o e constrange quando canta em in�dito disco ao vivo

Resenha de disco
T�tulo: Live � Bruxelles
Artista: Baden Powell
Gravadora: Lua Music
Cota��o: * * *
Trata-se de um disco in�dito de Baden Powell (1937-2000), e isso n�o � pouco - ainda que a discografia do violonista seja vasta. Afinal, h� muitos t�tulos lan�ados somente no exterior. Este CD p�stumo flagra Baden num show na capital da B�lgica, em 1999, um ano antes de sua morte. A qualidade t�cnica da grava��o � excelente. E o fato � que, no in�cio, o CD empolga porque o m�sico usou o toque vibrante de seu viol�o para reinventar m�sicas como Vento Vadio (do pr�prio Baden), Samba do Avi�o (Tom Jobim), Manh� de Carnaval (Ant�nio Maria e Luiz Bonf�) e Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). O �nico problema � que, no fim do recital, Baden se aventurou como cantor e o resultado - como sempre - foi p�ssimo. Temas como Berimbau, Consola��o e Samba da Ben��o (os tr�s da genial parceria do violonista com Vinicius de Moraes) n�o precisavam da voz mi�da e opaca de Baden. Mas o toque m�gico e endiabrado do viol�o do m�sico salva este bem-vindo Live � Bruxelles.
Strokes e seu novo single
Juicebox ser� o prov�vel primeiro single do terceiro �lbum dos Strokes. A escolha da m�sica ainda n�o � confirmada oficialmente pela gravadora Sony BMG, mas � fato que o disco tem lan�amento programado para fim de janeiro (o single sairia em meados de outubro). O CD re�ne 14 faixas produzidas por Andy Wallace. Entre elas, Vision of Division, Razor Blade, Fear of Sleep, Everything Sun e Killing Lies.
Pela voz e pelo repert�rio, Ney se salva na roda-viva dos projetos ao vivo
Resenha de disco
T�tulo: Canto em Qualquer Canto
Artista: Ney Matogrosso
Gravadora: Universal
Cota��o: * * * *
Est� dif�cil escapar da dobradinha DVD / CD ao vivo que domina o mercado. Nem artistas com liberdade art�stica, como Ney Matogrosso, conseguem ficar imunes aos projetos do g�nero. Tanto que chega �s lojas na pr�xima semana o CD Canto em Qualquer Canto, gravado em dezembro de 2004, em S�o Paulo (o DVD sair� em setembro). O que era um simples show para comemorar o anivers�rio do Canal Brasil acabou ganhando registro que se incorpora � discografia do cantor. Pelo habitual apuro na realiza��o de seus espet�culos, Ney se salva - e o que poderia soar como uma grava��o banal acaba se impondo na digna obra do artista.
O diferencial do show � o luxuoso quarteto de cordas formado por Pedro J�ia (ala�de e viol�o), Ricardo Silveira (guitarra e viol�o), Marcelo Gon�alves (viol�o de sete cordas) e Z� Paulo Becker (viola e viol�o). Pontuada por este afiado naipe de cordas, a grava��o (de excepcional qualidade t�cnica) ganha sonoridade forte que arma a cama para que Ney, em grande forma vocal, refine um repert�rio que foge do �bvio.
As nuances dos arranjos e das interpreta��es do cantor valorizam o disco. Seja pela sutil ironia de J� te Falei (p�rola da lavra dos Tribalistas, lan�ada por Rita Lee), pelo suingue de Oriente (Gilberto Gil), pelo tom dengoso de L�bios de Mel (do repert�rio de �ngela Maria) ou pelo vigoroso toque flamenco de O Doce e o Amargo (da obra dos Secos & Molhados), vale ter este Canto em Qualquer Canto. Inclusive para ouvir Ney cantar a bela faixa-t�tulo, de Itamar Assump��o e N� Ozzetti. Entre lados B de sua discografia (Ardente, de Joyce, vem do disco Seu Tipo, de 1979) e hits como Tanto Amar (Chico Buarque, gravada pelo cantor nos anos 80, em sua fase de maior sucesso comercial na carreira solo), Ney Matogrosso reafirma sua categoria de grande int�rprete. Ele ainda canta muito bem em qualquer canto.
EMI prepara segunda caixa de Chico

