Rafael Ramos, o 'sádico torturador' que extraiu vigor juvenil do Capital Inicial
Fê Lemos, o baterista, chegou a sair do estúdio com o nariz sangrando, depois de repetir um take por cerca de 30 vezes e, mesmo assim, ter sido informado por ele de que o toque de sua bateria ainda não era o ideal. Dinho Ouro Preto, o vocalista, teve rápido chilique numa sessão de gravação e ameaçou sair da banda num estilo 'ou ele ou eu'. A gravação do CD MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico foi estressante em vários momentos por conta do perfeccionismo dele. Ele é Rafael Ramos (na foto, num clique de Luana Ribeiro no estúdio da Deckdisc) - o produtor que conseguiu com que o Capital reeditasse a energia punk e o espírito juvenil de seu início. Hoje, o quarteto ri dos pitis e reverencia Rafael - um bebê de colo na época em que o Aborto Elétrico fazia seus primeiros shows em Brasília - mas que o clima esteve explosivo no estúdio, lá isso esteve."Rafael foi um sádico torturador", define Dinho, divertido. "Ele dizia que o disco exigia que a gente tocasse com o vigor juvenil de 25 anos atrás, que cada batida minha fosse como uma marretada. Não foi fácil, mas valeu a pena", exulta Fê, já sem sangue no nariz. "Ele não teve pudores por ser mais jovem do que a gente e nunca foi condescente", reitera Flávio Lemos.
Se os veteranos músicos do Capital demoraram a entrar no clima, o que dizer do guitarrista Yves Passarel, na banda somente desde 2002? "Eu suei literalmente para pegar o espírito da época", conta Yves.
Suores à parte, ou nem tanto, MTV Especial Capital Inicial - Aborto Elétrico consagra Rafael Ramos, curiosamente em produção feita para a gravadora Sony & BMG. Dessa vez, não podem nem acusá-lo de ter sido protegido pelo pai, o também produtor João Augusto, diretor da Deckdisc, gravadora independente na qual Rafael pilota normalmente discos de rock, entre uma ou outra aventura, como produzir um CD de João Donato.
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