web page hit counter
Sábado, Junho 03, 2006

Ivan Lins confirma a grande forma em CD dominado por sons e ritmos do Rio

Resenha de CD
Título: Acariocando
Artista: Ivan Lins
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

Era para ser um CD duplo com parceiros nacionais e estrangeiros como Carole King, Jorge Drexler, Lucio Dalla, Sting e Jamie Cullun. Acabou sendo um disco simples, somente com o time brasileiro, mas nem por isso Acariocando, álbum lançado por Ivan Lins esta semana, tem menos valor. Em 13 inéditas, o compositor confirma a contínua inspiração, já evidente em Baiana da Gema, o tributo prestado por Simone à sua obra, em 2004. A nova safra autoral é rica e variada, sobretudo pela abertura do leque de parceiros. Ivan grava parcerias como Ivone Lara e Moska, entre outros, em disco que é dos melhores do compositor e está à altura de seus álbuns dos anos 70.

Tal qual a baiana, o carioca é da gema. Como o título já antecipa, Acariocando é disco dominado por ritmos e sons do Rio. É cantado em tons baixos, suaves, em sintonia com o espírito bossa-novista de uma das faces mais requintadas da cidade. A velha bossa que dá o ar da graça em Passarela no Ar, parceria com Abel Silva.

Do outro lado da cidade partida, há o funk, cujo universo é evocado com sofisticação em Ela É a Própria Vida, parceria com Moska que tem como subtítulo Funk Catarina, em tributo à homônima neta de Ivan. Já o samba - que está em vários lados da cidade - permeia todo o CD, seja em forma de partido alto (Lar Doce Lar, com música e letra rara de Ivan), de samba de terreiro (Deus É Mais, a parceria inaugural com Ivone Lara) ou na cadência mais lenta, como na faixa-título (um samba-choro letrado por Aldir Blanc) ou em Prece ao Samba, em que o bamba Nei Lopes cria sagrados versos inspirados na Oração de São Francisco.

Produzido por Paulinho Albuquerque, o CD extrapola a fronteira musical carioca sem perda de qualidade. Lenine é parceiro e convidado do arretado xote Se Acontecer. O violão de Guinga enobrece a valsa Antídotos. Já o quarteto vocal Boca Livre encorpa a folia Lua Sagrada, grande faixa do disco. Já Paulo César Pinheiro é letrista sempre preciso, seja nos sambas (Diana no Mar, A Gente Merece Ser Feliz) ou nas canções românticas (Por sua Causa).

Primeira e superestimada parceria de Ivan com Chico Buarque, e única regravação do repertório, Renata Maria sai do mar com trajes jazzísticos. É requinte do CD mais carioca do compositor brasileiro vivo de maior prestígio no exterior por conta de suas harmonias belas como o Rio.

Chico César promove tema sobre futebol

Em 2004, Chico César gravou um disco, Brincadeira, com o guitarrista paulista Zezo Ribeiro, radicado em Madrid. O CD (capa à esquerda) saiu somente na Europa, pela gravadora espanhola NubeNegra. Mas uma das músicas compostas pela dupla para o repertório, Drible, está sendo promovida por Chico em Berlim, em shows realizados dentro da intensa programação cultural oferecida pela Alemanha no embalo da Copa do Mundo. A letra, feita por Chico para melodia de Zezo, fala da magia do futebol e tem versos como "... Perturba a multidão e a turba grita: Olé! / A gente até se esquece de que lado é / A gente agora quer só vê-lo em evolução / E ele vai!".

Braz expõe a beleza caipira de São Paulo com canções de Jean e Paulo Garfunkel

Resenha de CD
Título: Por Toda a Vida - As Canções de Jean e Paulo Garfunkel
Artista:
Renato Braz
Gravadora:
Biscoito Fino
Cotação:
* * * *

Formada por dois irmãos paulistanos, a dupla de compositores Jean e Paulo Garfunkel foi revelada em 1980 por Elis Regina, que gravou o samba Calcanhar de Aquiles em seu último álbum, Elis. Depois de anos à margem do mercado, a produção da dupla voltou curiosamente à tona pela voz de Maria Rita, que, em seu primeiro CD, releu Não Vale a Pena, uma das faixas mais fortes do disco de estréia da filha de Elis. Dava para perceber nessas gravações o talento dos compositores. Mas nada que se compare à surpresa com a audição de Por Toda a Vida, quinto CD do cantor Renato Braz, todo dedicado às canções de Jean e Paulo Garfunkel.

Braz, um dos melhores cantores surgidos nos últimos anos, expõe a faceta ruralista da dupla. O impacto é grande na primeira metade do CD, o primeiro de Braz na gravadora Biscoito Fino, por conta da estupenda qualidade das músicas. Em especial, As Águas Sempre Vão, Mágoa, Aconteceu de Eu me Esquecer e a faixa-título - as quatro enobrecidas pelos arranjos e pelo violão de Dori Caymmi, que ainda faz dueto com Braz em Mágoa, reafirmando a afinidade entre os dois artistas.

O universo do repertório, majoritariamente inédito, é o das toadas e canções sertanejas. Algumas até bem tradicionais, caso de Contumaz, cantada com o auxílio luxuoso da viola de Ivan Vilela. O tom interiorano é quebrado apenas por um ou outro samba, como Em Suma e o gingado Calcanhar de Aquiles, regravado com o suingue da Banda Mantiqueira. Outra convidada, Mônica Salmaso, solta a voz com a habitual perfeição na delicada valsa-canção Soldadinho de Chumbo. A única faixa desinteressante é a (dispensável) adaptação da Marcha Nupcial, de Richard Wagner. Nada que tire o brilho deste bem-vindo songbook de Jean e Paulo Garfunkel. Quem percorrer os caminhos melódicos e poéticos da Av. São João, parceria da dupla com Prata, vai perceber a imensa beleza caipira que se esconde entre o concreto de São Paulo.

