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Sábado, Fevereiro 18, 2006

Stones ainda são pedras fundamentais

É hoje!!! A partir das 21h50m, o público que certamente lotará as areias da Praia de Copacabana vai assistir, de perto ou longe, ao show da atual turnê dos Rolling Stones, A Bigger Bang World Tour, cujo nome faz referência direta ao último e bom disco do grupo, A Bigger Bang, lançado em setembro do ano passado. Por sua dimensão gigantesca, o show foi escolhido pelo quarteto para ser filmado em DVD e perpetuar a bem-sucedida turnê para futuras gerações. Será a oportunidade de novos e velhos fãs ouvirem regravações de clássicos como Satisfaction (1965), Paint It Black (1966), Let's Spend the Night Together (1967), Sympathy for the Devil (1968), Gimme Shelter (1969), Brown Sugar (1971), It's Only Rock'n'Roll (1974) e Star me Up (1981) - além dos primeiros registros ao vivo de algumas faixas do novo álbum (entre elas, Rough Justice e Oh No Not You Again)

Mesmo para quem sempre preferiu os Beatles aos Stones, é forçoso reconhecer que Mick Jagger (voz, 62 anos), Keith Richards (guitarra, 62 anos), Charlie Watts (bateria, 64 anos) e o caçula Ron Woods (guitarra, 58 anos, na banda desde 1974) ainda são pedras fundamentais na história do rock. Como certamente nenhum espectador do primeiro show do grupo inglês (em 12 de julho de 1962, em Londres, Inglaterra) imaginou. Ainda que os discos bons tenham rareado a partir dos anos 80, os Stones ainda impressionam pela energia, longevidade e eterna juventude. Talvez porque, desde sempre, o grupo tenha encarnado a faceta sedutora do trinômio sexo, drogas e rock'n'roll. Ao fim das contas, é somente rock mesmo, mas boa parte da humanidade continua gostando...

'Soul Brasil' reúne ídolos de bailes black

Já à venda em algumas lojas, em edição da Som Livre, a coletânea Soul Brasil (capa à direita) reúne gravações de artistas ligados ao funk e ao soul nacional. A seleção agrega um deslocado Jorge Ben Jor (Os Alquimistas Estão Chegando, 1974) entre nomes cultuados com maior ou menor reverência nos bailes da pesada - casos de Gerson King Combo (Mandamentos Black, 1977), Cassiano (Know-How, em dueto feito com Ed Motta em 1991), Lady Zu (Hora de União, 1978), o Tim Maia da fase Racional (Bom Senso, 1975), Dom Salvador e grupo Abolição (Uma Vida, 1971), Banda Black Rio (Maria Fumaça, 1977) e o Ed Motta da época da Conexão Japeri (Vamos Dançar, 1988). A nova geração está representada por nomes como o grupo Funk Como le Gusta (Olhos Coloridos, 1982, em gravação de 1999) e Seu Jorge (Mangueira, 2001).

Fernanda grava 'MTV ao Vivo' em teatro

Prevista inicialmente para janeiro, a gravação do MTV ao Vivo de Fernanda Abreu - noticiada por Estúdio em agosto de 2005 - foi agendada para 30 e 31 de março, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. O sétimo trabalho solo da compositora (incluindo Abreugrafia, coletânea que reuniu gravações inéditas) será lançado nos formatos de CD e DVD.

Feito nos EUA, 'Duos II' realça o violão brasileiro e a maestria de Luciana Souza

Resenha de CD
Título: Duos II
Artista: Luciana Souza
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * * *

Nos Estados Unidos, Luciana Souza é reverenciada no meio musical e já coleciona indicações ao Grammy no nicho já vasto e vago do jazz. A cantora paulista não faz jazz, mas música brasileira de eventual contorno jazzístico - como fica evidente neste irretocável Duos II, editado em 2005 no mercado americano e enfim lançado no Brasil. Sem o acento nordestino de Brazilian Duos (2002) e sem o piano de Norte e Sul (2003), Duos II é um disco de voz e violões - os de Romero Lubambo, Marco Pereira, Swami Jr. e Guilherme Monteiro, que se revezam entre as 12 faixas.

Duos II transita entre o samba e a canção brasileira. O que impressiona é a absoluta perfeição das interpretações de Luciana. Mesmo um tema inevitavelmente associado a Elis Regina, como Atrás da Porta (Chico Buarque e Francis Hime, 1972), ressurge em releitura imponente que conjuga técnica e dosada emoção. Aliás, vem também do repertório da Pimentinha o samba que abre o disco, Sai Dessa (Nathan Marques e Ana Terra, 1980), em que já aparece o suingue da voz de Luciana, ainda mais explorado no Sambadalú, tema sem letra composto por Marco Pereira e levado pela intérprete nos scats, na companhia do violão de Pereira.

Ao realçar e reverenciar as relações da música brasileira com o violão, a cantora trata como peças de câmera canções como Trocando em Miúdos (Chico Buarque e Francis Hime, 1977) e sambas como Nos Horizontes do Mundo (Paulinho da Viola, 1978). Mas Duos II incorpora suave percussão - como o pandeiro tocado pela própria cantora em Chorinho pra Ele, tema de 1976, de autoria de seu padrinho, Hermeto Pascoal. Gravado por Luciana com Romero Lubambo, o choro é o momento em o disco mais apresenta a liberdade improvisada do jazz.

