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Sábado, Março 11, 2006

Um papo particular com Marisa Monte

Com simpatia natural que contradiz com a aura mitológica que cerca seu nome e seu trabalho, Marisa Monte (na foto, em clique de Murilo Meirelles) recebeu esta semana no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, jornalistas de todo o Brasil para conversar sobre seus dois discos que estão chegando às lojas desde sexta-feira, 10 de março: Universo ao meu Redor (o CD de sambas) e Infinito Particular (o CD pop, com repertório de canções autorais).

A dupla gestação aconteceu a partir do nascimento, em dezembro de 2002, do primeiro filho de Marisa, Mano Wladimir, fruto da união da cantora com o músico Pedro Bernardes. A maternidade lhe permitiu dar um tempo na carreira, iniciada na segunda metade dos anos 80, para ficar em casa e ser mãe em tempo (quase) integral durante 2003 e 2004.

"A serenidade dos discos tem a ver com a maternidade. Meu filho me deu tempo e justificativa para ter tempo. Comecei a trabalhar cedo e me dei o direito de ficar em casa. Curti a maternidade até às últimas conseqüências. Amamentei até um ano e meio", conta a cantora.

Entre uma mamada e outra, Marisa teve a idéia de inventariar a produção de sambas da velha guarda através de entrevistas realizadas pela artista em sua casa, na Gávea, com bambas como Ratinho, Surica, Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Monarco. "Ouvi o material e digeri aquele repertório. Meu foco não era somente a busca por material inédito, mas pesquisar a formação de Dona Ivone Lara, de Monarco... A convivência mais intensa com esse universo do samba me inspirou para que eu fizesse com Arnaldo (Antunes) e (Carlinhos) Brown alguns sambas", explica Marisa.

Samba que puxa o disco Universo ao meu Redor nas rádios, O Bonde do Dom, por exemplo, foi composto pelo trio tribalista na viagem feita à Europa em 2003 para promover o disco do grupo com shows e entrevistas. Já da pesquisa com os bambas, Marisa colheu Pétalas Esquecidas, inusitada valsa de Dona Ivone Lara, feita em 1945, quando a compositora trabalhava como enfermeira na colônia Juliano Moreira (sua colega de plantões, Teresa Batista, é parceira na música). "Fiquei apaixonada por ser uma música de duas mulheres. O universo do samba tem ótica masculina. E estes meus dois discos são muito femininos, delicados. O discurso e o olhar são femininos", conceitua Marisa.

Paralelamente à garimpagem de sambas, Marisa Monte começou a digitalizar seu acervo particular de fitas cassetes com sua produção autoral. Nascia o embrião de Infinito Particular. "Tinha gravado com os Tribalistas um trabalho autoral, coletivo. Fiquei com vontade de fazer mais um disco focado nas minhas composições. A partir do Mais, as vertentes de compositora e de intérprete de sambas foram compartilhadas em meus discos. Achei que podia separá-las e fiz dois discos complementares", contextualiza.

Nome já envolvido na produção do CD dos Tribalistas, Alê Siqueira foi convocado para pilotar com a cantora o disco autoral. "Ele é um maestro de acabamento impecável", elogia. Já a admiração por Mario Caldato, que conheceu em Nova York em 1998, levou Marisa a convidar o brasileiro que se radicara nos EUA para produzir o álbum de sambas. "Não queria fazer um disco de samba tradicional. Queria gravar um CD que tivesse a ver com a minha sonoridade, com o som dos meus outros discos. Não podia pensar num disco meu como se fosse um do Argemiro (Patrocínio, saudoso bamba da Portela que teve seu único disco solo editado em 2002 por iniciativa de Marisa)", ressalta.

De outros encontros, vieram os convidados do disco. Fernandinho Beat Box, craque ao tirar da boca sons que simulam efeitos eletrônicos, entrou nos discos quando Marisa o conheceu num show na praia dividido pela cantora com nomes como Marcelo D2, que trabalha com Beat Box. Já a participação de David Byrne nasceu da vinda do artista americano para a edição 2005 do VMB (Video Music Brasil), a premiação de clipes da MTV que teve Marisa como uma das apresentadoras. "O encontro com Byrne me reacendeu a vontade de fazer algo com ele", lembra Marisa, que virou parceira do compositor em Statue of Liberty, faixa do disco do samba que traz Byrne nos vocais.

O leque de parceiros se abriu também com a chegada de Seu Jorge, Marcelo Yuka e Adriana Calcanhotto, artista atualmente empresariada por Leonardo Netto, que também cuida das turnês de Marisa. "Isso nos aproximou, mas sempre admirei muito a Adriana. Ela é caprichosa, dedicada. Todo mundo que tem filho ouviu muito o disco Adriana Partimpim. Ela me trouxe uma música pronta e eu dei para ela várias melodias", conta Marisa. E assim nasceu Pelo Tempo que Durar, a primeira parceria das duas compositoras.

E assim nasceram Universo ao meu Redor e Infinito Particular. Os dois novos rebentos de Marisa Monte.

Com requinte, o samba sai do universo puramente nacionalista em obra-prima

Resenha de CD
Título:
Universo ao meu Redor
Artista:
Marisa Monte
Gravadora: EMI / Phonomotor
Cotação:
* * * * *

Universo ao meu Redor, o lindo samba que abre e dá título ao disco de Marisa Monte, poderia ser creditado a um bamba da velha guarda pela nobreza da melodia, o lirismo da letra ("Quantas lágrimas de orvalho na roseira / Todo mundo tem um canto de tristeza") e o violão e o cavaquinho personalíssimos de Paulinho da Viola. Da mesma forma que a faixa que o segue, O Bonde do Dom, também carrega a maestria e a beleza do samba mais tradicional. A novidade é que ambos são assinados por Marisa com seus parceiros Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown.

A intimidade do trio tribalista com o samba impõe Universo ao meu Redor - o disco - como uma das obras-primas não somente do gênero, mas de todo o universo da música brasileira. O bonde de Marisa desvia da rota purista que normalmente confina o samba a um trilho excessivamente nacionalista. Tratado com respeito, mas sem excessiva reverência, o samba cantado pela artista é embalado com sutis sons contemporâneos - como os malabarismos bucais de Fernandinho Beat Box, convidado de faixas como Meu Canário, tema de 1950, de autoria de Jayme Silva, celebrizado por O Pato, o sucesso de João Gilberto.