Paula Lima contratada pela Indie Records

Além de Ângela RoRo, a Indie Records está contratando Paula Lima (foto), a ótima cantora projetada como vocalista do grupo paulista Funk Como Le Gusta. A artista estreou na carreira solo em 2001 com disco independente, É Isso Aí!, saudado por (seu) público e pela crítica. Mas deu um passo em falso ao aceitar o convite da multinacional Universal Music, por onde lançou em 2003 um álbum equivocado, em que transitava inclusive pelo brega. A idéia da diretoria da Indie Records é trazer de volta a Paula Lima dos primeiros tempos.

Zé com um pé no mato e outro no rock

A mistura de música regional com rock que dá o tom da obra de Zé Geraldo já está traduzida no título da 15ª gravação do cantor e compositor mineiro, Um Pé no Mato - Um Pé no Rock, editada este mês nos formatos de CD e DVD (capa à direita). O DVD, o primeiro do artista, reúne 19 músicas, nove tocadas em estilo ruralista (a metade Um Pé no Mato) e dez apresentadas com linguagem roqueira (a porção Um Pé no Rock). Já o CD tem 14 músicas, sete em cada estilo. Geraldo abriu selo, Sol do Meio Dia, para viabilizar o lançamento do projeto, gravado ao vivo em 2005, com as participações de Renato Teixeira, Alexandre Lima (da banda Manimal) e da cantora Nô Stopa.
Sexta-feira, Junho 02, 2006

D2 homenageia Ronaldinho em música que entrará como bônus em seu disco

Se você é fã de Marcelo D2 (foto) e ainda não comprou o recém-lançado quarto CD solo do rapper, vale a pena esperar um pouco mais. A próxima tiragem do disco Meu Samba É Assim - editada em formato digipack - vai trazer como faixa-bônus o samba-rap Sou Ronaldo. Parceria de D2 com Bruno Meriti, a música foi composta em homenagem ao craque Ronaldinho e gravada por D2 no estúdio Cia. dos Técnicos, em Copacabana, no embalo da euforia nacional pela conquista do hexacampeonato mundial de futebol. A faixa foi produzida por Leandro Sapucahy, com arranjo do pianista Jota Moraes, e entrará também no CD oficial da FIFA, distribuído pela Sony & BMG.

Eis a letra:

Sou Ronaldo
(Marcelo D2 e Bruno Meriti)

Sou Ronaldo
Muito prazer em conhecer
Eu sou Fenômeno
Ronaldo Nazário dos Campos
E quero muito agradecer a Deus por ter-me escolhido no meio de tantos
Igual a todo brasileiro eu sou guerreiro
Às vezes caio, mas eu me levanto

Sou Ronaldo
O desafio sempre esteve e estará em minha vida
E eu já nem me espanto
E se o mundo é uma bola, a gente tem que entrar de sola pra ganhar o campo
Eu não me intimido e parto pra cima
E só me contento ao ouvir a galera entoando esse canto

Ro... ô, ô, ô, ô... naldo é gol
Ro... ô, ô, ô, ô... naldo é gol

Sou Ronaldo
Nasci no Rio de Janeiro
Alô-alô, Bento Ribeiro, minha área
Eu sou Ronaldo
Jogo na linha, a nove é minha
Ninguém tasca eu vi primeiro
Artilheiro, eu sou Ronaldo
O meu desejo é ser criança
E não perder a esperança de ver o jogo mudar
Eu sou Ronaldo
A minha fome é de bola
A minha sede é de gol
Balança a rede, eu sou Ronaldo
Sou de suar minha camisa
Conquistar minha divisa
Eu já provei que eu sou Ronaldo
E se você não acredita que eu não sou de fazer fita
É só esperar pra ver

Ro... ô, ô, ô... naldo é gol
Ro... ô, ô, ô... naldo é gol

E quando o tempo é de Copa
Os gringo fica ligado
Mais de 170 milhões são Ronaldo
R9, todo mundo sabe:
Homem-gol!
Tu é Ronaldo, o Brasil é e eu também sou
Qualquer problema, meu cumpade
Tiro de letra
Tô sempre pronto
Já ouviu?
A pátria tá de chuteira
Perrengue a gente passa
Eu nunca tô de bobeira
A bola quica
Eu pego ela de primeira

Música de Aragão chega dia 6 às rádios

Parceria de Jorge Aragão (foto) com os baianos Roberto Mendes e Jorge Portugal, À Sombra da Amendoeira é a música que puxa o novo disco de inéditas do sambista, E Aí?, nas lojas em julho. Na próxima terça-feira, 6 de junho, a gravadora Indie Records enviará a faixa em single promocional para as rádios. Outro destaque do repertório é a regravação de Partido Alto, clássico de Chico Buarque nos anos 70. Produzido pelo próprio Aragão, em parceria com Julinho Teixeira e David Corcos, o CD reúne 14 faixas.