Além da percussão, o violão é trocado pela guitarra de Guilherme Monteiro em Você, lenta canção composta em 1960 por Walter Santos e Tereza Souza, pais de Luciana Souza. A guitarra dá clima todo especial à faixa, que encerra um disco que já valeria somente pela gravação impecável de Modinha (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958). Tomara que o Brasil ainda aplauda Luciana Souza como o público americano. E que Duos II não seja biscoito finíssimo direcionado a poucos, como sugere sua magra tiragem inicial de mil cópias.

Disco de Vanessa da Mata ganha edição especial com o remix de 'Ai, Ai, Ai...'

Como era previsível, a gravadora Sony & BMG vai lançar uma edição especial do segundo disco de Vanessa da Matta, Essa Boneca Tem Manual (2004), com o remix de Ai, Ai, Ai... - estourado nas rádios. A inclusão do remix é justa, pois foi na versão remixada que a parceria da cantora com o produtor Liminha estourou nas rádios, no embalo de sua boa execução na trilha da novela Belíssima.

Em 2003, a companhia também lançou edição especial do primeiro disco da compositora, Vanessa da Mata (2002), com o remix de Não me Deixe Só (que tocou bem na noite) e a releitura de Nossa Canção (Luiz Ayrão, 1966), sucesso de Roberto Carlos na Jovem Guarda, regravado por Vanessa especialmente para a trilha da novela Celebridade.
Sexta-feira, Fevereiro 17, 2006

Verdades e mentiras sobre títulos, faixas e conceitos dos dois trabalhos de Marisa

Como de praxe em se tratando de Marisa Monte (foto), grande expectativa já está criada em torno dos dois discos que a artista vai lançar em 10 de março. Os dois CDs chegam às lojas em edições avulsas que serão vendidas separadamente - ambos com repertório totalmente inédito. Muita informação extra-oficial já circula sobre o trabalho, ainda cercado de sigilo. Eis alguns fatos e boatos sobre os álbuns:

1) Fato: o CD de samba não reúne exclusivamente músicas de compositores ligados à escola carioca Portela. Bambas portelenses como o saudoso Argemiro Patrocínio estão presentes no repertório, mas há outros autores que transitam fora do universo do samba, caso de Adriana Calcanhotto. Fala-se em inédita de Moraes Moreira, música que teria sobrado da obra do grupo Novos Baianos. Certo é que há um samba inédito de Paulinho da Viola (letrado por Arnaldo Antunes e a própria Marisa). Não há música de Jair do Cavaquinho, como chegou a ser noticiado.

2) Boato: circula extra-oficialmente a informação de que o CD de samba se chamaria A História de uma Escola: Percussão, Palmas, Cavaco e Violão - A Nova Música da Portela. E que o CD pop teria recebido o título Sutilezas, Teremim, Vinhos, Vitrola e Pickups - A Nova Música Pop Brasileira. Marisa gosta de títulos longos e pomposos, mas a veracidade dos nomes não é confirmada oficialmente pela EMI.

3) Fato: o CD pop traz as primeiras parcerias da cantora com Rodrigo Campello (da turma de Fernanda Abreu) e Seu Jorge, além de nova música feita com Marcelo Yuka (a primeira entrou no álbum de estréia do F.UR.T.O.). Nando Reis também estaria no disco pop. Já Rodrigo Amarante, compositor do grupo Los Hermanos, não virou parceiro da cantora - como chegou a ser noticiado.

4) Fato: como Estúdio já noticiou em meados do ano passado, a produção é de Mario Caldato Jr - nome geralmente associado a artistas de hip hop como Marcelo D2 e o grupo americano Beastie Boys. Comenta-se que Caldato assinaria uma faixa com Marisa.

5) Fato: as rádios tocarão a partir de 7 de março a música que vai puxar os discos. E é bem provável que sejam duas - uma para cada CD, obviamente.

6) Fato: o álbum nunca foi duplo. Marisa idealizou os dois discos separadamente, mas o lançamento simultâneo foi programado posteriormente em função do longo intervalo (seis anos) em que a cantora ficou sem lançar um CD solo.

Sony planeja lançar em maio DVD com show feito por Roberto Carlos em navio

Por conta do Dia das Mães, maio é o mês em que Roberto Carlos vende mais discos depois de dezembro. Tanto que a gravadora Sony & BMG tem planos de pôr nas lojas em maio, com o aval do cantor, o DVD com o show feito esta semana pelo artista no transatlântico Costa Victoria. O espetáculo é inédito e foi inteiramente registrado, inclusive com imagens de bastidores do navio. A companhia trabalha com a possibilidade concreta de lançar o vídeo em maio, mas tudo depende - claro - de Roberto Carlos aprovar a qualidade do material gravado. Na foto acima, clicada por Daniela Conti, o Rei veste o figurino de capitão para entreter seus súditos.

Grupo recria bons tempos de Ary Barroso

Formado há 20 anos por músicos e cantores de Campinas (SP), o Grupo Bons Tempos revive a obra de Ary Barroso (foto) no CD e DVD Ary, o Brasileiro. O lançamento oficial do disco está agendado para 7 de março, na loja Modern Sound, no Rio. Ary, o Brasileiro é o registro do show homônimo apresentado pela primeira vez em 1994 e reformulado recentemente - com roteiro e textos de Sérgio Cabral, biógrafo do compositor mineiro - por conta do centenário do autor de Aquarela do Brasil, em 2003.

Além de parceria bissexta de Ary com Vinicius de Moraes, Rancho das Namoradas, o repertório inclui clássicos do compositor como Rio de Janeiro, Maria (parceria com Luiz Peixoto), Na Baixa do Sapateiro, Faixa de Cetim, Pra Machucar Meu Coração, Morena Boca de Ouro, Por Causa Dessa Cabocla (outra parceria com Luiz Peixoto), Folha Morta, É Luxo Só (mais uma com Luiz Peixoto), Os Quindins de Iaiá, No Tabuleiro da Baiana e, claro, Aquarela do Brasil.

