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Sábado, Outubro 01, 2005

Nem Paul Ralphes faz KLB ficar chique

Resenha de disco
Título: Obsessão
Artista: KLB
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *

Com a entrada de José Antonio Éboli na presidência da filial brasileira da Universal Music, não chegou a ser surpresa o fato de o KLB - cria de Éboli - ter migrado da Sony & BMG para a Universal, gravadora na qual o trio estréia com Obsessão, seu quinto disco de estúdio. A idéia foi tirar o ranço brega dos irmãos Kiko, Leandro e Bruno com CD de pegada mais pop rock que flerta até com o rap na faixa-título. Para tal, foi convocado o produtor Paul Ralphes, que tem assinado álbuns de grupos como Kid Abelha. Mas o fato é que nem Ralphes consegue mudar a natureza do KLB. É fato que Obsessão tem arranjos e timbres mais caprichados do que os CDs anteriores do trio. Mas o repertório insosso não deixa o disco decolar. Baladas como Foi Amor e Quando Penso em Você patinam em território popularesco e açucarado.

O disco perde pique na medida em que avançam suas 12 faixas. Há excesso de versões, mas é inegável que Um Anjo - versão de Angels, sucesso do cantor inglês Robbie Williams - tem grande apelo radiofônico (e faltava uma faixa com força popular nos discos recentes do trio). É fato também que Giuliana, de Juno, é razoável canção pop. No entanto, fica a sensação de que nada mudou tanto assim no som do KLB. Enquanto continuar gravando repertório montado por executivos de gravadoras, o trio permanecerá sem o prestígio que tanto almeja. Ainda que suas fiéis fãs pouco se importem com isso.

Rod persiste nos standards americanos

Embora já tivesse dito em entrevistas que o terceiro volume seria o último, Rod Stewart (foto) decidiu continuar fazendo o jogo da indústria fonográfica e persiste no projeto de standards que o ressuscitou comercialmente no mercado. O ex-roqueiro lança em 18 de outubro Thanks for the Memory... The Great American Songbook Volume IV, com mais regravações de clássicos da música dos EUA. O álbum reúne duetos do cantor com Diana Ross (em I've Got a Crush on You), Elton John (em Makin' Whoopee) e Chaka Kan (em You Send me). A quarta seleção de Stewart inclui também Let's Fall in Love (com a guitarra de George Benson), Blue Skies, My Funny Valentine, Nevertheless (I'm in Love with You), I Wish You Love e Long Ago & Far Away, entre outros standards.

O apego de Stewart ao célebres temas de compositores como Irving Berlin, Cole Porter e Jerome Kern tem razão meramente comercial: juntos, os três volumes anteriores venderam nada menos do que 6,9 milhões de cópias somente nos Estados Unidos. Nem mesmo nos anos 70, época de seu apogeu, o artista alcançava vendas tão expressivas.

Ivan Lins finaliza CD e ganha songbook

Ivan Lins (foto) - que acaba de gravar um CD em dupla com seu parceiro Célso Viáfora, com inéditas como Esporte Clube Todo Mundo - ganha songbook, com lançamento agendado para 10 de outubro pela Lumiar Editora. Idealizado por Almir Chediak e concluído por seu irmão, Jesus Chediak, o Songbook Ivan Lins reúne partituras de 84 músicas de Ivan, que revisou as melodias e harmonias de sucessos como Abre Alas, Bandeira do Divino, Começar de Novo, Madalena, Novo Tempo, Somos Todos Iguais Nesta Noite e Vitoriosa, entre outros.

Editado em português e em inglês, o songbook traz entrevista do compositor a Jesus Chediak e textos do pianista Antonio Adolfo e do jornalista Luís Pimentel. Paralelamente ao livro, a Lumiar prepara o disco correspondente ao songbook, com gravações inéditas da obra de Ivan. Gal Costa, por exemplo, já gravou Vitoriosa. Alcione recriou Madalena.

Ainda em busca da fama, Vanessa Jackson lança seu segundo disco


Vencedora da primeira edição do programa Fama, Vanessa Jackson lança em novembro seu segundo CD, produzido e arranjado por Paulo Calasans. A cantora grava música de Zé Ricardo, Satélite, e assina como autora faixas como Minha Paixão e Só o Teu Amor (em parceria com Eddy Flash e Júlio Borges, co-autor também de Só Quero Amar). A música de trabalho, Jeito de Amar, foi gravada também em espanhol.

O primeiro disco de Vanessa não aconteceu - apesar de ter sido gravado com toda pompa em Los Angeles (EUA), com produção de Guto Graça Mello. Apesar da competência vocal da cantora, cujo fraseado transita entre o soul e o rhythm and blues, o repertório irregular não emplacou nas rádios como imaginaram a gravadora BMG e a própria Rede Globo, parceiras na primeira edição do Fama.

