web page hit counter
Sábado, Março 04, 2006

Som Livre Masters - Trilha original do Sítio do Picapau Amarelo é obra-prima

Da trilha original do Sítio do Picapau Amarelo, lançada em 1977, somente a faixa-título - composta e cantada por Gilberto Gil - atravessou gerações. Mas a oportuna reedição do disco da trilha na série Som Livre Masters - produzida pelo titã Charles Gavin a partir de providencial mergulho nos arquivos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior - joga luz sobre trabalho infantil que permanece insuperável no gênero. O disco Sítio do Picapau Amarelo é obra-prima que sobreviveu esplendidamente ao tempo e merecia voltar ao catálogo.

Dirigida por Guto Graça Mello (autor do vocalizado tema Saci), com produção e arranjos irretocáveis de Dori Caymmi, a trilha flagra grandes compositores brasileiros no seu auge criativo. João Bosco, por exemplo, é o intérprete de Visconde de Sabugosa, um daqueles sambas compostos com suingue personalíssimo por Bosco e Aldir Blanc na década de 70. Já Ivan Lins põe sua inconfundível grife melódica em Narizinho (cantada graciosamente por Lucinha Lins, sua mulher na época) e em Dona Benta (interpretada com afinação por José Luís) - dois temas letrados com lirismo por seu fiel parceiro Vítor Martins.

E o que dizer de Dorival Caymmi, genial como sempre na criação de Tia Nastácia, música que carrega toda o espírito ancestral da raiz africana sem perder a ternura? Seu filho, Dori Caymmi, não fica atrás em beleza e inspiração nos temas Ploquet Pluft Nhoque (Jaboticada) e em Pedrinho, letrados por Paulo César Pinheiro e cantados, respectivamente, pelo grupos vocais Papo de Anjo e Aquarius.

Se Geraldo Azevedo e Carlos Fernando trazem o toque nordestino para Arraial dos Tucanos, o geralmente arisco Sérgio Ricardo traduz com precisão em Emília a espirituosidade da boneca criada por Monteiro Lobato. Já Jards Macalé entra na seara afro, em parceria com Marlui Miranda, para saudar Tio Barnabé.

Enfim, uma seleção original e genial. À altura do universo de Monteiro Lobato.

Som Livre Masters - Disco obscuro flagra Tim Maia com espírito e músicas alegres

Entre os 25 títulos ora reeditados na série Som Livre Masters (garimpados pelo titã Charles Gavin nos arquivos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior), um dos mais obscuros é o disco Tim Maia, gravado pelo Síndico em 1977. Em 1993, ele lançaria pela companhia global o CD Romântico (coletânea turbinada com as inéditas Essa Tal Felicidade e Não me Iludo Mais), mas este pouco conhecido trabalho dos anos 70 é, a rigor, seu único disco de carreira na Som Livre. Tim vivia período de vacas magras depois de ter saído da seita Universo em Desencanto - sob efeito da qual produziu os dois volumes do mítico álbum Tim Maia Racional - e de ter tentado em 1976 voltar à sua primeira gravadora, Philips, com disco ignorado por público e crítica.

Paradoxalmente, Tim Maia é dos trabalhos mais alegres do cantor (seria sucedido em 1978 por Disco Club, imersão do artista - então já na Warner Music - no universo da discoteca). Não traz aquela melancolia que permeia boa parte da obra de Tim. "Venha amar, pense menos", convoca o Síndico em Pense Menos, a gema mais luminosa deste disco. Entre um ou outro soul da pesada, caso de Ride Twist and Roll, o álbum desce muito bem, com beats eventualmente desacelerados (como em Sem Você e em Música para Betinha), mas, no todo, é disco dançante, com muito funk e soul, e sem o tom brega que empalideceria a obra do artista ao longo dos anos 80.

Com a promessa da Trama de reeditar Tim Maia Racional em abril, resta torcer para que a EMI se lembre de relançar o álbum Desencontro, gravado pelo cantor em 1979. Assim, toda a discografia do artista terá, enfim, saído em CD. Ainda que a maior parte já esteja novamente fora de catálogo.

Som Livre Masters - Primeiro disco solo de Alceu Valença ganha segunda chance

Há artistas que demoram a estabelecer sintonia com o público. Para Alceu Valença, por exemplo, o sucesso não veio rápido. Quando o coco Coração Bobo projetou seu nome e sua obra, em 1980, o compositor pernambucano já contabilizava oito anos de carreira - iniciada de forma individual em 1974 com este interessante Molhado de Suor, disco ora reeditado na série Som Livre Masters, produzida pelo titã Charles Gavin com a primorosa remasterização de 25 títulos garimpados nos baús das gravadoras Som Livre, Som Maior e RGE.

