DVD tenta historiar Jovem Guarda com documentário redundante e enfadonho
Resenha de DVD / CD
Título: Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo
Artista: Erasmo Carlos, Wanderléa, Golden Boys e Fevers
Gravadora: EMI
Cotação: * *
Incansável, a indústria fonográfica não pára de fabricar produtos na carona dos 40 anos da estréia do programa Jovem Guarda. São caixas, compilações, reedições de discos da época e, claro, DVDs. Este vídeo duplo Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo tem ao menos o mérito de trazer show com Erasmo Carlos e Wanderléa, gravado em São Paulo, em agosto, e editado também no formato de CD duplo. O Tremendão e a Ternurinha foram, afinal, dois dos três principais integrantes do movimento. O terceiro vértice do triângulo, o arisco Roberto Carlos, também está presente na forma de um depoimento prestado para o documentário No Embalo da Jovem Guarda, o extra do DVD.
Além de Erasmo e Wanderléa, o show reúne Golden Boys, Fevers e um punhado de hits já exaustivamente regravados ao longo das quatro décadas. O segundo grupo atuou na Jovem Guarda, mas fez sucesso mesmo nos anos 70. O roteiro do espetáculo, aliás, extrapola o universo do pop cantado naquelas velhas tardes de domingo da década de 60. Poderia ter sido condensado num DVD simples, por reunir apenas quatro nomes, mas a opção foi uma edição dupla que resulta gordurosa.
A principal gordura está no documentário. Justiça seja feita: a produção teve o cuidado de colher dezenas de depoimentos. Todos os nomes do movimento - até os menos importantes - foram ouvidos. Assim como várias estrelas da geração 80, a que abriu e consolidou de fato o mercado brasileiro de pop rock. O problema é que o documentário resultou em redudante colagem de depoimentos. Faltou a mão firme de um roteirista que costurasse as entrevistas com mais consistência e desse maior abrangência histórica ao filme. O que se vê e ouve - em duas longas horas - são sentimentos saudosistas de quem viveu a época. Ou então elogios repetitivos da turma dos 80.
O próprio Roberto Carlos - que abre e fecha o documentário - deu depoimento burocrático. "A Jovem Guarda é algo maravilhoso que nós tivemos o privilégio de participar e desfrutar na década de 60. Foi um programa de TV que virou um movimento jovem que influenciou de forma positiva a juventude daquela época, com uma música alegre, descontraída e romântica", tenta conceituar o Rei.
"Fui o cara certo no momento certo. E gostava de sair na capa de revista, de ser galã. Na época, era uma brincadeira séria", admite, com mais informalidade, Erasmo. Wanderléa lembra que a Jovem Guarda também teve seu lado mercadológico, gerando produtos consumidos de imediato pelos fãs dos programas. "Houve uma expansão da moda jovem", avalia a Ternurinha.
A geração dos anos 80 prefere jogar confetes (aparentemente sinceras) na galera dos 60. "Era uma espécie de Beatlemania brasileira. A formação de uma linguagem brasileira de rock começa na Jovem Guarda", enfatiza Frejat. "Ela mostrou que o rock podia ser divertido", pondera Rogério Flausino. "Foi determinante para todo o rumo da música brasileira", completa Nando Reis. "Sempre adorei os cabelos da Wanderléa", confessa Paula Toller. E por aí vai o documentário. Falam Dinho Ouro Preto, Lulu Santos e até os mais contemporâneos Chorão e Pitty.
E o pior é que, no fim, aparecem até elogios para o diretor do projeto. Que pecou por não chamar um roteirista para amarrar o rico material bruto que tinha em mãos. Do jeito que ficou, No Embalo da Jovem Guarda é um documentário enfadonho que tem tudo - menos a alegria e a descontração das velhas tardes dominicais.
