Um papo particular com Marisa Monte
Com simpatia natural que contradiz com a aura mitológica que cerca seu nome e seu trabalho, Marisa Monte (na foto, em clique de Murilo Meirelles) recebeu esta semana no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, jornalistas de todo o Brasil para conversar sobre seus dois discos que estão chegando às lojas desde sexta-feira, 10 de março: Universo ao meu Redor (o CD de sambas) e Infinito Particular (o CD pop, com repertório de canções autorais).
A dupla gestação aconteceu a partir do nascimento, em dezembro de 2002, do primeiro filho de Marisa, Mano Wladimir, fruto da união da cantora com o músico Pedro Bernardes. A maternidade lhe permitiu dar um tempo na carreira, iniciada na segunda metade dos anos 80, para ficar em casa e ser mãe em tempo (quase) integral durante 2003 e 2004.
"A serenidade dos discos tem a ver com a maternidade. Meu filho me deu tempo e justificativa para ter tempo. Comecei a trabalhar cedo e me dei o direito de ficar em casa. Curti a maternidade até às últimas conseqüências. Amamentei até um ano e meio", conta a cantora.
Entre uma mamada e outra, Marisa teve a idéia de inventariar a produção de sambas da velha guarda através de entrevistas realizadas pela artista em sua casa, na Gávea, com bambas como Ratinho, Surica, Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Monarco. "Ouvi o material e digeri aquele repertório. Meu foco não era somente a busca por material inédito, mas pesquisar a formação de Dona Ivone Lara, de Monarco... A convivência mais intensa com esse universo do samba me inspirou para que eu fizesse com Arnaldo (Antunes) e (Carlinhos) Brown alguns sambas", explica Marisa.
Samba que puxa o disco Universo ao meu Redor nas rádios, O Bonde do Dom, por exemplo, foi composto pelo trio tribalista na viagem feita à Europa em 2003 para promover o disco do grupo com shows e entrevistas. Já da pesquisa com os bambas, Marisa colheu Pétalas Esquecidas, inusitada valsa de Dona Ivone Lara, feita em 1945, quando a compositora trabalhava como enfermeira na colônia Juliano Moreira (sua colega de plantões, Teresa Batista, é parceira na música). "Fiquei apaixonada por ser uma música de duas mulheres. O universo do samba tem ótica masculina. E estes meus dois discos são muito femininos, delicados. O discurso e o olhar são femininos", conceitua Marisa.
Paralelamente à garimpagem de sambas, Marisa Monte começou a digitalizar seu acervo particular de fitas cassetes com sua produção autoral. Nascia o embrião de Infinito Particular. "Tinha gravado com os Tribalistas um trabalho autoral, coletivo. Fiquei com vontade de fazer mais um disco focado nas minhas composições. A partir do Mais, as vertentes de compositora e de intérprete de sambas foram compartilhadas em meus discos. Achei que podia separá-las e fiz dois discos complementares", contextualiza.
Nome já envolvido na produção do CD dos Tribalistas, Alê Siqueira foi convocado para pilotar com a cantora o disco autoral. "Ele é um maestro de acabamento impecável", elogia. Já a admiração por Mario Caldato, que conheceu em Nova York em 1998, levou Marisa a convidar o brasileiro que se radicara nos EUA para produzir o álbum de sambas. "Não queria fazer um disco de samba tradicional. Queria gravar um CD que tivesse a ver com a minha sonoridade, com o som dos meus outros discos. Não podia pensar num disco meu como se fosse um do Argemiro (Patrocínio, saudoso bamba da Portela que teve seu único disco solo editado em 2002 por iniciativa de Marisa)", ressalta.
De outros encontros, vieram os convidados do disco. Fernandinho Beat Box, craque ao tirar da boca sons que simulam efeitos eletrônicos, entrou nos discos quando Marisa o conheceu num show na praia dividido pela cantora com nomes como Marcelo D2, que trabalha com Beat Box. Já a participação de David Byrne nasceu da vinda do artista americano para a edição 2005 do VMB (Video Music Brasil), a premiação de clipes da MTV que teve Marisa como uma das apresentadoras. "O encontro com Byrne me reacendeu a vontade de fazer algo com ele", lembra Marisa, que virou parceira do compositor em Statue of Liberty, faixa do disco do samba que traz Byrne nos vocais.
