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Sábado, Dezembro 03, 2005

Renata Arruda requenta repertório em CD marcado pela pegada firme dos violões

Resenha de CD / DVD
Título: Acústico - Pegada
Artista: Renata Arruda
Gravadora: CID
Cotação: * *

A ordem revisionista que continua a imperar sem tréguas na indústria fonográfica acaba fazendo com que intérpretes ainda com pouca bagagem cometam o erro de fazer retrospectivas precoces. É o caso de Renata Arruda. Cantora segura, ainda que eventualmente carregue nas tintas em algumas interpretações, a artista paraibana requenta o repertório de seus três primeiros discos neste Acústico - Pegada. O rótulo acústico (im)posto no título já dá bandeira... A rigor, trata-se do quinto álbum da artista, já que Arruda excluiu da revisão seu elegante CD anterior, Por Elas e Outras, em que regravou apenas sucessos de cantoras.

A pegada do título é a do trio de violões pilotados por Walter Villaça, Zé Filho e pela própria cantora. Por conta dessa levada firme, o CD remete até ao show Violões, apresentado por Cássia Eller em 1995 e gravado em disco ao vivo editado em 1996 - talvez pelo fato do virtuoso Villaça ter tocado também nesse trabalho da saudosa Cássia. Mas, pegada à parte, o disco sucumbe ao fato de a artista ter gravado bobagens como Libera, inédita parceria sua com Sandra de Sá. As duas excelentes cantoras nunca exibiram o mesmo talento como compositoras, mas volta e meia insistem na gravação de repertório autoral.

Arruda não foi feliz nas músicas inéditas em sua voz. Ela cai mal no compasso do forró em Roendo Unha (Luiz Gonzaga e Luiz Ramalho), nada acrescenta a Hoje Eu Quero Sair Só (Lenine) e dá a impressão de estar fora do tom em Espumas ao Vento, o hit de Accioly Neto já gravado com mais êxito por nomes como Elza Soares e Fagner. A intérprete fica mais à vontade quando repisa repertório já cantado em discos anteriores - metade das 14 músicas, a propósito.

Faixa que abria o segundo CD da cantora, Porta do Sol até ganha nova luz e merece a chance de abrir também Pegada. Sucesso de Roberto Carlos nos anos 60, Ninguém Vai Tirar Você de mim é outro tema que resiste bem a um novo registro. Mas várias músicas (É Ouro pra mim, Sangue Latino, Cidade de Isopor, Mundos Diferentes, Canudinho) já tinham sido gravadas com maior requinte por Renata Arruda e fazem com que seu quinto álbum soe irregular. Apesar da boa pegada - documentada em imagens no DVD homônimo que apresenta o making of do CD.

Bom melodista, Orlando Morais brilha como intérprete em CD autoral e pop

Resenha de CD
Título: Tempo Bom
Artista: Orlando Morais
Gravadora: CultPar
Cotação: * * *

Orlando Morais é bom melodista, dono de obra personalíssima, poucas vezes noticiada pela mídia do eixo Rio-São Paulo na medida de seu valor. Alheio a essa injustiça, o cantor vem pavimentando nos últimos anos vitoriosa carreira independente e já contabiliza nove álbuns. O atual, Tempo Bom, assusta de início quando a faixa-título abre o CD com batida meio funkeada. O disco é o mais pop e eclético do artista, indo do axé ao eletrônico, mas, felizmente, as programações pilotadas por Ramiro Musotto e Linconl Olivetti nem sempre ofuscam as melodias do compositor - especialmente inspirado em Tanto Faz, em Calado e em Esqueça.

A cargo do próprio Orlando, a produção do CD é azeitada e reúne músicos virtuosos como o baixista Dunga, o violoncelista Lui Coimbra, o tecladista Sacha Amback, o guitarrista Billy Brandão e o percussionista Chocolate. Às vezes, o resultado é ruim quando Orlando exagera na eletrônica - como em Bento (tributo ao filho recém-nascido, que junta o homenageado com as irmãs Cléo, Antônia e Ana) e em Cléo (música feita para a enteada/filha Cléo Pires, hoje badalada atriz). Mas o saldo é positivo quando o cantor envereda pelas levadas nordestinas em Lampião - tema dedicado a seu pai - e em Sertão, de poéticos versos lindamente recitados no início da música. São duas faixas mais arretadas que contrastam com o ritmo ralentado de Goiânia.

A inusitada incursão pelo axé, no samba Amor de Carnaval, traz a cantora do grupo Babado Novo, mas a voz de Cláudia Leite soa sem sua habitual energia. Já as minimalistas investidas de Orlando em repertório alheio revelam um intérprete sempre afinado e incrivelmente envolvente. A balada Paciência, de Lenine, cantada ao vivo apenas na companhia do violoncelo de Lui Coimbra, ganha frescor em seu melhor registro. Até Quem Sabe - canção de João Donato e Lysias Ênio, também gravada ao vivo, com luxuoso auxílio do piano de Donato - reaparece melódica, linda, sinalizando que o suingue habitualmente imposto aos temas de Donato por vezes podem embaçar a beleza de suas melodias.

No todo, mais um bom disco de Orlando Morais. Um artista que ainda precisa ser ouvido com mais atenção pela crítica.

Emmerson continua no clube de covers

Esgotada a fórmula de covers de hits internacionais, que lhe projetou na série Versão Acústica e que rendeu também CD com regravações do repertório dos Beatles, o mineiro Emmerson Nogueira parte para uma volta às origens sem abandonar o mercado de covers. O cantor regrava sucessos do Clube da Esquina em seu novo disco, Miltons, Minas e Mais (capa à direita). A seleção inclui Paisagem da Janela, Um Girassol da Cor do seu Cabelo, Lumiar, Raça, Maria Solidária, Nada Será Como Antes, Maria Maria, Fé Cega Faca Amolada e Paula e Bebeto, entre outras músicas lançadas nos anos 70 por Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges e Cia.