Trama contrata Junio Barreto

No embalo da boa repercussão de seu primeiro CD e da gravação de sua música Santana por Gal Costa, o compositor pernambucano Junio Barreto (foto) será contratado pela Trama em outubro para gravar pela companhia seu segundo disco. O primeiro, editado de forma independente em 2004, despertou o interesse de cantoras como Gal e Maria Rita, que também quis gravar Santana e chegou a cantar a música com Junio e Lenine num show em São Paulo, mas não a incluiu em seu segundo álbum porque Barreto já tinha prometido exclusividade a Gal. O novo disco do autor de Caruaru sairá em 2006.
Sexta-feira, Setembro 30, 2005

Medulla lembra Rappa ao retratar com vigor em seu primeiro CD o inferno sem trégua da juventude marginalizada


Resenha de disco
Título: O Fim da Trégua
Artista: Medulla
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *

Contratados pela Sony & BMG em 2003, os gêmeos pernambucanos Keoops & Raoni chegam enfim ao primeiro disco - com o nome artístico de Medulla - depois de uma série de shows bem-sucedidos pela cena indie carioca. Intitulado O Fim da Trégua, o CD lembra os momentos mais vigorosos do Rappa, mas surpreende positivamente. Sobretudo pelo fato de os jovens (hoje com 17 anos) serem os autores de letras tão adultas sobre o inferno sem trégua da infância e da juventude marginalizadas pelo caos sócio-econômico. Medulla expõe o povo que a elite quer manter invisível. Em Virgínia, por exemplo, a dupla narra em versos cinematográficos a história de uma garota que, molestada pelo padrastro, acaba indo para a rua sobreviver como prostituta.

Musicalmente, a mistura de funk, rock e rap (este mais presente em faixas como Susi) soa tão forte como as letras dos rapazes. Produtor de oito faixas, Peu faz sua guitarra dar um peso roqueiro ao disco - evidente logo na faixa de abertura, Munição na Mamadeira, sobre a infância vivida e perdida no crime. E munição é o que não falta aos manos: em O Circo, eles armam a lona para retratar as palhaçadas dos políticos em épocas de eleições. Em Serrando a Grade, o enfoce é a juventude encarcerada em centros que acabam embrutecendo quem deveria reabilitar. Até Chico Buarque entra na roda-viva com O Velho, música de 1968 reprocessada pela Medulla na linguagem funkeada da dupla. Enfim, Keoops & Raoni não dão trégua ao ouvinte nas dez faixas de um disco espantosamente maduro.

Strokes disponibiliza single na internet

O terceiro álbum do grupo The Strokes, First Impressions of Earth, será lançado somente em 2006 (em princípio, em janeiro), mas o primeiro single, Juicebox, já foi disponibilizado pela banda americana (uma das atrações mais aguardadas do Tim Festival 2005) em seu site (www.thestrokes.com). O lançamento oficial do single está previsto para dezembro.

Roberta Sá teve que alterar faixa-título de 'Braseiro', mas festeja 15 mil cópias


Intérprete do primoroso CD Braseiro, sério candidato ao título de melhor disco do ano, Roberta Sá (foto) teve que fazer ligeira alteração na faixa-título. Por questões de direitos autorais, a cantora preciso retirar da música de Pedro Luís o vocal que citava Canto das Três Raças, samba de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, lançado por Clara Nunes em 1976. As novas tiragens de Braseiro já saem com a adaptação na faixa-título. A boa notícia é que - resolvido um problema inicial de distribuição - o disco já caminha para as 15 mil cópias vendidas, no embalo do boca-a-boca entusiasmado entre o público que já descobriu a voz e o talento da artista para selecionar repertório.

Daniela apresenta seu 'Balé Mulato'

Balé Mulato é o título do décimo-primeiro disco solo de Daniela Mercury. O CD será distribuído em outubro pela EMI. Na foto, a cantora posa com Marcos Maynard, presidente da gravadora, durante a assinatura de contrato. O álbum reúne 14 faixas produzidas por Ramiro Musotto, Alê Siqueira e pela própria Daniela na Bahia, nos estúdios Ilha dos Sapos e Canto da Cidade. A música de trabalho é Topo do Mundo, parceria de Jauperi e Gigi. A cantora regrava Pensar em Você (balada de Chico César, lançada pelo autor em seu quarto disco, Mama Múndi) e Tonelada de Amor (música de Márcio Mello, já gravada também pelo autor). Vanessa da Mata também está presente no repertório. Daniela fez as fotos de divulgação do álbum na quadra da escola de samba Beija-flor de Nilópolis.

