Famílias Caymmi e Jobim entram no tom do maestro em CD de refinada suavidade
Resenha de CD
Título: Falando de Amor - Famílias Caymmi e Jobim Cantam Antonio Carlos Jobim
Artista: Famílias Caymmi e Jobim
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *
É impossível não remeter Falando de Amor a um dos títulos mais especiais do acervo da Elenco: Caymmi Visita Tom (e Leva seus Filhos, Nana, Dori e Danilo) - editado em 1964 com até então inédito entrelaçamento das obras dos mestres Dorival e Jobim. Quatro décadas depois, as famílias se reencontram sem seus patriarcas. Tom saiu de cena em 1994. Aos 91 anos, Dorival saboreia o convívio familiar após ter encerrado suas atividades profissionais. Mas, em essência, o disco atual pouco tem a ver com o dos anos 60. Falando de Amor é um tributo à obra de Jobim, no tom do maestro. Se remete ao seu antecessor, é somente pela reunião dos dois clãs.
O produtor José Milton concebeu um disco que vai soar familiar para os amantes da obra de Jobim por evocar suas harmonias refinadas e a delicadeza de sua música. Até Nana Caymmi - intérprete que geralmente prima pela intensidade de seu canto - baixou o tom para entoar suavamente pérolas escondidas no baú jobiniano como Outra Vez (1954), Esquecendo Você (1959) e Esperanças Perdidas (1965).
O CD marca a inédita reunião dos irmãos Nana, Dori e Danilo Caymmi com o filho violonista (Paulo) e o neto pianista (Daniel) de Jobim. A rigor, há apenas dois números coletivos, Samba do Avião (1962) e Piano na Mangueira (1992), que abrem e fecham o álbum. O repertório de Falando de Amor é reembalado basicamente com solos e duetos vocais. Nana obviamente responde por mais interpretações por ser a cantora estupenda que sempre foi. Mas coube a Daniel Jobim - cujo timbre da voz miúda, imprópria para o canto, lembra muito o de seu avô - entoar Bonita Demais, faixa quase inédita por trazer os versos (nunca gravados) feitos por Vinicius de Moraes para a melodia de Bonita, letrada em inglês por Gene Lees e Ray Gilbert, em 1964, e assim conhecida pelo mundo afora, inclusive no Brasil.
Outra letra inédita - esta feita especialmente para o disco por Ronaldo Bastos, a pedido de Nana - é a de Canção para Michelle, cuja melodia vem do tema instrumental homônimo (mas batizado em francês) criado por Jobim em 1985 para a recém-relançada trilha da minissérie O Tempo e o Vento. A faixa tem acento um pouco mais carregado que destoa do restante das regravações.
Justiça seja feita: os arranjos de Dori, Paulo e Daniel conseguem evocar a atmosfera da obra do homenageado em temas como Foi a Noite (1956), As Praias Desertas (1958), Anos Dourados (1986), Desafinado (1958) e Eu Sei que Vou te Amar (1958) - todos recriados no sofisticado tom de Jobim. Parece simples, mas é muito sofisticado.
Título: Falando de Amor - Famílias Caymmi e Jobim Cantam Antonio Carlos Jobim
Artista: Famílias Caymmi e Jobim
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *
É impossível não remeter Falando de Amor a um dos títulos mais especiais do acervo da Elenco: Caymmi Visita Tom (e Leva seus Filhos, Nana, Dori e Danilo) - editado em 1964 com até então inédito entrelaçamento das obras dos mestres Dorival e Jobim. Quatro décadas depois, as famílias se reencontram sem seus patriarcas. Tom saiu de cena em 1994. Aos 91 anos, Dorival saboreia o convívio familiar após ter encerrado suas atividades profissionais. Mas, em essência, o disco atual pouco tem a ver com o dos anos 60. Falando de Amor é um tributo à obra de Jobim, no tom do maestro. Se remete ao seu antecessor, é somente pela reunião dos dois clãs.
O produtor José Milton concebeu um disco que vai soar familiar para os amantes da obra de Jobim por evocar suas harmonias refinadas e a delicadeza de sua música. Até Nana Caymmi - intérprete que geralmente prima pela intensidade de seu canto - baixou o tom para entoar suavamente pérolas escondidas no baú jobiniano como Outra Vez (1954), Esquecendo Você (1959) e Esperanças Perdidas (1965).
O CD marca a inédita reunião dos irmãos Nana, Dori e Danilo Caymmi com o filho violonista (Paulo) e o neto pianista (Daniel) de Jobim. A rigor, há apenas dois números coletivos, Samba do Avião (1962) e Piano na Mangueira (1992), que abrem e fecham o álbum. O repertório de Falando de Amor é reembalado basicamente com solos e duetos vocais. Nana obviamente responde por mais interpretações por ser a cantora estupenda que sempre foi. Mas coube a Daniel Jobim - cujo timbre da voz miúda, imprópria para o canto, lembra muito o de seu avô - entoar Bonita Demais, faixa quase inédita por trazer os versos (nunca gravados) feitos por Vinicius de Moraes para a melodia de Bonita, letrada em inglês por Gene Lees e Ray Gilbert, em 1964, e assim conhecida pelo mundo afora, inclusive no Brasil.
Outra letra inédita - esta feita especialmente para o disco por Ronaldo Bastos, a pedido de Nana - é a de Canção para Michelle, cuja melodia vem do tema instrumental homônimo (mas batizado em francês) criado por Jobim em 1985 para a recém-relançada trilha da minissérie O Tempo e o Vento. A faixa tem acento um pouco mais carregado que destoa do restante das regravações.
Justiça seja feita: os arranjos de Dori, Paulo e Daniel conseguem evocar a atmosfera da obra do homenageado em temas como Foi a Noite (1956), As Praias Desertas (1958), Anos Dourados (1986), Desafinado (1958) e Eu Sei que Vou te Amar (1958) - todos recriados no sofisticado tom de Jobim. Parece simples, mas é muito sofisticado.
1 COMENTÁRIOS:
acredito que o disco seja bonito, mas tudo isso já foi cantado lindamente. o melhor são as coisas menos conhecidas.
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