Duo de Jussara Silveira com Luiz Brasil vira disco em março, pelo selo Maianga

Registro de estúdio do show feito pela cantora mineira Jussara Silveira (geralmente associada à Bahia) em dueto com o violonista Luiz Brasil, este sim nascido em solo baiano, o CD Nobreza chega às lojas no início de março pelo selo Maianga Discos. Em 13 faixas, o duo apresenta temas pouco conhecidos pelo grande público - a exemplo da música-título, Nobreza, lançada pelo autor Djavan em 1982 no disco Luz, mas encoberta na época pelo sucesso de Pétala e Samurai.

O repertório inclui Cara Limpa (1974) - música obscura de Paulo Vanzolini, compositor paulista mais reverenciado por Ronda e pelo samba Volta por Cima - e Quem Há de Dizer?, uma das pérolas amarguradas do gaúcho Lupicínio Rodrigues, composta em parceria com o pianista Alcides Gonçalves e lançada em 1948 na voz de Francisco Alves.

No estilo voz & violão, Jussara e Luiz lembram ainda Ludo Real (parceria bissexta de Chico Buarque com Vinicius Cantuária, gravada por Chico em 1987 para seu disco Francisco) e Rosa Maria, samba da dupla Aníbal Silva e Éden Silva, gravado por Elza Soares em 1969.

Filme do Abba resiste bem ao tempo por documentar auge do grupo com cinismo

Resenha de DVD
Título: Abba - The Movie
Artista: Abba
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

"Queremos o Abba!". "Queremos o Abba!". O grito de guerra da enlouquecida multidão de fãs do conjunto sueco ecoou forte nos aeroportos, estádios e hotéis durante a passagem do quarteto pela Austrália, em 1977. Era o auge do Abba. Dancing Queen explodia nas pistas de disco music que se multiplicavam em todo o mundo nos embalos de sábado à noite. Fernando, sucesso de 1976, era espécie de hino para a platéia que canta a música em coro com o grupo em megashow. A cena faz parte do DVD Abba - The Movie, lançado esta semana mercado nacional pela Universal Music. Dirigido por Lasse Hallström em março de 1977, durante turnê do grupo por quatro cidades da Austrália, o filme foi remasterizado, ganhou áudio DTS 5.1 e chega ao DVD como retrato curioso da popularidade do conjunto na segunda metade dos anos 70.

Recorrentes em todo o documentário, as imagens em que jovens esperam ansiosos pelo conjunto enquanto gritam "Queremos o Abba!" traduzem com perfeição o estado de histeria causado pelo grupo num público que, alheio à explosão punk, curtia os vocais harmônicos e melodiosos do Abba. Na Austrália e em várias partes do mundo.

Abba - The Movie não é uma biografia do quarteto. A história da ascensão, apogeu e queda de Anni-Frid, Benny, Björn e Agnehta já foi contada em outro DVD, The Winner Takes It All. Este retrata tão somente a Abbamania a partir de argumento fictício: um DJ, interpretado por Robert Hughes, é escalado para fazer uma entrevista com o quarteto em sua turnê pela Austrália. A perseguição do DJ Ashley ao grupo é o pretexto para que se vejam cenas reais de entrevista coletiva (em que os artistas se queixam da rotina estafante das turnês), dos concorridos shows, dos tumultados desembarques nos aeroportos, enfim, de tudo o que cerca a passagem de um grupo pop por um país estrangeiro que o idolatra.

A narrativa linear cresce nos momentos em que retrata toda a loucura com certo cinismo. Há algumas boas sacadas como o clipe de The Name of the Game - feito a partir de um sonho megalômano do DJ em que ele finalmente encontra o Abba e é reverenciado com todas as honras pelo quarteto - e como a cena em que um motorista de táxi fala mal do grupo. No todo, o filme até que resiste ao tempo, sobretudo pelo caráter documental das imagens de histeria e devoção dos fãs, mas já perdeu a aura inovadora da época de seu lançamento.
Quinta-feira, Fevereiro 16, 2006

Kaiser Chiefs domina Brit Awards 2006

Se há uma semana o U2 saiu consagrado da cerimônia de premiação do 48º Grammy, o Kaiser Chiefs (foto) foi o grande vencedor da edição 2006 do Brit Awards, o Oscar britânico da música. A premiação inglesa aconteceu na noite de quarta-feira, 15 de fevereiro. Chiefs levou os troféus de Melhor Grupo Britânico, Melhor Grupo Britânico de Rock e Melhor Perfomance ao Vivo. Já James Blunt - atualmente muito ouvido nas rádios brasileiras com You're Beautiful, faixa de seu disco Back to Bedlam - faturou os prêmios de Melhor Cantor Britânico e Melhor Performance Pop. Já o Coldplay foi o vencedor das categorias Melhor Álbum (X&Y) e Melhor Single (Speed of Sound) - enquanto o trio americano Green Day ficou com os troféus de Melhor Grupo Internacional e Melhor Álbum Internacional (American Idiot).