Cantando cada vez melhor, em tons suaves, Marisa combina no repertório sambas novos e antigos, escorada em requintada produção feita pela cantora com Mario Caldato - nome normalmente associado ao universo do hip hop. Há toda uma atmosfera de delicadeza na percussão e nos arranjos. Atmosfera que adquire tom lúdico em Três Letrinhas, surpreendente inédita da fase inicial (1969) do grupo Novos Baianos - uma sobra à altura dos melhores momentos da obra de Moraes Moreira e Galvão.

No bonde da modernidade, Marisa e sua turma trafegam por repertório uniforme que nunca sai dos trilhos. Entre pérola de 1980 de Argemiro Patrocínio (Lágrimas e Tormento, lustrada pelo piano contemporâneo de Daniel Jobim), temas igualmente nobres da lavra do time tribalista (Quatro Paredes, Cantinho Escondido, A Alma e a Matéria, Satisfeito) e inédita de Paulinho da Viola (Para Mais Ninguém, com a elegante grife melódica e poética do autor), o disco transita em linha suave interrompida somente por Statue of Liberty, colaboração de David Byrne nos vocais e na co-autoria. O baticum miscigenado está em sintonia com a tropicalista explosão de cores da capa ilustrada com colagem da artista plástica Beatriz Milhazes.

Com sofisticação e universalidade, Marisa Monte irmana tanto insuspeita valsa de Dona Ivone Lara (Pétalas Esquecidas) quanto insuspeito samba de Adriana Calcanhotto (Vai Saber?). No resumo da ópera, Universo ao meu Redor é disco antológico que cresce a cada audição e confirma Marisa Monte como a artista mais importante e inteligente de sua geração.

Álbum de canções se impõe por arranjos de atmosfera cool de rara sofisticação

Resenha de CD
Título: Infinito Particular
Artista: Marisa Monte
Gravadora: EMI / Phonomotor
Cotação: * * * *

Mais do que o disco 'pop', rótulo tão vago quanto genérico, Infinito Particular é um álbum de canções autorais. É o primeiro CD de Marisa Monte em que todas as músicas (13, todas inéditas) são assinadas por ela. Produzido por Alê Siqueira com a própria cantora, Infinito Particular está envolvido pela mesma requintada atmosfera de delicadeza que permeia seu gêmeo Universo ao meu Redor. Mas perde na inevitável comparação porque seu (geralmente belo) repertório não é tão uniforme. Ainda que traga momentos geniais como a faixa-título e Vilarejo, que por si só já vale o CD, pela melodia irresistível e pela letra que transmite um sentimento de paz ao apresentar o tal vilarejo como idealizado microcosmo de um mundo perfeito.

De realmente pop, a rigor, há Pra Ser Sincero, parceria de Marisa com Carlinhos Brown que tem a pegada radiofônica do último disco solo da artista, Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000). Tem todo jeito de hit! O repertório é valorizado pelos arranjos estupendos dos maestros Eumir Deodato, Philip Glass (o mestre do minimalismo) e João Donato. Esse trio lança mão de inusitado arsenal de cordas, metais e percussão para embalar temas como Levante (bela música da lavra de Seu Jorge com o trio tribalista, pontuada pelo trompete de Jesse Sadoc), A Primeira Pedra (de atmosfera etérea) e a melodiosa O Rio, acalanto em que Marisa transmite ao filho, Mano Wladimir, um recado de fé no poder regenerador da vida.

O clima cool de Infinito Particular exibe rara sofisticação. A primeira metade do disco reedita a perfeição que engloba Universo ao meu Redor. A queda na qualidade do repertório acontece a partir da oitava faixa. Gerânio, parceria de Nando Reis com Marisa, parece uma sobra do disco Mais (2001). A levemente abolerada Quem Foi, a segunda colaboração de Marcelo Yuka com a cantora, também não se impõe entre outras canções mais bonitas. Mas, em compensação, há Pernambucobucolismo (com arranjo urdido somente com percussão e baixo tocado pela própria Marisa) e a primeira e belíssima parceria de Adriana Calcanhotto e Marisa, Pelo Tempo que Durar.

No todo, Infinito Particular mostra que, com maior ou menor perfeição no repertório, os dois discos de Marisa Monte passam longe da banalidade que impera na música pop mundial.

Turnê Universo Particular estréia em abril com as 'histórias do passado' de Marisa

Universo Particular é o nome do novo show de Marisa Monte (na foto acima, em clique de Murilo Meirelles). A turnê de lançamento dos discos Universo ao meu Redor e Infinito Particular tem estréia agendada para 28 de abril, em apresentação no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR). O bem sacado título Universo Particular já anuncia a intenção de misturar sambas de Universo ao meu Redor e canções de Infinito Particular em roteiro que terá músicas do álbum dos Tribalistas (entre elas, provavelmente, Velha Infância e Carnavália) e composições dos discos solos anteriores da cantora.

"O show vai ter um pouco de tudo... todas as minhas histórias do passado", revela Marisa, longe dos palcos brasileiros desde o encerramento da turnê Memórias, Crônicas e Declarações de Amor, em 2001 (exceto por eventuais participações em shows coletivos e em apresentações da Velha Guarda da Portela).

Depois da estréia em Curitiba, a turnê Universo Particular segue pelo Sul (por Porto Alegre, Caxias do Sul), aporta em São Paulo em maio e chega ao Rio de Janeiro em julho, depois da Copa do Mundo. Claro que, ao longo da turnê, o show deverá ganhar registro em DVD.

Marisa apresenta seus gêmeos bivitelinos em texto escrito por ela para a imprensa

É a própria Marisa Monte (na foto acima, em clique de Murilo Meirelles) que assina o texto de apresentação de seus dois novos discos, Universo ao meu Redor e Infinito Particular, desde 10 de março nas lojas - com tiragens iniciais de 300 mil cópias, cada um. O texto foi enviado aos radialistas e jornalistas da área musical juntamente com os CDs da tiragem promocional (de 1,2 mil cópias de cada um, em embalagem em digipack). No texto, reproduzido a seguir, a cantora caracteriza os álbuns como "gêmeos bivitelinos".