Caixa de Roberto Carlos nos anos 90 é um retrato de tempos menos felizes

Com um mês de atraso em relação ao cronograma inicial, chega às lojas em outubro, com dez CDs, Anos 90 (foto à esquerda), a quarta caixa da coleção Pra Sempre, que está repondo em catálogo a obra de Roberto Carlos. O box retrata o período confuso do cantor, devastado pelo câncer que mataria sua mulher Maria Rita em dezembro de 1999. Neste ano, o Rei nem lançou seu tradicional disco natalino - substituído pela coletânea dupla 30 Grandes Sucessos (com a inédita Todas as Nossas Senhoras), ausente do box. Editada no mesmo ano, a compilação religiosa Mensagens foi incluída na caixa para representar 1999.

Como de praxe, os CDs foram embalados em miniaturas das capas dos LPs originais - no caso dos discos lançados entre 1990 e 1996. De 1997 em diante, os álbuns do Rei foram editados somente em CD, mas estes títulos também tiveram suas artes gráficas reproduzidas em miniaturas de LPs - o que confere charme extra à caixa dos anos 90.

O título mais atípico da discografia do cantor na década foi Canciones que Amo, álbum de 1997, gravado em espanhol para o mercado brasileiro. Mas a tônica dessa fase irregular foram CDs promovidos por músicas feitas em homenagens às mulheres fora dos padrões de beleza. Houve odes às baixinhas (Mulher Pequena, 1992), às gordinhas (Coisa Bonita, 1993), às míopes (O Charme dos seus Óculos, 1995) e às quarentonas (Mulher de 40, 1996).

Prevista inicialmente para dezembro, a quinta e última caixa da coleção, com os títulos gravados por Roberto para o mercado externo, ficou para 2006.
Quinta-feira, Setembro 29, 2005

Blur segue como trio, sem Coxon e com Albarn tocando sua guitarra 'rudimentar'

Como Graham Coxon decidiu se dedicar exclusivamente à sua carreira solo, o Blur (foto) resolveu seguir como trio, sem um guitarrista substituto ou mesmo contratado. O cantor Damon Albarn revelou que vai assumir a guitarra no próximo disco do grupo inglês e que o álbum deverá ter sonoridade mais crua e punk justamente por conta de sua 'técnica rudimentar' de tocar guitarra. Se tudo der certo, o sucessor de Think Tank chegará às lojas em meados de 2006.

Ecos de Simon & Garfunkel marcam segundo CD do Kings of Convenience


Resenha de disco
Título: Riot on a Empty Street
Artista: Kings of Convenience
Gravadora: EMI
Cotação: * * * *

Atração da edição 2005 do Tim Festival, o duo norueguês Kings of Convenience tem editado no Brasil seu segundo CD. Riot on a Empty Street mantém o nível de seu antecessor, Quiet Is the New Loud, lançado em 2001 com ótima repercussão. Bem, é impossível ouvir o disco e dissociar o duo de uma dupla que marcou época nos anos 60: Simon & Garfunkel. O Kings of Convenience também transita pelo pop e pelo folk em clima acústico com refinadas harmonizações vocais. É este o tom de faixas como Misread e, sobretudo, Homesick, o tema de beleza sublime que abre o CD. O teor de melancolia é mais alto do que o de Simon & Garfunkel, mas, em compensação, o Kings of Convenience procura também soar atual - o que consegue especialmente na faixa mais pop, I'd Rather Dance with You. Afinal, a dupla resulta da inusitada união de um terapeuta com um DJ metido a cantor.

Morre Helena Meirelles, a pantaneira que condensava na viola o sertão brasileiro

Helena Meirelles saiu de cena aos 81 anos, na madrugada desta quinta-feira, 29 de setembro, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia. A morte da violeira faz refletir sobre os espantosos dons da música que não se aprende na escola. Nascida em Campo Grande (MS) em 1924, Meirelles aprendeu a tocar viola de forma autodidata, mas sua técnica era espantosamente rica e, felizmente, acabou extrapolando as festas da região mato-grossense.

Antes de obter a merecida fama, Helena viveu lances folhetinescos na sua terra natal. Fugiu de casa ainda adolescente para não ser sexualmente molestada pelo pai. Aos 17 anos, casou e teve três filhos. Mais tarde, fugiu com um paraguaio, com quem teve mais três filhos. Depois, ao recusar dividir o segundo marido com outra mulher, foi para São Paulo e chegou a se prostituir para garantir a sobrevivência. De volta a Mato Grosso, conheceu um homem que a tirou da zona, em 1959, e casou com ela. Ao todo, teve onze filhos.