Coletânea desleixada de Roberto Ribeiro credita erroneamente autores de samba

Faz dez anos que Roberto Ribeiro ((1940 - 1996) morreu, vítima de atropelamento. A discografia do sambista fluminense continua fora de catálogo e boa parte ainda inédita em CD (alguns poucos títulos saíram em séries econômicas como a Dois em Um). Esse descaso da EMI e da Sony BMG - as gravadoras que guardam em seus acervos os álbuns originais do cantor - já é lamentável por si só. Mas o pior é ver o desleixo da recém-lançada compilação Duetos (capa à esquerda), editada esta semana pela EMI.

A coletânea contém grave erro de informação que envolve direitos autorais. A faixa Recomeçar - gravada por Roberto com Neguinho da Beija-Flor em 1988 para o disco Festejo, de Neguinho - é creditada no encarte a Elton Medeiros e Paulinho da Viola, autores de um belo samba homônimo. Mas, na realidade, trata-se de música de autoria de Wilson Ney. Mais um sinal de desleixo na revisão: na contracapa, a música A Razão Dá-se a Quem Tem é grafada sem o til da palavra razão. Aliás, a citada faixa Recomeçar também aparece na contracapa sem o ç. A coletânea peca ainda pela omissão das datas de gravação dos duetos. Roberto Ribeiro e os consumidores merecem mais respeito.

DVD traz Otis Rush e Clapton em festival

A ST2 está lançando no Brasil o DVD Otis Rush & Friends - Live at Montreux 1986 (capa à direita), com o registro da primeira das quatro apresentações feitas por Rush no célebre festival suíço. O bluesman recebe Eric Clapton em Crosscut Saw, Double Trouble e All your Love (I Miss Loving). O guitarrista e cantor Luther Allison (1940 - 1996) se junta à dupla para celebrar o blues em Every Day I Have the Blues, clássico do repertório de Memphis Slim.

Revelação grava Arlindo e Sombrinha


O grupo Revelação (foto) finaliza álbum de inéditas no estúdio Tambor, da gravadora Deckdisc. Com o provável título de Velocidade da Luz, nome de samba assinado pelo compositor Tunde, o CD tem produção de Bira Hawaí. O lançamento está previsto para meados de julho, depois da Copa do Mundo. O repertório inclui músicas inéditas de Arlindo Cruz (A Pureza da Flor), Sombrinha (Narinha e Eu) e do vocalista do grupo, Xande de Pilares (Nunca Mais, Capaz de Tudo e Eu Vou Cuidar de mim).

Inicialmente, a Deckdisc cogitou gravar outro projeto ao vivo do Revelação (acima, em foto de Washington Possato). Mas prevaleceu o bom senso e optou-se por um CD de inéditas. O último disco de estúdio do grupo, Novos Tempos, saiu em 2003.
Quinta-feira, Junho 01, 2006

A união sublime de Coltrane e Hartman

Resenha de CD
Título: John Coltrane and Johnny Hartman
Artista: John Coltrane e Johnny Hartman
Gravadora: Impulse / Verve / Universal Music
Cotação:
* * * * *

John Coltrane (1926 -1967) foi um dos mais inventivos saxofonistas da história do jazz. Johnny Hartman (1923-1983) foi um dos cantores mais sedutores dessa mesma história. Em março de 1963, o tenor de Coltrane soprou ao lado do barítono de Hartman em álbum sublime, oportunamente reeditado pela Universal Music dentro da série Classics, que recupera jóias do baú do selo Impulse. De volta ao catálogo com a capa original, o CD John Coltrane and Johnny Hartman é dos mais belos e românticos do jazz. Produzido por Bob Thiele, o álbum flagra o duo em estado de graça na interpretação de baladas como Dedicated to You, You Are Too Beautiful e Autumn Serenade. Título de discoteca básica.

Trio revive 14 clássicos caipiras em DVD

Resenha de DVD
Título: Caipira
Artista: Suzana Salles, Ivan Vilela e Lenine Santos
Gravadora: Eldorado / Itaú Cultural
Cotação: * * *

Para quem entende que a genuína música sertaneja não é a cantada por duplas como Zezé Di Camargo & Luciano, o DVD Caipira - editado esta semana pelo selo Eldorado, dentro da série Toca Brasil / Itaú Cultural - é boa pedida. Na companhia da viola de Ivan Vilela, os cantores Lenine Santos (de Brasília) e Suzana Salles (de São Paulo) revivem 14 clássicos caipiras em DVD (capa à direita) que perpetua show gravado na Sala Itaú Cultural, em São Paulo (SP), em 5 de junho de 2004.

A filmagem fria e convencional é compensada pelo repertório delicioso que inclui Beijinho Doce, Índia, Meu Primeiro Amor, Poeira, Boi Soberano, Cabocla Tereza (com direito a texto introdutório, falado por Lenine) e Saudade de Minha Terra, entre outras jóias ruralistas. O cruzamento dos agudos de Suzana com a voz de tenor de Lenine soa interessante. Escorados nos acordes certeiros da viola de Vilela, os cantores formam boa dupla caipira no palco. O DVD traz making of com entrevistas e O Menino da Porteira, número excluído do roteiro apresentado no menu principal. Fãs do gênero devem conferir. É simples e bonito.