Eis, na íntegra, o elucidativo texto da artista:

"Comecei nos palcos. Toda a minha trajetória se fez através do contato direto com o público, nas apresentações ao vivo. Em quinze anos de carreira gravei muito pouco, por causa das longas turnês que sempre acabavam gerando um espaço muito grande entre os discos.

Cinco discos em quinze anos, sem contar os que produzi e o dos Tribalistas. Em 2001 terminei a turnê de Memórias Crônicas, depois de quase dois anos de estrada, decidida a ficar em casa por um tempo. Aproveitei para produzir o disco do Argemiro e logo a seguir mergulhei no projeto dos Tribalistas com Carlinhos e Arnaldo. Um projeto só de estúdio. Adoro e sempre adorei estúdio. Gravamos todo o disco no Rio, em treze dias. Uma música por dia. Engravidei durante as gravações. O disco saiu no mês do nascimento do meu primeiro filho.

Durante os meses que se seguiram tive a chance de ficar mais tempo em casa. Aproveitei a oportunidade para fazer várias coisas que seriam impossíveis viajando e, sem saber, algumas delas acabaram se tornando o embrião desses discos de agora. Eu sabia, através do meu contato com o samba carioca e, principalmente, pelo convívio com a Velha Guarda da Portela e pelo trabalho de pesquisa para o disco deles em 1999, que havia um repertório incrível, presente apenas na tradição oral, que estava se perdendo pouco a pouco. A curiosidade me fez querer saber mais sobre isso, ampliando o conhecimento para além dos limites da Portela. Comecei a fazer uma série de encontros e entrevistas, orientada por conversas com Monarco, Paulinho da Viola, Dona Yvonne Lara e meu pai, entre outros.

Ouvi compositores, parentes e parceiros de sambistas antigos em busca não somente da obra deles, como também das referências criativas; da gênese do samba feito por eles. E os sambas de Jaime Silva, Argemiro, Dona Yvonne, Casemiro, Moraes e Galvão, alguns com mais de cinquenta anos, uniram-se à produção contemporânea da Adriana, do Paulinho, do Arnaldo, do Carlinhos e minha, no repertório de O Universo ao Meu Redor, esse meu disco focado mais do que no samba, eu diria, na atmosfera do samba, com seus assuntos mais freqüentes - o amor, a natureza, a própria música, a condição humana, o canto dos passarinhos, o quintal, o convívio através da arte...

Para produzir comigo, convidei o Mario Caldato, com quem sempre tive vontade de trabalhar e que ficou responsável por pilotar a personalidade sonora do disco.

Ao mesmo tempo em que eu mantinha a freqüência desses encontros em torno do samba, comecei a digitalizar todo o meu acervo de fitas cassete. O intuito do trabalho era salvar os registros do processo de composição. Quinze anos de músicas sendo feitas. Algumas terminadas, outras abandonadas. Várias dessas que todo mundo conhece, na nascente. Cadernos de rascunhos sonoros. Quase cem fitas, todas ouvidas, decupadas, mapeadas por mim.

Infinito particular.

Essa audição me fez mergulhar em composições de várias épocas, não só com parceiros antigos (Nando, Carlinhos, Arnaldo, Pedro Baby, Dadi), mas também ampliando os horizontes na direção de novos - Seu Jorge, Adriana, Yuka, Leonardo Reis e Rodrigo Campelo. Muitos encontros e, algum tempo depois, eu tinha material para mais um disco. Dessa vez, só de músicas minhas com parceiros e o replay de Alê Siqueira, com quem já havia trabalhado em Tribalistas, para produzir comigo. Além dos arranjos de Eumir, Philip e Donato.

É isso... Se eu tivesse gravado agora apenas um disco e fosse para a estrada, ia demorar um tempão até que eu tivesse a chance de gravar de novo e sei que haveria um hiato entre o que faço e o que mostro. Por isso concebi esses dois discos de repertório inédito. Gerados ao mesmo tempo, como gêmeos bivitelinos, vêm ao mundo agora no mesmo dia. Mas são muito diferentes. Cada um com a sua história. Cada um falando por si. Como duas fotos. Com muitas pessoas e comigo no bolo. Agradeço a todos."

Marisa Monte
Sexta-feira, Março 10, 2006

Mutantes ensaiam para show que pode ter Fernanda Takai no lugar de Rita Lee

Os Mutantes (foto) já estão se reunindo para ensaiar para o show que farão na Inglaterra, em 22 de maio, dentro da exposição londrina Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture. O grupo que ensaia é formado por Sérgio Baptista (guitarra), Arnaldo Baptista, Liminha (baixo) e Dinho (bateria). Liminha e Dinho entraram para o grupo a partir do terceiro disco, A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970).

Com a recusa de Rita Lee para participar da apresentação, a cantora do grupo Pato Fu, Fernanda Takai, poderá assumir os vocais de alguns números do show, como convidada especial. Mas a participação de Takai ainda não está fechada. Outras cantoras, como Rebeca Matta, também estão no páreo. Vale lembrar que o Pato Fu sempre exibiu em seus discos uma criatividade que remetia à anarquia tropicalista dos Mutantes.

Com ou sem Takai, é provável que o show seja gravado para posterior edição em DVD e CD ao vivo.

Tom Zé participa do novo CD do Cake

Tom Zé (foto) compôs e gravou música com John McCrea, líder do grupo americano Cake, para o próximo CD da banda. A música, Traffic, foi feita pelos novos parceiros no próprio estúdio Wah Wah, em São Paulo (SP), onde foi realizada a gravação. McCrea criou a melodia. Tom Zé fez a letra da música que remete aos sonoros sinais de trânsito dos aeroportos.

A idéia da parceria e da participação de Tom Zé no disco do Cake surgiu porque McCrea é fã antigo das músicas do artista baiano. Ele inclusive já declarou a uma publicação americana que as letras de Tom Zé "cortam até os ossos pela coragem e contundência".