Coletânea do Cypress Hill sai no dia 13

A primeira coletânea do grupo Cypress Hill em 13 anos de carreira, Greatest Hits From the Bong (capa à direita), tem seu lançamento agendado para 13 de dezembro, nos Estados Unidos. No Brasil, a gravadora Sony & BMG já programou para janeiro a distribuição da compilação, que destaca a faixa How I Culd Just Kill a Man - um lado B da discografia da banda de hip hop - e apresenta um remix, em ritmo de reggaeton, de Latin Thugs.

Como de praxe em lançamentos do gênero, o Cypress Hill apresenta duas inéditas (The Only Way e EZ Come EZ Go) entre hits como Insane in the Brain, (Rock) Superstar, Hand on the Pump e Throw your Set in the Air.

Swing & Simpatia estréia na Deckdisc com gravação de DVD e CD ao vivo

Depois de passar pela Sony Music, o grupo de pagode Swing & Simpatia (foto) migrou para a Deckdisc e estréia na nova gravadora com a habitual dobradinha DVD / CD ao vivo. A gravação está agendada para 8 de dezembro em show na casa Rio Sampa, na Baixada Fluminense (RJ). Além de reviver sucessos como Felina, o grupo apresenta novidades como Incendeia o Nosso Amor (Umberto Tavares e Gustavo Lins), Não Encontrei Outra Opção (de Luciano Becker, vocalista do grupo), Sem Parar (Thaís Nascimento e Arnaldo Saccomani) e Outra Vez (Rosyl, Rafael Delgado e Carlos Miranda). O lançamento está previsto para março.
Sexta-feira, Dezembro 02, 2005

Tributo a Renato Russo vira CD, DVD, especial de TV e abre as homenagens pelos 10 anos da morte do compositor

A indústria fonográfica adora cultuar os mortos que lhe rendem dividendos com suas obras. Renato Russo (1960-1996) é um deles. Agendado para dia 13, na Fundição Progresso, o show A Música Urbana de Renato Russo vai reunir nomes como Capital Inicial, Chorão, Cidade Negra, Detonautas, Fernanda Takai, Leela, Nasi, Paulo Ricardo, Plebe Rude Titãs, Toni Platão e Vanessa da Mata, entre outros. O tributo vai ser filmado para virar CD, DVD e especial de TV provisoriamente intitulados Renato Russo: Uma Celebração e gravados dentro da série Multishow ao Vivo.

O programa de TV vai ser exibido no Multishow em data próxima ao aniversário do artista - nascido em 27 de março - e abre as homenagens pelos 10 anos de sua morte, ocorrida em outubro de 1996. No repertório, todos os sucessos imortalizados por Renato Russo (foto) na banda Legião Urbana. Entre eles, Geração Coca-Cola, Tempo Perdido, Música Urbana 2, Química, Eu Sei, Índios, Eduardo & Mônica, Faroeste Caboclo e Por Enquanto. O tributo foi idealizado por Marcelo Fróes e aprovado pela família do cantor.

O disco de ouro pop de Vanessa da Mata

A gravadora Sony & BMG vai anunciar em breve a conquista do primeiro Disco de Ouro de Vanessa da Mata, pelas 50 mil cópias vendidas do segundo CD da cantora, Essa Boneca Tem Manual. Mesmo não sendo possível confiar cegamente em dados de vendas fornecidos por gravadoras, é fato incontestável que o disco - já na sexta tiragem - tem saído bem das prateleiras e ampliado a fatia da intérprete mato-grossense no mercado fonográfico.

A produção de Liminha, parceiro da compositora em cinco das 12 faixas, diluiu o sotaque regionalista da obra da artista - mais evidente em seu primeiro e estupendo CD, Vanessa da Mata (2002) - e imprimiu um tom pop que ficou mais digerível para o grande público. Embora em músicas como Ainda Bem tenha ficado clara uma tentativa de clonar a música de Marisa Monte...

Seja como for, o disco faz sucesso, Vanessa da Matta vem crescendo a cada show e os remixes da faixa Ai, Ai, Ai... estão projetando a cantora no universo eletrônico como Não me Deixe Só, a jóia do seu primeiro CD, já fizera quando o público ainda não sabia bem quem era Vanessa da Mata. Agora ele, o público, já está conhecendo melhor esta compositora cujo inegável talento independe de Disco de Ouro. E da busca por um sotaque pop...

A atrasada trilha de Bang Bang traz inéditas de Blitz, Miklos e Melodia

Com atraso, já que a história está no ar há dois meses, a Som Livre põe nas lojas a trilha da novela Bang Bang. O CD (capa à direita) apresenta gravações inéditas da Blitz (Tempos de Cowboy), Paulo Miklos (Os Dois no Ar), Luiz Melodia (Nós Dois) e Gustavo Black Alien (Coração do meu Mundo). Vale ressaltar que Miklos, Melodia e Evandro Mesquita (líder da Blitz) integram o elenco da trama idealizada por Mário Prata.

Além das gravações inéditas, o disco reúne fonogramas recentes de Paralamas do Sucesso (De Perto), Zeca Baleiro (Balada do Céu Negro) e Zé Ramalho (Canção Agalopada), entre outros nomes.

Ed mixa no Rio disco de grupo inglês

De volta de Londres, onde produziu o disco do grupo inglês Jazzinho, Ed Motta (foto) supervisiona no Rio a mixagem do CD. A masterização deverá ser feita ainda este ano, em São Paulo. O álbum tem a participação de Hamish Stuart, o guitarrista que tocou com Paul McCartney no show feito pelo ex-Beatle no Maracanã (RJ). Uma das faixas, Look Inside, já toca na BBC inglesa.