Aos 68 anos, Helena Meirelles começou a se profissionalizar. Em 1993, a revista Guitar Player - cujo editor recebera uma fita com três músicas tocadas pela artista, enviadas por um familiar - se entusiasmou com o toque autodidata da violeira e a pôs no mesmo nível de virtuoses como Eric Clapton. Foi o bastante para a artista ter a chance de gravar no Brasil. A partir de 1994, ela lançou discos que foram mais reverenciados no exterior do que no mercado nacional. Tanto que sua discografia se desenvolveu com regularidade somente até 1997, compreendendo apenas quatro títulos: Helena Meirelles (1994), Flor de Guavira (1996), Raiz Pantaneira (1997) e De Volta ao Pantanal (2003). Em 2004, sua vida e sua arte renderam o documentário A Dama da Viola, de Francisco de Paula. Homenagem mais do que merecida à pantaneira que condensou o sertão brasileiro no toque de sua viola.

Adolfo faz folia no piano


O pianista Antonio Adolfo (na foto, num clique de Wilton Montenegro) está entrando em estúdio para gravar disco com músicas dos antigos carnavais. É um CD de piano solo. "Vou procurar ressaltar a beleza melódica e harmônica dessas canções", adianta Adolfo. O músico já selecionou o repertório, formado por clássicos como Agora É Cinza (Bide e Marçal), As Pastorinhas (Noel Rosa e Braguinha), Pierrot Apaixonado (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres) e É com Esse que Eu Vou (Pedro Caetano). O lançamento do CD está previsto para dezembro, pelo selo independente de Adolfo, o Artezanal.

Limp Bizkit anuncia coletânea e DVD

Como de praxe, uma enxurrada de coletâneas com faixas inéditas vai varrer o mercado fonográfico mundial no fim do ano. Depois de Alanis Morissette anunciar sua compilação, The Collection, foi a vez do grupo Limp Bizkit (foto) confirmar o lançamento em novembro de seu Greatest Hitz (com o 'hits' grafado erroneamente mesmo, com z) e do DVD Greatest Videoz (com a reunião dos clipes da banda).

No caso da coletânea, as inéditas são três: Lean on me, Why e um mix de Bittersweet Symphony (da lavra do grupo The Verve) com Home Sweet Home (do repertório do Motley Crue). Paralelamente, o vocalista Fred Durst já trabalha com seus colegas de banda num novo álbum de inéditas, previsto para 2006.
Quarta-feira, Setembro 28, 2005

Um terceiro DVD de Ana Carolina não é demais, mesmo feito com Seu Jorge?

Tudo indica que vai ser lançado ainda este ano o terceiro DVD de Ana Carolina (foto), com o registro de recente show dividido pela cantora com Seu Jorge, em São Paulo. Ana vive momento de auge comercial - basta dizer que sua coletânea na série Perfil já caminha para as 500 mil cópias vendidas - e é óbvio que a indústria vai querer sugar ao máximo este 'instante que não pára', mas convém questionar se um terceiro DVD da cantora não seria demais, já que todos os três vídeos são decorrentes do repertório de um mesmo disco, Estampado (2003).

Um, no caso, foi mesmo pouco porque o primeiro DVD de Estampado se resumiu a um chatíssimo making of do CD homônimo com participações forçadas de Chico Buarque e outros convidados. Dois, no caso, era um número bom, pois o segundo DVD, Um Instante que Não Pára, foi muito bem filmado e trazia o registro do caloroso show da cantora. As lentes da diretora Monique Gardenberg conseguiram captar o fervor da platéia em torno de sua musa. Mas um terceiro DVD - mesmo com a presença carismática de Seu Jorge - pode ser demais, sim, porque significa a ganância de explorar ao máximo um momento que pode até ser duradouro se for bem conduzido.

'Hoje' dribla a tristeza e mostra que Paralamas tem longo caminho pela frente


Resenha de disco
Título: Hoje
Artista: Paralamas do Sucesso
Gravadora: EMI
Cotação: * * *

Assim como Gal Costa, que acabou de lançar disco com o título Hoje, os Paralamas do Sucesso querem assinalar a atualidade de seu repertório já no nome de seu (realmente) novo CD. Hoje apresenta 11 músicas compostas por Herbert Vianna (sozinho ou com parceiros como Leoni, Nando Reis, Pedro Luís e os colegas de grupo Bi Ribeiro e João Barone) após o acidente de ultraleve de 2001 que o deixou preso a uma cadeira de rodas e que vitimou sua mulher, Lucy. Por conta disso, boa parte das músicas tem letras confessionais, de tom melancólico. Mas a sonoridade de Hoje dribla a tristeza em várias faixas. Para começar, há os metais que evocam a latinidade de discos como Bora Bora e que estão presentes nos reggaes 2A, Acaso (com Marcelinho Da Lua) e em Na Pista, a faixa eleita para puxar o disco nas rádios. Mas nada de voltar ao passado! A atualidade das letras se reflete no som da banda, que até flerta com o rap na incendiária 220 Desemcapado e em Passo Lento.