A gravação de Traffic contou com as participações de Paulo Lepetit (engenheiro de som e baixista), Jarbas Mariz (percussão), Daniel Maia (violonista) e Marcelo Blanck (co-arranjador).

Donato quer gravar Sinatra com Moura

O compositor e pianista João Donato (foto) planeja gravar um CD com o clarinetista Paulo Moura. A idéia dos músicos é fazer um disco que, além de parcerias inéditas da dupla, inclua no repertório sucessos de Frank Sinatra e Dick Farney - para lembrar os tempos em que ambos integravam o Sinatra-Farney Fan Club, que aglutinava nos anos 50 admiradores dos dois sofisticados e saudosos cantores.

João Bosco inicia parceria com Nei Lopes

João Bosco (foto) está iniciando parceria com Nei Lopes, primoroso letrista ligado ao universo do samba. Os compositores já fizeram três músicas. Uma delas, Jimbo no Jazz, narra as peripécias de um jongueiro fã de jazz.

As músicas estarão no repertório do CD de inéditas que Bosco grava a partir de julho. O disco será especial na carreira do cantor. Além da inusitada colaboração com Nei Lopes, o CD vai oficializar a retomada da parceria de Bosco com Aldir Blanc em faixas como Mentiras de Verdade e Sonho de Caramujo.

Alcione vai fazer dueto com Leci em DVD

A participação de Leci Brandão, na música Quero Sim, é uma das surpresas do show em que Alcione (foto) vai gravar DVD e CD ao vivo. Agendada para 16 de março na casa Via Show, na Baixada Fluminense (RJ), a gravação contará com adesões de Marcelo D2 (no samba Menor Abandonado - de Zeca Pagodinho, Mauro Diniz e Pedrinho da Flor) e dos rappers angolanos Os Gênesis (no tema Angola Brasil). O novo projeto ao vivo da Marrom será editado pela Indie Records.
Quinta-feira, Março 09, 2006

O universo ao redor de Marisa Monte

Com capa ilustrada por colagem da artista plástica Beatriz Milhazes, o álbum de sambas de Marisa Monte, Universo ao meu Redor, reúne 14 músicas de diversas épocas. Eis um resumo da ficha técnica do CD, produzido por Mario Caldato Jr. e gravado entre junho e setembro de 2005:

Universo ao meu Redor - Composta em 2005, a faixa-título é parceria de Marisa Monte com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Paulinho da Viola toca violão e cavaquinho.

O Bonde do Dom - Outro samba de Antunes, Brown e Marisa. Já em rotação nas rádios, a música tem a grife melódica dos sambas da velha guarda. Foi feita em 2003. O arranjo conjuga instrumentos como o violoncelo de Jaques Morelenbaum, o ukelele (instrumento havaiano da família do cavaquinho) tocado por Marisa e a vassourinha percutida por Marcelo Costa.

Meu Canário - Samba de 1950, de autoria de Jayme Silva (o compositor de O Pato, grande sucesso de João Gilberto). Marisa toca guitarra, caixinha e ralador. Fernandinho Beat Box responde obviamente pelos beat box da faixa.

Três Letrinhas - Inédita do repertório do grupo Novos Baianos. É de 1969 e traz a assinatura de Moraes Moreira e Galvão, os dois principais compositores do grupo. Mario Caldato toca guitarra slide.

Quatro Paredes - Samba de Marisa, Antunes e do violonista Cézar Mendes. É de 2004. Paulinho da Viola toca cavaquinho.

Perdoa, meu Amor - Samba de 1944, de autoria de Casemiro Vieira, o Casemiro da Cuíca, o mais antigo integrante da atual formação da Velha Guarda da Portela. Monarco toca tamborim e Marisa, lixa de unha.

Cantinho Escondido - Parceria do trio tribalista com o violonista Cézar Mendes. Mauro Diniz toca cavaquinho. Daniel Jobim pilota o piano elétrico Fender Rhodes. O samba é de 2004.

Statue of Liberty - O compositor americano David Byrne participa da faixa como vocalista e co-autor (em parceria com Marisa e Fernandinho Beat Box). É de 2005.

A Alma e a Matéria - Mais um samba de Antunes, Brown e Marisa. É de 2005. Eliezer Rodrigues toca tuba. Jota Moraes pilota o vibrafone.

Lágrimas e Tormentos - Samba de 1980, de autoria de Argemiro Patrocínio (1923 - 2003), bamba portelense que teve seu único disco solo lançado em 2002 por iniciativa de Marisa Monte. Paulinho da Viola toca cavaquinho na faixa.

Satisfeito - Samba de 2003. Mais uma parceria de Antunes, Brown e Marisa.

Para Mais Ninguém - Inédita de Paulinho da Viola, composta em 2005. O autor toca violão na faixa.

Vai Saber? - Primeira incursão de Adriana Calcanhotto no universo do samba mais tradicional. É de 2005. A faixa traz trio de sopros pilotado por Jaques, Lúcia e Edu Morelenbaum.

Pétalas Esquecidas - Valsa de 1945. Parceria de Dona Ivone Lara com Teresa Batista.

O 'Infinito Particular' de Marisa Monte

Com 13 músicas, Infinito Particular é o mais pop dos dois CDs de Marisa Monte que, em tese, chegam às lojas nesta sexta-feira, 10 de março. Eis a ficha técnica resumida das 13 faixas:

Infinito Particular - A faixa-título é parceria de Marisa com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Os arranjos de cordas e metais são de Philip Glass.

Vilarejo - É a bucólica faixa que puxa o disco pop. O guitarrista Pedro Baby se junta ao trio tribalista na autoria do (lindo) tema, já nas rádios. Eumir Deodato assina arranjos de cordas e metais. A própria Marisa toca ukulele (espécie de cavaquinho havaiano) e cajón. Liminha assina o baixo.

Pra Ser Sincero - Música de Marisa com Carlinhos Brown. A cantora toca violão na faixa.

Levante - Seu Jorge assina o tema ao lado do trio tribalista. Marisa toca violão e escaleta.

Aquela - Primeira parceria de Marisa com Leonardo Reis. A cantora toca ukulele e lixa de unha.