O leque de parceiros se abriu também com a chegada de Seu Jorge, Marcelo Yuka e Adriana Calcanhotto, artista atualmente empresariada por Leonardo Netto, que também cuida das turnês de Marisa. "Isso nos aproximou, mas sempre admirei muito a Adriana. Ela é caprichosa, dedicada. Todo mundo que tem filho ouviu muito o disco Adriana Partimpim. Ela me trouxe uma música pronta e eu dei para ela várias melodias", conta Marisa. E assim nasceu Pelo Tempo que Durar, a primeira parceria das duas compositoras.
E assim nasceram Universo ao meu Redor e Infinito Particular. Os dois novos rebentos de Marisa Monte.
A dupla gestação aconteceu a partir do nascimento, em dezembro de 2002, do primeiro filho de Marisa, Mano Wladimir, fruto da união da cantora com o músico Pedro Bernardes. A maternidade lhe permitiu dar um tempo na carreira, iniciada na segunda metade dos anos 80, para ficar em casa e ser mãe em tempo (quase) integral durante 2003 e 2004.
"A serenidade dos discos tem a ver com a maternidade. Meu filho me deu tempo e justificativa para ter tempo. Comecei a trabalhar cedo e me dei o direito de ficar em casa. Curti a maternidade até às últimas conseqüências. Amamentei até um ano e meio", conta a cantora.
Entre uma mamada e outra, Marisa teve a idéia de inventariar a produção de sambas da velha guarda através de entrevistas realizadas pela artista em sua casa, na Gávea, com bambas como Ratinho, Surica, Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Monarco. "Ouvi o material e digeri aquele repertório. Meu foco não era somente a busca por material inédito, mas pesquisar a formação de Dona Ivone Lara, de Monarco... A convivência mais intensa com esse universo do samba me inspirou para que eu fizesse com Arnaldo (Antunes) e (Carlinhos) Brown alguns sambas", explica Marisa.
Samba que puxa o disco Universo ao meu Redor nas rádios, O Bonde do Dom, por exemplo, foi composto pelo trio tribalista na viagem feita à Europa em 2003 para promover o disco do grupo com shows e entrevistas. Já da pesquisa com os bambas, Marisa colheu Pétalas Esquecidas, inusitada valsa de Dona Ivone Lara, feita em 1945, quando a compositora trabalhava como enfermeira na colônia Juliano Moreira (sua colega de plantões, Teresa Batista, é parceira na música). "Fiquei apaixonada por ser uma música de duas mulheres. O universo do samba tem ótica masculina. E estes meus dois discos são muito femininos, delicados. O discurso e o olhar são femininos", conceitua Marisa.
Paralelamente à garimpagem de sambas, Marisa Monte começou a digitalizar seu acervo particular de fitas cassetes com sua produção autoral. Nascia o embrião de Infinito Particular. "Tinha gravado com os Tribalistas um trabalho autoral, coletivo. Fiquei com vontade de fazer mais um disco focado nas minhas composições. A partir do Mais, as vertentes de compositora e de intérprete de sambas foram compartilhadas em meus discos. Achei que podia separá-las e fiz dois discos complementares", contextualiza.
Nome já envolvido na produção do CD dos Tribalistas, Alê Siqueira foi convocado para pilotar com a cantora o disco autoral. "Ele é um maestro de acabamento impecável", elogia. Já a admiração por Mario Caldato, que conheceu em Nova York em 1998, levou Marisa a convidar o brasileiro que se radicara nos EUA para produzir o álbum de sambas. "Não queria fazer um disco de samba tradicional. Queria gravar um CD que tivesse a ver com a minha sonoridade, com o som dos meus outros discos. Não podia pensar num disco meu como se fosse um do Argemiro (Patrocínio, saudoso bamba da Portela que teve seu único disco solo editado em 2002 por iniciativa de Marisa)", ressalta.
De outros encontros, vieram os convidados do disco. Fernandinho Beat Box, craque ao tirar da boca sons que simulam efeitos eletrônicos, entrou nos discos quando Marisa o conheceu num show na praia dividido pela cantora com nomes como Marcelo D2, que trabalha com Beat Box. Já a participação de David Byrne nasceu da vinda do artista americano para a edição 2005 do VMB (Video Music Brasil), a premiação de clipes da MTV que teve Marisa como uma das apresentadoras. "O encontro com Byrne me reacendeu a vontade de fazer algo com ele", lembra Marisa, que virou parceira do compositor em Statue of Liberty, faixa do disco do samba que traz Byrne nos vocais.