Alceu Valença estreou em disco em 1972, com LP dividido com Geraldo Azevedo. Molhado de Suor foi seu primeiro trabalho solo e já trazia a mistura efervescente de ritmos nordestinos com linguagem pop. Era algo novo na época e o disco acabaria passando despercebido pelo público. Alceu ainda gravaria outros álbuns na Som Livre - como Vivo! (1976, um dos mais vigorosos registros de shows editados no Brasil) e Espelho Cristalino (álbum de 1977, já relançado em CD em 1994) - antes de se exilar na França e, na volta ao Brasil, ganhar enfim a merecida projeção com o LP Coração Bobo.

Por isso mesmo, seu primeiro disco solo merece segunda chance. É coeso, magistralmente arranjado e traz músicas como Papagaio do Futuro (ainda recorrente nos shows do cantor) e Punhal de Prata. O repertório também destaca Dia Branco, que, apesar do título homônimo, não se trata da canção de Geraldo Azevedo que faria sucesso a partir dos anos 80, mas de tema autoral do próprio Alceu Valença.

Som Livre Masters - Sai no Brasil marco inicial da fase mais pop de Marcos Valle

Na década de 80, a obra de Marcos Valle entrou em fase mais pop e menos inspirada. O marco inicial dessa mudança de rota foi o disco Vontade de Rever Você, gravado em 1980 e ora reeditado na série Som Livre Masters, cujos 25 títulos foram garimpados pelo titã Charles Gavin nos acervos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior. Assim como muitos outros álbuns de Valle, Vontade de Rever Você foi relançado primeiramente no Japão e, anos depois, chega ao formato digital no mercado brasileiro, graças ao apreço de Gavin pela música do artista.

Com livre trânsito na seara internacional desde que seu Samba de Verão ganhou projeção mundial nos anos 60, Valle se deu ao luxo de ir a Los Angeles (EUA) gravar as faixas Paraíba Não É Chicago e Sei Lá com músicos do grupo Chicago. A participação de Peter Cetera e cia. é o dado mais relevante deste trabalho que, a rigor, pouco acrescentou à obra do cantor e compositor - ainda que tenha alto valor documental, já que Marcos Valle continua sendo referência de música brasileira nos quatro cantos do mundo. Mas não tanto por este período mais pop e banal...

Em tempo: Marcos Valle também está representado na coleção Som Livre Masters pela reedição do disco com a trilha sonora do programa infantil Vila Sésamo, composta por ele em parceria com seu irmão, Paulo Sérgio Valle. Vila Sésamo foi ao ar pela Rede Globo nos anos 70 e sua trilha, lançada originalmente em 1974, destacou o tema Alegria da Vida.

CD de Chico pode sair depois de julho

Inicialmente previsto para abril, o disco de inéditas gravado por Chico Buarque (foto) no estúdio da gravadora Biscoito Fino, sem qualquer prazo ou pressão, poderá ter seu lançamento adiado para o segundo semestre. Embora um novo CD do cantor (o primeiro de inéditas em oito anos) seja garantia de boas vendas e de farta e espontânea mídia, a idéia é não embolar o lançamento com a Copa do Mundo, que costuma desviar a atenção dos brasileiros de qualquer assunto que não seja futebol.
Sexta-feira, Março 03, 2006

Disco de Bocelli fica sem voz de Roberto

O novo álbum de Andrea Bocelli, Amore (capa à esquerda), acabou sendo editado sem a participação de Roberto Carlos na versão em italiano de Sentado à Beira do Caminho. O Rei aceitou o convite do tenor e chegou a gravar sua voz na faixa L'Appuntamento, em seu estúdio, na Urca (RJ). Mas, envolvido com a finalização de seu último álbum, Roberto acabou fazendo a gravação fora do prazo viável para Bocelli incluí-la em Amore. O álbum já foi lançado no exterior e sai em breve no mercado brasileiro.

Elba vai fazer CD com orquestra de frevo

Além do disco de carreira produzido por Lenine, Elba Ramalho (foto) planeja gravar outro CD ao longo de 2006. Trata-se de um projeto temático que uniria a cantora à Spok Frevo Orquestra, criada em Recife (PE) em 2001. A idéia é historiar em CD os 100 anos do frevo. O ritmo mais tradicional de Pernambuco terá seu centenário comemorado em 2007.