A Primeira Pedra - Eumir Deodato assina os arranjos de cordas e metais desta outra parceria de Marisa, Antunes e Brown. O violoncelo é tocado por Jaques Morelenbaum, presente em várias faixas.

O Rio - Marisa toca kalimba nesta faixa, a segunda que traz a assinatura de Seu Jorge com o trio tribalista. Na letra, ela se dirige ao seu filho, Mano Wladimir.

Gerânio - Nando Reis é parceiro de Marisa e de Jennifer Gomes na faixa. Philip Glass assina os arranjos de cordas e metais.

Quem Foi - João Donato é o arranjador da faixa e toca Fender Rhodes, piano elétrico em voga nos anos 70. Trata-se da segunda parceria de Marisa com Marcelo Yuka (a primeira entrou no álbum de estréia do grupo F.UR.T.O.).

Pernambucobucolismo - Parceria de Marisa com Rodrigo Campello. É a primeira música da dupla, mas, a rigor, o tema foi composto no início dos anos 90, durante passagem de turnê da cantora por Pernambuco. Marisa toca baixo.

Aconteceu - Outra faixa arranjada por João Donato, que toca seu Fender Rhodes. É parceria de Marisa com Antunes.

Até Parece - Músico bastante presente na ficha técnica, Dadi se une ao trio tribalista na autoria desta música. Eumir Deodato assina os arranjos. Entre os músicos, há o violinista Nicolas Krassik.

Pelo Tempo que Durar - Primeira parceria de Adriana Calcanhotto com Marisa Monte. Alê Siqueira, que assina com a cantora a produção do disco, toca guitarra na faixa que encerra Infinito Particular.

Zizi regrava 'Ponteio' com Edu Lobo

Uma boa notícia para os fãs de Zizi Possi (foto) que ansiavam por gravações da cantora em português: a intérprete regravou Ponteio em dueto com o autor da música, Edu Lobo. O registro foi feito pela dupla para a trilha sonora da nova novela da Rede Record, Cidadão Brasileiro, que estréia nesta segunda-feira, 13 de março.

Lançada por Edu Lobo em 1967, Ponteio foi composta em parceria com José Carlos Capinam, autor da letra. O dueto com Zizi não chega a ser uma surpresa: a cantora e Edu tem estado próximos nos últimos anos. Quando voltou aos palcos cariocas, em minitemporada no Scala, em 2004, a intérprete contou no show com a participação especial do compositor.

Ben Harper lança disco duplo no dia 21

Dois anos depois de lançar a obra-prima There Will Be a Light, gravada com o grupo gospel The Blind Boys of Alabama, Ben Harper volta ao mercado fonográfico com álbum duplo, Both Sides of the Gun (capa à esquerda). O lançamento está agendado para 21 de março. O primeiro CD reúne músicas que combinam elementos de blues e rock. Entre elas, Morning Yearning, Waiting for You, Picting in a Frame, Never Leave Lonely Alone e Reason to Mourn. Já o CD 2 apresenta baladas como Better Way, Black Rain, Serve your Soul e a faixa-título. No exterior, o álbum será lançado também numa edição tripla que agrega um terceiro CD, com remixes, versões alternativas e registros ao vivo.

O título do terceiro CD dos Detonautas

Psicodeliamorsexo&distorção é o título do terceiro álbum do grupo Detonautas Roque Clube (na foto, num clique de Márcio Mercante), nas lojas ainda este mês, via Warner Music. Não Reclame Mais é a música que puxa o disco, produzido por Edu K. Dirigido por Maurício Eça, o clipe da faixa já está em rotação na MTV.
Quarta-feira, Março 08, 2006

Bruce dedica CD à obra de Pete Seeger

Cantor e compositor cuja obra tem forte marca autoral, Bruce Springsteen se permitiu fazer - pela primeira vez - um disco temático com regravações. We Shall Overcome - The Seeger Sessions tem lançamento agendado para 25 de abril e é inteiramente dedicado à obra de Pete Seeger, octagenário cantor norte-americano de folk. No CD simples, Bruce recria 13 músicas do veterano colega. Pela ordem, as faixas são Old Dan Tucker, Jessie James, Mrs. McGrath, Oh, Mary, Don't You Weep, John Henry, Erie Canal, Jacob's Ladder, My Oklahoma Home, Eyes on the Prize, Shenandoah, Pay me My Money Down, We Shall Overcome e Froggie Went A-Courtin. Na edição dupla, que agrega um dualdisc, haverá duas faixas-bônus (Buffalo Gals e How Can I Keep from Singing).

Aguilera quer combinar jazz, soul e blues

Sem lançar disco de inéditas desde 2002, ano em que lançou Stripped, a cantora Christina Aguilera (foto) revelou em Londres que quer combinar em seu próximo álbum elementos da velha escola do jazz, do soul e do blues - sem abrir mão de levadas mais modernas. O CD tem lançamento previsto para meados do ano, via Sony & BMG. A produtora e compositora Linda Perry - que trabalhou com Aguilera em Stripped - já vem produzindo material para o novo disco da artista, ainda sem título.

Ozzy planeja entrar em estúdio em breve

Ozzy Osbourne (foto) planeja gravar novo álbum de estúdio ainda este ano. O artista vai se reencontrar com o guitarrista Zakk Wilde para começar a compor o repertório do disco. O último CD de material inédito da dupla, Down to Earth, saiu em 2001. Paralelamente aos preparativos para o álbum, Osbourne continua envolvido na produção de um musical, Rasputin.

Jair abre largo sorriso para contar vida em DVD marcado por sua alegria jovial

Resenha de DVD
Título: Programa Ensaio - 1991
Artista: Jair Rodrigues
Gravadora: Trama
Cotação: * * *

O sorriso na foto que ilustra a capa já traduz o tom alegre que Jair Rodrigues imprimiu à entrevista concedida ao programa Ensaio, em 1991 - agora perpetuada no sexto DVD da série lançada pela gravadora Trama. Com sorriso largo e alegria ainda jovial, o cantor - hoje com 67 anos - discorre orgulhosamente sobre sua vida e obra entre 12 números musicais. Entre eles, Balada Triste, sucesso dos anos 50. Os olhos marejam somente quando o artista lembra a morte da mãe, Dona Conceição, em fevereiro de 1987. "Aprendi tudo o que sei da vida com minha velha mãe", revela Jair.