Hoje não é um disco pop que acena para as paradas como Nove Luas. Ao contrário, tem uma estranheza, um tom quase sombrio (sobretudo na metade final) que lembra trabalhos do trio mais enjeitados pelo mercado, como Severino. Mas sintetiza bem as múltiplas faces do som dos Paralamas entre canção de tom folk (De Perto), baladas vigorosas (Pétalas - parceria com Nando Reis - e a faixa-título) e um bom rock com versos depressivos de Leoni (Ponto de Vista). E ainda tem Manu Chao em Soledad Cidadão, tema em que os Paralamas mais parecem O Rappa dos tempos de Marcelo Yuka.

O que soa desnecessária é a releitura moderninha de Deus lhe Pague, que esvazia o peso da música de Chico Buarque. No todo, Hoje reafirma o entrosamento do power trio e mostra que os Paralamas do Sucesso ainda tem longo caminho pela frente.

Gonzagão e Gonzaguinha têm obras reunidas no segundo CD de Clara Becker

Gonzaguinha (1945-1991) vai ganhar mais um tributo. Depois de Selma Reis, Emílio Santiago, Leila Pinheiro e de seu filho Daniel Gonzaga (em CD ainda inédito), chegou a vez de Clara Becker - filha da atriz Cacilda Becker com o ator Walmor Chagas - dedicar um disco à obra do compositor. Clara entra em estúdio em outubro para iniciar a gravação de Dois Maior de Grande.

A novidade é que - assim como Leila Pinheiro uniu as obras de Gonzaguinha e Ivan Lins no CD Reencontro (1999) - Clara vai mesclar músicas do autor de Sangrando com os sucessos de Luiz Gonzaga (1912 - 1989), o Gonzagão, Rei do Baião e pai do cantor. Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha e neto de Gonzagão, avaliza a união ao participar da faixa Da Vida. Outras músicas confirmadas no repertório são Com a Perna do Mundo (samba regravado por Teresa Cristina em seu recém-lançado disco ao vivo), Assum Preto e Estrada de Canindé.

Marcelo Nova disserta sobre vida e morte em disco de inéditas iniciado em 1992

Em 1992, quando tinha 41 anos, Marcelo Nova escreveu um texto intitulado O Galope do Tempo, ainda impressionado por ver, através da ultrasonografia, imagens de sua segunda filha na barriga da mãe. Treze anos depois, aquele texto é a letra da música que batiza seu novo CD de inéditas - o 17º título da discografia do cantor se contabilizados os álbuns com o grupo Camisa de Vênus.

Nas 16 faixas, Nova disserta sobre o tempo e faz "reflexão sobre a vida e a morte", nas palavras usadas pelo próprio artista no texto de apresentação do trabalho. "Nunca tinha feito um disco inteiramente autobiográfico. Foram 13 anos preparando o CD. Guardei as canções e, no ano passado, minha ansiedade chegou ao limite. O disco não difere musicalmente dos outros - ou, se difere um pouco, é porque tem violoncelo em meia dúzia de faixas, longe de tudo que fiz antes. Embora possa ser ouvido sem ordem, há uma seqüência nas 16 faixas, uma passagem de tempo...", explica o compositor.

O Galope do Tempo procura englobar o ciclo nascimento/vida/morte em suas 16 faixas. O CD abre comFecundado e, depois, segue com temas como Outubro de 65, Ninguém Vai Sair Vivo Daqui (o primeiro single, já executado em rádios paulistas segmentadas no rock), A Balada do Perdedor, A Torre Escura, O Deus de Deus e Fim de Festa, terminando com A Canção da Morte.

Monobloco grava DVD no Circo


Criado em 2000, a partir das oficinas de percussão montadas por Pedro Luís e a Parede, o Monobloco (foto) vai gravar DVD e CD ao vivo em dois shows no Circo Voador (RJ), agendados para 7 e 8 de outubro. O lançamento está previsto para janeiro, pela Som Livre. Além de sambas e marchas tradicionais do Carnaval, o grupo adicionou ao repertório sucessos de Tim Maia, Jorge Ben Jor, Trio Mocotó e Dorival Caymmi, entre outros.

