A atriz Betty Faria sustenta a cantora
Resenha de Show
Título: BettyFaria.doc
Artista: Betty Faria
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 10 de agosto
Cotação: * * *
Betty Faria nunca foi cantora, mas já soltou a voz em musicais, em filmes e em programas como Brasil Pandeiro, apresentado por ela na Rede Globo em fins dos anos 70. O show que estreou na noite de quinta-feira, 10 de agosto, no Teatro Rival, é um recorte afetivo dessa trajetória repleta de musicalidade. Como cantora, Betty continua sendo uma grande atriz - e é munida desse talento que ela se multiplica e encarna personagens variadas ao cantar um roteiro eclético aberto com música do Rappa (Coincidências e Paixões) e fechado, no bis, com versão roqueira de Já É, hit recente de Lulu Santos. Com direito a visual igualmente roqueiro.
Entre o início e o fim, há fino repertório que reconstitui os passos musicais da intérprete entre várias trocas de figurino. O samba Rita Baiana (do filme O Cortiço) convive harmoniosamente com o medley que une Ana de Amsterdam e Bárbara, temas do musical Calabar, escrito por Chico Buarque e ensaiado por Betty até a proibição da censura, na véspera da estréia. Bárbara, em especial, resulta bonita no tom lânguido de Betty.
Aos 65 anos, Betty exibe boa forma no número de dança feito após Baila Comigo, referência ao amigo Lennie Dale, coreógrafo da abertura da novela homônima de 1981. A direção do ator Luís Salém abre generosos espaços para os textos - em que a artista expõe a saudade e o orgulho de sua trajetória nos palcos, no cinema e na TV - e acerta sobretudo quando põe Betty para cantar Esses Moços (de Lupicínio Rodrigues) na seqüência da exibição da mesma música no telão, interpretada pela atriz em cena do filme A Estrela Sobe.
À vontade no palco, Betty passa para o público uma alegria jovial e uma imensa felicidade de estar em cena cantando músicas que lembram tempos áureos. Pouco importa que ela não reedite a cadência elegante do samba de Paulinho da Viola em Pecado Capital - tema da novela que estrelou em 1975/1976 - e que tropece na letra do samba-enredo O Amanhã. Em compensação, ela dá um banho de sensualidade em Música Suave, sucesso de Roberto Carlos, abolerado na releitura que permite a Betty bailar pelo palco com desenvoltura.
Enfim, Betty Faria.doc é para quem curte a obra e o talento da grande atriz. É a atriz que sustenta a cantora em cena. E por isso seu pocket-show - em cartaz até 20 de agosto, de quinta-feira a domingo - é tão sedutor.
Título: BettyFaria.doc
Artista: Betty Faria
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 10 de agosto
Cotação: * * *
Betty Faria nunca foi cantora, mas já soltou a voz em musicais, em filmes e em programas como Brasil Pandeiro, apresentado por ela na Rede Globo em fins dos anos 70. O show que estreou na noite de quinta-feira, 10 de agosto, no Teatro Rival, é um recorte afetivo dessa trajetória repleta de musicalidade. Como cantora, Betty continua sendo uma grande atriz - e é munida desse talento que ela se multiplica e encarna personagens variadas ao cantar um roteiro eclético aberto com música do Rappa (Coincidências e Paixões) e fechado, no bis, com versão roqueira de Já É, hit recente de Lulu Santos. Com direito a visual igualmente roqueiro.
Entre o início e o fim, há fino repertório que reconstitui os passos musicais da intérprete entre várias trocas de figurino. O samba Rita Baiana (do filme O Cortiço) convive harmoniosamente com o medley que une Ana de Amsterdam e Bárbara, temas do musical Calabar, escrito por Chico Buarque e ensaiado por Betty até a proibição da censura, na véspera da estréia. Bárbara, em especial, resulta bonita no tom lânguido de Betty.
Aos 65 anos, Betty exibe boa forma no número de dança feito após Baila Comigo, referência ao amigo Lennie Dale, coreógrafo da abertura da novela homônima de 1981. A direção do ator Luís Salém abre generosos espaços para os textos - em que a artista expõe a saudade e o orgulho de sua trajetória nos palcos, no cinema e na TV - e acerta sobretudo quando põe Betty para cantar Esses Moços (de Lupicínio Rodrigues) na seqüência da exibição da mesma música no telão, interpretada pela atriz em cena do filme A Estrela Sobe.
À vontade no palco, Betty passa para o público uma alegria jovial e uma imensa felicidade de estar em cena cantando músicas que lembram tempos áureos. Pouco importa que ela não reedite a cadência elegante do samba de Paulinho da Viola em Pecado Capital - tema da novela que estrelou em 1975/1976 - e que tropece na letra do samba-enredo O Amanhã. Em compensação, ela dá um banho de sensualidade em Música Suave, sucesso de Roberto Carlos, abolerado na releitura que permite a Betty bailar pelo palco com desenvoltura.
Enfim, Betty Faria.doc é para quem curte a obra e o talento da grande atriz. É a atriz que sustenta a cantora em cena. E por isso seu pocket-show - em cartaz até 20 de agosto, de quinta-feira a domingo - é tão sedutor.
8 COMENTÁRIOS:
Mauro, não assisti mas já achei suas observações procedentes. Betty é boa atriz, tem carisma e graça e é uma grande personalidade. Se vier a SPaulo irei.
Salve Beth (Betty é numerologia?) pela coragem de ousar.
Socorro!
Deus nos guarde!
Desculpem-me os fãs da Betty Faria, mas acho ela uma das maiores canastronas de todos os tempos. No mesmo nível dela, só mesmo Francisco Cuoco. Se o que sustenta a cantora é a atriz, pretendo correr a léguas de distância.
misericórdia!
Numa era onde dj é músico, porque não uma atriz ser cantora ?
É isso aí Betty, arrebenta "mulé" !!!
já que não deu pra se aposentar, vamos dançar, nega. betty tem ginga, charme, savoir-faire. vai bombar!!!
Beth Faria merece todo nosso respeito pois faz parte da história da tv e do cinema brasileiros.
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