Em busca do sucesso, Pedro & Thiago migram do pop para o sertanejo

Ivan Lins e Djavan disputam trof�us 'importantes' no 6� Grammy Latino

Foram anunciadas hoje as indica��es para o 6� Grammy Latino e, mais uma vez, os artistas brasileiros ficaram de fora das categorias principais. As exce��es s�o Ivan Lins (concorrente na categoria �lbum do Ano com seu CD Cantando Hist�rias) e Djavan (na disputa na categoria Melhor �lbum de Cantor Compositor com seu disco Vaidade).
Como j� virou praxe no Grammy Latino, o Brasil ficou basicamente limitado �s categorias restritas aos artistas nacionais. H� quem comemore indica��es em categorias exclusivamente brasileiras. Mas, a rigor, foi como se tivessem criado um quintal para que os astros nacionais (musicalmente muito superiores aos seus vizinhos da Am�rica Latina e arredores) ficassem fora da festa organizada na sala principal.
E, por fim, vale ressaltar que tanto Ivan Lins (foto) quanto Djavan s�o compositores respeitados no meio jazz�stico americano pelas harmonias requintadas de suas m�sicas. Ambos podem se dar ao luxo de dispensar um trof�u do 6� Grammy Latino.
Guilherme Arantes retoma parceria com Nelson Motta em disco de in�ditas
Decidido a gravar um disco de repert�rio in�dito, com lan�amento previsto para o in�cio de 2006, Guilherme Arantes retomou sua parceria com Nelson Motta - com quem comp�s m�sicas bossa-novistas como Coisas do Brasil (1986) e Marina no Ar (1987). Os dois compositores j� aprontaram duas m�sicas para o novo CD de Arantes, intituladas Chega de Saudade 2005 e Vai e Vem (Amor de Carnaval). A id�ia de Arantes � fazer um �lbum com v�rias participa��es especiais. A grava��o acontecer� em seu est�dio, em Salvador (BA), onde o artista fixou resid�ncia.
Terceiro de Fiona sai em outubro
O terceiro CD da cantora Fiona Apple, Extraordinary Machine, tem lan�amento programado para outubro. Al�m da faixa-t�tulo, a artista apresenta m�sicas in�ditas como Waltz e Parting Gift (em estilo piano & voz). A maioria das faixas foi produzida por Mike Elizondo e Brian Kehew.
Colet�nea dupla traz o essencial de Michael Jackson em 38 faixas

Resenha de disco
T�tulo: The Essential Michael Jackson
Artista: Michael Jackson
Gravadora: Sony BMG
Cota��o: * * * *
Chega ao mercado nacional ainda este m�s - na pr�tica, talvez nos primeiros dias de setembro - a compila��o dupla com que Michael Jackson pretende equilibrar suas finan�as, combalidas ap�s tantos gastos com processos e advogados. The Essential Michael Jackson (capa acima) cumpre a promessa do t�tulo ao reunir, em ordem cronol�gica, 38 grava��es originais que formam um painel abrangente da obra do cantor. H� faixas gravadas com o grupo The Jackson Five (The Love You Save, ABC), alguns hits da fase infantil da carreira solo do astro (Ben, Got to be There) e todos os standards dos �lbuns do per�odo adulto - se � que alguma fase de Michael pode receber este adjetivo. Mas o fato � que o cara fez hist�ria com seu rock de batida funkeada, grooves dan�antes e irresist�vel apelo pop. M�sicas como Don't Stop 'Til Get Enough (1979), Rock with You (1979), Billie Jean, Beat It e Thriller (as tr�s de 1982, do milion�rio �lbum Thriller) s�o realmente dignas de qualquer antologia do pop. H� outras boas compila��es do astro no mercado, mas The Essential Michael Jackson � a mais completa por abranger at� o �ltimo e fracassado �lbum do cantor, Invincible.
Jota Quest e Lulu gravam in�ditas, mas se refugiam nos sucessos do passado