Aliás, o ecletismo do roteiro é marca registrada do Monobloco, que não se limita à tradicional batucada do samba, acrescentando levadas de funk e outros ritmos aos seus ensaios no Rio - sempre concorridos na época pré-carnavalesca e freqüentados por um público jovem. Daí a importância documental deste primeiro registro ao vivo do suingue dos bailes-shows do Monobloco, que tem entre seus integrantes - vale lembrar - o compositor Rodrigo Maranhão, o novo darling da cantora Maria Rita.
Terça-feira, Setembro 27, 2005

Conheça Jay Vaquer, aposta de Maynard

Inicialmente previsto para agosto, o terceiro disco de Jay Vaquer, Você Não me Conhece, chega às lojas enfim em outubro, com 11 faixas autorais (A Falta que a Falta Faz, Toda Distância, Mondo Muderno, Campo Minado, Quando Fui Fred Astaire, Paredes, Os Dias Lembram Alguém, Tal do Amor, Cotidiano de um Casal Feliz, Na Próxima Vez e a faixa-título). Filho de Jane Duboc e do guitarrista Jay Vaquer, que tocou com Raul Seixas, o jovem compositor - revelado no musical Cazas de Cazuza em 2000 - é uma das raras apostas de Marcos Maynard, atual presidente da EMI, fora dos segmentos do sertanejo, da axé music e da MPB mais tradicional.

O interesse de Maynard por Jay começou no disco anterior do cantor, Vendo a mim Mesmo, gravado de forma independente (com equivocada estratégia de marketing, a começar pelo visual andrógino adotado pelo cantor na foto da capa) e depois encampado pela EMI, mas sem grande repercussão comercial, apesar da expressiva execução do clipe de Pode Agradecer (Relationshit) na MTV. Resta saber se Você Não me Conhece fará Jay Vaquer conhecido fora do circuito da MTV. O novo visual, pelo menos, já não depõe contra o trabalho...

Alanis recria Seal para coletânea

Meses depois de regravar de forma acústica seu primeiro álbum de projeção mundial, Jagged Little Pill (1995), Alanis Morissette continua presa ao seu passado de glória. A cantora canadense aderiu ao formato preferido da indústria - uma coletânea de sucessos turbinada com fonogramas inéditos e/ou raros - e lança em novembro The Collection. A novidade é um cover inédito de Crazy, hit de Seal. Entre as 19 faixas, há músicas registradas por Alanis para trilhas de filmes como City of Angels, De-Lovely (filme sobre Cole Porter em que ela interpreta Let's Do It, Let's Fall in Love) e Dogma.

Brown une candomblé e eletrônica

Carlinhos Brown (foto) apresenta pontos de candomblé com linguagem eletrônica no disco que lança em outubro por seu selo, Candyall Music. Candonbless foi gravado no estúdio Ilha do Sapos, no Candeal, bairro de Salvador (BA) onde o artista baiano nasceu e foi criado. Produzido por Alê Siqueira e pelo próprio Brown, o CD - que reúne pontos da tradição afro-brasileira como Saudação a Oxossi e Orerê Emafá- está pronto desde 2003, mas somente agora chega ao mercado, com distribuição da Tratore.

Caixa compila música de Fagner

O cantor e compositor cearense Raimundo Fagner é o artista enfocado na nova coleção da Seleções do Reader's Digest. A caixa Fagner - Sua Música & seus Amigos (capa à esquerda) reúne 70 gravações do artista em cinco CDs temáticos. Os maiores hits estão compilados no primeiro disco, Uma Trajetória de Sucessos. O segundo, Fagner e seus Amigos, traz duetos do cantor com nomes como Chico Buarque (Joana Francesa e Traduzir-se) e Milton Nascimento (Morro Velho). O terceiro CD, Coração Nordestino, condensa baiões, xotes e xaxados. A vertente sentimental da obra do cantor é o tema do quarto disco, Romances e Canções. O quinto CD, de foco mais indefinido, recebeu o título de Canções Marcantes. Sem distribuição nas lojas, a coleção é vendida através da página de Seleções na internet.

Sheryl fica introspectiva em 'Wildflower'

Saiu hoje, na Europa e nos Estados Unidos, o novo álbum de Sheryl Crow, Wildflower (capa à direita).O sucessor de C'mon, C'mon (2002) tem tom introspectivo na maioria de suas 11 faixas (Chances Are, Perfect Lie, I Know Why, I Don't Wanna Know e Live It Up, entre outras). O primeiro single é Good Is Good.
Segunda-feira, Setembro 26, 2005

Filme do ABBA sai em DVD


Filmado em 1977, ABBA - The Movie está sendo lançado esta semana em DVD, na Europa, em edições simples e dupla. O documentário foca o sucesso do quarteto sueco na Austrália nos anos 70 e foi um dos primeiros a usar a técnica do som surround. Além da embalagem em digipack, a edição dupla traz entrevista de 40 minutos com dois integrantes do quarteto, Benny Andersson e Bjorn Ulvaeus, filmada em Nova York (EUA) em junho.