Teresa busca lugar no mundo japonês

Gravado em show no Teatro Municipal de Niterói, o terceiro disco de Teresa Cristina (foto), O Mundo É meu Lugar - Ao Vivo, será lançado no Japão em fevereiro, pela gravadora NRT. A edição japonesa terá faixa-bônus, Sorri (Elton Medeiros e Zé Kéti), lançada no Brasil somente no DVD editado simultaneamente ao CD. Em janeiro, a cantora já estará no Japão para começar a promover o lançamento do disco na mídia local.
Quinta-feira, Dezembro 01, 2005

Famílias Caymmi e Jobim entram no tom do maestro em CD de refinada suavidade

Resenha de CD
Título: Falando de Amor - Famílias Caymmi e Jobim Cantam Antonio Carlos Jobim
Artista: Famílias Caymmi e Jobim
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *

É impossível não remeter Falando de Amor a um dos títulos mais especiais do acervo da Elenco: Caymmi Visita Tom (e Leva seus Filhos, Nana, Dori e Danilo) - editado em 1964 com até então inédito entrelaçamento das obras dos mestres Dorival e Jobim. Quatro décadas depois, as famílias se reencontram sem seus patriarcas. Tom saiu de cena em 1994. Aos 91 anos, Dorival saboreia o convívio familiar após ter encerrado suas atividades profissionais. Mas, em essência, o disco atual pouco tem a ver com o dos anos 60. Falando de Amor é um tributo à obra de Jobim, no tom do maestro. Se remete ao seu antecessor, é somente pela reunião dos dois clãs.

O produtor José Milton concebeu um disco que vai soar familiar para os amantes da obra de Jobim por evocar suas harmonias refinadas e a delicadeza de sua música. Até Nana Caymmi - intérprete que geralmente prima pela intensidade de seu canto - baixou o tom para entoar suavamente pérolas escondidas no baú jobiniano como Outra Vez (1954), Esquecendo Você (1959) e Esperanças Perdidas (1965).

O CD marca a inédita reunião dos irmãos Nana, Dori e Danilo Caymmi com o filho violonista (Paulo) e o neto pianista (Daniel) de Jobim. A rigor, há apenas dois números coletivos, Samba do Avião (1962) e Piano na Mangueira (1992), que abrem e fecham o álbum. O repertório de Falando de Amor é reembalado basicamente com solos e duetos vocais. Nana obviamente responde por mais interpretações por ser a cantora estupenda que sempre foi. Mas coube a Daniel Jobim - cujo timbre da voz miúda, imprópria para o canto, lembra muito o de seu avô - entoar Bonita Demais, faixa quase inédita por trazer os versos (nunca gravados) feitos por Vinicius de Moraes para a melodia de Bonita, letrada em inglês por Gene Lees e Ray Gilbert, em 1964, e assim conhecida pelo mundo afora, inclusive no Brasil.

Outra letra inédita - esta feita especialmente para o disco por Ronaldo Bastos, a pedido de Nana - é a de Canção para Michelle, cuja melodia vem do tema instrumental homônimo (mas batizado em francês) criado por Jobim em 1985 para a recém-relançada trilha da minissérie O Tempo e o Vento. A faixa tem acento um pouco mais carregado que destoa do restante das regravações.

Justiça seja feita: os arranjos de Dori, Paulo e Daniel conseguem evocar a atmosfera da obra do homenageado em temas como Foi a Noite (1956), As Praias Desertas (1958), Anos Dourados (1986), Desafinado (1958) e Eu Sei que Vou te Amar (1958) - todos recriados no sofisticado tom de Jobim. Parece simples, mas é muito sofisticado.

Paulo Ricardo mistura Dylan, Stones, Rod, Elton e McCartney em CD em inglês

Paulo Ricardo regrava músicas de Bob Dylan (Like a Rolling Stone), Elton John (Your Song), Paul McCartney (My Love), Stevie Wonder (Isn't She Lovely?), James Taylor (Fire and Rain), Rod Stewart (Tonight's the Night) e Rolling Stones (Honk Tonk Women), entre outros nomes, em seu CD e DVD Acoustic Live (capa à esquerda) - editados este mês pela EMI.

Em seu primeiro trabalho em inglês, o cantor tenta nova investida para voltar às paradas depois de atacar de cantor romântico (faceta, aliás, revivida na maioria das 14 faixas do CD), de ressuscitar e matar o RPM diversas vezes e de criar nova banda, PR.5, de triste memória.

Disco flagra Ella em Berlim em 1960

Sai no mercado nacional este mês, via Universal Music, disco que perpetua apresentação de Ella Fitzgerald (1917-1996) em Berlim, em 1960. Mack the Knife - Ella in Berlim (capa à direita) traz a íntegra do show em 17 faixas. Habitual na voz da cantora, o repertório é formado basicamente por standards da canção americana como Love for Sale, The Man I Love, Summertime, Misty, The Lady Is a Tramp e Just One of Those Things.

Roberto fala no dia 14 sobre novo CD

Acabou não se concretizando a idéia de Roberto Carlos (foto) de lançar seu disco anual mais cedo em 2005. De início, o Rei chegou a cogitar apresentar o CD em setembro, mas o álbum chegará efetivamente às lojas entre os dias 10 e 15 de dezembro. Por ora, a tradicional entrevista coletiva para promover o disco está agendada para dia 14, no (também tradicional) hotel carioca Copacabana Palace. Como já noticiado com orgulho no site oficial do cantor (www.robertocarlos.com), o álbum conta com a participação da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó em guarânia inédita composta por Roberto com Erasmo Carlos.

Gravado ao vivo, projeto acústico da Cor do Som é puxado por inédita de estúdio

A gravação de estúdio da inédita Pela Beira do Mar (parceria do tecladista Mu Carvalho com Márcio Tucunduva) puxa o CD e DVD (capa à esquerda) Acústico, do grupo A Cor do Som, gravados ao vivo em show no Canecão com adesões de Caetano Veloso (em Menino Deus), Daniela Mercury (em Beleza Pura), Moraes Moreira (em Davilicença), Davi Moraes (no tema instrumental Taiane, do pioneiro Osmar Macedo) e do coral Canarinhos de Petrópolis (na inédita Tocar, parceria de Ary Dias com Carlinhos Brown).