Esse tudo inclui o gosto pela música sertaneja, mais evidenciado com sua gravação de A Majestade o Sabiá (Roberta Miranda) - sucesso nacional dos anos 80 que ainda é número obrigatório nos shows de Jair. "Disparada é uma tremenda de uma música sertaneja", conceitua o cantor, se referindo ao tema de Geraldo Vandré e Theo de Barros que sedimentou em 1966 a projeção nacional alcançada pelo artista em anos anteriores com a gravação de Deixa Isso pra Lá (quase uma precursora do rap pelo discurso próximo da fala embutido na letra) e com a parceria com Elis Regina na série de discos e shows Dois na Bossa. "Sinceramente, eu só tenho boas lembranças do tempo maravilhoso de Elis & Jair. Foi bom para mim. Foi bom para ela", sentencia o cantor, depois de recordar o primeiro encontro com a Pimentinha, em abril de 1965, no Teatro Paramount.

Cantor seguro, Jair Rodrigues exibe o poderio vocal quando, no meio da entrevista, improvisa músicas como O Ébrio e O Morro Não Tem Vez. Orgulhoso, o intérprete lembra que foi um dos primeiros a gravar samba-enredo fora do Carnaval. E então emenda com Mangueira, Minha Querida Madrinha (Tengo Tengo), o samba de Zuzuca que, fora do desfile da escola verde-e-rosa, fez sucesso na voz de Jair.

Entre a reafirmação da admiração por Francisco Alves (exemplificada com a inclusão no roteiro de A Voz do Violão) e da saudade dos anos 60 ("fase áurea para a música popular brasileira"), Jair Rodrigues narra sua história com o prazer infantil de um contador de causos. O DVD Programa Ensaio - 1991 é boa oportunidade para entrar em contato com o universo musical do grande e subestimado cantor.

Álbum da fase de maturação de Stevie Wonder ganha nova reedição nacional

Dentre os títulos do numeroso pacote de reedições lançado pela gravadora Universal Music no mercado brasileiro (com títulos de The Cure, Sonic Youth, Neil Young, Eric Clapton e Tom Waits, entre outros), vale destacar o relançamento de Signed Sealed & Delivered (capa à direita), álbum da fase de maturação da obra de Stevie Wonder.

Editado originalmente em agosto de 1970, o disco volta ao catálogo nacional na reedição remasterizada que saiu no exterior em 1998. Produzido pelo próprio Stevie Wonder, Signed Sealed & Delivered traz no repertório música de Beatles (We Can Work It Out) entre suas 12 faixas - metade delas assinada por Wonder em parceria com nomes como Don Hunter e Henry Cosby.
Terça-feira, Março 07, 2006

A capa do disco de sambas de Marisa

Eis acima a foto da capa do disco de sambas de Marisa Monte, Universo ao meu Redor. Pela ordem, as 14 faixas são Universo ao meu Redor, O Bonde do Dom (a faixa que puxa o CD), Meu Canário, Três Letrinhas, Quatro Paredes, Perdoa meu Amor, Cantinho Escondido, Statue of Liberty, A Alma e a Matéria, Lágrimas e Tormento, Satisfeito, Para Mais Ninguém, Vai Saber? e Pétalas Esquecidas. O inédito repertório inclui músicas de Jayme Silva, Argemiro Patrocínio, Casemiro Vieira (o Casemiro da Cuíca), Paulinho da Viola, Ivone Lara, Adriana Calcanhotto, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e da própria Marisa Monte.

A capa do disco mais pop de Marisa

Esta é a capa do disco mais pop de Marisa Monte, Infinito Particular, criada num preto que contrasta com a explosão de cores da capa do CD de sambas, Universo ao meu Redor (veja nota acima). Pela ordem, as 13 faixas são Infinito Particular, Vilarejo (a música de trabalho, a partir de hoje nas rádios), Pra Ser Sincero, Levante (parceria com Seu Jorge), Aquela, A Primeira Pedra, O Rio (outra parceria com Seu Jorge), Gerânio, Quem Foi, (a segunda parceria da cantora com Marcelo Yuka), Pernambucobucolismo (música antiga, composta pela cantora durante turnê em Pernambuco), Aconteceu, Até Parece e Pelo Tempo que Durar. Assim como o de Universo ao meu Redor, o repertório de Infinito Particular é inteiramente inédito e tem a participação de Alê Siqueira na produção.

Dueto de Jussara com Brasil evolui com nobreza em CD de repertório nada óbvio

Resenha de CD
Título: Nobreza
Artista: Jussara Silveira e Luiz Brasil
Gravadora: Maianga Discos
Cotação: * * * *

Mineira criada na Bahia, Jussara Silveira é das melhores cantoras brasileiras. Tem voz afinada, emissão perfeita e um canto límpido que evita tons dramáticos mesmo em músicas mais sentimentais. O legítimo baiano Luiz Brasil é violonista, arranjador e produtor de primeiro time. Lançado esta semana em escala nacional, o CD Nobreza faz jus ao título ao capturar em estúdio a simbiose entre a voz de Jussara e o violão de Brasil. Trata-se do registro do show com que a dupla vem percorrendo o Brasil.

É um disco de voz e violão que dribla a previsibilidade de trabalhos do gênero pelo rico universo musical evocado e pelo repertório nada óbvio. A começar pela faixa-título, Nobreza, lado B da obra de Djavan em 1982. Até um samba relativamente menor de Caetano Veloso - Os Passistas, lançado no disco Livro (1997) - ganha grandeza na interpretação da dupla. É impressionante como Jussara sabe extrair nuances da obra do velho baiano - como já sinalizara na releitura definitiva de A Dama do Cassino, faixa de seu primeiro disco, produzido em 1996 por ninguém menos do que Luiz Brasil.