EMI não manda discos para Prêmio Tim

A EMI decidiu não enviar a cota de CDs anualmente solicitada pela direção do Prêmio Tim de Música às gravadoras, para ser repassada aos jurados da premiação. Para não inviabilizar a concorrência dos artistas da companhia nas diversas categorias da edição 2006 do prêmio, o diretor José Maurício Machline optou por enviar aos jurados cópias dos discos editados pela EMI no ano passado, com capas e encartes xerocados. Desta forma, os artistas da major inglesa continuam no páreo.

Detonautas lança terceiro CD em março

Produzido por Edu K (músico revelado nos anos 80 no comando da banda De Falla) e puxado pela música Não Reclame Mais..., que já ganhou clipe dirigido por Maurício Eça, o terceiro disco do grupo Detonautas Roque Clube (na foto, em clique de Márcio Mercante) chega às lojas em meados de março. Será o primeiro lançamento nacional importante da Warner Music em 2006. A masterização do CD foi feita em Nova York (EUA) por Ted Jensen, sob a supervisão da banda.

Arrigo grava missa em tributo a Itamar

Arrigo Barnabé (foto) vai gravar em março um CD com o tema Missa in Memoriam Itamar Assumpção, composto por ele para homenagear o colega morto em 2003. Escrita em latim, a missa reproduz o texto da liturgia católica e está dividida em seis partes (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei), às quais Arrigo acrescentou trechos de músicas de Itamar. O tema será gravado com orquestra e coro de 12 vozes, sob regência do maestro Tiago Pinheiro. O lançamento do disco - que terá produção executiva de Carlos Careqa - está previsto ainda para este semestre.
Quinta-feira, Março 02, 2006

Jorge banaliza Bowie em CD lançado na carona de seu estouro com Ana Carolina

Resenha de CD
Título: The Life Aquatic Studio Sessions Featuring Seu Jorge
Artista: Seu Jorge
Gravadora: Universal
Cotação: * *

Ao lançar DVD e CD gravados ao vivo com Ana Carolina, Seu Jorge experimentou, enfim, o sabor do sucesso comercial. É um êxito artificial - totalmente escorado na popularidade da cantora, e não no dueto em si - e provavelmente efêmero (da mesma forma que Arnaldo Antunes voltou ao seu nicho habitual em seu primeiro álbum pós-estouro dos Tribalistas), mas o fato é que Jorge está no topo das paradas. No embalo da massificação de É Isso Aí (a versão de The Blower's Daughter cantada por ele com Ana Carolina), a Universal Music lança no mercado nacional o disco com o registro integral das sessões de gravação feitas por Jorge para aprontar sua parte na trilha sonora do filme A Vida Marinha com Steve Zissou, já lançada em CD no Brasil.

Para quem não sabe, Jorge atuou no filme do diretor Wes Anderson e participou da trilha com acústicas versões em português de músicas de David Bowie. Cinco delas (Starman, Rebel Rebel, Rock'n'Roll Suicide, Life on Mars? e Five Years) entraram no CD da trilha e deixaram má impressão que o disco com a íntegra das sessões se encarrega de reforçar. Jorge empobrece e banaliza a obra de Bowie. As oito versões inéditas que sobraram da trilha (Ziggy Stardust, Lady Stardust, Changes, Oh! You Pretty Things, Suffragette City, Queen Bitch, When I Live my Dream e Quicksand) seguem o mesmo estilo informal das cinco incluídas no disco do filme. São acústicas no sentido mais redutor do termo. Um violão e a voz de Jorge (sem o vigor já exibido em trabalhos anteriores) não bastam para reproduzir o rico universo musical de Bowie. Mesmo porque a beleza das melodias se dissipou nas versões do cantor.

Diplomático, Bowie se derramou em elogios para as versões. "Se Seu Jorge não tivesse regravado minhas canções de forma acústica e em português, eu nunca teria ouvido este novo nível de beleza que ele imprimiu nelas", derrama-se o astro inglês em depoimento reproduzido no encarte do CD. Mas o Jorge que vem à tona nas sessões de Life Aquatic é um artista quase burocrático que roça o brega e que pouco lembra o cantor inspirado de seu primeiro trabalho solo, Samba Esporte Fino (2001). É somente na única e graciosa música inédita da trilha, Team Zissou, que brota o artista mais interessante que parte do público brasileiro já conheceu. E que David Bowie, pelo visto, desconhece. É isso aí...

Dez anos sem Mamonas Assassinas - Será que o grupo resistiria ao tempo?