Inéditas e 'sujeira' redimem Titãs de transformar hit do Rei num rock banal


Resenha de disco
Título: MTV ao Vivo - Titãs
Artista: Titãs
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *

Vai ser difícil reeditar a vendagem astronômica (cerca de 1,8 milhão de cópias) do Acústico MTV gravado em 1997, mas os Titãs têm cacife para voltar a vender disco com seu recém-lançado MTV ao Vivo. A banda sempre ficou mais à vontade com os instrumentos plugados na tomada. Gravado ao ar livre num forte de Florianópolis (SC), em cenário paradisíaco, seu terceiro projeto ao vivo se impõe pela pegada suja e pelas três inéditas. É fato que Vossa Excelência, o protesto da banda contra o mensalão e a corrupção em Brasília, tem refrão populista e está aquém de outros temas da banda na seara política, mas funciona ao vivo e expressa na voz de Paulo Miklos o sentimento nacional diante do escândalo parlamentar. De mais a mais, há duas boas inéditas - o rock O Inferno São os Outros (na voz de Branco Mello) e a angustiada Anjo Exterminador (composta e cantada por Sérgio Britto - que redimem o quinteto de transformar O Portão, sucesso de Roberto Carlos em 1974, num rock banal e forçado.

O cover do Rei é, aliás, o ponto fraco de um disco que desce muito bem, com músicas de várias épocas (A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, Flores, Lugar Nenhum, Vamos ao Trabalho etc) e um atualíssimo petardo de Raul Seixas (Aluga-se, já gravado pela banda em As Dez Mais, disco de 1999). Os Titãs se garantem muito bem no palco quando tocam rocks e baladas sem firulas. E a ausência de Nando Reis nem é sentida - como já atestara Como Estão Vocês?, o anterior trabalho de estúdio do quinteto que merecia ter obtido maior exposição do que uma balada na trilha de novela das oito. Os Titãs estão bem e merecem voltar a vender disco. Que venha o DVD com as imagens do show!!

Daniela esnoba Universal e fica com EMI

Com disco de inéditas já pronto, gravado e bancado por ela de forma independente, Daniela Mercury (foto) tinha convite da Universal Music para lançar o CD pela companhia, mas preferiu assinar com a EMI. Como a idéia da cantora é pôr o álbum nas lojas até o fim do ano, ela optou por divulgar pouco o recém-lançado Clássica, trabalho ao vivo editado pela Som Livre nos formatos de CD e DVD, com o registro do show de MPB feito por Daniela na casa Bourbon Street (SP) em outubro de 2004. A promoção de Clássica se limitará a alguns shows feitos no Sul do Brasil, região onde Daniela não tinha muita entrada na fase em que estava mais ligada à axé music.

Som Livre lança CD de ator de 'América'

Intérprete do peão Nick em América, Lucas Babin (foto) não convenceu como ator. Talvez por isso mesmo, o americano resolveu se lançar como cantor no Brasil, no embalo do sucesso da novela. E a Som Livre, gravadora ligada à Rede Globo, resolveu editar o CD do rapaz! More than a Woman, 1979, Tiny Dancer e Little Girl são algumas músicas do disco, nas lojas em outubro. Será que Babin, como ator, é um bom cantor?? É esperar para ver e ouvir...

As 12 novas da Nação Zumbi

Futura, sexto disco da Nação Zumbi, chega às lojas no início de outubro, via Trama. Pela ordem, as 12 faixas são Hoje Amanhã e Depois, Na Hora de Ir, Memorando, A Ilha, Respirando, Voyager, Expresso da Avenida Elétrica, Nebulosa, Sem Preço, Vai Buscar, Pode Acreditar e Futura. Produzido por Scott Hard, que fez a mixagem do álbum anterior do grupo pernambucano, o CD traz convidados como Kassin e segue linha psicodélica, meio futurista.
Domingo, Setembro 25, 2005

'Late Registration' confirma Kanye West como grande nome do rap americano

Resenha de disco
Título: Late Registration
Artista: Kanye West
Gravadora: Universal
Cotação: * * * *

Com The College Dropout, álbum de 2004, Kanye West já mostrou que poderia desafiar o reinado de Eminem e de sua turma (50 Cent, sobretudo) na parada do hip hop americano. O lançamento de Late Registration confirma West como o grande nome atual do rap dos EUA. Ele soube renovar o gênero, investindo em batidas diferenciadas e se afastando do discurso machista e violento da linha gangsta. Enquanto Eminem exorciza seu ódio da mãe através de palavrões e versos agressivos, West louva sua genitora em Hey Mama pelos sacrifícios feitos por ela.