Acústico MTV do Kid ofusca Pega Vida

Está acontecendo com o Kid Abelha (foto) um fenômeno raro no mercado fonográfico nacional: o CD Acústico MTV do trio carioca, editado em 2002, voltou a vender de forma expressiva e vem aparecendo nas paradas sem nenhum trabalho promocional do grupo ou da gravadora Universal Music para reativar suas vendas. É um retorno espontâneo. Que mereceria ser comemorado se a banda não tivesse lançado álbum de inéditas, Pega Vida, momentaneamente ofuscado pelo fôlego renovado do disco acústico. Trabalho que cresce a cada audição, Pega Vida chegou a ter a faixa Peito Aberto com ótima execução nas rádios. Mas não a ponto de alavancar para valer as vendas do novo CD, um dos melhores do Kid Abelha.

O trio está na estrada com a turnê promocional de Pega Vida - num show azeitadíssimo e irresistível - mas o fato é que, mesmo tocando as boas novas, seus fãs estão preferindo os velhos hits. Talvez a própria gravadora não acredite tanto no disco novo como ele merece. Aliás, a volta do Acústico MTV do Kid às paradas é exemplo de como a avidez da indústria fonográfica por CDs ao vivo cheios de hits acabou moldando o gosto do público e incentivando sua preguiça. Está cada vez mais difícil encontrar gente disposta a ouvir músicas novas, a investir na compra de um disco inteiramente de inéditas, a se permitir conhecer trabalhos que fujam da receita do sucesso fácil. A longo prazo, o prejuízo é de todos. Artistas precisam renovar repertório. Mas é preciso também ter quem queira ouvir repertório novo...

Gil canta em CD de artista de Cabo Verde que vai fazer shows no Brasil em março

Aproveitando a vinda do cantor Mario Lucio ao Brasil em março, para shows em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE), a gravadora Rob Digital vai lançar oficialmente no mercado nacional o novo CD do artista de Cabo Verde, Mar e Luz. Admirador do trabalho de Lucio, Gilberto Gil participa do disco na faixa Nha Mudjer. Já vendido em algumas lojas virtuais e no site da gravadora, o álbum reúne temas como Ilha de Santiago, Sentimento, Vulcãozinho, Eat me (Ruínas) e Herança.

Nascido em 1964, na Ilha de Santiago (Cabo Verde, África), Mario Lucio é multi-instrumentista e arranjador. Fundador do grupo Simentera, com quem gravou na França o CD Tr'adictional, Lucio já teve músicas cantadas pela colega e conterrânea Cesaria Évora. Mar e Luz é seu primeiro disco solo.

Alcione grava terceiro DVD em março

Em março, quando voltar de miniturnê por Portugal e Estados Unidos, Alcione (foto) vai enfim registrar em DVD o show de lançamento de seu último disco, Uma Nova Paixão. A idéia da Marrom era ter filmado o vídeo em setembro, em show no Circo Voador (RJ), mas o projeto acabou não se concretizando. A gravação do terceiro DVD da cantora vai ser feita efetivamente em apresentação na Via Show, popular casa do Estado do Rio, situada na rodovia Presidente Dutra. O show terá convidados e um roteiro diverso do apresentado pela artista na estréia do espetáculo, no Canecão (RJ), no ano passado. Apesar do repertório de cunho sentimental, o disco Uma Nova Paixão teve como maior hit radiofônico o samba Meu Ébano, popularizado na trilha da novela América.

Bokaloka tritura Tribalistas e Russo

Grupo de pagode formado no Rio de Janeiro em 1995, o Bokaloka é do time que acha que tudo acaba em samba. Daí que no repertório do CD e do DVD que o grupo grava ao vivo nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, há músicas de Renato Russo (Mais uma Vez, número que contará com a adesão do grupo paulista Sampa Crew) e dos Tribalistas (Carnavália, uma das melhores e menos conhecidas músicas do álbum do trio). A gravação vai acontecer na casa paulista Nação Tan Tan, em São Paulo, com produção de Leandro Sapucahy e arranjos de Jota Moraes.
Quarta-feira, Fevereiro 15, 2006

'Balé Mulato' já faz sucesso em Portugal

Confirmando a boa acolhida que Daniela Mercury tem recebido do público português nos últimos anos, o atual disco da cantora baiana, Balé Mulato (capa à direita), já estreou bem na parada lusitana. De acordo com dados da Associação Fonográfica Portuguesa (A.F.P.), o CD entrou direto na 12º posição da lista dos 30 CDs mais vendidos atualmente na Terrinha.

D2 tenta salto internacional em 2006

Com álbum solo de inéditas já gravado no Rio, produzido por Mario Caldato Jr. e previsto para o primeiro semestre, Marcelo D2 vai tentar dar um salto internacional na carreira em 2006. Aliás, o lançamento do novo disco de Sérgio Mendes - Timeless, editado esta semana nos Estados Unidos e na Europa ­com a participação do rapper carioca nas faixas Samba da Bênção e Por Trás de Brás de Pina - é mais um passo nesse sentido.

D2 já programou para março turnê pelo México e EUA, no embalo de suas aparições na cena americana (no dia 6, ele esteve ao lado de nomes como Stevie Wonder e Justin Timberlake em show beneficente organizado em Los Angeles pelo rapper will.i.am). A propósito, a entrada de D2 no mercado americano se deve à parceria com Caldato (que já produziu nomes como o grupo Beastie Boys) e, sobretudo, à sua proximidade com will.i.am, o aglutinador líder do grupo Black Eyed Peas. O colega estrangeiro está ajudando o artista brasileiro a abrir as portas do mercado mais importante do mundo para artistas que transitam no universo do hip hop. Resta esperar para ver se D2 vai conseguir sintonia com o público que consome Eminem, Kanye West e Cia. Ou se sua popularidade ficará restrita à comunidade de brasileiros e latinos em geral que vivem nos Estados Unidos.