Roberta Sá sela harmoniosa união com Pedro Luís em show de músicas inéditas

Resenha de Show
Título:
O Poeta, a Rosa e as Canções
Artista: Pedro Luís e Roberta Sá
Local:
Sesc Copacabana (RJ)
Data:
31 de maio
Cotação:
* * *

O show era em dupla, mas os aplausos soaram fortes quando Roberta Sá solou Tudo Está Ali, valsa sublime de Rodrigo Campello, letrada por Pedro Luís. E foram merecidos! Afinada e com o habitual frescor, a voz da cantora desabrochou qual uma rosa no apogeu da primavera. Sem tanta ginga vocal, Pedro é o poeta de canções ora líricas, ora antenadas com a urgência de seu tempo urbano. Devidamente filmado pelas câmeras de Roberto Berliner, da TV Zero, o show O Poeta, a Rosa e as Canções estreou na noite de quarta-feira, 31 de maio, para platéia curiosa que lotou o Sesc Copacabana para ouvir músicas inéditas. O violonista Marcelo Gonçalves (virtuose do Trio Madeira Brasil) e o percussionista Celso Alvim (maestro do Monobloco) dividiram o palco com os cantores (acima, em cena, em foto de Rodrigo Goffredo).

Descontados o nervosismo da dupla, algumas entradas erradas e o ritmo às vezes arrastado por conta dos buracos entre os números (falhas desculpáveis numa estréia), o espetáculo confirmou o vigor da produção autoral de Pedro Luís. São dele, sozinho ou em parceria, as músicas inéditas que formam a maior parte do roteiro. De todas, Fogo e Gasolina - também merecedora de aplausos entusiasmados - é a que mais se adequou ao conceito de dupla que inspirou o show, dirigido por Bianca Ramoneda.

Ponto Enredo abriu os trabalhos em clima afro e percussivo. Em seguida, Pedro apresentou Joana, samba meio sincopado que se casou perfeitamente com Maria Joana, o samba de Sidney Miller revivido por Roberta em alusão à dupla formada por Gal Costa e Caetano Veloso no disco Domingo, de 1967. E Roberta, mais uma vez, se mostrou totalmente à vontade no universo do samba.

O triângulo que incendiou o ritmo de Fogo e Gasolina deu o ar nordestino de Os Beijos - número que expôs a harmonia das vozes combinadas de Pedro e Roberta. Foi a deixa para Beijo na Boca e Requebre que Eu Dou um Doce, unidas em pot-pourri que reverencia Elza Soares e Miltinho, dupla celebrizada pela série de três LPs Elza, Miltinho e Samba. Em seguida, veio o Samba de Amor e Ódio, com Pedro pilotando o cavaquinho e Roberta soltando a voz com vigor contrastante com a (até então) delicada atmosfera do show. A letra, de Carlos Rennó, foi inspirada em Sonho de Amor e Paz, tema de Baden Powell, lido pela cantora no palco.

Daí em diante, o show engrena de vez. Lua brilha com suas surpreendentes viradas rítmicas. Seresta é lindo tema de formato mais clássico. Cantiga é samba praieiro originado de um poema de Manuel Bandeira, musicado por Pedro. Ganha apropriada citação de Maricotinha, um dos últimos clássicos de Dorival Caymmi. Por fim, Girando a Renda fecha o show e reafirma a graciosidade da voz de Roberta Sá, uma das cantoras mais interessantes surgidas nos últimos anos e que somente tem a ganhar com a companhia de Pedro Luís.

Selo TramaVirtual contrata Rock Rocket

Integrante do site TramaVirtual, o grupo Rock Rocket (foto) acaba de ser contratado pelo selo do portal para relançar seu primeiro CD, Por um Rock and Roll Mais Alcoólatra e Inconseqüente, editado em 2005 de forma independente. O Rock Rocket é um power trio da cena alternativa paulista, formado por Alan (bateria e voz), Noel (voz e guitarra) e Pesky (baixo). A banda já tem três anos de estrada.

E por falar no TramaVirtual, o trio paraibano Zefirina Bomba ainda finaliza seu CD de estréia, também pelo selo do portal, mas o grupo já está mostrando duas músicas do disco, em versões pré-mixadas, na sua página no TramaVirtual. Para ouvir as faixas, basta acessar o endereço www.tramavirtual.com.br/zefirina e conhecer em primeira mão Dia Inteiro e O que Eu Não Fiz.

Filme de Chorão vai estrear em janeiro

Líder do grupo Charlie Brown Jr., Chorão (foto) vai mesmo estrear no cinema - como anunciara, orgulhoso, há algum tempo. Seu primeiro filme, O Magnata, tem estréia prevista para janeiro, com distribuição da Buena Vista. Autor do roteiro, Chorão vai aparecer na história no papel de... Chorão. A trama é centrada na figura de Magnata (personagem do ator Paulo Vilhena), um popstar que herda uma fortuna de seu pai, se lança na carreira musical e acaba cometendo um crime. A direção do filme é de Johnny Araújo, estreante em cinema, mas já familiarizado com o temperamento de Chorão, pois foi o diretor de vários clipes do Charlie Brown.
Quarta-feira, Maio 31, 2006

Luka amadurece (pouco) no segundo CD

Resenha de CD / DVD
Título:
Sem Resposta
Artista:
Luka
Gravadora:
Warner Music
Cotação:
* *

Fica difícil encontrar no segundo disco de Luka, Sem Resposta, um hit-chiclete capaz de grudar no ouvido como Tô Nem Aí, a música que projetou nacionalmente a cantora e compositora gaúcha em 2003. Ainda bem. Luka mostra algum amadurecimento neste novo trabalho, produzido por Clemente, do grupo Corredor 5. Já pouco lembra a cantora inexperiente que pareceu muito próxima da idiotia teen em seu primeiro CD, Porta Aberta, lançado em 2003 no rastro da explosão de Tô Nem Aí nas rádios e na trilha do seriado Malhação. Em seu segundo CD, já contratada pela Warner, Luka exibe mais fôlego.

