Que se faça justiça a Arantes com o CD que festeja seus 30 anos de carreira solo
Guilherme Arantes está completando 30 anos de carreira solo. Foi em 1976 que, vindo do efêmero grupo Moto Perpétuo, o cantor e compositor fez o Brasil cantar Meu Mundo e Nada Mais, sucesso da trilha da novela Anjo Mau. Para comemorar a data, Arantes está preparando em Salvador (BA) - onde se radicou nos últimos anos - um disco festivo, incrementado com participações especiais de grandes nomes da MPB. O compositor até reativou recentemente sua parceria com Nelson Motta, com quem fez duas novas músicas, Vai e Vem (Amor de Carnaval) e Chega de Saudade 2005, ambas já garantidas no novo CD.
Que este disco faça justiça a Arantes e o recoloque no seu devido lugar de precursor da onda pop rock que invadiu o Brasil nos anos 80. Há artistas que fazem sucesso cedo demais, em época inadequada. Arantes é um deles. Ele gravou discos bem roqueiros nos anos 70. A Cara e a Coragem, de 1978, é um exemplo . Mas, quando o rock brasileiro explodiu a partir do estouro da Blitz, o compositor já era da década passada. E não foi incorporado à nova onda. É fato que Arantes também transitou ao longo dos anos 80 pela seara mais romântica (ele é baladeiro inspirado), mas excluí-lo do pop nacional é uma tremenda injustiça. Basta dizer que, em 1982, quando Lulu Santos arremessava seus Tempos Modernos, Arantes soltava um disco que tinha O Melhor Vai Começar - música tão pop, saborosa e jovial como o hino modernista de Lulu.
O tempo passou e Arantes, menos moderno, foi saindo progressivamente das paradas (seus últimos sucessos são dos anos 90). Mas os roteiros de seus shows podem empilhar tantos hits quanto os de Lulu. Só que - enquanto a sintonia de Lulu com seu tempo é constantemente reconhecida e reverenciada pela crítica - Arantes foi caindo num limbo, eventualmente até com aura brega que não lhe faz jus porque suas baladas nunca patinaram em solo rasteiro.
É fato também que o desinteresse pela obra de Arantes acontece mais da parte da crítica. Os colegas continuam regravando suas músicas. Mart'nália pescou a balada Só Deus É Quem Sabe (1980) para seu recém-lançado quinto CD, Menino do Rio. V2, um grupo de rock pesado, decidiu reler em seu primeiro disco Deixa Chover (pérola pop de 1981) e Planeta Água, (também de 1981), com o aval orgulhoso do autor. Já a cantora Patrícia Costa incluiu a inédita Salvador, Primavera e Outono em seu DVD Bahia Acústico - para citar somente três exemplos atuais de artistas antenados com o pop de Arantes.
Quantas gerações terão que passar para que se reconheça a importância de Guilherme Arantes na cena pop nacional? Talvez muitas. Mas quem sabe este novo disco repleto de convidados e inéditas não ajude a corrigir a injustiça com o auxílio sempre luxuoso de uma data redonda? Arantes também surfou na onda oitentista do rock brasil. Mais do que isso, ele de certa forma antecipou essa onda. O melhor ainda ia começar, mas o compositor não pode pagar preço tão alto por ter estourado fora de sua época e de sua verdadeira turma.
Que este disco faça justiça a Arantes e o recoloque no seu devido lugar de precursor da onda pop rock que invadiu o Brasil nos anos 80. Há artistas que fazem sucesso cedo demais, em época inadequada. Arantes é um deles. Ele gravou discos bem roqueiros nos anos 70. A Cara e a Coragem, de 1978, é um exemplo . Mas, quando o rock brasileiro explodiu a partir do estouro da Blitz, o compositor já era da década passada. E não foi incorporado à nova onda. É fato que Arantes também transitou ao longo dos anos 80 pela seara mais romântica (ele é baladeiro inspirado), mas excluí-lo do pop nacional é uma tremenda injustiça. Basta dizer que, em 1982, quando Lulu Santos arremessava seus Tempos Modernos, Arantes soltava um disco que tinha O Melhor Vai Começar - música tão pop, saborosa e jovial como o hino modernista de Lulu.
O tempo passou e Arantes, menos moderno, foi saindo progressivamente das paradas (seus últimos sucessos são dos anos 90). Mas os roteiros de seus shows podem empilhar tantos hits quanto os de Lulu. Só que - enquanto a sintonia de Lulu com seu tempo é constantemente reconhecida e reverenciada pela crítica - Arantes foi caindo num limbo, eventualmente até com aura brega que não lhe faz jus porque suas baladas nunca patinaram em solo rasteiro.