Faz dez anos nesta quinta-feira, 2 de março, que um acidente de avião na Serra da Cantareira, em São Paulo, abreviou a carreira meteórica do grupo Mamonas Assassinas (foto). A espirituosa banda vivia seu auge e corria o Brasil em turnê feita no embalo dos dois milhões de cópias vendidas de seu primeiro álbum.

Artistas que morrem no auge do sucesso permanecem glorificados. Público e crítica guardam a imagem do apogeu sem poder nunca diagnosticar qual seria a duração daquele sucesso. No caso dos Mamonas, há pelo menos uma pista: todos os CDs e DVDs lançados postumamente pela gravadora EMI, para faturar com a saudade dos fãs, tiveram desempenho pífio no mercado. Indício de que o público talvez se cansasse rapidamente do humor do grupo. Mas é impossível prever com certeza o que aconteceria se o avião que transportava os músicos não tivesse se chocado naquela trágica manhã dominical de 2 de março de 1996.

Passada a comoção nacional, alimentada pela cobertura intensa do jornalismo da Rede Globo, pouco se falou sobre os Mamonas Assassinas ao longo desses dez anos. No ano passado, surgiram notícias sobre a produção de um filme sobre a história do grupo que seria dirigido por Maurício Eça. Mas a idéia parece não ter saído do papel. Caso também da anunciada, mas nunca concretizada, biografia da banda.

Enfim, fãs dez anos que os Mamonas Assassinas se foram. Dinho e cia. marcaram época com o humor desbocado de músicas como Pelados em Santos, a da brasília amarela. Será que o tempo esperaria por eles? Nunca se saberá. Seja como for, que descansem em paz!!

Um tributo emotivo a Luther Vandross

Resenha de CD
Título: So Amazing - An All Star Tribute to Luther Vandross
Artista: Vários
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *

Luther Vandross (1951 - 2005) saiu precocemente de cena em julho do ano passado, vítima de complicações decorrentes de enfarte sofrido anos antes. Mas deixou seu nome na história da música americana como um dos melhores cantores de rhythm and blues e soul. Daí o time estelar reunido neste CD para prestar tributo ao saudoso astro. A fórmula é batida, mas funciona - sobretudo porque o elenco passa sinceridade e emoção. Ninguém parece estar batendo ponto. A começar por Mary J. Blige, arrasadora em Never Too Much. Aretha Franklin também mostra seu resistente poderio vocal em A House Is Not a Home. Mais intimista, Stevie Wonder faz dueto com Beyoncé Knowles na balada que intitula o álbum, So Amazing. Até Celine Dion entrou em sintonia com o som de Vandross na emotiva Dance with my Father. Já Donna Summer parece deslocada na insossa batida dance de Power of Love.

Com maior ou menor acerto, nomes como Usher (Superstar), Alicia Keys (If This World Were Mine, em refinado duo com Jermanie Paul), Wyclef Jean (Always & Forever, com elementos de rap), Babyface (If Only for One Night), Angie Stone (Since I Lost my Baby) e Jamie Foxx (Creepin') fazem jus ao homenageado, cuja voz é ouvida somente no dueto póstumo com Elton John em Anyone Who Had a Heart, sucesso da lavra de Burt Bacharach e Hal David (Bacharach era fã do cantor). O afetivo tributo desce bem, acentuando a saudade de Luther Vandross.

Álbum de Prince chega em 28 de março

A foto à direita é a capa de 3121, o novo álbum de Prince. O lançamento mundial está programado pela gravadora Universal Music para 28 de março. O sucessor de Musicology (2004) reúne 12 faixas, entre funk (Let's Do Something), soul (Satisfied), rhythm and blues (Love Is Forever) e temas latinos (Te Amo Corazón).

Discípulo está à altura do mestre Guinga

Resenha de CD
Título: Unha & Carne - Marcus Tardelli Interpreta Guinga
Artista: Marcus Tardelli
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

"Marcus Tardelli gravou o disco que eu estava devendo a mim mesmo. Depois de ouvi-lo, prefiro continuar sendo o compositor popular cujo pensamento será sempre concretizado por ele, Tardelli. Eu o vejo como meu filho e, ao mesmo tempo, pai da minha música. (...) Marcus Tardelli é o maior violonista que o Brasil produziu em todos os tempos". Presumivelmente motivado pela paixão de ter produzido este refinado tributo do colega violonista à sua obra como compositor, Guinga escreveu o texto superlativo para o encarte do CD Unha & Carne. Descontado o compreensível teor passional de suas palavras, o texto é lúcido ao destacar o virtuosismo e o rigor técnico de Tardelli, integrante do Quarteto Maogani. Discípulo de Guinga (um violonista de mão cheia que se agiganta por conta da sofisticação harmônica de seus temas autorais), Tardelli se revela à altura do mestre neste disco em que, além de tocar com maestria, assina todos os arranjos.