Não é à toa que ela porta sua guitarra na foto que ilustra a capa de Sem Resposta. O disco transita pelo universo do pop rock. Já na faixa-título, que abre o CD, a pegada roqueira se revela mais firme (nem tanto no remix de DeepLick e na versão acústica que aparecem como bônus). Impressão confirmada pelo instrumental azeitado da segunda música, Mãos Vazias. Mesmo as baladas, como Pensando em Nós e Eu e Você, escapam do padrão xaroposo das músicas sentimentais por conta da produção charmosa.

O que torna o disco irregular é o excesso de composições autorais. Luka assina sete das 11 músicas - menos do que no CD anterior, mas ainda muito para uma autora sem grande traço de originalidade em sua produção. Seria prudente variar mais o repertório em trabalhos futuros. Prova é que o disco cresce em sua única regravação, Não Sei, pérola pop do grupo gaúcho TNT, em curta evidência nacional na década de 80. Mas Sem Resposta deixa a porta aberta para Luka crescer mais nos discos que certamente ainda virão.

Supla lança música apenas em celulares

Supla (foto) está disponibilizando nova música, Porque Eu só Quero Comer Você, exclusivamente para download em celulares. Para baixar o single em formato de ringtone, usuários de qualquer operadora telefônica precisam apenas enviar uma mensagem de texto para o número 49900 com a palavra TOP. Os ringtones estarão disponíveis nos formatos monofônicos, polifônicos, mp3tones e voicetones. A música foi gravada por Supla com produção de Rick Bonadio.

Leonardo leva Zeca para um arrasta-pé

Só mesmo a paixão pela cerveja para levar Zeca Pagodinho para o universo sertanejo. A improvável incursão caipira do sambista carioca pode ser ouvida no recém-lançado CD de Leonardo, De Corpo e Alma. De autoria de Everton Matos, Rivanil e Jairo Góes, a faixa gravada por Leonardo em dueto com Zeca, De Latinha na Mão, é música típica dos arrasta-pés, nome dado aos bailes que animam o Nordeste e todo o interior do Brasil. A latinha do título é a da cerveja, remédio para curar a ressaca amorosa.

O encontro dos dois artistas pode também ser conferido no DVD Ao Vivo no Estúdio que vem agregado à edição dupla do CD, o primeiro de Leonardo pela gravadora Universal Music. Acima, uma foto feita durante a gravação da música.

Tributo a Clara volta, avulso, às lojas

Lançado pela Deckdisc em agosto de 2003, no formato de álbum duplo, o tributo Um Ser de Luz - Saudação a Clara Nunes está sendo reeditado de forma avulsa, com seus dois CDs vendidos separadamente. O primeiro volume já está nas lojas com capa (foto à direita) ligeiramente diversa da embalagem do disco original e com regravações de nomes como Cristina Buarque (Derramando Lágrimas, com adesão da Velha Guarda da Portela), Elton Medeiros (Lama), Elza Soares (Canto das Três Raças), Nilze Carvalho (A Deusa dos Orixás) e Teresa Cristina (As Forças da Natureza). O segundo volume chegará às lojas em outubro.

As gravações originais de Clara Nunes continuam imbatíveis. Mas, para quem gosta de tributos, a produção de Paulão Sete Cordas confere a Um Ser de Luz padrão acima da média do gênero - ainda que o resultado tenha sido irregular.

Mais RBD nas lojas: DVD e CD ao vivo

A gravadora EMI continua decidida a explorar todo o (provavelmente efêmero) potencial de vendas do grupo mexicano RBD, popularizado na novela juvenil Rebelde, exibida no Brasil pelo SBT. Não bastassem os sete produtos do sexteto teen já editados no mercado nacional, entre CDs e DVDs, a companhia põe nas lojas o primeiro projeto ao vivo da banda. Live in Hollywood sai nos formatos de CD e DVD (capa à esquerda) e traz registro de show acústico apresentado pelo RBD no Pangeas Theater, com o reforço de um coro gospel. O DVD reúne 14 números. Entre eles, Nuestro Amor, Me Voy, A Tu Lado, Fuera e Que Hay Detrás.
Terça-feira, Maio 30, 2006

Segundo solo de Beyoncé em setembro

O segundo álbum solo de Beyoncé Knowles (à direita) vai se chamar B'Day e tem lançamento mundial agendado para 4 de setembro. O primeiro single, Déjà Vu, tem a intervenção do rapper Jay-Z. Beyoncé compôs, arranjou e co-produziu todas as faixas do disco. O primeiro álbum solo da cantora, Dangerously in Love, vendeu 4,3 milhões de cópias somente nos Estados Unidos.

Paralelamente à gravação do novo CD, a artista começou a atuar no filme Dreamgirls, que tem estréia programada para 22 de dezembro, nos cinemas dos EUA.

Ana entra nos extras do DVD de Vercilo

Uma das novas parceiras de Jorge Vercilo, Ana Carolina não chegou (como cogitado) a participar do show Signo de Ar, em que o cantor gravou seu segundo DVD (e primeiro CD ao vivo) no Canecão, no fim de abril. Mas Ana estará nos extras do DVD de Vercilo. Os dois gravaram no estúdio uma versão acústica de sua parceria Abismo, somente com vozes e violões, e complementaram o registro com cenas externas em plataforma do Parque da Cidade, em Niterói (RJ). Acima, um flagrante da gravação externa, em foto de Washington Possato. Abismo foi gravada originalmente por Vercilo no CD de estúdio que originou o show.

