Morre Helena Meirelles, a pantaneira que condensava na viola o sertão brasileiro
Helena Meirelles saiu de cena aos 81 anos, na madrugada desta quinta-feira, 29 de setembro, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia. A morte da violeira faz refletir sobre os espantosos dons da música que não se aprende na escola. Nascida em Campo Grande (MS) em 1924, Meirelles aprendeu a tocar viola de forma autodidata, mas sua técnica era espantosamente rica e, felizmente, acabou extrapolando as festas da região mato-grossense.
Antes de obter a merecida fama, Helena viveu lances folhetinescos na sua terra natal. Fugiu de casa ainda adolescente para não ser sexualmente molestada pelo pai. Aos 17 anos, casou e teve três filhos. Mais tarde, fugiu com um paraguaio, com quem teve mais três filhos. Depois, ao recusar dividir o segundo marido com outra mulher, foi para São Paulo e chegou a se prostituir para garantir a sobrevivência. De volta a Mato Grosso, conheceu um homem que a tirou da zona, em 1959, e casou com ela. Ao todo, teve onze filhos.
Aos 68 anos, Helena Meirelles começou a se profissionalizar. Em 1993, a revista Guitar Player - cujo editor recebera uma fita com três músicas tocadas pela artista, enviadas por um familiar - se entusiasmou com o toque autodidata da violeira e a pôs no mesmo nível de virtuoses como Eric Clapton. Foi o bastante para a artista ter a chance de gravar no Brasil. A partir de 1994, ela lançou discos que foram mais reverenciados no exterior do que no mercado nacional. Tanto que sua discografia se desenvolveu com regularidade somente até 1997, compreendendo apenas quatro títulos: Helena Meirelles (1994), Flor de Guavira (1996), Raiz Pantaneira (1997) e De Volta ao Pantanal (2003). Em 2004, sua vida e sua arte renderam o documentário A Dama da Viola, de Francisco de Paula. Homenagem mais do que merecida à pantaneira que condensou o sertão brasileiro no toque de sua viola.
Antes de obter a merecida fama, Helena viveu lances folhetinescos na sua terra natal. Fugiu de casa ainda adolescente para não ser sexualmente molestada pelo pai. Aos 17 anos, casou e teve três filhos. Mais tarde, fugiu com um paraguaio, com quem teve mais três filhos. Depois, ao recusar dividir o segundo marido com outra mulher, foi para São Paulo e chegou a se prostituir para garantir a sobrevivência. De volta a Mato Grosso, conheceu um homem que a tirou da zona, em 1959, e casou com ela. Ao todo, teve onze filhos.
Aos 68 anos, Helena Meirelles começou a se profissionalizar. Em 1993, a revista Guitar Player - cujo editor recebera uma fita com três músicas tocadas pela artista, enviadas por um familiar - se entusiasmou com o toque autodidata da violeira e a pôs no mesmo nível de virtuoses como Eric Clapton. Foi o bastante para a artista ter a chance de gravar no Brasil. A partir de 1994, ela lançou discos que foram mais reverenciados no exterior do que no mercado nacional. Tanto que sua discografia se desenvolveu com regularidade somente até 1997, compreendendo apenas quatro títulos: Helena Meirelles (1994), Flor de Guavira (1996), Raiz Pantaneira (1997) e De Volta ao Pantanal (2003). Em 2004, sua vida e sua arte renderam o documentário A Dama da Viola, de Francisco de Paula. Homenagem mais do que merecida à pantaneira que condensou o sertão brasileiro no toque de sua viola.
4 COMENTÁRIOS:
O Brasil não valoriza talentos como o de Helena.
Uma perda lamentável. Uma artista integra infelizmente pouco valorizada pelo publico e pela critica em em sua maioria. Belas colocações do colunista !!
Foi uma perda e tanto !
isto eh o brasil, enquanto certos artistas alem de terem o reconhecimento tardio nos deixam com muito pouco de sua obra registrada pela falta de reconhecimento do que sao pelo sistema enquanto outros que se fossilizaram a decadas e nao produzem nada de relevante para a musica brasileira tem seus trabalhos mediocres eternizados em caixas e ainda sao considerados reis por aqueles que a muito tempo perderam o ouvido para escutar o que realmente eh musica
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