O roteiro de 20 músicas (16 no CD) inclui ainda as inéditas O Dia de Amanhã, parceria do baixista Dadi com Arnaldo Antunes, e Amor Inteiro (Oxalá), de autoria de Armandinho com Fausto Nilo. Cria dos Novos Baianos, A Cor do Som regrava Os 'pingo' da Chuva, do repertório do pioneiro grupo de Moraes Moreira.
Quarta-feira, Novembro 30, 2005

DVD tenta historiar Jovem Guarda com documentário redundante e enfadonho

Resenha de DVD / CD
Título: Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo
Artista: Erasmo Carlos, Wanderléa, Golden Boys e Fevers
Gravadora: EMI
Cotação: * *

Incansável, a indústria fonográfica não pára de fabricar produtos na carona dos 40 anos da estréia do programa Jovem Guarda. São caixas, compilações, reedições de discos da época e, claro, DVDs. Este vídeo duplo Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo tem ao menos o mérito de trazer show com Erasmo Carlos e Wanderléa, gravado em São Paulo, em agosto, e editado também no formato de CD duplo. O Tremendão e a Ternurinha foram, afinal, dois dos três principais integrantes do movimento. O terceiro vértice do triângulo, o arisco Roberto Carlos, também está presente na forma de um depoimento prestado para o documentário No Embalo da Jovem Guarda, o extra do DVD.

Além de Erasmo e Wanderléa, o show reúne Golden Boys, Fevers e um punhado de hits já exaustivamente regravados ao longo das quatro décadas. O segundo grupo atuou na Jovem Guarda, mas fez sucesso mesmo nos anos 70. O roteiro do espetáculo, aliás, extrapola o universo do pop cantado naquelas velhas tardes de domingo da década de 60. Poderia ter sido condensado num DVD simples, por reunir apenas quatro nomes, mas a opção foi uma edição dupla que resulta gordurosa.

A principal gordura está no documentário. Justiça seja feita: a produção teve o cuidado de colher dezenas de depoimentos. Todos os nomes do movimento - até os menos importantes - foram ouvidos. Assim como várias estrelas da geração 80, a que abriu e consolidou de fato o mercado brasileiro de pop rock. O problema é que o documentário resultou em redudante colagem de depoimentos. Faltou a mão firme de um roteirista que costurasse as entrevistas com mais consistência e desse maior abrangência histórica ao filme. O que se vê e ouve - em duas longas horas - são sentimentos saudosistas de quem viveu a época. Ou então elogios repetitivos da turma dos 80.

O próprio Roberto Carlos - que abre e fecha o documentário - deu depoimento burocrático. "A Jovem Guarda é algo maravilhoso que nós tivemos o privilégio de participar e desfrutar na década de 60. Foi um programa de TV que virou um movimento jovem que influenciou de forma positiva a juventude daquela época, com uma música alegre, descontraída e romântica", tenta conceituar o Rei.

"Fui o cara certo no momento certo. E gostava de sair na capa de revista, de ser galã. Na época, era uma brincadeira séria", admite, com mais informalidade, Erasmo. Wanderléa lembra que a Jovem Guarda também teve seu lado mercadológico, gerando produtos consumidos de imediato pelos fãs dos programas. "Houve uma expansão da moda jovem", avalia a Ternurinha.

A geração dos anos 80 prefere jogar confetes (aparentemente sinceras) na galera dos 60. "Era uma espécie de Beatlemania brasileira. A formação de uma linguagem brasileira de rock começa na Jovem Guarda", enfatiza Frejat. "Ela mostrou que o rock podia ser divertido", pondera Rogério Flausino. "Foi determinante para todo o rumo da música brasileira", completa Nando Reis. "Sempre adorei os cabelos da Wanderléa", confessa Paula Toller. E por aí vai o documentário. Falam Dinho Ouro Preto, Lulu Santos e até os mais contemporâneos Chorão e Pitty.

E o pior é que, no fim, aparecem até elogios para o diretor do projeto. Que pecou por não chamar um roteirista para amarrar o rico material bruto que tinha em mãos. Do jeito que ficou, No Embalo da Jovem Guarda é um documentário enfadonho que tem tudo - menos a alegria e a descontração das velhas tardes dominicais.

Disco resume 35 anos de Supertramp

A Universal Music está lançando esta semana no mercado nacional coletânea dupla que resume de forma caprichada os 35 anos de carreira fonográfica do grupo Supertramp. Retrospectable - The Supertramp Anthology (capa à esquerda) é daquelas compilações completas que rastreiam toda a obra do artista enfocado. São 32 músicas dispostas em ordem cronológica, com direito às capas do álbuns dos quais as faixas foram extraídas. Antes da ficha técnica, um texto biográfico de Scott Schinder reconstitui a trajetória da banda britânica.

Formado em fins dos anos 60, o Supertramp gravou seu primeiro disco em 1970. Foi o título inicial de um contrato com o selo A & M que duraria até 1987. O LP de estréia, Supertramp, obteve pouca repercussão - assim como o segundo, Indelibly Stamped (1971). O grupo somente começaria a acontecer em 1974, com o lançamento de Crime of the Century. O auge comercial viria cinco anos depois, quando o álbum Breakfast in America (1979) emplacou megahits como The Logical Song e Goodbye Stranger - duas gemas pop obviamente incluídas na coletânea.

O declínio começaria ao longo dos anos 80. Mas, entre altos e baixos, a banda resistiu ao tempo. Seu último álbum, Slow Motion, saiu em 2002. Retrospectabe chega a trazer uma faixa deste CD, Over You, abrangendo competente e luxuosamente o período (1970-2002) em que o Supertramp gravou discos com seu som pop.

Los Hermanos grava clipes simultâneos

Dias depois de anunciar oficialmente a escolha de Condicional como a segunda música de trabalho do CD 4 (no caso, bisando tema de Rodrigo Amarante, autor do primeiro hit do disco, O Vento), o grupo Los Hermanos começou a divulgar que outra faixa, Morena, também virou música de trabalho simultânea. Condicional iria para as rádios de perfil pop, enquanto Morena seria direcionada às emissoras do segmento rotulado como adulto.

O fato é que o quarteto acaba de gravar no Rio clipes simultâneos das duas composições (na foto acima, de Caroline Bittencourt, um flagrante de Amarante com o cineasta Eduardo Valente, diretor dos dois vídeos, durante a gravação). Filmados em película, os clipes mostram a banda tocando ambas as músicas ao vivo em um casarão no Humaitá, bairro da Zona Sul carioca, e contam com a participação de dois fãs, sorteados no site oficial do quarteto (http://www.loshermanos.com.br).

