No primeiro CD, Casuarina tira a poeira de jóias esquecidas no baú do samba
Resenha de CD
Título: Casuarina
Artista: Casuarina
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
À primeira audição, parece mais um disco de mais um grupo formado na Lapa por sambistas jovens, uma rapaziada que descobriu o samba com a revitalização do bairro, dos mais tradicionais da boemia carioca. Mas, aos poucos, o CD de estréia do grupo Casuarina vai conquistando o ouvinte por conta do caráter descontraído das interpretações e, sobretudo, por conta da excelente garimpagem feita no baú do samba por Gabriel Azevedo (voz e percussão), Daniel Montes (violão e vocais), João Fernando (bandolim e vocais), João Cavalcanti (voz e percussão) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais).
Há toques inusitados no repertório. Como incluir no meio de sambas e partidos de bambas tradicionais uma preciosidade da lavra do grupo Novos Baianos, Swing de Campo Grande, cantada por Teresa Cristina (também cria dos bares e casas da Lapa) com insuspeita graça e vitalidade. Exceto pela faixa de abertura, Pranto de Poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), a seleção do Casuarina foge completamente do óbvio. E é deliciosa, o que somente aumenta o valor do disco. É um prazer ouvir, com os vocais joviais da turma, músicas pouco conhecidas de Zé Kétti (400 Anos de Favela), Adoniran Barbosa (Já Fui uma Brasa, em que o compositor paulista satiriza com sua habitual verve o domínio da Jovem Guarda nas rádios dos anos 60), Ataulfo Alves (Laranja Madura, à altura de suas melhores criações) e Nelson Sargento (Falso Moralista).
Somente uma turma que entende muito de samba pescaria uma pérola como Minha Filosofia, gravada por Alcione em seu disco de 1981 (o último na antiga Philips). O grande samba é de autoria de Aluísio Machado. E o que dizer de partidos de alto quilate como Na Intimidade meu Preto (do sempre inspirado Nei Lopes) e Formiga Miúda (Wilson Moreira e Sérgio Fonseca), um lado B do terceiro LP de Zeca Pagodinho, Boêmio Feliz (1989)? Simplesmente irresistíveis.
Aliás, o cantor João Cavalcanti tem um quê de Zeca Pagodinho na forma informal, meio suja, como interpreta os sambas. O unico senão do disco são as incursões do Casuarina pela música nordestina. Tem pot-pourri de hits de Jackson do Pandeiro e clássico de Gordurinha (Súplica Cearense), em gravações apenas corretas que sinalizam que a praia do quinteto é mesmo o samba.
Título: Casuarina
Artista: Casuarina
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
À primeira audição, parece mais um disco de mais um grupo formado na Lapa por sambistas jovens, uma rapaziada que descobriu o samba com a revitalização do bairro, dos mais tradicionais da boemia carioca. Mas, aos poucos, o CD de estréia do grupo Casuarina vai conquistando o ouvinte por conta do caráter descontraído das interpretações e, sobretudo, por conta da excelente garimpagem feita no baú do samba por Gabriel Azevedo (voz e percussão), Daniel Montes (violão e vocais), João Fernando (bandolim e vocais), João Cavalcanti (voz e percussão) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais).
Há toques inusitados no repertório. Como incluir no meio de sambas e partidos de bambas tradicionais uma preciosidade da lavra do grupo Novos Baianos, Swing de Campo Grande, cantada por Teresa Cristina (também cria dos bares e casas da Lapa) com insuspeita graça e vitalidade. Exceto pela faixa de abertura, Pranto de Poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), a seleção do Casuarina foge completamente do óbvio. E é deliciosa, o que somente aumenta o valor do disco. É um prazer ouvir, com os vocais joviais da turma, músicas pouco conhecidas de Zé Kétti (400 Anos de Favela), Adoniran Barbosa (Já Fui uma Brasa, em que o compositor paulista satiriza com sua habitual verve o domínio da Jovem Guarda nas rádios dos anos 60), Ataulfo Alves (Laranja Madura, à altura de suas melhores criações) e Nelson Sargento (Falso Moralista).
Somente uma turma que entende muito de samba pescaria uma pérola como Minha Filosofia, gravada por Alcione em seu disco de 1981 (o último na antiga Philips). O grande samba é de autoria de Aluísio Machado. E o que dizer de partidos de alto quilate como Na Intimidade meu Preto (do sempre inspirado Nei Lopes) e Formiga Miúda (Wilson Moreira e Sérgio Fonseca), um lado B do terceiro LP de Zeca Pagodinho, Boêmio Feliz (1989)? Simplesmente irresistíveis.
Aliás, o cantor João Cavalcanti tem um quê de Zeca Pagodinho na forma informal, meio suja, como interpreta os sambas. O unico senão do disco são as incursões do Casuarina pela música nordestina. Tem pot-pourri de hits de Jackson do Pandeiro e clássico de Gordurinha (Súplica Cearense), em gravações apenas corretas que sinalizam que a praia do quinteto é mesmo o samba.
3 COMENTÁRIOS:
taí... gostei... o importante é renovar repertório, cantar coisas que a gente não conhece, mesmo antigas...
Essa banda vai longe!!! Não vejo a hora de ver um trabalho autoral!
Viva o Casuarina! Já assisti na Lapa, comprei o disco e virei fã!
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