Leila Pinheiro grava com Gismonti e canta Chico Buarque em trilha de filme

Em meio à turnê promocional de seu último disco, Nos Horizontes do Mundo, Leila Pinheiro tem freqüentado os estúdios para fazer gravações para projetos de colegas. Uma dessas gravações uniu pela primeira vez sua voz ao piano de Egberto Gismonti (com Leila na foto clicada por Flávia Souza Lima). O encontro aconteceu em Fantasia, faixa do disco Da Arte de Não Esperar, trabalho autoral da compositora Lourdes Ábido, gravado no Rio com diversos artistas convidados.

Paralelamente, a cantora regravou Mar e Lua - música de Chico Buarque - para a trilha sonora do filme Mulheres do Brasil, da cineasta Malu de Martino. O filme tem estréia prevista para março.

Veja o filme e ouça o(s) disco(s) para conhecer a vida e obra de Johnny Cash

Johnny Cash morreu em 2003 sem ser realmente conhecido no Brasil. Mas a vida do compositor que cantava country com energia roqueira - daí o tributo prestado ao artista pelo grupo Matanza em seu último disco - daria um filme pelas reviravoltas folhetinescas. E deu mesmo um belo filme: Johnny & June, já em cartaz em circuito nacional na carona das merecidas indicações ao Oscar de ator e atriz para Joaquin Phoenix (irretocável no difícil papel de um cantor que caiu na armadilha das drogas e viveu atormentado pelos seus fantasmas interiores) e Reese Whiterspoon (igualmente sedutora na pele de June Carter, a cantora de country que seria o amor e âncora de Cash nos momentos mais difíceis dos compositor). Na foto acima, os atores aparecem numa cena do filme.

Cash surgiu como artista em meados dos anos 50, simultaneamente à explosão de astros do rock'n'oll como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Um dos charmes do filme é justamente ver essas lendas na tela (em interpretações convincentes de atores ainda pouco conhecidos) em convivência com seu colega country em turnês. Aliás, os atores cantam mesmo em Johnny & June. O que aumenta ainda mais o mérito de Phoenix (com voz grave bem semelhante a de Cash) e Whiterspoon. Nem parece que são atores interpretando cantores.

Embora tenha rendido um filme longo, de quase duas horas e meia, o roteiro é enxuto e prende a atenção do espectador do início ao fim. O foco é na relação entre Johnny e June, mas a música nunca sai de cena. Aliás, terminada a sessão, certamente vai dar vontade de ouvir a trilha do longa do diretor James Mangold (lançada no Brasil pela Sony & BMG) e, sobretudo, o verdadeiro Cash. E aí a melhor pedida é a recém-lançada coletânea da Universal, Ring of Fire - The Legend of Johnny Cash, que cobre toda a carreira do cantor em 21 gravações feitas entre 1955 e 2003. A seleção inclui a maioria das músicas apresentadas no filme. São temas como Cry! Cry! Cry!, Folsom Prison Blues, I Walk the Line (que inspirou o título original do filme) e Jackson, gravado em dueto com June Carter em 1967.

Johnny Cash não morreu. Veja o filme e ouça os discos.

Vencedor do 'Fama', Fábio Souza vai de Greyck a RoRo em seu primeiro disco

Vencedor da última edição do Fama, o programa de calouros da Rede Globo, Fábio Souza (foto) é a aposta da Deckdisc em 2006 na música popular romântica. A gravadora sonha transformar o calouro num novo Fábio Jr. O primeiro disco do rapaz - Amor pra Sempre, nas lojas em março - segue a fórmula fácil das regravações de sucessos. Gravada por Verônica Sabino em seu disco Agora, a primeira música de trabalho - Eu Preciso de Você, de autoria de Márcio Greyck, cantor popular em evidência nos anos 70 e início dos 80 - já foi enviada às rádios em single promocional.

O repertório inclui músicas de Ângela RoRo (Só nos Resta Viver, 1980), Jorge Vercilo (a inédita Me Transformo em Luar, que já ganhou remix produzido por DJ Cuca), Vander Lee (Onde Deus Possa me Ouvir) e Altay Veloso (Farol das Estrelas, parceria com Paulo César Feital gravada por Belo na época do Soweto).

Em parceria com a Rede Globo, a gravadora planeja gravar o show de lançamento do álbum - em abril ou maio - para posterior edição de um DVD ou talvez de um dualdisc que agregue o CD original e o vídeo com as imagens do show.
Terça-feira, Fevereiro 14, 2006

Dois discos de Marisa sairão separados

Uma última informação sobre o próximo disco solo de Marisa Monte (foto): os dois CDs serão vendidos separadamente. De acordo com a EMI, não há a previsão de lançamento de uma edição dupla que agregue os dois álbuns, um de samba e outro feito na linha pop tribalista. Os dois discos chegarão às lojas em 10 de março, simultaneamente, mas com capas e embalagens distintas.

Fazer dois CDs é estratégia inteligente de Marisa Monte - a artista que sabe pensar

"Profissionalmente, Madonna e Marisa Monte são muito parecidas. Sabem exatamente o que querem, onde querem chegar e qual é o poder delas". A declaração é do diretor de arte Giovanni Bianco e foi dada ao jornalista Jonas Furtado para reportagem publicada na edição 338 da revista Isto É Gente. O carioca Bianco fala com conhecimento de causa por já ter trabalhado com as duas estrelas: ele assinou a capa do último disco solo de Marisa (Memórias, Crônicas e Declarações de Amor, 2000) e idealizou todo o conceito gráfico do atual CD de Madonna, Confessions on a Dance Flor.