É fato também que o desinteresse pela obra de Arantes acontece mais da parte da crítica. Os colegas continuam regravando suas músicas. Mart'nália pescou a balada Só Deus É Quem Sabe (1980) para seu recém-lançado quinto CD, Menino do Rio. V2, um grupo de rock pesado, decidiu reler em seu primeiro disco Deixa Chover (pérola pop de 1981) e Planeta Água, (também de 1981), com o aval orgulhoso do autor. Já a cantora Patrícia Costa incluiu a inédita Salvador, Primavera e Outono em seu DVD Bahia Acústico - para citar somente três exemplos atuais de artistas antenados com o pop de Arantes.
Quantas gerações terão que passar para que se reconheça a importância de Guilherme Arantes na cena pop nacional? Talvez muitas. Mas quem sabe este novo disco repleto de convidados e inéditas não ajude a corrigir a injustiça com o auxílio sempre luxuoso de uma data redonda? Arantes também surfou na onda oitentista do rock brasil. Mais do que isso, ele de certa forma antecipou essa onda. O melhor ainda ia começar, mas o compositor não pode pagar preço tão alto por ter estourado fora de sua época e de sua verdadeira turma.
10 COMENTÁRIOS:
Guilherme Arantes é um grande artista. É uma pena que a s gravadoras só façam coletâneas com a sua obra em vez de relançarem os discos de carreira.
Ele merece muito reconhecimento e muito sucesso!
Blz Mauro,
Guilherme Arantes é uma referênia do pop sim foi muito feliz essa comparação com o Lulu Santos, e como disse o anônimo, precisamos ter seus discos reeditados, principalmente seu GRANDE 1º DISCO e todos os outros.
É incontestável o talento e a obra de Arantes. Pode ser legal esse projeto dele cantar com bons nomes da MPB. Mas pelo amor de Deus evitem os Sertanejos, Ivete Sangalo e Sandy e Junior. O problema de seu sumiço foi que as gravadoras e a Globo chuparam a criatividade do artista até fazê-lo sumir. Espero que agora seja volta por cima. E que algusn dos discos sejam relançados.
Emanuel Andrade
Pernambuco
Exelente musico, compositor e cantor....
o proprio guilherme omentou certa vez, que quando ele era jovem e boito, as gravadoras se aproveitaram disso, e ele deixou. Hoje paga por isso. Mas que ele sempre foi um cara talentoso, isso é incontestável.
Bom...enquanto não somos presenteados com o novo CD, podemos matar as saudades de Guilherme Arantes com alguns clipes..desde os mais antigos até os mais atuais em
www.planetaguilhermearantes.com/downloads.htm
clipes de várias épocas e alguns bem raros feito por fãs.
Excelente compositor, músico e caráter...Infelizmente a voz não é a mesma. Talvez ele venha passando por problemas semelhantes ao de Marina Lima. Espero tb que o Cd seja à altura do grande artista que é.
Excelente compositor, músico e caráter...Infelizmente a voz não é a mesma. Talvez ele venha passando por problemas semelhantes ao de Marina Lima. Espero tb que o Cd seja à altura do grande artista que é.
"A CRÍTICA" é um nome genérico e vago atribuído a ninguém sabe exatamente quem....Mas, a verdade é que, o "jornalismo cultural" brasileiro está passando por severas críticas advindas da universidade, principalmente. A maiorida formada por jornalistas formados na Semiótica Francesa e na Escola de Frankfurt Alemã...A primeira só vê importância naquilo que vem de Nova York ou Paris e a segunda vê a mídia como "comedora de criancinhas"...risos...
Estas reflexões, no geral, atribuem, também, à crítica cultural a pecha de ser composta por tribos, núcleos, panelas e guetos.
Trabalhei em grande jornal (O Estado de S.Paulo) e sei bem como funciona...rs... O artista só paga o preço disto tudo. Só toca se rolar jabaculê e só cai no gosto da "crítica" se isto for da conveniência da mesma...Isto quando não paga o preço da ignorância de alguns críticos. Ignorância no sentido estrito mesmo...De gente que comenta música sem sequer saber a história da música (ou o que quer que seja!)... Assim, nesse jogo desigual, muitos artistas são colocados no "limbo" (e quem se importa com o limbo no país das egüinhas pocotó???!!!), também, por não fazerem parte das "turmas". Este parece ser o caso de Arantes, que sempre fez questão de não pertencer à turma nenhuma, a gueto algum...e tudo acaba tendo seu preço...não é, senhores?!
Mas o público, este sim, reconhece seu trabalho...e isso é o que importa, no rol das coisas...
Parabéns, Mauro Ferreira pelo texto...
Fátima Feliciano
jornalista e professora de pós-graduação em Jornalismo
SP SP
Mais uma coisa...o público continua prestigiando Arantes: seus shows são super lotados...se a crítica não sabe disso...???!!! bem o que dizer de um jornalista desinformado...
Havia cerca de mil dentistas no último show de Arantes em SP...A crítica não sabe, né?!
Fazer o quê, coleguinhas?!
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