O leque de parceiros se abriu também com a chegada de Seu Jorge, Marcelo Yuka e Adriana Calcanhotto, artista atualmente empresariada por Leonardo Netto, que também cuida das turnês de Marisa. "Isso nos aproximou, mas sempre admirei muito a Adriana. Ela é caprichosa, dedicada. Todo mundo que tem filho ouviu muito o disco Adriana Partimpim. Ela me trouxe uma música pronta e eu dei para ela várias melodias", conta Marisa. E assim nasceu Pelo Tempo que Durar, a primeira parceria das duas compositoras.
E assim nasceram Universo ao meu Redor e Infinito Particular. Os dois novos rebentos de Marisa Monte.
19 COMENTÁRIOS:
quem cria 'aura mitológica' em torno de Marisa é a imprensa. não sou do meio musical, sou um simples fã e já fui recebido por ela no camarim com muita simpatia
Marisa é sensacional! E para os incomodados de plantão - ainda vão ouvir ( durante todo esse ano!!! rs.rs.rs.) falar muito dela!
marisa é a maior cantora do Brasil,e como tal não tem necessidade de ficar em todo canto se expondo, principalmente em programas dominicais ouvindo bla bla bla de apresentadores, ela é uma mulher comum, mas uma estrela a frente das outras colegas de profissão, parabens Marisa, abraço de fã
ia! eu amo a Marisa,com certeza a melhor contora do país,mais gravar com seu Jorge?Espero que seu dom de tudo que tocar virar ouro,tenha exito nesta unica dúvida,porque no mais,tudo que a Marisa faz é maravilhosa como ele propria!!!
Caro Mauro,
Não sou adepto de pirataria,sou um dos poucos "otários" que não compram cd's pirata na minha cidade. Mas cá entre nós, a gravadora deveria rever essa política de preços. Não encontro por menos de R$ 36,90 (cada) os novos cd's da Marisa. Um dvd vale esse preço, agora é sacanagem esse preço para os cd's. Espero que não aumentem o consumo dos piratas, mas a política deve ser revista; e acho muito difícil a genial Marisa conseguir vender mais de 1,5 milhão de cópias.
A imprensa cria e destrói quem ela quer. Essa babação de ovo com a Marisa é impressionante. Ou é muito jabá ou o marketing da moça é poderoso ou a nossa crítica não tem personalidade nem opinião própria.
O cd de sambas é muito bom, agora, o outro...é uma sopa de letrinhas, chatérrimo... a cara da tríade Brown/Antunes/Marisa.
Há quem compre...
O cd de samba é muito bonito. Bonito mesmo. Mas não é nada novo. O som é quase o mesmo que Marisa vem fazendo desde crônicas. Só mais cool. Agora, está longe se ser uma obra-prima. O cd "pop" Infinito Particular é fraquíssimo. Para mim é o pior trabalho dela. Está abaixo de tribalistas, Crônicas e MAIS. As letras são medíocres. Tudo bem, o som é bacana. Mas fica naquela de embalagem bonita pra nenhum conteudo.
Tecnicamente Marisa precisa resolver urgentemente sua respiração.Está feio. Marisa está arfando demais para tomar folego. Reparem em Vilarejo.
povo, vocês ouviram mesmo o cd??? Infinito é lindo. Quem tem coragem de dizer que Vilarejo, O Rio, a parceria com Adriana, Pra ser sincero, infinito particular, aquela pedra, são música fracas? são lindas. aceito que o cd de sambas que ainda não tenho pode ser melhor mas não falem mal de um para valorizar o outro.
Infinito particular não se sustenta! È decepcionante como obra de musicas inéditas de Marisa. Vale só pelos arranjadores. O que vem provar que como compositora , marisa é otima cantora. O cd Universo ao meu redor é lindo. Lindíssimo.
Universo ao meu redor é obra prima? Menos Mauro, menos... quanto ao outro...é realmente bem inferior, com letras pobres. É uma pena!!
Começou tudo de novo! Ainda não tive oportunidade ouvir os novos trabalhos de MM, mas já estou desconfiado.Desconfio principalmente do chamado disco pop, pois, como bem disse o anônimo acima, MM como compositora prova ser ótima cantora. Quanto confete! Foi assim com Barulhinho bom (uma droga!), Memórias ( um disco razoável, que tem pérolas como aquele refrão brega Ammor, I love you), Tribalistas e por aí vai. Mas a crítica (em especial MF), se desmancha, se rende ao marketing caprichado de Dona MM. Não sou crítico,gosto muito da coluna de MF, adoro a voz de MM, mas acho irritante esse endeusamento, essa "aura mitológica" criada em torno de uma ótima cantora metida a compositora, com pose de inantingível, que sabe se promover como ninguém. Mauro, que tal ampliar o universo ao seu redor?
e eu já estou desconfiado de que existe uma galera de espírito de porco que vai falar mal só pelo prazer de falar mal. ainda não comprei os discos, mas vou comprar porque ouvi vilarejo e bonde do dom nas rádiso e gostei muito das duas.