Em outra tomada, desta vez na Praia do Leme, Vercilo se juntou a Leila Pinheiro e a Marcos Valle para reviver Pela Ciclovia, primeira parceria de Valle com Vercilo, apresentada por Leila no CD Nos Horizontes do Mundo. Dirigido por Roberto de Oliveira, o DVD Jorge Vercilo ao Vivo tem lançamento previsto para fim de julho, via EMI, juntamente com o correspondente CD gravado no mesmo show.

Grupo Som da Rua já tem novo vocalista

Na data em que completa oito anos de estrada, o grupo carioca Som da Rua anunciou oficialmente nesta terça-feira, 30 de maio, o vocalista que vai substituir Liô Mariz, morto em acidente de trânsito em 13 de dezembro de 2005. O escolhido em testes realizados pela banda é o carioca Emílio Dantas, de 23 anos. Emílio está se juntando a Diogo Salles (guitarra), Renato Santoro (bateria), Fabrízio Iorio (teclado) e João Rodrigo (baixo) para dar continuidade ao trabalho do quinteto, dispensado pela gravadora Deckdisc, por onde lançou seu primeiro e único CD, Músicas para Violão e Guitarra.

Não se trata de simples substituição de vocalista. Além de cantar, Liô era também o principal compositor do Som da Rua. Na prática, isso significa que o repertório do grupo também vai passar por um processo de reformulação. O show que marca a estréia de Emílio Dantas na banda está agendado para 19 de junho, no Teatro Odisséia, no Rio de Janeiro.

Sai hoje CD de Mike Patton com Bebel

O lançamento oficial do disco Peeping Tom - do projeto homônimo, liderado por Mike Patton (ex-Faith no More) com a participação de Dan the Automator, integrante do grupo virtual Gorillaz - acontece nesta terça-feira, 30 de maio. A curiosidade é a adesão de Bebel Gilberto na faixa Caipirinha. A artista brasileira integra estelar time de convidados que traz também a cantora americana Norah Jones (em Sucker) e o grupo inglês Massive Attack (em Kill the DJ). Acima, a capa do CD - ainda sem previsão de lançamento no mercado nacional.

DVD compila 21 números de 'Amigos'

A Som Livre vai lançar em junho um DVD que compila os melhores momentos da série de quatro programas Amigos, que reunia as três principais duplas sertanejas do Brasil na ocasião (Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo e Zezé Di Camargo & Luciano) e alguns convidados. A série Amigos foi exibida pela Rede Globo de 1995 a 1998. O DVD (capa à direita) reúne 21 números selecionados entre os quatro programas. Entre os números, há músicas normalmente não associadas às duplas sertanejas, como Disparada, Andança, Casa no Campo e Força Estranha.
Segunda-feira, Maio 29, 2006

Caçulinha arma 'arraiá' em série da MZA

Depois da Bossa Nova, os temas juninos. Caçulinha - o acordeonista popularizado nos últimos anos por sua participação no Domingão do Faustão - toca músicas como Isto É Lá com Santo Antônio e Chegou a Hora da Fogueira no segundo título de série idealizada pela gravadora MZA. O CD Caçulinha no Arraiá (capa à esquerda) incursiona também por clássicos nordestinos como O Sanfoneiro Só Tocava Isso e Olha pro Céu (quadrilha do repertório de Luiz Gonzaga).

Deck encaixota os CDs 'Beatles'n'Choro'

Está chegando às lojas esta semana, via Deckdisc, a caixa Beatles'n'Choro (capa acima) com os quatro volumes da série produzida por Henrique Cazes com inspiração em idéia de Renato Russo. Lançados originalmente entre 2002 e 2005, os quatro CDs reúnem as principais músicas dos Fab Four rearranjadas para vários ritmos brasileiros - e não somente choro, como indica o título - e tocadas por solistas como Carlos Malta (flauta), Hamilton de Holanda (bandolim) e Rildo Hora (gaita).

Biografia dos Mutantes volta às livrarias

No embalo do retorno do grupo Os Mutantes, com Zélia Duncan no posto de vocalista que foi de Rita Lee, a editora 34 está repondo em catálogo a biografia da banda, A Divina Comédia dos Mutantes (capa à direita), escrita pelo jornalista e crítico musical Carlos Calado. O livro reconstitui os passos do grupo paulista desde sua criação, em 1966, até a dissolução que parecia definitiva, em 1978. Uma história que foi retomada este ano com a volta do grupo para shows em Londres e nos Estados Unidos. O registro da miniturnê estrangeira vai originar DVD (o primeiro dos Mutantes) e CD ao vivo. Há ainda a possibilidade de um disco de inéditas em 2007, pelo contrato assinado pela banda com a gravadora Sony & BMG.

Bosco depura obra com rigor estilístico

Resenha de CD / DVD
Título:
Obrigado, Gente! ­- João Bosco ao Vivo
Artista:
João Bosco
Gravadora:
Universal Music / MP,B
Cotação:
* * * *

A passagem instrumental de Incompatibilidade de Gênios - o samba de 1976 que abre a quarta gravação ao vivo de João Bosco, feita em fevereiro no Auditório Ibirapuera, em São Paulo - já sinaliza a depuração estilística que torna este projeto especial em meio a dezenas de DVDs e CDs ao vivo. Prestes a completar 60 anos, em 13 de julho, Bosco revisou sua obra com requinte. O pretexto foi possibilitar a edição de seu primeiro DVD (capa à esquerda), já que, em 2001, outra gravação ao vivo condensou essa mesma obra no CD duplo Na Esquina ao Vivo.