Título: Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo
Artista: Erasmo Carlos, Wanderléa, Golden Boys e Fevers
Gravadora: EMI
Cotação: * *
Incansável, a indústria fonográfica não pára de fabricar produtos na carona dos 40 anos da estréia do programa Jovem Guarda. São caixas, compilações, reedições de discos da época e, claro, DVDs. Este vídeo duplo Jovem Guarda - 40 Anos de Rock Brasil ao Vivo tem ao menos o mérito de trazer show com Erasmo Carlos e Wanderléa, gravado em São Paulo, em agosto, e editado também no formato de CD duplo. O Tremendão e a Ternurinha foram, afinal, dois dos três principais integrantes do movimento. O terceiro vértice do triângulo, o arisco Roberto Carlos, também está presente na forma de um depoimento prestado para o documentário No Embalo da Jovem Guarda, o extra do DVD.
Além de Erasmo e Wanderléa, o show reúne Golden Boys, Fevers e um punhado de hits já exaustivamente regravados ao longo das quatro décadas. O segundo grupo atuou na Jovem Guarda, mas fez sucesso mesmo nos anos 70. O roteiro do espetáculo, aliás, extrapola o universo do pop cantado naquelas velhas tardes de domingo da década de 60. Poderia ter sido condensado num DVD simples, por reunir apenas quatro nomes, mas a opção foi uma edição dupla que resulta gordurosa.
A principal gordura está no documentário. Justiça seja feita: a produção teve o cuidado de colher dezenas de depoimentos. Todos os nomes do movimento - até os menos importantes - foram ouvidos. Assim como várias estrelas da geração 80, a que abriu e consolidou de fato o mercado brasileiro de pop rock. O problema é que o documentário resultou em redudante colagem de depoimentos. Faltou a mão firme de um roteirista que costurasse as entrevistas com mais consistência e desse maior abrangência histórica ao filme. O que se vê e ouve - em duas longas horas - são sentimentos saudosistas de quem viveu a época. Ou então elogios repetitivos da turma dos 80.
O próprio Roberto Carlos - que abre e fecha o documentário - deu depoimento burocrático. "A Jovem Guarda é algo maravilhoso que nós tivemos o privilégio de participar e desfrutar na década de 60. Foi um programa de TV que virou um movimento jovem que influenciou de forma positiva a juventude daquela época, com uma música alegre, descontraída e romântica", tenta conceituar o Rei.
"Fui o cara certo no momento certo. E gostava de sair na capa de revista, de ser galã. Na época, era uma brincadeira séria", admite, com mais informalidade, Erasmo. Wanderléa lembra que a Jovem Guarda também teve seu lado mercadológico, gerando produtos consumidos de imediato pelos fãs dos programas. "Houve uma expansão da moda jovem", avalia a Ternurinha.
A geração dos anos 80 prefere jogar confetes (aparentemente sinceras) na galera dos 60. "Era uma espécie de Beatlemania brasileira. A formação de uma linguagem brasileira de rock começa na Jovem Guarda", enfatiza Frejat. "Ela mostrou que o rock podia ser divertido", pondera Rogério Flausino. "Foi determinante para todo o rumo da música brasileira", completa Nando Reis. "Sempre adorei os cabelos da Wanderléa", confessa Paula Toller. E por aí vai o documentário. Falam Dinho Ouro Preto, Lulu Santos e até os mais contemporâneos Chorão e Pitty.
E o pior é que, no fim, aparecem até elogios para o diretor do projeto. Que pecou por não chamar um roteirista para amarrar o rico material bruto que tinha em mãos. Do jeito que ficou, No Embalo da Jovem Guarda é um documentário enfadonho que tem tudo - menos a alegria e a descontração das velhas tardes dominicais.
3 COMENTÁRIOS:
o problema é que, tirando roberto e erasmo, ninguém fez nada de importante depois da jovem guarda, e esse revival fica interminável. já repararam que esse povo tá sempre comemorando alguma data da jovem guarda?
vc sabe algo do cd da novela Bang Bang. Publica aqui. Voce jah tem a capa e a relação das músicas. Me responde: guime_323@hotmail.com
Adoro seu blog. !
Os 40 anos de Jovem Guarda já foram comemorados á altura de sua importância ! Todos nós já sabemos o que todos eles pensam sobre o movimento; importante sim vale ressaltar. No entanto este dvd se mostra absolutamente dispensável.
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