A questão a levantar é se a escolha de Condicional teria mexido com o ego de Marcelo Camelo, o outro compositor do quarteto - até então sempre em vantagem na escolha das músicas trabalhadas em rádio. Sempre se comentou nos bastidores sobre um suposto ciúme de Camelo em relação a Amarante, que seria mais low profile e não alimentaria a rivalidade do colega. Oficialmente, nunca houve rusga ou briga entre os dois. Mas que o anúncio da divulgação de Morena como música de trabalho, dias depois do de Condicional, é estranho, lá isso é... Com as duas músicas nas rádios e os dois clipes simultâneos gravados num único dia, fato inédito na indústria, os dois compositores ficam momentaneamente em evidência no mesmo plano.

Flaming Lips apronta CD, lança DVD é a banda numa propaganda de refrigerante

O engenheiro hawaiano Humberto Gessinger tinha lá sua razão quando afirmou num verso de Terra de Gigantes que "a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerante". No momento, a tal banda é The Flaming Lips, que compôs música, You Gotta Hold on, para anunciar a chegada ao mercado da embalagem de alumínio de uma marca de refrigerante. A campanha será veiculada a partir de janeiro.

O grupo - que já aprontou novo álbum, At War with the Mystics, previsto para abril - está lançando o DVD Void, com 19 clipes que cobrem sua videografia desde 1982. O DVD já inclui vídeo de uma das músicas do próximo disco, Mr. Ambulance Driver.

Na foto acima, de Léo Correa, um flagrante da banda em sua recente apresentação carioca no festival Claro que É Rock, quando o vocalista, Wayne Coyne, andou pelo palco e pela platéia numa bolha de plástico.

Aldir Blanc desfia rosário de pérolas de fossa em seu lírico primeiro disco solo

Resenha de CD
Título: Vida Noturna
Artista: Aldir Blanc
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * *

Em seu primeiro disco solo (houve um dividido com Maurício Tapajós nos anos 80 e outro de duetos nos 90), Vida Noturna, Aldir Blanc se revela bom cantor, de voz bem modulada e timbre sereno. Como intérprete doído, daqueles de fundo de boate, hábeis ao remoer paixões sombreadas pela melancolia ou pela desilusão, Blanc desfia suas dores de amores em repertório formado majoritariamente por inéditas de tom lírico, típico de grandes poetas como ele. Entre as regravações, há duas parcerias com João Bosco dos anos 70. A faixa-título (lançada no disco Galos de Briga, de 1976) e o samba Me Dá a Penúltima (do LP Tiro de Misericórdia, de 1977) contam com a adesão do parceiro na voz e no violão, ratificando a retomada dos laços fraternos e profissionais.

Vida Noturna é um rosário de pérolas contadas por um amante dos bares e da madrugada. "Todo boêmio é feliz porque, quanto mais triste, mais se ilude", conceitua Blanc em verso de Me Dá a Penúltima. É nesse clima de boate - de elegante e econômico instrumental urdido pelo piano de Cristóvão Bastos e pelo violão de João Lyra - que Blanc tece suas teias em versos sempre milimetricamente construídos. Em Dry (parceria com Moacyr Luz), ele até recebe um Chico Buarque de frente e incorpora a mulher abandonada pelo amante. "Eu me sentia um cinzeiro / Repleto das pontas que você deixava / E que ironia essa imagem: / A guimba apagando é quando mais queimava...", resume de forma lapidar. Em Lupicínica, parceria com Jayme Vignoli, Blanc reverencia o compositor gaúcho que inspirou o genial título da música, cujo foco é a paixão por uma enfermeira. "Aquela mulher que dosava o soro nas veias dos agonizantes / Não teve sequer um calmante pra dor sem remédio que atinge os amantes", sofre o poeta.

E é assim - com seu peculiar romantismo crepuscular - que Aldir canta, conta e lembra seus amores noturnos. Quase sempre com um trago amargo na boca, como em Velhas Ruas (em que assina letra e música, evocando melancolicamente amor vivido na Vila Isabel idealizada de sua infância) e como em Flores de Lapela (parceria com Maurício Tapajós), pungente e sintética crônica sobre solidão e mágoas provocadas pela separação. Espaço para a felicidade solar há apenas em Recreio das Meninas II (outra parceria com Moacyr Luz em que entra um acordeom tocado por Cristóvão Bastos). Na faixa, a ida ao samba, cenário de possível nova paixão, é o remédio infalível para a dor do amor. A exceção confirma a regra: Vida Noturna é disco de fossa, de madrugada, com direito ao violão estupendo de Hélio Delmiro em Constelação Maior (parceria com Delmiro) e ao (não menos virtuoso) de Guinga em Cordas.

Como resume Heloisa Seixas em texto feito para o encarte, é "puro Aldir Blanc, sem gelo". E - acrescenta o colunista - sem direito à ressaca musical, pois a poética obra de Aldir é refinada como o melhor uísque escocês.
Terça-feira, Novembro 29, 2005

Parabéns para o setentão Zeca Jagger

Ezequiel Neves completa 70 anos hoje, 29 de novembro. Ótimo pretexto para escrever sobre Zeca Jagger - como ele também é conhecido no meio musical - e para parabenizá-lo por sua vida e obra. Zeca militou na imprensa musical alternativa da década de 70 com críticas e artigos invariavelmente inteligentes, sempre escritos fora dos padrões jornalísticos caretas e, por isso mesmo, repletos de lucidez e de uma visão bem-humorada e sincera dos discos e artistas a que se referiam. Mas sua contribuição mais importante ao pop brasileiro foi a descoberta do Barão Vermelho e, conseqüentemente, de Cazuza (no flagrante acima, de 1984, com seu amigo, em foto do site www.cazuza.com.br).