Deste precioso álbum de estréia, aliás, a cantora rebobina Eu Vou te Esquecer (com o leve toque nordestino do bissexto violão de 12 cordas de Brasil) e Ludo Real (a parceria igualmente bissexta de Vinicius Cantuária com Chico Buarque, gravada por Chico em 1987). O acento nordestino reaparece no suingante Baião de Quatro Toques (Zé Miguel Wisnik e Luiz Tatit) com introdução instrumental de textura erudita, urdida em sintonia com a estrutura do tema.

Entre um samba raro de Paulo Vanzolini (Cara Limpa), outro da lavra do Salgueiro (Rosa Maria, de Aníbal Silva e e Éden Silva) e um terceiro do recorrente Wisnik (Efeito Samba), Jussara e Brasil apresentam pérola de Lupicínio Rodrigues (Quem Há de Dizer) sem escorregar no terreno sentimental em que pisa a maioria das cantoras quando incursiona pelos versos amargurados do compositor gaúcho. Sem excessos, a dupla valoriza também até um tango de origem russa (O Sol Enganador, na versão em português de Vadim Nikitim).

A (boa) surpresa do disco são os experimentos vocais do violonista em faixas como Argila (tema de Carlinhos Brown, recriado no espírito harmonioso e refinado do CD) e Pombo Correio (com a letra feita por Moraes Moreira para o clássico de Dodô e Osmar). O único senão é sintomaticamente a única faixa gravada antes do próprio disco, sob encomenda: Um Sonho de Verão, versão de Nara Leão para Moonlight Serenade, regravada pela dupla para a trilha da novela Alma Gêmea. Não chega a destoar do disco, mas tem tom popular que não cabe na travessia Rio-São Paulo-Bahia proposta pelo repertório. Se bem que, em essência, Nobreza extrapola rótulos e fronteiras, tendo tudo para expandir o canto de Jussara Silveira para todo o Brasil.

Mais Marisa: 'Vilarejo' tem letra bucólica

Parceria de Marisa Monte com Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e Pedro Baby, Vilarejo é a música que puxa o disco mais pop da cantora, Infinito Particular - Songs. Eis a letra da bucólica canção, a partir de hoje nas rádios:

Vilarejo (Marisa Monte / Pedro Baby / Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes)

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Singles de Marisa tocam a partir de hoje

Começam a tocar nas rádios nesta terça-feira, 7 de março, as músicas que puxam os dois discos que Marisa Monte lança esta semana. Vilarejo é a música de trabalho do CD mais pop, Infinito Particular - Songs. Já O Bonde do Dom puxa o álbum de sambas, Universo ao meu Redor. Acima, as capas dos singles que já podem ser ouvidos a partir de hoje!!!
Segunda-feira, Março 06, 2006

Indie lança no Brasil novo disco do Echo já no embalo da vinda do grupo ao País

Caberá à gravadora Indie Records lançar no Brasil o novo disco de inéditas do Echo and The Bunnymen, grupo britânico projetado nos anos 80. Siberia, o CD (capa à esquerda), saiu no exterior em setembro de 2005, marcando a volta da banda ao mercado fonográfico depois de quatro anos (o último álbum, Flowers, foi editado em 2001 sem grande repercussão).

Da formação original do grupo, restam apenas o guitarrista Will Sergeant e o vocalista, compositor e também guitarrista Ian McCulloch (o baixista Les Pattinson caiu fora e o baterista Pete de Freitas morreu em junho de 1989). O primeiro single de Siberia foi Stormy Weather. Produzido por Hugh Jones, que já tinha trabalhado com a banda em tempos áureos, o álbum foi bem recebido pela crítica internacional.

A Indie Records - companhia que passou por reestruturação interna neste início de ano e reformulou seus quadros na diretoria e no departamento de marketing - lança Siberia no mercado nacional no embalo da nova vinda do Echo and the Bunnymen ao Brasil, desta vez para shows nas cidades de Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), em 18 e 19 de março, respectivamente.

Babado já tem nova música de trabalho

Piriripiti é a segunda música de trabalho do quarto disco do Babado Novo, O Diário de Claudinha. Por conta do estouro da primeira música, Bola de Sabão, o CD do grupo de Cláudia Leite já vendeu 50 mil cópias - número que já garantiu à banda um Disco de Ouro. De autoria de Augusto Conceição, Elivandro Cuca, Fábio Alcântara e Pio Medrado, Piriripiti tocou bem no último Carnaval de Salvador (BA).

Alcione grava ao vivo com Marcelo D2

Sempre à procura da batida perfeita, o rapper carioca Marcelo D2 é um dos convidados do DVD e CD que Alcione (foto) vai gravar ao vivo em 16 de março, em apresentação única na casa Via Show, na Baixada Fluminense (RJ). O projeto da Marrom será lançado pela gravadora Indie Records em meados do ano. Prestes a lançar seu quarto álbum solo, gravado no Rio com produção de Mário Caldato Jr, D2 - vale lembrar - tem transitado com grande freqüência pelo universo do samba, tendo feito recente participação no primeiro disco do produtor de pagode Leandro Sapucahy.

Trilha de 'Brokeback' ganha o Oscar e projeta argentino Gustavo Santaolalla

Já editada em CD no Brasil, a trilha sonora do filme O Segredo de Brokeback Mountain ganhou o Oscar 2006 na categoria. O prêmio projeta o compositor argentino Gustavo Santaolalla, que já tinha feito a música de Diários de Motocicleta, o recente filme de Walter Salles cuja trilha acabou badalando mais o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, autor e intérprete da música Al Otro Lado del Río, premiada com o Oscar de melhor canção.

Para criar a trilha da saga da paixão entre dois cowboys gays, iniciada em 1963, Santaolalla recorreu obviamente à música country, mas sem repisar os clichês do gênero. Os destaques da trilha são a suíte Brokeback Mountain - dividida no disco em três partes - e a canção A Love that will Never Grow Old, interpretada pela cantora Emmylou Harris.