A crise nas vendas de CDs tem aflorado um dos piores defeitos da ind�stria fonogr�fica nacional. Cada vez mais, as gravadoras t�m medo do novo e se refugiam no velho, na seguran�a (te�rica) dos sucessos do passado. A Sony BMG, por exemplo, vai lan�ar em setembro discos de in�ditas de Lulu Santos e do grupo Jota Quest (foto). Mas as faixas escolhidas para puxar os CDs nas r�dios e programas de TV s�o regrava��es. No caso de Lulu, a aposta recai sobre Popstar, hit do grupo Jo�o Penca e seus Miquinhos Amestrados nos anos 80. J� o Jota se abriga sob o manto do Rei Roberto Carlos e propaga sua releitura do soul Al�m do Horizonte (1975), regravado pela banda mineira para um comercial. No caso do Jota, a id�ia, indisfar��vel, � tentar reeditar o sucesso comercial obtido pelo Skank com a releitura do reggae Vamos Fugir, de Gilberto Gil - tamb�m regravado para comercial e depois lan�ado nas r�dios com �xito retumbante.
S�o apostas, em tese, mais rent�veis do que tentar emplacar uma in�dita. Mas o preju�zo art�stico � consider�vel. Lulu, por exemplo, fez um disco autoral intitulado Letra & M�sica porque ele assina sozinho a maioria das faixas (entre elas, Roleta, Gambiarra, 021 e De Cor). Promover o �lbum com Popstar � trair o conceito criado pelo artista. Pode ser que as vendas compensem a escolha - e � bem verdade que Lulu h� muito n�o tem um hit radiof�nico (embora sua criatividade continue em alta, a julgar por discos recentes). Mas fica dif�cil vencer uma crise a reboque apenas de projetos ao vivo e de hits inseridos intencionalmente em discos de in�ditas para atenuar sua carga de novidade.
Alicia Keys recria Stones e lan�a in�dita feita com Al Green em 'Ac�stico MTV'

Al�m de gravar duas in�ditas, a cantora recebeu convidados como o cantor de reggae Damian Marley (em Welcome to Jam Rock) e o vocalista do grupo Maroon Five, Adam Levine, com quem fez dueto ma regrava��o de Wild Horses, cl�ssico do repert�rio dos Rolling Stones. O especial foi gravado em julho, na Brooklyn Academy of Music.
Novos discos de Gal Costa e Paralamas do Sucesso t�m t�tulos coincidentes
O novo disco dos Paralamas do Sucesso vai se chamar Hoje. A curiosidade (ou coincid�ncia) � que o pr�ximo CD de Gal Costa tamb�m recebeu o mesmo t�tulo. Hoje, o �lbum de Gal, sair� pela gravadora independente Trama e tem produ��o de C�sar Camargo Mariano. J� o CD dos Paralamas chegar� �s lojas via EMI e tem produ��o dividida entre Carlo Bartolini e Liminha.
Compositores contra o mensal�o: justa indigna��o com a corrup��o ou mero desejo de ganhar espa�o no jornal?

As cr�ticas ao mensal�o e � corrup��o s�o bem-vindas. Afinal, ningu�m quer que a atual CPI acabe em pizza. Mas cabe questionar tamb�m at� que ponto os artistas est�o usando sua indigna��o pol�tica de olho em exposi��o na m�dia. Afinal, qualquer m�sica ou mesmo verso que aluda ao bafaf� pol�tico tem gerado notas imediatas nas colunas - �s vezes, at� reportagens extensas nos cadernos culturais ou nas p�ginas de economia. Ser� que protestar contra a corrup��o vai virar mera onda ou jogada de marketing como cultuar os anos 80? Tomara que essa indigna��o da classe musical seja realmente sincera - a exemplo do que acontecia nos anos 60 e 70, no per�odo negro da ditadura militar - e n�o fruto do mero desejo de criar fact�ides.
Sai na It�lia CD em que Rita canta Beatles em clima de bossa nova
O disco em que Rita Lee regrava a obra dos Beatles em clima de bossa nova ser� editado na It�lia em setembro, licenciado pela gravadora DeckDisc para o selo Brioche. Bossa'n'Beatles foi lan�ado em 2001 no Brasil com o t�tulo de Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar.
Peranzzetta grava DVD com Joyce
O pianista e compositor Gilson Peranzzetta vai aproveitar o show de lan�amento de seu disco Manh� de Carnaval - nesta ter�a-feira, 23 de agosto, �s 19h, na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro - para gravar seu primeiro DVD. A grava��o contar� com as participa��es de Joyce (convidada do CD na faixa Mist�rios, parceria sua com Maur�cio Maestro), Wanda S�, Mauro Senise, Maur�cio Einhorn e David Chew. No disco, o 32� de Peranzzetta, o pianista conta tamb�m com a ades�o de Ivan Lins, que canta Daquilo que Eu Sei, parceria com V�tor Martins, de 1981.
DJs rebobinam com �xito e respeito fonogramas da Atlantic para as pistas