E o fato é que tudo que poderia soar banal escapa da previsibilidade. É com frescor que Bosco rebobina seu cancioneiro. Seja pela presença de metais nos arranjos, seja pelas passagens jazzísticas do afro-samba Odilê, Odilá (1986), parceria bissexta com Martinho da Vila, seja pela pulsação de Tiro de Misericórdia (1977), que capta a tensão social da letra, atualíssima em tempos de guerra civil. Ou ainda pelo toque dos luxuosos convidados. O dueto inédito com Djavan em Corsário (1975) rejuvenesce música já cansada de tantas regravações. O violão de Yamandú Costa pulsa endiabrado em Benzetacil (2002). Já Linha de Passe (1979) recebe o bandolim serelepe de Hamilton da Costa, salutarmente enlouquecido na passagem final em que Bosco improvisa versos de É com Esse que Eu Vou, o samba de Pedro Caetano. E violão de Guinga enobrece a balada abolerada Saída de Emergência (1991).

Além de entrevistas e takes dos ensaios, o DVD mostra com exclusividade as incursões de Bosco pelos universos de Noel Rosa (Gago Apaixonado) e Ary Barroso (Rio de Janeiro - Isto É o meu Brasil). Obrigado, Gente! é para ser degustado com prazer, em CD ou DVD, enquanto o compositor apronta seu aguardado álbum de inéditas, com parceiros novos (Nei Lopes) e antigos (Aldir Blanc). João Bosco merece um 'obrigado' da gente por ter permanecido íntegro nesse vaivém louco da indústria fonográfica.

Sting prepara CD com música medieval

Com lançamento previsto para outubro, o próximo álbum de Sting - ainda sem nome - será um título exótico na discografia do ex-Police. Trata-se de um CD com músicas medievais, mais precisamente do século 16. O instrumento predominante na gravação será o alaúde, muito usado na era renascentista.
Domingo, Maio 28, 2006

Dino Sete Cordas sai de cena aos 88

Nota triste no fim de semana: um dos maiores violonistas do Brasil, Dino Sete Cordas (foto) saiu definitivamente de cena, aos 88 anos. Horondino José da Silva estava internado no Hospital do Andaraí e morreu na madrugada de sábado, 27 de maio. Foi um dos primeiros a tocar o violão de sete cordas no Brasil e pôde mostrar sua técnica virtuosa no conjunto de choro Época de Ouro, do qual fez parte, convidado nos anos 60 por ninguém menos do que Jacob do Bandolim. Muito requisitado para gravações em estúdio, Dino tocou com nomes como Paulinho da Viola, Clara Nunes e Elis Regina.

Nascido no Rio de Janeiro, em 5 de maio de 1918, Dino começou sua carreira de violonista na década de 30, influenciado pelo pai, músico amador. Ainda nos anos 30, entrou para o Regional de Benedito Lacerda. Mais tarde, em meados da década de 50, começou a tocar o violão de sete cordas que seria integrado ao seu nome artístico e do qual extrairia sonoridades até então inexploradas.

Ao ingressar no conjunto Época de Ouro, Dino Sete Cordas obteve maior projeção. Mas não chegou a gravar um disco solo. Seu único trabalho fonográfico fora do Época de Ouro foi o CD Raphael Rabello & Dino Sete Cordas, editado em 1991. Rabello era discípulo e admirador da técnica de Dino, que também foi compositor bissexto, tendo sido gravado por nomes como Elizeth Cardoso. Deixa saudade - que vai ser expressada em forma de música no show em sua homenagem que vai ser apresentado no Teatro Carlos Gomes, no Rio, na terça-feira, 30 de maio, com as presenças de Beth Carvalho e Paulinho da Viola. Adeus, Dino Sete Cordas...

Impressões menos imediatas de 'Carioca'

Quando exercido no cotidiano apressado do jornalismo diário, o ofício da crítica musical está sujeito a julgamentos imediatos nem sempre justos. Para o bem ou para o mal. Discos apenas bons podem ser recebidos com entusiasmo imerecido. Discos que se provam estupendos com sucessivas audições podem ganhar elogios contidos numa primeira hora. Isso quando não passam em branco em meio à tradicional enxurrada de lançamentos... Mas há também, felizmente, a análise que se prova acertada com o tempo - mesmo feita com a urgência pedida pela profissão.

Falo de Carioca, o esperado disco de Chico Buarque, o primeiro de inéditas em oito anos. Não fui o único a considerá-lo tijolo menor na grande obra do compositor. Mas fui certamente o único a externar essa opinião publicamente de forma direta, sem firulas ou rodeios. Opinião que foi até contestada em críticas de alguns colegas, apressados na defesa de Chico. Não, não vou fazer mea culpa a respeito da minha análise do álbum - como pode parecer. Ao contrário. Tudo isso é para dizer que, decorrido quase um mês do lançamento de Carioca, ainda mantenho a mesma opinião sobre o CD (capa à direita) - depois de várias audições descompromissadas.