Não bastasse a excelência do músico, Unha & Carne também tem valor pelo ineditismo de parte de seu repertório. Como retribuição pelo tributo, o músico ganhou de Guinga temas como o choro Capital e a valsa que batiza o disco - ambos com a complexidade que caracteriza a obra do compositor carioca. Entre frevos e choros (alguns também inéditos, casos de dois dos três temas da suíte Expressões de Choro), Tardelli reafirma a riqueza da obra autoral de Guinga ao mesmo tempo em que se impõe como expressivo violonista que merece ser ouvido com a devida atenção.
Quarta-feira, Março 01, 2006

Samba-enredo dá vitória à Vila Isabel no Carnaval em que Martinho não desfilou

Que Martinho é e sempre foi da Vila ninguém duvida, mas o segundo campeonato da Unidos da Vila Isabel no Grupo Especial do Carnaval carioca - o primeiro foi em 1988, com o antológico enredo Kizomba, a Festa da Raça - certamente traz também irônico gosto amargo para o compositor. No ano passado, Martinho se desentendeu com a diretoria da escola porque o samba que fez para o enredo Soy Loco por ti, América - Vila Canta a Latinidade perdeu a disputa para defender a agremiação na Sapucaí. Magoado, o compositor acabou não desfilando. Mas foi justamente o samba-enredo vitorioso que garantiu, pelo critério de desempate, o campeonato à Vila. Se o samba de Martinho tivesse sido o escolhido, será que a Vila teria o mesmo sucesso no quesito? A pergunta nunca poderá ser respondida. Seja como for, Martinho faz parte da história da Vila e espera-se que esteja presente no Desfile das Campeãs para selar a paz entre os compositores da azul-e-branco.

Oitavo álbum do Pearl Jam sai em maio

O lançamento do oitavo álbum de estúdio do Pearl Jam (na foto, num clique de Danny Clinch) está agendado para 2 de maio. O primeiro single do CD, World Wide Suicide, já poderá ser ouvido nas rádios dos Estados Unidos a partir de 8 de março - quase dois meses antes da chegada do disco às lojas. Produzido por Adam Kasper, em parceria com a própria banda, o álbum Pearl Jam é o primeiro trabalho de estúdio do grupo desde Riot Act, editado em 2002.

Mariah quer vencer também no cinema

Intérprete do CD mais vendido nos Estados Unidos em 2005 (The Emancipation of Mimi, com 4,86 milhões de cópias), Mariah Carey quer dar a volta por cima também no cinema. Disposta a apagar o fiasco de Glitter, filme de 2001 feito pela cantora em seu período de vacas magras, a artista vai ser a protagonista de Tennessee, longa-metragem que deverá estrear nas telas ainda este ano ou, no máximo, em 2007.

Morelenbaum arranja Evora em Rogamar

Rogamar (capa à direita) é o título do disco que Cesaria Evora lança em março. Com seis dos 15 arranjos assinados pelo maestro e violoncelista brasileiro Jaques Morelenbaum, o CD traz no repertório músicas como Avenida Marginal, Travessa de Peixeira, Vaga Lenta e Sombras di Distino, entre outras. São 15 faixas, ao todo, incluindo o tema que batiza o décimo álbum da cantora de Cabo Verde, África. O disco será lançado no Brasil pela gravadora Sony & BMG ainda neste semestre.

CD coleta hits da discoteca em novelas

Coletâneas de sucessos da disco music existem aos montes. Mas nenhuma associou a discoteca aos folhetins como a compilação Disco Music - O Melhor das Novelas da Globo (capa à esquerda), lançada este mês pela Som Livre. O CD reúne gravações de Grace Jones (That's the Trouble), Voyage (Scoth Machine), Roberta Kelly (Zodiacs), Donna Summer (I Love You), Sylvester (You Make me Feel), Rick James (You and I), Charo (Dance a Little Bit Closer) e Village People (Macho Man), entre outros nomes da disco music.
Terça-feira, Fevereiro 28, 2006

CD para foliões do bloco do eu sozinho

Resenha de CD
Título: Fossa Nova
Artista: Marcos Sacramento e Carlos Fuchs
Gravadora: Olho do Tempo
Cotação: * *