Muita gente acha até hoje que o Barão estreou em disco, lá nos idos de 1982, porque Cazuza era o filhinho do papai João Araújo, que, por acaso, dirigia a gravadora Som Livre. Ledo engano. Foi Zeca - com o apoio do produtor Guto Graça Mello - que convenceu Araújo a gravar a banda do filho porque viu talento urgente em Cazuza. Dali em diante, Zeca teve papel fundamental na carreira do Barão Vermelho e na produção dos discos do grupo e da obra solo de Cazuza. Ao ponto de ser considerado também um barão.

Com sua fina ironia, sua gargalhada sonora e, sobretudo, sua capacidade de ser sincero e dizer sempre o que pensa, sem nunca fazer média, Ezequiel Neves esteve sintomaticamente ao lado dos artistas outsiders como produtor. Em 1993, tirou a talentosa Ângela RoRo do limbo com caloroso disco ao vivo. Em 1997, ajudou Cássia Eller a reviver a obra de Cazuza no corajoso Veneno Antimonotonia, álbum pesado que contrariou as expectativas da gravadora PolyGram (hoje Universal Music) e até reduziu na ocasião o (razoável) público já conquistado pela cantora com discos anteriores de pegada mais pop. Mas era um disco que Cássia amava e que renderia um registro de show ainda mais pesado, Veneno Vivo (1998). Ezequiel foi fiel à Cássia.

Por tudo isso, e por muito mais, Zeca Jagger - assim apelidado por sua devoção ao rock clássico e aos Rolling Stones, não por acaso a principal fonte na qual bebeu o Barão Vermelho - merece os parabéns pelos 70 anos, boa parte deles de bons serviços prestados à música pop brasileira.

Pet Shop Boys finalizam CD de inéditas

Mal acabou de lançar CD com nova trilha feita sob encomenda para o filme russo O Encouraçado Potemkin, a dupla Pet Shop Boys (foto) anunciou que concluiu a gravação, em estúdio de Londres, de álbum produzido por Trevor Horne. Previsto para abril, o disco reúne onze temas (incluindo a intro de abertura) compostos por Chris Lowe e Neil Tennant, além de Numb, canção da hitmaker Diane Warren gravada originalmente pelo duo inglês para sua última compilação, PopArt, editada em 2003.

O repertório do novo disco foi composto desde janeiro, mas as gravações propriamente ditas começaram em maio. O último álbum de material inédito da dupla, Release, saiu em 2002 e desapontou a crítica e os fãs dos Pet Shop Boys. Lowe e Tennant estão confiantes na restauração de seu prestígio com o CD produzido por Trevor Horne.

Marjorie cresce e aparece como cantora em DVD em que recria Chico e Madonna

Resenha de DVD
Título: Marjorie Estiano & Banda ao Vivo
Artista: Marjorie Estiano
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

Se o primeiro CD de Marjorie Estiano deixou a péssima impressão de que a atriz do seriado global Malhação era mais uma cantora fabricada pela indústria fonográfica, sobretudo por conta do insosso repertório de linha juvenil, o recém-lançado primeiro DVD da artista, Marjorie Estiano & Banda ao Vivo, sinaliza que pode haver, sim, uma intérprete de verdade nessa roda-viva do mercado. O DVD está saindo porque o CD foi um dos maiores sucessos comerciais do ano. No embalo de forte propaganda veiculada pela Rede Globo e da boa execução radiofônica da faixa Você Sempre Será, a Universal vendeu mais de 125 mil CDs e já trabalha uma segunda música, Por Mais que Eu Tente.

No DVD, filmado com requinte pela diretora Joana Mazzuchelli em dois shows realizados pela cantora no Espaço Locall (SP) em 5 e 6 de setembro, Marjorie cresce e aparece como cantora. E mostra segurança incomum para sua pouca estrada. Logo no primeiro número, ela já surpreende com charmosa interpretação de Miss Celie's Blues (Sister), o tema do filme A Cor Púrpura. Escorada numa banda de pegada afiada, merecidamente valorizada já no título do DVD, a cantora não deixa obviamente de repisar as bobagens gravadas em seu CD. Mas extrapola um pouco o universo juvenil. Em clima voz-e-piano, com afinação, Marjorie canta em inglês a balada You're So Beautiful - hit de Joe Cocker que Simone chegou a gravar em seu recém-lançado disco ao vivo, em pavarosa versão em português de Zélia Duncan, felizmente excluída da seleção final do CD/DVD.

Um pouco antes de You're So Beautiful, Marjorie arrisca reviver, sentada, um sucesso de Madonna, Cherish, com o auxílio luxuoso de seu guitarrista. Funciona. Tanto que, lá pelo meio da música, a platéia começa a marcar com palmas o ritmo da música. Aliás, das releituras, a única que não funciona é a versão pop roqueira de Até o Fim, de Chico Buarque, com vocal meio bluesy de Marjorie. Resulta apenas modernosa, mas nem por isso tira o brilho deste surpreendentemente caprichado DVD da artista. Marjorie Estiano pode ter futuro como cantora se conseguir se afastar progressivamente do nicho adolescente a que foi confinada no mercado.

Morricone faz arranjo para Morrissey

Com lançamento previsto para março, o novo disco de Morrissey (foto), Ringleaders of the Tormentors, trará faixa arranjada por Ennio Morricone. Célebre pelas trilhas de filmes como Era Uma Vez no Oeste, o compositor italiano arranjou as cordas de Dear God Please Help me, uma das 12 músicas do álbum.

Produzido por Tony Visconti, que esteve à frente de alguns clássicos lançados por David Bowie nos anos 70, o CD reúne as faixas I Will See You in Far-Off Places, You Have Killed me, The Youngest Was the Most Loved, In The Future When All's Well, The Father Who Must Be Killed, Life Is a Pigsty, I'll Never Be Anybody's Hero Now, On the Streets I Ran, To me You Are a Work of Art, I Just Want to See the Boy Happy, At Last I Am Born e a supra-citada Dear God Please Help me.

Veto do Papa reforça mídia de Daniela

Verdade seja dita: ter sido vetada pelo Vaticano no Concerto de Natal que aconteceria em 3 de dezembro - por ter participado de campanhas que propagam o uso da camisinha para evitar a contaminação pelo vírus da Aids - tem rendido a Daniela Mercury uma mídia extraordinária que obviamente tem reforçado a divulgação de seu recém-lançado disco Balé Mulato.