Carioca, de fato, não seduz quem tem paixão pela obra de Chico Buarque nos anos 60, 70 e parte dos 80. O letrista continua engenhoso, com o habitual rigor estético, agora depurado pelo exercício da literatura. Mas o músico se mostra aquém de sua capacidade para quem considera Chico um melodista tão genial quanto o letrista. Carioca é primo-irmão de As Cidades e transita pela mesma atmosfera lírica de seu antecessor. Mas não bate. Mesmo. Há canções avulsas que crescem e se revelam mais bonitas a cada audição (notadamente, Ela Faz Cinema, As Atrizes e Porque Era Ela, Porque Era Eu). Mas é CD que, na prática, se ouve pulando faixas e que não faz jus à genialidade de Chico Buarque de Hollanda - ainda que exiba um requinte harmônico capaz de disfarçar a irregularidade do repertório. Quem sabe o tempo ainda prove o contrário...

Tom na Mangueira, na novela e em DVD

Boas notícias para os fãs de Tom Jobim: o saudoso maestro estará em evidência no mercado fonográfico ao longo do ano. O novelista Manoel Carlos escolheu uma gravação de Wave, com a voz e o piano de Jobim, para a abertura de sua próxima história, Páginas da Vida, no ar a partir de julho, pela Rede Globo. A música obviamente será incluída no CD com a trilha da trama. Já a gravadora Biscoito Fino vai lançar o primeiro DVD do compositor com show filmado em 1986, no Canadá. Por ora, a empresa reedita o disco No Tom da Mangueira (capa à esquerda), produzido em 1991 por Hermínio Bello de Carvalho com a reunião de astros como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gal Costa. Foi nesse álbum que Tom e Chico lançaram sua última parceria, Piano na Mangueira.

Renato é chamariz de trilha de novela

Um detalhe curioso chama a atenção na capa do CD com a trilha nacional da novela Cobras & Lagartos. O nome de Renato Russo é usado como chamariz na capa (foto acima), ao lado de intérpretes como Marisa Monte e Ivete Sangalo. Só que a gravação incluída na novela e que gerou a chamada promocional, Vento no Litoral, foi feita pela banda Legião Urbana, creditada corretamente na contracapa e no encarte. Pode parecer uma bobagem, mas o crédito da capa é um desrespeito com os outros músicos do grupo (o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá). Por maior que tenha sido o peso de Renato Russo no trio, e foi imenso, a Legião era uma banda e, como tal, suas gravações devem ser sempre anunciadas com o nome do grupo. Atenção, Som Livre!!!

Autora de 'Outra Vez' se arrisca a cantar

Projetada em 1977 com a gravação de sua música Outra Vez por Roberto Carlos, a compositora Isolda (foto) decidiu se arriscar como cantora e está lançando seu primeiro CD, Tudo Exatamente Assim. A artista abriu selo, Toca Disc, para viabilizar a edição do álbum, que reúne músicas inéditas como Chorando, Embora, Voz Ativa, Quando Eu te Esquecer e Próximo Amor. A exceção é, claro, Outra Vez, cuja 159ª gravação abre o disco.
ARQUIVOS
07/31/2005 - 08/06/2005
08/07/2005 - 08/13/2005
08/14/2005 - 08/20/2005
08/21/2005 - 08/27/2005
08/28/2005 - 09/03/2005
09/04/2005 - 09/10/2005
09/11/2005 - 09/17/2005
09/18/2005 - 09/24/2005
09/25/2005 - 10/01/2005
10/02/2005 - 10/08/2005
10/09/2005 - 10/15/2005
10/16/2005 - 10/22/2005
10/23/2005 - 10/29/2005
10/30/2005 - 11/05/2005
11/06/2005 - 11/12/2005
11/13/2005 - 11/19/2005
11/20/2005 - 11/26/2005
11/27/2005 - 12/03/2005
12/04/2005 - 12/10/2005
12/11/2005 - 12/17/2005
12/18/2005 - 12/24/2005
12/25/2005 - 12/31/2005
01/01/2006 - 01/07/2006
01/08/2006 - 01/14/2006
01/15/2006 - 01/21/2006
01/22/2006 - 01/28/2006
01/29/2006 - 02/04/2006
02/05/2006 - 02/11/2006
02/12/2006 - 02/18/2006
02/19/2006 - 02/25/2006
02/26/2006 - 03/04/2006
03/05/2006 - 03/11/2006
03/12/2006 - 03/18/2006
03/19/2006 - 03/25/2006
03/26/2006 - 04/01/2006
04/02/2006 - 04/08/2006
04/09/2006 - 04/15/2006
04/16/2006 - 04/22/2006
04/23/2006 - 04/29/2006
04/30/2006 - 05/06/2006
05/07/2006 - 05/13/2006
05/14/2006 - 05/20/2006
05/21/2006 - 05/27/2006
05/28/2006 - 06/03/2006
06/04/2006 - 06/10/2006
06/11/2006 - 06/17/2006
06/18/2006 - 06/24/2006
06/25/2006 - 07/01/2006
07/02/2006 - 07/08/2006
07/09/2006 - 07/15/2006
07/16/2006 - 07/22/2006
07/23/2006 - 07/29/2006
07/30/2006 - 08/05/2006
08/06/2006 - 08/12/2006
08/13/2006 - 08/19/2006
08/20/2006 - 08/26/2006
08/27/2006 - 09/02/2006
09/03/2006 - 09/09/2006
09/10/2006 - 09/16/2006
09/17/2006 - 09/23/2006
09/24/2006 - 09/30/2006
10/01/2006 - 10/07/2006
10/08/2006 - 10/14/2006
10/15/2006 - 10/21/2006
10/22/2006 - 10/28/2006
10/29/2006 - 11/04/2006
11/05/2006 - 11/11/2006