A fossa não é tão nova quanto sugere o engenhoso título. A renovação está mais no repertório - todo composto entre 1997 e 1998 por Sacramento com Fuchs, com exceção de Rua dos Loucos, parceria de Fuchs com Mathilda Kóvak - do que no universo musical propriamente dito. Este tangencia a melancolia dos sambas-canções em voga nos anos 50 sem reproduzir exatamente a estética do gênero. Sacramento é bom cantor. Fuchs é pianista e arranjador elegante. Durante a folia de 1998, a dupla registrou de forma caseira um punhado de músicas de dor-de-cotovelo. Oito carnavais depois, este material chega ao mercado (com algumas vozes regravadas e uma providencial mixagem) no primeiro pacote de lançamentos do selo Olho do Tempo. Além de autoral, o repertório é conceitual. Pena que seu tom monocórdico jogue o CD para baixo em todos os sentidos. É para foliões do bloco do eu sozinho...

Oitavo disco solo de Morrissey sairá em abril com referências ao cinema italiano

O oitavo álbum de Morrissey, The Ringleader of the Tormentors (capa à esquerda), tem lançamento confirmado para início de abril. Gravado em Roma, com produção de Tony Visconti e participação do maestro Ennio Morricone, o disco teve a faixa You Have Killed me escolhida como seu primeiro single. A letra inclui referências ao cinema italiano.

Pela ordem, Will See You in Far-off Places, Dear God Please Help me, You Have Killed me, The Youngest Was the Most Loved, In the Future When All's Well, The Father Who Must Be Killed, Life Is a Pigsty, I'll Never Be Anybody's Hero Now, On the Streets I Ran, To me You Are a Work of Art, I Just Want to See the Boy Happy e At Last I Am Born são as 12 músicas do CD.

Rubin produz Metallica e Linkin Park

O grupo Metallica (foto) já começou a trabalhar em seu próximo álbum de estúdio. O sucessor de St. Anger (2003) ainda não tem título e tampouco previsão de lançamento. Mas já está sendo produzido por Rick Rubin. A propósito, Rubin vai produzir também o próximo CD do grupo Linkin Park.

DVD recupera imagens de Gaye na TV

A indústria fonográfica continua exumando a obra de Marvin Gaye (1939 - 1984). Enquanto a Universal Music reedita no Brasil sua obra-prima de 1971 What's Going on, com duas faixas-bônus (Sad Tomorrow e uma versão alternativa de God Is Love), as lojas dos Estados Unidos vão receber em 4 de abril o DVD The Real Thing in Performance: 1964-1981. O DVD reúne apresentações do cantor na TV - algumas bem raras, como as versões de What's Going on e What's Happening, Brother mostradas em 1972 no documentário Save the Children, ainda inédito em vídeo.

Também são raridades números apresentados por Gaye, entre 1964 e 1965, nos programas American Bandstand (Hitch Hike), Shivaree (Pride & Joy) e Swingin' Time (Pretty Little Baby e Ain't that Peculiar), entre outros.

Catálogo de Roy Orbison será reeditado

Associado à gravadora Sony & BMG, o selo Legacy pretende reeditar ao longo de 2006 a obra de Roy Orbison (1936 - 1988). Em 28 de março, a compilação dupla The Essential Roy Orbison será lançada no mercado americano com a reunião de 40 gravações que abrangem o período 1956 - 1987 e cobrem toda a carreira do astro, incluindo fonogramas pertencentes aos acervos dos selos Sun, Monument, Virgin, MGM, Jewel, Mercury e Def Jam. A idéia do Legacy é repor em catálogo, ao longo do ano, todos os discos gravados por Orbison nestes selos - inclusive o álbum Mystery Girl, último trabalho de estúdio do cantor, lançado postumamente em 1989.
Segunda-feira, Fevereiro 27, 2006

Afrodisíaco agora se chama Vixe Mainha e tem disco retirado das lojas da Bahia

Por conta de liminar judicial expedida na sexta-feira, 24 de fevereiro, a gravadora Universal Music está tendo que retirar das lojas todas as cópias já distribuídas do primeiro CD do Afrodisíaco (foto). Um grupo reivindicou na Justiça a primazia de usar o nome. Por conta disso, a banda liderada pelos compositores Pierre Onasis e Jauperi passou a se chamar Vixe Mainha desde o último fim de semana. O novo nome foi extraído do refrão de Café com Pão, um dos dois grandes sucessos do grupo (o outro é Já É). O álbum de estréia do ex-Afrodisíaco já tinha chegado às lojas de Salvador (BA) e trazia no repertório regravações de músicas de Chico César (Mama África) e Pepeu Gomes (Eu Também Quero Beijar).