Som Livre Masters - Único disco de Tom Zé na década de 80 retorna ao catálogo

Dentre as 25 preciosidades relançadas na série Som Livre Masters (produzida pelo titã Charles Gavin a partir de pesquisa nos arquivos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior), uma das mais valiosas é o disco Nave Maria, gravado por Tom Zé em 1984. Trata-se do único álbum editado pelo compositor baiano na década de 80. Zé amargava período de ostracismo. Já não gravava regularmente, como nos anos 70, e ainda não tinha sido descoberto pelo americano David Byrne - o que ocorreria somente em fins dos anos 80. Em Nave Maria, o artista apresentou dez temas com a habitual criatividade. Entre eles, Mamar no Mundo, Identificação, Conto de Fraldas, Mestre-Sala e Teu Olhar.
Domingo, Março 05, 2006

Som Livre Masters - Sambistas da Voz do Morro voltam em clássico de 1966

Antes de se lançar em magistral carreira solo, em 1968, Paulinho da Viola integrou o conjunto A Voz do Morro ao lado dos bambas Zé Kéti, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Oscar Bigode, José Cruz e Anescar. Em 1965, o grupo lançou os dois celebrados volumes do disco Roda de Samba. Reeditado na série Som Livre Masters, produzida pelo titã Charles Gavin com 25 títulos raros, este Os Sambistas (capa à esquerda) saiu no ano seguinte e foi o terceiro título da discografia do grupo. Paulinho marca presença em faixas como o partido alto Sinhá me Disse, de sua autoria, e o samba Exaltação à Mangueira (em dueto com Nelson Sargento). Zé Kéti apresentou na primorosa seleção o samba 400 Anos de Favela. Já Elton Medeiros é autor e solista de Tanta Tristeza. Tudo cantado com o instrumental e a gostosa informalidade de uma típica roda de samba.

Som Livre Masters - A pálida estréia de Zezé Motta em disco feito com Conrad

Projetada nacionalmente em 1976, por sua interpretação do papel-título do filme Xica da Silva, Zezé Motta desenvolveu paralelamente carreiras de atriz e cantora. Em disco, sua estréia foi em desconhecido LP gravado em 1975, em dupla com Gerson Conrad, integrante do grupo Secos & Molhados (Ney Matogrosso lançaria seu primeiro trabalho individual no mesmo ano). A reedição de Gerson Conrad - Zezé Motta na série Som Livre Masters - produzida pelo titã Charles Gavin com o relançamento de 25 títulos raros extraídos dos acervos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior - mostra que a estréia fonográfica da cantora tem valor apenas documental (Zezé gravaria discos melhores a partir de 1978, quando ingressou na Warner Music).

Formado inteiramente por músicas de Conrad, letradas com inspiração por Paulinho Mendonça, o repertório é melodicamente insosso. O melhor do disco são os arranjos de Eduardo Souto Netto - com guitarras roqueiras em faixas como A Dança do Besouro e um clima meio Secos & Molhados em Favor dos Ventos - e os versos de Mendonça. A propósito, Mendonça já questionou em Pop Star a validade de busca pela fama a qualquer preço. Tema mais atual hoje, 31 anos depois, do que na época do lançamento deste esquecível disco.

Som Livre Masters - Sem Moraes, Novos Baianos foram para o fim decadente...

Em 1974, o grupo Novos Baianos lançou dois discos, Linguagem do Alunte (seu segundo e último trabalho na Continental) e Vamos pro Mundo, álbum que marcou a volta do grupo à Som Livre, gravadora na qual lançara em 1972 o clássico Acabou Chorare. Reeditado na série Som Livre Masters, que traz para o CD 25 títulos raros garimpados pelo titã Charles Gavin, Vamos pro Mundo foi o quinto disco dos Novos Baianos e o primeiro sem Moraes Moreira, que tornaria a gravar com o grupo somente em 1997, no duplo ao vivo Infinito Circular.

A ausência do maior criador do grupo se faz sentir no (irregular) repertório autoral, que destacou o tema instrumental Um Bilhete pra Didi, do baixista Jorge Gomes. Tanto que a turma teve que apelar para um clássico de Ataulfo Alves (Na Cadência do Samba) e para uma versão carnavalizante de Preta Pretinha, recriada de forma instrumental, à moda do trios elétricos. Mesmo assim, a reedição de Vamos pro Mundo é oportuna porque, ao misturar ritmos brasileiros (samba e choro, sobretudo) com a linguagem do rock, os baianos criaram um som que ainda continua novo. Ainda que, sem Moraes Moreira, o grupo tenha ido progressivamente para o fim...

Som Livre Masters - Chega ao CD outro importante título de Rosinha de Valença

Reverenciada por Maria Bethânia em 2004 no tributo Namorando a Rosa, a violonista Rosinha de Valença (1941 - 2004) tem discos antológicos, como Cheiro de Mato (1976), ainda inéditos no formato digital. Felizmente, este já não é mais o caso de Rosinha de Valença, álbum de 1973 que ganha reedição em CD na série Som Livre Masters, que reúne 25 títulos dos catálogos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior. Produzido por João Melo, o disco mistura temas autorais da violonista e compositora (Araponga, Cuíca, Porto das Flores) com músicas de Vinicius de Moraes (Valsa de Eurídice), Luiz Gonzaga (Asa Branca) e Dorival Caymmi (Morena do Mar). A faixa de abertura, Caboclo Ubiratan, é ponto de domínio público adaptado pela própria Rosinha de Valença.

Som Livre Masters - Obra de 1971 revive o início fecundo de Toquinho & Vinicius

Dos 25 títulos reeditados na série Som Livre Masters (a partir de pesquisa do titã Charles Gavin nos arquivos das gravadoras Som Livre, RGE e Som Maior), o único que já tinha sido remasterizado e relançado recentemente em CD é Como Dizia o Poeta... Música Nova - álbum de 1971 dividido por Vinicius de Moraes com seu parceiro Toquinho e com a cantora Marília Medalha. O disco integrou a caixa de 2001 que reuniu a obra fonográfica do poeta, mas sua edição avulsa facilita o acesso a um dos trabalhos áureos de Toquinho & Vinicius. Em 1971, a dupla produzia repertório autoral de forma vasta e rica. Basta dizer que foi em Como Dizia o Poeta... que apareceram músicas como Tarde em Itapoan, A Tonga da Mironga do Kabuletê, Tomara e a faixa-título. O maestro José Briamonte assinou os arranjos e as regências.
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