Late Registration é disco repleto de vocais femininos. Brandy põe rhythm and blues na levada de Bring me Down. Uma poderosa voz feminina que parece ser de a PattiLaBelle (se é, não está creditada na ficha técnica) encharca Roses com a alma dos intérpretes de soul. A propósito, a voz do saudoso rei do gênero, Ray Charles, é sampleada em Gold Digger, faixa que traz Jamie Foxx, ator que encarnou Ray no cinema.

O sample de Someone That a Used to Love - sucesso de Barbra Streisand, citado no CD na gravação de Natalie Cole - na faixa de abertura, Wake Up Mr. West, já mostra que as referências de Kanye West são mais ricas e múltiplas. Assim como suas letras. O público dos EUA percebeu o talento do rapper e consome seu álbum em larga escala. Late Registration tem devastado a parada americana com a força de um furacão que ainda não chegou ao Brasil, a julgar pelas minguadas duas mil cópias da tiragem da edição nacional.

A trilha confusa e excessiva de 'América'

Tanto quanto a trama, a trilha sonora da novela América resultou confusa e excessiva, gerando nada menos do que cinco CDs nas lojas. Logo na estréia, a Som Livre lançou álbum duplo com as músicas nacionais e internacionais da novela. A idéia era repetir a fórmula que deu certo com Mulheres Apaixonadas e nem tanto com Celebridade. As vendas foram modestas.

Com a saída do diretor Jayme Monjardim, a trilha sonora da história - um dos pontos de discordância entre o diretor e a autora, Glória Perez - sofreu alteração. Eliminou-se da história os sons incidentais de Marcus Vianna (parceiro fiel de Monjardim). E um novo disco, já previsto inicialmente, chegou às lojas: América Rodeio, com as músicas sertanejas tocadas no núcleo de Boiadeiros e, de quebra, a deslocada gravação de Eu Sei que Vou te Amar com Caetano Veloso - não selecionada originalmente para a trilha, mas incluída na novela a pedido da autora para ser o tema romântico do casal Sol (Deborah Secco) e Tião (Murilo Benício).

Pois não é que, próximo do fim da trama, as lojas receberam mais três discos da novela?!! Além de uma trilha de pagode (América - Berço do Samba), a Som Livre desmembrou as trilhas nacional e internacional e as reeditou em discos simples. América Nacional (foto) tem a quase a mesma seleção do disco duplo. Mas o CD América Internacional tem repertório ligeiramente diverso e, por isso, traz na contracapa o aviso "músicas da segunda fase da novela".

Francamente, é muito disco para uma seleção musical que não chegou a emplacar nenhum grande hit nas rádios, apesar do Ibope alto da novela.

Paula Lima grava Zélia e Mart'nália

Autoras de Benditas, Zélia Duncan e Mart'nália deram música inédita para Paula Lima (foto) incluir em seu terceiro disco solo, previsto para o primeiro semestre de 2006. Outras faixas já confirmadas são o samba Quatro da Manhã, de Arlindo Cruz, e Minha Pressão - parceria de Seu Jorge com Rogê.

A ex-vocalista do Funk Como Le Gusta tenta recolocar sua carreira nos trilhos depois de ser contratada com pompa pela Universal Music e decepcionar com irregular CD - em que se viu obrigada até a transitar pelo brega com versão pavorosa de Moonlight Serenade. O disco não aconteceu, a cantora foi dispensada pela companhia multinacional e está de volta ao mercado independente.

Canadense é o novo vocalista do INXS

O canadense J.D. Fortune é o novo vocalista do INXS. Escolhido num reality show da rede de TV CBS, Fortune já está em estúdio com os colegas e com o produtor Guy Chambers para gravar o novo álbum do grupo, Switch, agendado para 29 de novembro. O substituto de Michael Hutchence, morto em 1997, tem 31 anos e assina inclusive o primeiro single do disco, Pretty Vegas, em parceria com o guitarrista Andrew Farris.

'Hypnotize' sai em novembro com a missão de igualar o êxito de 'Mesmerize'

Em 22 de novembro, o quarteto System of a Down (foto) apresenta Hypnotize - a aguarda continuação de Mesmerize, o álbum que lançou em meados deste ano e que é um dos grandes títulos de rock pesado de 2005. A faixa-título foi eleita o primeiro single e chega às rádios já em 11 de outubro. Curiosidade: o tema que fecha Hypnotize, Soldier Side, é a continuação de Soldier Side Intro, a faixa que abria Mesmerize.
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