CD compila hits de Alcione em novelas

No embalo do sucesso feito pelo samba Meu Ébano na trilha sonora da novela América, a Som Livre lança a coletânea Alcione - Novelas, que reúne, como o título já anuncia, gravações da Marrom popularizadas nas tramas da Rede Globo. A seleção mistura fonogramas antigos - como Pode Esperar (1978), tema da novela Pai Herói em 1979 - com outros mais recentes, caso de Você me Vira a Cabeça (me Tira do Sério), gravação de 2001 que estourou em 2004 na trilha da novela Da Cor do Pecado. Outras faixas da compilação são Gostoso Veneno, Menino sem Juízo, Estranha Loucura e O Poder da Criação.

A 'última' coletânea do grupo Jackson 5

Não é a coletânea mais recente, como diz o título, pois trata-se de um lançamento de 1996 que está sendo reeditado uma década depois no Brasil. Mas The Ultimate Collection (capa à direita) é uma essencial compilação do Jackson 5, o grupo formado por Michael Jackson e seus irmãos no início dos anos 60. Em 21 faixas, o CD reúne as gravações mais expressivas da turma (I Want You Back, I'll Be There, Never Can Say Goodbye, ABC) e alguns fonogramas da fase infanto-juvenil de Michael (Got to Be There, I Wanna Be Where You Are).

Daniela vira Dona Flor na folia baiana

Eis um flagrante de Daniela Mercury caracterizada como Dona Flor - devidamente acompanhada por seus dois maridos, Teodoro (Rodrigo Pavanello) e Vadinho (Malvino Salvador) - na folia baiana. Dona Flor e seus dois maridos recebem a vocalista do Babado Novo, Cláudia Leite (vestida de Gabriela, outra personagem do universo do escritor Jorge Amado), no trio elétrico da cantora, que homenageia o cinema brasileiro no Carnaval 2006.

Bacharach questiona o tempo de Bush em disco marcado por letras pacifistas

Resenha de CD
Título: At This Time
Artista: Burt Bacharach
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *

Ao longo dos anos 60, ao compor um punhado de clássicos gravados por Dionne Warwick, Burt Bacharach praticamente inventou o padrão do pop radiofônico que perdura ainda hoje. Mestre na criação de melodias agradáveis, letradas com versos geralmente românticos, o artista é um dos gênios musicais do século 20. Daí o saudável estranhamento causado com este seu novo álbum de inéditas. Inquieto, o maestro reinventa sua fórmula ao recrutar o rapper Dr. Dre - responsável pelas batidas funkeadas de algumas faixas - e ao enveredar por searas mais politizadas. At This Time questiona seu tempo em letras pacifistas que protestam contra com a política de guerra da era do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Não deixa de ser uma surpresa em se tratando de um artista com obra já consolidada e (tardiamente) reverenciada. Who are These People? traz Elvis Costello. Rufus Wainwrigth é o convidado de Go Ask Shakespeare - um questionamento melancólico dos rumos tomados pela humanidade em tempos atuais. É um álbum estupendo que, à parte as mudanças de rota nas letras, reafirma a genialidade de Bacharach como maestro. Vale não somente pelas músicas em si, mas pela forma com que elas são embaladas.
Domingo, Fevereiro 26, 2006

A cara da Velha Guarda da Mangueira

A Velha Guarda da Mangueira (foto) participa de duas faixas do novo disco do cantor e compositor Roberto Serrão, Cara da Gente, produzido por Alceu Maia e Josimar Monteiro. A participação acontece nas músicas Quero Apenas Ser Feliz (Darcy da Mangueira e Roberto Serrão) e Sonho Menino (Roberto Serrão).

Daniela canta tema de filme com filho

Caracterizada como Nossa Senhora Aparecida, numa alusão ao figurino usado pela atriz Fernanda Montenegro no filme O Auto da Compadecida, Daniela Mercury (foto) apresentou no Carnaval da Bahia, em dueto com seu filho Gabriel Povoas, a música Cavaleiro do Coração, composta pelos dois para a trilha do filme Maria de Corpo e Alma.