Resenha de disco:
T�tulo: Atlantiquity
Artista: V�rios
Gravadora: Warner Music
Cota��o: * * *
Para come�o de conversa, discos de remixes n�o s�o indicados para puristas saudosos dos registros originais. A ordem � descontruir, reinventar mesmo - e isso os DJs e produtores recrutados para o CD Atlantiquity fazem com �xito e respeito. A mat�ria-prima � o cat�logo da gravadora Atlantic. Fonogramas de Sister Sledge, Chic e Donny Hattaway j� vieram ao mundo pop com grooves capazes de sacudir qualquer pista. Mas ressurgem aqui repaginados. A Warm Summer Night, do Chic, ganha no remix de King Britt uma latinidade presente tamb�m em We Are Family (cujos vocais foram mais destacados e puxados para o soul no remix de Daz-I-Kue). O suingue do baixo de Bold and Black - da grava��o de Eddie Harris - tamb�m salta aos ouvidos na vers�o do DJ Nu-Mark. At� a diva Carmen McCrae entra na dan�a. Enfim, Atlantiquity � um disco de remixes e, como tal, vai ser alvo de amor e �dio.
Paralamas regravam Chico

Edson Cordeiro honra sua voz em CD erudito com �rias do per�odo barroco

Resenha de disco
T�tulo: Contratenor
Artista: Edson Cordeiro
Gravadora: Paulus
Cota��o: * * * *
Com sua voz de raro alcance, Edson Cordeiro sempre transitou na t�nue fronteira entre os territ�rios cl�ssico e popular com liberdade de escolha nem sempre compreendida pela cr�tica. Da� que este seu primeiro CD de repert�rio erudito n�o chega a ser uma surpresa. Cordeiro tem material vocal para encarar �rias de �peras. Em Contratenor, cujo t�tulo remete ao seu registro vocal, o cantor passeia com eleg�ncia por �rias do per�odo barroco (s�culo 18) de autores como Mozart, H�ndel, Vivaldi e Gluck. O formato voz & piano (a cargo do virtuoso Antonio Vaz Lemes) limita um pouco o v�o erudito do int�rprete - basta comparar a nova vers�o de Lascia Ch'io Pianga (�ria da �pera Rinaldo) com o registro feito pelo mesmo Cordeiro em seu CD Terceiro Sinal. Mas, ainda que n�o tenha arranjos � altura de sua voz, Cordeiro honra as �rias e os compositores selecionados para este primoroso �lbum. � um deleite ouvir o cantor entoar �rias como Che Far� Senza Eur�dice (da �pera Orfeo e Eur�dice) e Venga Pur (da �pera Mitridate R� Di Ponto) - bem como os temas sacros Stabat Mater (de Vivaldi) e Ave Maria (a de Gounod, composta a partir de um tema de Bach). Ou�a sem preconceito!
Luiz Brasil lan�a primeiro CD solo
Violonista que j� tocou com Caetano Veloso e Maria Beth�nia, al�m de ter co-produzido o bem-sucedido Ac�stico MTV C�ssia Eller, Luiz Brasil est� lan�ando seu primeiro disco solo, Brasil�ru. De repert�rio autoral, o CD re�ne oito temas. Entre eles, Cip� (parceria com Dadi Carvalho), Menino Meu (parceria com os tribalistas Arnaldo Antunes e C�zar Mendes), P�ndulo, Nova e Boca.
Biscoito encaixota Pau Brasil
O lan�amento pela Biscoito Fino do oitavo disco do quinteto Pau Brasil, 2005, marca o in�cio da parceria da gravadora com o selo do grupo, criado em S�o Paulo em 1979. Um dos projetos da Biscoito Fino para 2006 � a edi��o de uma caixa com os oito �lbuns do Pau Brasil.
Pioneiro na sua fus�o de jazz e MPB com sons africanos e ind�genas, o grupo conserva tr�s integrantes de sua forma��o original (o baixista Rodolfo Stroeter, o tecladista Nelson Ayres e o violonista Paulo Belinatti). Em 2005, o Pau Brasil apresenta temas autorais in�ditos (Ciranda e Pulo do Gato, de autoria de Stroeter e Belinatti, respectivamente) e recria standards brasileiros como Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) e Bye Bye Brasil (Chico Buarque e Roberto Menescal), al�m de temas de Heitor Villa-Lobos.
Pioneiro na sua fus�o de jazz e MPB com sons africanos e ind�genas, o grupo conserva tr�s integrantes de sua forma��o original (o baixista Rodolfo Stroeter, o tecladista Nelson Ayres e o violonista Paulo Belinatti). Em 2005, o Pau Brasil apresenta temas autorais in�ditos (Ciranda e Pulo do Gato, de autoria de Stroeter e Belinatti, respectivamente) e recria standards brasileiros como Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) e Bye Bye Brasil (Chico Buarque e Roberto Menescal), al�m de temas de Heitor Villa-Lobos.