A comparação de Bianco procede. E não é por acaso que o sexto trabalho solo de Marisa Monte (foto) - nas lojas em março, com o suporte de turnê nacional que será iniciada já em abril - foi desmembrado em dois discos. Um CD priorizará o samba e os compositores ligados à escola de samba carioca Portela, sempre valorizados pela cantora. O outro, a vertente pop desenvolvida a partir do citado álbum Memórias, Crônicas e Declarações de Amor e lapidada em 2002 no disco genial dos Tribalistas.

É uma estratégia inteligente - como todas da artista, aliás. Como Madonna, Marisa Monte pensa sua carreira e planeja cada passo, cada disco. E ela certamente detectou que seu imenso público está dividido. Há a tribo saudosista (na qual está agregada inclusive boa parte da crítica) que idolatra a brasilidade contida no disco Verde Anil Amarelo Cor-de-Rosa e Carvão (1994) e que detesta (ou finge detestar...) sucessos como Amor, I Love You e Já Sei Namorar porque eles caíram na boca do povo, das classes A a Z. Simplesmente porque há quem abomine a idéia de gostar da mesma música de sua empregada. Nem é preciso ter poderes mediúnicos para intuir e apostar que essa tribo certamente vai preferir o CD de sambas. Mas há a outra tribo - a dos que consomem música sem critérios racionais e sem dividir os artistas em nichos - e essa, mais numerosa, certamente anseia por uma linda canção pop como Velha Infância. Por uma melodia que gruda no ouvido como a de Já Sei Namorar. Ou mesmo por um belo samba de Paulinho da Viola. É a tribo que não tem compromisso com a estética defendida e promovida pelos críticos. Moral da história: em tese, todos ficarão contentes com o próximo trabalho da cantora. Ou trabalhos, se preferirem.

Mais uma vez, Marisa Monte prova ter a visão e a inteligência que falta na maioria dos artistas brasileiros. Na medida do possível, carreiras, discos e mesmo ausências podem e devem ser planejados, sim. E não há mal ou demérito artístico nisso. Nos anos 60, os Beatles já planejavam cada um de seus passos e ninguém em sã consciência pode minimizar a genialidade do grupo por conta de suas estratégias de marketing. Não fossem elas, talvez nem tivessem chegado aonde chegaram... Madonna sempre planejou e continua planejando sua carreira. E por isso está aí, bem-sucedida, quase perto dos 50 anos, com fervoroso e fiel fã-clube espalhado ao redor do mundo.

Há quem, dentro e fora do meio artístico, torça o nariz para Marisa Monte, mas ela é uma cantora que pensa. E pensar sempre fez bem a qualquer artista, em qualquer ramo, em qualquer tempo. O resto é intriga da oposição invejosa com seu sucesso que já dura mais de 15 anos...

EMI reedita três discos de Ednardo

Seguindo tardiamente os passos da BMG e da Sony Music, que antes da fusão relançaram em CD alguns álbuns originais de Ednardo, a EMI vai reeditar três títulos raros da discografia do compositor cearense, cujo maior sucesso, Pavão Mysteriozo, foi propagado em escala nacional há 30 anos, na trilha sonora da novela Saramandaia, exibida em 1976 pela Rede Globo. Os discos reeditados são Terra da Luz (1982, capa à esquerda), Ednardo (1983) e Libertree (1985). São trabalhos pouco conhecidos, pois Ednardo não manteve na década de 80 a popularidade conquistada nos anos 70.

Sai no Brasil DVD triplo do Iron Maiden

Um dos maiores vendedores de DVDs do mercado nacional, o Iron Maiden tem lançado no Brasil o box triplo Death on the Road (capa à direita). São três discos centrados na turnê de lançamento do último CD da banda, Dance of Death. O DVD 1 traz o show - filmado na Alemanha em novembro de 2003 - em áudio 5.1. O DVD 2 apresenta o mesmo espetáculo em som estéreo. Já o DVD 3 reúne extras como o documentário Life on Road (sobre os bastidores da turnê), clipes (de Wildest Dreams e Rainmaker), entrevistas com fãs, galeria de fotos e um outro documentário, Death on the Road, sobre a concepção do CD e da turnê.

DVD revive obra do New Order até 1993

Resenha de DVD
Título: New Order Story
Artista: New Order
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Para começo de conversa, este documentário New Order Story foi produzido em VHS, em 1993, e já foi lançado em formato digital em DVD duplo intitulado Item, nunca editado no mercado nacional. O filme vinha no DVD 2, enquanto o DVD 1, A Collection, trazia os clipes da banda inglesa. No Brasil, a gravadora Warner Music optou por comercializar separadamente os dois vídeos. Seja como for, fãs do grupo que desconheçam o material vão gostar do filme. O tom da narração soa um pouco esquisito e artificial, mas o que importa é que o documentário conta a história do New Order em 138 minutos divididos em 21 capítulos - cada um batizado com o nome de uma música do grupo.

O filme inclui imagens de shows do grupo Joy Division, que iria originar o New Order após o suicídio do vocalista Ian Curtis, em 1980. Através de vídeos e entrevistas, a trajetória da banda que nasceu das cinzas de Curtis - e que marcaria presença em pleno apogeu da New Wave pelo uso então incomum de sonoridades eletrônicas - é passada a limpo. O recurso mais inteligente do documentário é montar um programa de auditório em que os próprios músicos do New Order esclarecem dúvidas sobre o grupo. O comediante Keith Allen apresenta o programa com doses exatas de humor.