Álbum triplo compila o legado de Callas

Embora tenha editado recentemente a coletânea Life & Art, lançada simultaneamente com o DVD homônimo que contou a história trágica de Maria Callas (1923 - 1977) em documentário, a gravadora EMI está pondo nas lojas outra compilação do soprano. O álbum triplo The Platinum Collection (capa à direita) reúne 45 gravações da diva do canto lírico- a maioria dos anos 50 e início dos 60. O encarte traz breve texto biográfico que contextualiza a importância de Callas na cena operística de sua época.

Asa de Águia grava em SP DVD que terá imagens captadas no Carnaval da Bahia

Tradicional atração do Carnaval da Bahia, o grupo Asa de Águia (foto) espera o fim da folia para retomar os preparativos para a última etapa da gravação de seu primeiro DVD - agendada para 18 de março, na Estância Alto da Serra, em São Paulo. Espera-se um público de 14 mil pessoas no show. O DVD também incluirá cenas filmadas pelo grupo no Carnaval baiano de 2006. Imagens de Durval Lelys no comando de seu trio elétrico, no Farol da Barra, foram captadas para o vídeo, que terá direção de Joana Mazzucchelli.

Eddie apresenta terceiro CD em março

Grupo de Olinda (PE) liderado pelo vocalista Fábio Trummer (compositor de Quando a Maré Encher, música gravada por Nação Zumbi e Cássia Eller), Eddie está lançando seu terceiro disco, Metropolitano, gravado entre março e julho de 2005, em Recife (PE). Formado por Trummer (voz e guitarra), Kiko Meira (bateria), Rob Meira (baixo), Alexandre Uréia (percussão e vocais) e André Oliveira (trompete, teclados e samples), o quinteto reuniu no CD 13 músicas que transitam por ritmos como rock, frevo, samba e reggae. Entre as faixas, temas novos (Danada, Maranguape, Vida Boa) e antigos (Ontem Eu Sambei). O cantor e compositor Erasto Vasconcelos - que já teve disco produzido por Fábio Trummer - é um dos convidados de Metropolitano.
ARQUIVOS
07/31/2005 - 08/06/2005
08/07/2005 - 08/13/2005
08/14/2005 - 08/20/2005
08/21/2005 - 08/27/2005
08/28/2005 - 09/03/2005
09/04/2005 - 09/10/2005
09/11/2005 - 09/17/2005
09/18/2005 - 09/24/2005
09/25/2005 - 10/01/2005
10/02/2005 - 10/08/2005
10/09/2005 - 10/15/2005
10/16/2005 - 10/22/2005
10/23/2005 - 10/29/2005
10/30/2005 - 11/05/2005
11/06/2005 - 11/12/2005
11/13/2005 - 11/19/2005
11/20/2005 - 11/26/2005
11/27/2005 - 12/03/2005
12/04/2005 - 12/10/2005
12/11/2005 - 12/17/2005
12/18/2005 - 12/24/2005
12/25/2005 - 12/31/2005
01/01/2006 - 01/07/2006
01/08/2006 - 01/14/2006
01/15/2006 - 01/21/2006
01/22/2006 - 01/28/2006
01/29/2006 - 02/04/2006
02/05/2006 - 02/11/2006
02/12/2006 - 02/18/2006
02/19/2006 - 02/25/2006
02/26/2006 - 03/04/2006
03/05/2006 - 03/11/2006
03/12/2006 - 03/18/2006
03/19/2006 - 03/25/2006
03/26/2006 - 04/01/2006
04/02/2006 - 04/08/2006
04/09/2006 - 04/15/2006
04/16/2006 - 04/22/2006
04/23/2006 - 04/29/2006
04/30/2006 - 05/06/2006
05/07/2006 - 05/13/2006
05/14/2006 - 05/20/2006
05/21/2006 - 05/27/2006
05/28/2006 - 06/03/2006
06/04/2006 - 06/10/2006
06/11/2006 - 06/17/2006
06/18/2006 - 06/24/2006
06/25/2006 - 07/01/2006
07/02/2006 - 07/08/2006
07/09/2006 - 07/15/2006
07/16/2006 - 07/22/2006
07/23/2006 - 07/29/2006
07/30/2006 - 08/05/2006
08/06/2006 - 08/12/2006
08/13/2006 - 08/19/2006
08/20/2006 - 08/26/2006
08/27/2006 - 09/02/2006
09/03/2006 - 09/09/2006
09/10/2006 - 09/16/2006
09/17/2006 - 09/23/2006
09/24/2006 - 09/30/2006
10/01/2006 - 10/07/2006
10/08/2006 - 10/14/2006
10/15/2006 - 10/21/2006
10/22/2006 - 10/28/2006
10/29/2006 - 11/04/2006
11/05/2006 - 11/11/2006