O ótimo CD já tinha sido bem recebido pela crítica - até por colegas que normalmente fecham os ouvidos para o axé globalizante da cantora - mas o fato é que toda a inevitável celeuma em torno da proibição tem proporcionado à cantora generosos espaços nos programas de TV. E Daniela, inteligente, está conciliando suas declarações sobre o veto com a divulgação do repertório do álbum. Somente no último Domingão do Faustão a artista apresentou várias músicas do disco - seis ou sete, segundo telespectadores do programa (não visto pelo colunista).

Balé Mulato tem tudo para acontecer e tornar sua intérprete novamente boa vendedora de discos. A faixa Topo do Mundo não chegou a estourar realmente nas rádios, mas a balada Pensar em Você - o número mais aplaudido pelo público do Domingão, de acordo com telespectadores do programa de Fausto Silva - tem óbvio potencial para ser o grande hit do CD assim que começar a tocar na novela Belíssima. Escorada em lindo arranjo de cordas de Lincoln Olivetti, a cantora soube valorizar a melodia de Chico César - coisa que Rita Ribeiro, a intérprete original da canção, não soube fazer em seu disco Pérolas aos Povos, de 1999.

Enfim, é fato que Daniela Mercury foi injustiçada e desrespeitada pelo Vaticano ao ser vetada para o Concerto de Natal. Mas que a cantora tem obtido vantagens com a proibição, lá isso tem. Sua romaria por programas de TV está popularizando novamente sua imagem fora do circuito baiano. Já houve até quem dissesse que o grande milagre do Papa foi ter trazido a cantora de volta à mídia...
Segunda-feira, Novembro 28, 2005

Maria Rita pode - e deve - gravar disco de samba com Falcão, cantor do Rappa

Em entrevista à edição 195 da revista Bizz, Falcão - o cantor do grupo O Rappa - revelou que existe o projeto de um disco de sambas que seria gravado por ele com Maria Rita (foto). A gravação do CD depende ainda de uma série de fatores para ser concretizada. O Rappa acabou de iniciar a turnê promocional de seu Acústico MTV - com a qual pretende rodar o Brasil em 2006 - e Maria Rita continua na estrada com o show de lançamento de seu Segundo.

Agendas à parte, um projeto como esse poderia fazer muito bem para a carreira da cantora. Seu Segundo vai bem nas lojas, mas, definitivamente, não é o estouro projetado pela gravadora Warner Music. Um dos motivos é a repetição da fórmula usada no primeiro, mas com menos rigor na seleção do repertório. Por isso mesmo, um disco de sambas com Falcão seria interessante para tirar a cantora da receita piano-baixo-bateria que, em Segundo, já se mostrou redutora. Até porque a participação de Maria Rita no acústico do Rappa - em O Que Sobrou do Céu (faixa exclusiva do DVD) e na empolgante releitura de Rodo Cotidiano - já mostrou que seu encontro com Falcão dá samba...

CD do Carnaval de 2006 já está no forno

Chega às lojas nos primeiros dias de dezembro o CD Sambas de Enredo 2006 (capa à direita). Distribuído pela gravadora Sony & BMG, o disco reúne os sambas das 14 escolas do Grupo Especial do carnaval carioca. A novidade entre as agremiações do primeiro time é a Acadêmicos da Rocinha, que vai defender o enredo Felicidade Não Tem Preço. O samba da Rocinha encerra o disco.

Ode à parceria de Elton John e Bernie Taupin chega ao DVD com bom extra

Resenha de DVD
Título: Two Rooms
Artista: Elton John & Bernie Taupin
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

Em 1991, um CD e um VHS, intitulados Two Rooms, celebraram a sólida e longa parceria de Elton John com seu letrista, Bernie Taupin, com adesões de nomes como Phil Collins, Sting e Eric Clapton. O vídeo está sendo reeditado em DVD e - apesar da videografia de Elton no formato já ser extensa no mercado brasileiro - merece ser conferido por fãs dos autores de Daniel e de muitos outros hits. Assistindo ao vídeo, aliás, fica-se sabendo que Elton cortou alguns versos de Daniel - com receio de que a música resultasse longa demais - e que, na época, poucos entenderam a letra, inspirada em reportagem sobre soldado americano que voltou aleijado da guerra do Vietnam, mas recusou o título de herói.

Os depoimentos são entremeados com números musicais, filmados em estúdio, em que estrelas da época recriam os sucessos da dupla de compositores. Somente a pungente releitura de Sacrifice por Sinéad O' Connor já vale o investimento em Two Rooms. A cantora supera o registro de Elton com gravação de espírito mais etéreo que enobrece a balada.

"Ele é o maior letrista que já existiu na terra", exagera Axl Rose a respeito de Bernie Taupin. Bem, o vídeo foi filmado em 1991 e, na época, qualquer opinião do líder do Guns 'N Roses era importante. "É uma parceria invejável", corrobora Sting, com maior equilíbrio, antes de Elton contar no documentário que começou a compor com o parceiro sem sequer conhecê-lo, pois um outros candidato a letrista lhe mostrou versos de Taupin - prontamente musicados por Elton antes de qualquer contato com o autor.

Foi o início de uma parceria que, depois de início incipiente, renderia pérolas como Skyline Pigeon, apresentada no vídeo na voz de Elton, em show feito em 1976 na Escócia. "Tem uma pretensão juvenil na música", avalia Bernie. "Mas todo mundo era pretensioso em 1967", pondera, em seguida.

Ao material do VHS original, foi adicionado um bom extra: um trecho de 25 minutos do programa de TV Aquarius, do início dos anos 70. É curioso ver o apresentador saudar a parceria de Elton e Taupin como a mais importante desde o aparecimento de Lennon & McCartney. Bem, fãs de música pop não devem ter opinião muito diferente...