O maior problema do documentário está no fato de ter sido feito em 1993. Logo, o filme não alcança a retomada da carreira do New Order, em fins dos anos 90, e tampouco a gravação de discos como o recente Waiting for the Sirens Call. Mas é material de valor inestimável para fãs da banda que não tenham importado o DVD Item.
Segunda-feira, Fevereiro 13, 2006

Morelenbaum vai produzir Henri no Rio

Admirado por Caetano Veloso, que chegou a citar seu nome em verso de Reconvexo (1989), Henri Salvador (foto) quer se aproximar do universo musical do compositor baiano. O octagenário cantor da Guiana Francesa escolheu o maestro e violoncelista Jacques Morelenbaum para produzir seu próximo disco. O CD - o primeiro de estúdio feito por Henri desde Ma Chère et Tendre, editado em 2003 - deverá ser gravado no Rio, por opção do cantor estrangeiro.

Box com songbooks de Rod traz DVD de bônus com cinco faixas gravadas ao vivo

A Sony & BMG lança este mês uma caixa que reúne os quatro volumes gravados por Rod Stewart na série The Great American Songbook. Além da embalagem luxuosa (à direita), a caixa vem com um DVD de bônus que traz cinco gravações ao vivo do repertório dos songbooks. As cinco músicas são Blue Moon, The First Cut the Deepest, They Can't Take that Away from me, Time After Time e What a Wonderful World.

Ivete revive 'Ajayô' ao vivo com Caldas

Música do segundo disco de Luiz Caldas, lançado em 1986 no embalo do sucesso de Fricote no ano anterior, Ajayô é revivida pelo compositor baiano em dueto com Ivete Sangalo em seu CD (capa à esquerda) e DVD Luiz Caldas ao Vivo em Salvador. O disco chega às lojas ainda em fevereiro e reúne nomes como Carlinhos Brown (em Beverly Hills, outro tema do segundo álbum de Caldas, e em Selva Branca), Fagner (em Amazonas e Romance no Deserto) e Durval Lelys (em Porto Seguro e Vaza). Entre inéditas como a citada Vaza e Cantiga de Amor, o artista recebe ainda Gerônimo (em É D'Oxum e em Afoxé) e Armandinho (em Vida Boa). Mas o show completo, com os números de todos os convidados, somente poderá ser visto e ouvido no DVD. O CD reúne apenas 16 faixas.

Outkast adia trilha de filme para abril

Prevista para chegar às lojas em dezembro e depois em fevereiro, o CD com a trilha sonora do primeiro filme da dupla Outkast, Idlewild, teve seu lançamento adiado novamente - desta vez, para abril. Idlewild Blues, Cock-a-Doodle-Do, Foot on the Gas e The Train são algumas músicas do disco. Além dos integrantes do duo (Andre 3000 e Big Boi), o filme traz no elenco a cantora Macy Gray.

Orquestra Acadêmica lança disco duplo

Formada por jovens músicos eruditos do Brasil e da América Latina, a Orquestra Acadêmica lança nesta terça-feira, 14 de fevereiro, disco duplo que chega às lojas via Biscoito Fino. O álbum foi gravado em julho de 2005 na Sala São Paulo e no Auditório Cláudio Santoro, em Campos do Jordão. A orquestra é regida pelos maestros Kurt Masur e Roberto Minczuk.

No CD 1, em que a Orquestra Acadêmica é regida por Kurt Masur, há temas de Samuel Barber (Adágio para Cordas, Op. 11), Gustav Mahler (Sinfonia nº 1 em Ré Maior) e Antonín Dvorák (Dança Eslava em Mi Menor, Op. 72). No CD 2, com regência de Roberto Minczuk, a Acadêmica interpreta obras de Carlos Gomes (a abertura da ópera O Guarani) e Almeida Prado (Variações Sinfônicas). No caso do tema de Prado, trata-se da primeira gravação da peça, encomendada por Minczuk ao compositor paulista.
Domingo, Fevereiro 12, 2006

Voz de Elis reluz até em 'Pérolas Raras'

Resenha de CD
Título: Pérolas Raras
Artista: Elis Regina
Gravadora: Universal
Cotação: * * *

Elis Regina tinha alto padrão de interpretação até em gravações realizadas para compactos e projetos especiais - nunca incluídas nos chamados discos de carreira. O rigor estilístico da cantora é comprovado nas 14 jóias reunidas em coletânea que inaugura a série Pérolas Raras, da Universal. A compilação complementa a garimpagem feita no baú da Pimentinha para a edição, em janeiro de 2002, do álbum duplo 20 Anos de Saudade.

O que se ouve basicamente em Pérolas Raras são gravações alternativas lançadas originalmente em compactos. São registros diversos das gravações oficiais incluídas nos LPs de Elis. Entre os takes alternativos, há a versão de Arrastão para compacto de 1965. A parceria de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, que projetou Elis em escala nacional em festival exibido naquele ano, quase nunca foi ouvida neste obscuro registro. O tom imponente do arranjo orquestral é bisado em outra gravação de compacto: a de Travessia, feita pela intérprete em 1967, quase simultaneamente ao registro do autor, Milton Nascimento, lançado por ela em 1966 com a gravação da Canção do Sal.

Ainda na seara dos compactos, as maiores relíquias - possivelmente desconhecida até por fãs mais fiéis de Elis - são as duas gravações do compacto em espanhol gravado pela artista em 1965. As músicas são Menino das Laranjas (de Théo de Barros, mais conhecido por sua parceria com Geraldo Vandré em Disparada) e Sou sem Paz. Em El Niño das Naranjas, Elis impressiona pela desenvoltura e suingue com que canta em espanhol.

