Nem Paul Ralphes faz KLB ficar chique
Título: Obsessão
Artista: KLB
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *
Com a entrada de José Antonio Éboli na presidência da filial brasileira da Universal Music, não chegou a ser surpresa o fato de o KLB - cria de Éboli - ter migrado da Sony & BMG para a Universal, gravadora na qual o trio estréia com Obsessão, seu quinto disco de estúdio. A idéia foi tirar o ranço brega dos irmãos Kiko, Leandro e Bruno com CD de pegada mais pop rock que flerta até com o rap na faixa-título. Para tal, foi convocado o produtor Paul Ralphes, que tem assinado álbuns de grupos como Kid Abelha. Mas o fato é que nem Ralphes consegue mudar a natureza do KLB. É fato que Obsessão tem arranjos e timbres mais caprichados do que os CDs anteriores do trio. Mas o repertório insosso não deixa o disco decolar. Baladas como Foi Amor e Quando Penso em Você patinam em território popularesco e açucarado.
O disco perde pique na medida em que avançam suas 12 faixas. Há excesso de versões, mas é inegável que Um Anjo - versão de Angels, sucesso do cantor inglês Robbie Williams - tem grande apelo radiofônico (e faltava uma faixa com força popular nos discos recentes do trio). É fato também que Giuliana, de Juno, é razoável canção pop. No entanto, fica a sensação de que nada mudou tanto assim no som do KLB. Enquanto continuar gravando repertório montado por executivos de gravadoras, o trio permanecerá sem o prestígio que tanto almeja. Ainda que suas fiéis fãs pouco se importem com isso.