Dueto de Jussara com Brasil evolui com nobreza em CD de repertório nada óbvio
Resenha de CD
Título: Nobreza
Artista: Jussara Silveira e Luiz Brasil
Gravadora: Maianga Discos
Cotação: * * * *
Mineira criada na Bahia, Jussara Silveira é das melhores cantoras brasileiras. Tem voz afinada, emissão perfeita e um canto límpido que evita tons dramáticos mesmo em músicas mais sentimentais. O legítimo baiano Luiz Brasil é violonista, arranjador e produtor de primeiro time. Lançado esta semana em escala nacional, o CD Nobreza faz jus ao título ao capturar em estúdio a simbiose entre a voz de Jussara e o violão de Brasil. Trata-se do registro do show com que a dupla vem percorrendo o Brasil.
É um disco de voz e violão que dribla a previsibilidade de trabalhos do gênero pelo rico universo musical evocado e pelo repertório nada óbvio. A começar pela faixa-título, Nobreza, lado B da obra de Djavan em 1982. Até um samba relativamente menor de Caetano Veloso - Os Passistas, lançado no disco Livro (1997) - ganha grandeza na interpretação da dupla. É impressionante como Jussara sabe extrair nuances da obra do velho baiano - como já sinalizara na releitura definitiva de A Dama do Cassino, faixa de seu primeiro disco, produzido em 1996 por ninguém menos do que Luiz Brasil.
Deste precioso álbum de estréia, aliás, a cantora rebobina Eu Vou te Esquecer (com o leve toque nordestino do bissexto violão de 12 cordas de Brasil) e Ludo Real (a parceria igualmente bissexta de Vinicius Cantuária com Chico Buarque, gravada por Chico em 1987). O acento nordestino reaparece no suingante Baião de Quatro Toques (Zé Miguel Wisnik e Luiz Tatit) com introdução instrumental de textura erudita, urdida em sintonia com a estrutura do tema.
Entre um samba raro de Paulo Vanzolini (Cara Limpa), outro da lavra do Salgueiro (Rosa Maria, de Aníbal Silva e e Éden Silva) e um terceiro do recorrente Wisnik (Efeito Samba), Jussara e Brasil apresentam pérola de Lupicínio Rodrigues (Quem Há de Dizer) sem escorregar no terreno sentimental em que pisa a maioria das cantoras quando incursiona pelos versos amargurados do compositor gaúcho. Sem excessos, a dupla valoriza também até um tango de origem russa (O Sol Enganador, na versão em português de Vadim Nikitim).
A (boa) surpresa do disco são os experimentos vocais do violonista em faixas como Argila (tema de Carlinhos Brown, recriado no espírito harmonioso e refinado do CD) e Pombo Correio (com a letra feita por Moraes Moreira para o clássico de Dodô e Osmar). O único senão é sintomaticamente a única faixa gravada antes do próprio disco, sob encomenda: Um Sonho de Verão, versão de Nara Leão para Moonlight Serenade, regravada pela dupla para a trilha da novela Alma Gêmea. Não chega a destoar do disco, mas tem tom popular que não cabe na travessia Rio-São Paulo-Bahia proposta pelo repertório. Se bem que, em essência, Nobreza extrapola rótulos e fronteiras, tendo tudo para expandir o canto de Jussara Silveira para todo o Brasil.
Título: Nobreza
Artista: Jussara Silveira e Luiz Brasil
Gravadora: Maianga Discos
Cotação: * * * *
Mineira criada na Bahia, Jussara Silveira é das melhores cantoras brasileiras. Tem voz afinada, emissão perfeita e um canto límpido que evita tons dramáticos mesmo em músicas mais sentimentais. O legítimo baiano Luiz Brasil é violonista, arranjador e produtor de primeiro time. Lançado esta semana em escala nacional, o CD Nobreza faz jus ao título ao capturar em estúdio a simbiose entre a voz de Jussara e o violão de Brasil. Trata-se do registro do show com que a dupla vem percorrendo o Brasil.
É um disco de voz e violão que dribla a previsibilidade de trabalhos do gênero pelo rico universo musical evocado e pelo repertório nada óbvio. A começar pela faixa-título, Nobreza, lado B da obra de Djavan em 1982. Até um samba relativamente menor de Caetano Veloso - Os Passistas, lançado no disco Livro (1997) - ganha grandeza na interpretação da dupla. É impressionante como Jussara sabe extrair nuances da obra do velho baiano - como já sinalizara na releitura definitiva de A Dama do Cassino, faixa de seu primeiro disco, produzido em 1996 por ninguém menos do que Luiz Brasil.