Carioca - Leblon.
Mauro, se ela fizesse um disco como de VANESSA DA MATA ela perderia o posto, mas perderia o posto para AS GRANDES. Com um disco meio under como esse, ela perde o posto, mas perde para as PEQUENAS.
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mais fique tranquilo... o INFINTO vai vender sim... e se não vender vai virar hype.
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INFINITO PARTICULAR COMEÇA MUITÍSSIMO BEM COM A MUSICA TITULO QUE É LINDA. MAS A BELEZA DURA POUCO. E LOGO O EQUÍVOCO SE CONFIRMA. PALMAS PARA ACM QUE FOI NA MOSCA NO GLOBO: O TRABALHO NÃO SE SUSTENTA. E DA-LHE CAMARA DE ECO, E DA-LHE UM CLIMÃO ÉTEREO. MARISA TENTA UM UNIVERSO CLIMÁTICO, UMA SONORIDADE MARCANTE MEZZO ELETRONICA, MEZZO POS-TROPICALISTA RETRO COM ECOS DE GAL-INDIA, CAETANO-MUITO, GAL-CANTAR. MAS O QUE CONSEGUE É UM SOM DEPASSÉ, ULTRAPASSADO, DATADO. PARECE COPILAÇÃO CAFÉ DEL MAR OU BUDHA BAR. MUSICA LOUNGE. E QUEM AINDA AGUENTA ISSO? NÃO, O PESO DA EMBALAGEM SONORA PSEUDO-MODERNISSIMA NÃO CONSEGUE ESCONDER O OBVIO: AS MUSICAS SÃO FRACAS E NÃO HÁ CLIMÃO DE BAR BLADE RUNNER QUE DE JEITO. O NEGÓCIO É O OUTRO DISCO MESMO.
Gostei muito do Cd de sambas, o pop achei menos bom. O que gostaria de dizer é que paguei R$ 70,00 por dois cds e não posso ouvir onde quero... não funciona com Itunes e nem no Ipod. Acho isso uma grande bobagem, afinal de contas estamos no século XXI e a mobilidade faz parte das nossas vidas.
Para o Anônimo aí em cima que deu palmas para o ACM...VOCÊ FALOU TUDO E UM POUCO MAIS. NOTA DEZ!!! Mais correto que muito "crítico".
Os efeitos do marketing já se faz. Falem mal, mas falem.
O importante é que pra falar mal ou bem deve-se ouvir os discos logo, comprá-los.
Daqui a pouco sai o resultado 1.000.000 cópias vendidas, as rádios tocando por conta do jabá e o CD estocado nos porta-cds decorativos das casas.
Ganhei aquele "Memórias ...". Ouvi uma vez e nunca mais. Ah, a capa é bonita.
Mauro, dei uma geral em seu blog e gostei muito, voltarei sempre. Contudo, dê um tempo nas notícias sobre M.Monte, já estou in-for-ma-dís-si-ma. Tem muita coisa legal acontecendo além disso. Ouvi o CD da Isabel Padovani que é show, tem estilo e a mulher tem aquela estranheza que diferencia alguns artistas. Não li nada sobre o CD de Zeca Baleiro com os poemas de Hilda Hilst, enfim, sugiro que vc diversifique mais. Luíza Possi tem mais espaço aqui do que muita gente realmente de valor, inclusive sua (dela) mame. E convenha que é muita Marisa de uma talagada só. Informe-nos mais sobre os futuros lançamentos da Bethânia. Sabia que Música é Perfume vai sair em DVD pela Biscoito? De qualquer forma parabenizo-o pelo espaço e agradeço por nos manter informados e abrir um canal de expressão para nós que gostamos de música. beijinho. bárbara.
domingo pasado asisti ao meu primeiro show da MArisa ela é demais, claro foi um pouco tranquilo pelas cançoes do infinito e universo mas tocou as velhas e foi demais, a voz dela e muito boa tanto em vivo como em disco menos criticas a gente evolui
Mariana
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