A capa e arte gráfica da coletânea são horrorosas, aquém até mesmo do padrão estabelecido pela Universal em séries econômicas como Millennium, mas o que conta, a rigor, é poder perceber como a Pimentinha ardia até nas gravações extra-oficiais. Explosiva no registro ao vivo de Terra de Ninguém, feito em 1964 em dueto com Marcos Valle para o disco A Bossa no Paramount, Elis tinha densidade que transparece até na gravação do tema infantil A Coruja (Corujinha), feita em 1980 para o projeto A Arca de Noé, de Vinicius de Moraes. Anos antes, no início da década de 70, Elis tinha incorporado o soul em seu repertório. E é como uma negra cantora americana de soul que ela apresenta Black Is Beautiful (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) em versão ao vivo de 1971, captada na abertura do programa Som Livre Exportação.

No geral, o som do CD é satisfatório, mesmo porque a maioria das gravações - a exemplo de Ensaio Geral, ouvida na versão do compacto duplo Elis e os Festivais e na gravação ao vivo do LP Viva o Festival da Música Popular Brasileira, ambas de 1966 - vem de meados dos anos 60. Foi quando Elis se revelou uma grande cantora, cuja voz reluz nestas pérolas raras de alto quilate.

Gal estréia enfim show que vai virar DVD e que reúne Ismael e Melodia no roteiro

Os fãs cariocas de Gal Costa (foto) já podem anotar na agenda: a cantora estréia o show de lançamento do CD Hoje em 30 de março, no Canecão (RJ). Ao longo da turnê nacional, a gravadora Trama vai registrar o espetáculo para posterior lançamento em DVD, provavelmente no fim do ano. No repertório, além das músicas do disco em que deu voz a compositores ainda desconhecidos do grande público, Gal incluiu músicas de Ismael Silva (o samba Antonico, cantado por ela já em 1971 no antológico show Fa-Tal - Gal a Todo Vapor) e Luiz Melodia (Juventude Transviada, lançada na voz do autor em fins de 1975, na trilha da novela Pecado Capital).

Simple Minds soa como clone do U2

Resenha de CD
Título: Black & White 050505
Artista: Simple Minds
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * *

É humanamente impossível não associar o grupo do ótimo vocalista Jim Kerr ao U2 neste primeiro disco do Simple Minds em três anos. A ironia é que o repertório de Black & White - o complemento 050505 é uma referência à data (5 de maio de 2005) em que o álbum foi finalizado - é bem superior ao de Cry, o CD anterior da banda escocesa. Só que desde a primeira faixa, Stay Visible, paira a desagradável impressão de se estar ouvindo um clone do grupo de Bono Vox. Músicas até legais, como a hard balada Stranger, não livram o Simple Minds da perda na comparação com seu primo rico. É pena, pois uma banda de carreira tão longeva - iniciada no fim dos anos 70 - e com álbuns memoráveis (como Once Upon a Time, de 1985) já merecia estar com identidade e som definidos com mais clareza após tantos anos e discos.

Álbum do Guns N' Roses sai em março

A notícia foi dada pelo guitarrista Slash: Chinese Democracy - o esperado álbum que marca a volta ao mercado do grupo Guns N' Roses (na foto acima, em pose antiga) e que está sendo anunciado e gravado há anos - já está pronto e vai sair em março. Se o lançamento for concretizado, os órfãos da banda poderão, enfim, ouvir seu primeiro disco de material inédito em mais de uma década (o último álbum, The Spaghetti Incident?, saiu em 1993). O vocalista Axl Rose já tinha declarado recentemente que a gravação estava próxima do fim. Entre as 13 faixas do CD, há músicas como Better, The Blues e There Was a Time.

Manilow lidera parada dos EUA com CD de covers dos 50 e já planeja o dos 60

Depois de Rod Stewart, outro cantor famoso nos anos 70 renasceu das cinzas com disco de covers idealizado por Clive Davis, um dos produtores que fizeram fama e fortuna na gravadora Arista. Trata-se de Barry Manilow. O recém-lançado CD do cantor, The Greatest Songs of the Fifties (capa à direita), foi direto para o topo da parada da Billboard, tendo vendido 156 mil cópias em sua primeira semana no mercado americano. Manilow não realizava tal proeza nas paradas desde a década de 70, época em que reinou na indústria do disco com hits como a balada Mandy.

Entusiasmados com a acolhida do CD, editado também no formato de dualdisc, Manilow e Davis já planejam o segundo volume da série - desta vez com regravações de canções dos anos 60. Não será surpresa se a coleção se estender pelas décadas de 70 e de 80... Afinal, o songbook da canção americana idealizado pelo mesmo Clive Davis para Rod Stewart já está no quarto volume, ainda que, a cada disco, Rod jure que se trata do último.

A rápida escalada do disco de Manilow nas paradas mostra que a fórmula de covers ainda está longe de ser esgotada. No Brasil, já projetou nomes como os cantores Emmerson Nogueira e Danni Carlos. Até veteranos, como o ex-RPM Paulo Ricardo, seguem a receita das regravações de sucessos para tentar voltar a vender discos.

The Greatest Songs of the Fifties reúne 13 regravações de clássicos dos anos 50. A seleção inclui Love Is a Many Splendored Thing (1955), Unchained Melody (1955), It's Not for me to Say (1957), All I Have to Do Is Dream (1958), Beyond the Sea (1959) e What a Diff'rence a Day Made (1959).
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