Deste precioso álbum de estréia, aliás, a cantora rebobina Eu Vou te Esquecer (com o leve toque nordestino do bissexto violão de 12 cordas de Brasil) e Ludo Real (a parceria igualmente bissexta de Vinicius Cantuária com Chico Buarque, gravada por Chico em 1987). O acento nordestino reaparece no suingante Baião de Quatro Toques (Zé Miguel Wisnik e Luiz Tatit) com introdução instrumental de textura erudita, urdida em sintonia com a estrutura do tema.
Entre um samba raro de Paulo Vanzolini (Cara Limpa), outro da lavra do Salgueiro (Rosa Maria, de Aníbal Silva e e Éden Silva) e um terceiro do recorrente Wisnik (Efeito Samba), Jussara e Brasil apresentam pérola de Lupicínio Rodrigues (Quem Há de Dizer) sem escorregar no terreno sentimental em que pisa a maioria das cantoras quando incursiona pelos versos amargurados do compositor gaúcho. Sem excessos, a dupla valoriza também até um tango de origem russa (O Sol Enganador, na versão em português de Vadim Nikitim).
A (boa) surpresa do disco são os experimentos vocais do violonista em faixas como Argila (tema de Carlinhos Brown, recriado no espírito harmonioso e refinado do CD) e Pombo Correio (com a letra feita por Moraes Moreira para o clássico de Dodô e Osmar). O único senão é sintomaticamente a única faixa gravada antes do próprio disco, sob encomenda: Um Sonho de Verão, versão de Nara Leão para Moonlight Serenade, regravada pela dupla para a trilha da novela Alma Gêmea. Não chega a destoar do disco, mas tem tom popular que não cabe na travessia Rio-São Paulo-Bahia proposta pelo repertório. Se bem que, em essência, Nobreza extrapola rótulos e fronteiras, tendo tudo para expandir o canto de Jussara Silveira para todo o Brasil.
10 COMENTÁRIOS:
Tomara que Jussara Silveira emplaque com esse Album , ela é maravilhosa !
Nós merecemos ...
Ai ai ... essa Bahia !
Não satisfeita em nos dá Maria Bethânia , Nana Caymme , Virginia Rodrigues , Rosa Passos , Margareth Menezes , Daniela Mercury , Belô Veloso , Vânia Abreu , Pitty e Erica Martins ainda " adota " Jussara Silveira
Quanta Generosidade ...
Jussara é ( com certeza ) ao lado de Bethania e Nana Caymme as maiores interpretes baianas !
Ë isso aí Mauro ... Ela é uma das maiores cantoras do Brasil !!
Este é um disco que já nasceu clássico. O casamento entre a voz de Jussara e os violões de Luiz é perfeito. Jussara e Luiz nos presentearam com um CD em duo que outras grandes cantoras e outros grandes violonistas ficaram nos devendo.
Jussara é perfeita, e, realmente, uma das melhores cantoras do Brasil. Uma voz linda e graças a Deus, não tem a mania do dramalhão de algumas de nossas grandes intérpretes. Para mim, são três as melhores: Gal, Ná e Jussara. O Luiz Brasil já deu mais que provas de sua competência, basta dizer que já foi violonista costumaz de Gal Costa e Cássia Eller, estrelas do primeiro time. Só falta agora o conhecimento do público (se bem, que do jeito que anda o gosto do público de uns tempos pra cá, é até melhor ficar pouco conhecida...). Pra quem não conhece, sugiro ouvir, pra quem já ouviu, sigiro ficar fã.
PS; Além de tudo, Jussara é muito sensual no palco.
Voce sempre coloca que alguns discos são Masterizados em NY ( Como o CD dos Detonaltas) como se isso fosse Algo que coloca o CD em um Nivel Altissmo , mas nunca fala dos profissionais que masterizam os CDs produzidos aqui no Brasil como por exemplo esse da Jussara e Luis Brasil que alem de otimo , tem uma otima sonoridade. O Velho e bom papinho Brasuca (Nos EUA é sempre melhor) . so vale apena registrar que nos EUA existe um ditado dos estudios de Masterização ....
Mastering Studios - No Trick! --- Garbage IN---- Garbage OUT
O show foi maravilhoso! Esse cd promete.
DESCULPEM MAS NAO ENTENDI A RELEVANCIA DO TEXTO SOBRE A MASTERIZACAO, SERIA ELA AUNICA RESPONSAVEL PELA BOA SONORIDADE DE UM DISCO?? GRAVACAO E MIXAGEM NAO CONTA MAIS ??
Esse comentário anonimo acima a comparando com Nana e Bethania é da leda Nagle(com certeza).
Jussara é ótima! Agora essa de ficar elegendo a melhor do Brasil ou a melhor da Bahia é complicado. A melhor do mundo é, para mim, Ceumar. Abraço!
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