Cantora do 'Fama' regrava repertório de Elis e ganha inéditas de Vanessa da Mata

Não deixa de ser uma ousadia! Projetada no Fama (o programa de calouros da Rede Globo) e já contratada pela gravadora Sony & BMG, Shirle de Moraes lança este mês seu primeiro CD, Nada Será Como Antes (capa à direita), com várias músicas extraídas do repertório de Elis Regina. Entre outras, Shirle entoa É com Esse que Eu Vou, Ladeira da Preguiça, Aprendendo a Jogar, Vecchio Novo (um lado b da Pimentinha, gravado em disco de 1977, o que trouxe Romaria), Rancho da Goiabada e a faixa-título. Há ainda Boneca de Cera, do Ira!. A novidade são duas inéditas de Vanessa da Mata, Acode e Sem Saída.

Kleiton & Kledir revivem músicas dos Almôndegas em DVD e em CD ao vivo

Música do primeiro disco do Almôndegas, o grupo integrado por Kleiton & Kledir antes de os irmãos seguirem carreira como dupla, Vento Negro é uma das surpresas do DVD (capa à esquerda) e CD ao vivo que o duo gaúcho lança esta semana, pela Orbeat Music, com produção de Paul Ralphes, o galês que trabalha com grupos como Kid Abelha e Cidade Negra.

Gravado em setembro, em show em Porto Alegre (RS), o projeto revive também o maior sucesso do Almôndegas (Canção da Meia-Noite), apresenta duas inéditas (Capaz e Então Tá) e reúne hits como Maria Fumaça, Tô que Tô, Paixão, Deu pra Ti, Corpo e Alma (sensível versão de Bridge Over Troubled Water, de Simon & Garfunkel). Em Estrela Estrela, a dupla vira trio com a adesão do outro mano, Vítor Ramil.
Domingo, Novembro 27, 2005

Bocelli convida 'Rei' para dueto em CD

O tenor italiano Andrea Bocelli convidou Roberto Carlos (foto) para participar de seu próximo álbum. O dueto seria na versão em italiano de Sentado à Beira do Caminho, canção de Roberto e Erasmo Carlos lançada pelo Tremendão, com grande e imediato sucesso, em compacto de 1969. Mesmo às voltas com a finalização de seu álbum sertanejo, nas lojas em dezembro, o Rei aceitou o convite.

Neil Young reafirma a vitalidade de sua música em álbum que questiona a morte

Resenha de CD
Título: Prairie Wind
Artista: Neil Young
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Dono de obra quase tão camaleônica quanto a de Elvis Costello, Neil Young volta à cena com disco em que retoma suas origens caipiras e que soa como o terceiro volume de trilogia acústica formada pelos álbuns Harvest (1972) e Harvest Moon (1992). Buscar a veia caipira, no caso de Young, significa incursionar pelo folk e sobretudo pelo country rock no qual ele sempre esteve imerso. Prairie Wind foi inclusive gravado em Nashville, a meca do sertanejo americano.

Mais do que o sotaque country,o que norteia o CD são reflexões sobre a vida esboçadas por Young em 10 refinadas canções. Para entender o contexto das letras, é preciso saber que o artista recentemente perdeu o pai e quase ficou sem a própria vida, por conta de um aneurisma cerebral diagnosticado a tempo de ser operado. É por isso que os versos da bela Falling Off the Face of the Earth parecem formar carta de despedida da vida. É por isso também que a pueril When God Made me - adornada com coro gospel - questiona o senso de mortalidade recém-descoberto por Young.

Entre reverente homenagem a Elvis Presley em He Was the King e lindas melodias como as de It's a Dream e The Painter, Young reafirma a vitalidade de sua obra num de seus melhores e mais confessionais álbuns.

Quarteto baiano segue trilha aberta por Raul e toca rock em seu primeiro disco

Seguindo trilha aberta por Raul Seixas em fins dos anos 60, e posteriormente seguida por nomes como a banda Camisa de Vênus e a cantora Pitty, o quarteto baiano Meteora (foto) desafia o reinado do axé na sua terra natal, toca rock e se prepara para lançar em janeiro seu primeiro disco, O Antes e o Depois. O clipe da música de trabalho, Tá pra Nascer, já roda no programa Central MTV desde 17 de novembro.

Dois discos de Jacob voltam ao mercado

Dois discos históricos de Jacob do Bandolim (1918-1969) - Chorinhos e Chorões (1961) e Primas e Bordões (1962), gravados com o Conjunto Época de Ouro - serão reeditados em fevereiro. Os dois álbuns já estão em fase de remasterização. Os relançamentos fazem parte de Tocando com Jacob, projeto do Instituto Jacob do Bandolim que inclui também a restauração de 48 partituras escritas pelo músico.

Gil domina show do DVD 'Viva Brasil'

Gilberto Gil participa de 11 das 21 faixas do DVD que sai no início de dezembro com o registro do show Viva Brasil em Paris (capa à esquerda), gravado em julho, na capital francesa, dentro das comemorações do Ano do Brasil na França. O Ministro da Cultura aparece em duetos com Jorge Ben Jor (em Filho Maravilha, sucesso de Ben no início dos anos 70), Gal Costa (em Falsa Baiana, samba de Geraldo Pereira), Daniela Mercury (em Toda Menina Baiana, música do próprio Gil) e Henri Salvador (cantor da Guiana Francesa, com quem Gil dueta em Jardim D'Hiver).

Sozinho, o cantor baiano interpreta Filhos de Gandhy, La Siene, Touche Pas à Mon Pote e Nos Barracos da Cidade. Com o elenco do show, Gil canta Aquarela do Brasil (número coletivo que abre o show), o hino A Marselhesa e País Tropical, a música que encerrou o evento.

Fora Gil, Lenine canta a inédita Sob o Mesmo Céu (Brasis Brasis) - composta por ele especialmente para o evento - e faz dueto com Seu Jorge em Jack Soul Brasileiro. Jorge Ben Jor revive sozinho suas músicas Umbabarauma, Taj Mahal e A Banda do Zé Pretinho. Gal Costa interpreta Garota de Ipanema. Além de se encontrar com o bloco afro Ilê Aiyê no medley que une Por Amor ao Ilê e O Mais Belo dos Belos, Daniela Mercury entoa sozinha Rapunzel e Maimbê Dandá. O DVD foi gravado pela Europa Filmes.
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