Djavan segue a pista do público jovem
Resenha de disco
Título: Djavan na Pista, etc.
Artista: Djavan
Gravadora: Luanda Records
Cotação: * * *
Depois de dois discos - Milagreiro (2001) e Vaidade (2004) - sem concessões ao universo pop, Djavan (à direita, clicado por Marcelo Faustini) volta a acenar para a platéia jovem que descobriu sua música a partir de Eu te Devoro, hit do álbum Bicho Solto, o XIII (1998). E o faz de forma radical. Segundo lançamento da gravadora do cantor, Luanda Records, Djavan na Pista, etc. reúne recriações de nove músicas dançantes do repertório do artista com baticum eletrônico típico dos DJs.
Não se trata de um disco de remixes. O cantor pôs nova voz nas músicas. Tampouco se trata de um álbum de arranjos urdidos por vários DJs. A rigor, há apenas um - Magic Julio, DJ do grupo AfroReggae que assina os scratches inseridos em Sina (1982) e Asa (1986). As programações e efeitos eletrônicos ficaram a cargo do tecladista Donatinho e de Liminha, o veterano produtor de discos de meio mundo do pop rock nativo. Ter recrutado Liminha para produzir o CD e criar as batidas foi um acerto, pois as melodias e letras de Djavan foram preservadas. O que foi para o espaço - e aí não havia saída mesmo - é a harmonia requintada da obra do compositor alagoano (não por acaso, cultuado no meio jazzístico dos Estados Unidos).
Sem banalizar seu repertório, Djavan segue a pista do público jovem - para quem já tinha acenado também com a música Acelerou, inédita feita na cola de Eu te Devoro para disco ao vivo editado em 1999 e oportunamente regravada neste CD eletrônico. Se Tanta Saudade (parceria bissexta com Chico Buarque, composta em 1983 para a trilha do filme Pra Viver um Grande Amor) tem sua latinidade acentuada, inclusive pelo vocal hispânico de Mariana Eva, Azul (1982) ganhou batida robótica sem perda de seu suingue.
Balanço, a propósito, é o que nunca faltou na música de Djavan. O que o produtor Liminha fez foi adequar essas levadas dançantes ao baticum da era eletrônica. Tem até um clima lounge em Se, faixa pop do álbum Coisa de Acender (1992). Mas, antes, dá para se esbaldar na pista com Capim (1982), Miragem (1984) e Fato Consumado (1976). Até porque o suingue de Djavan sempre foi moderno e hype muito antes dos DJs inventarem moda na MPB.
6 COMENTÁRIOS:
concordo: Djavan sempre foi moderno. Esse disco deve ser legal. Mas gosto também do Vaidade.
Também comprei Vaidade. Não tenho ainda este disco eletrônico do Djavan, mas, de antemão, me parece um trabalho dispensável para um artista do porte dele.
Isso é desespero de quem já não vende tanto quanto antigamente...
Lamentável...
Deve ser um lixo este CD...
ROSEMBERG
DJAVAM PODE TUDO.
É UM GRANDE POETA E EU TENHO A CERTEZA QUE MUITO BREVE VAI NOS BRINDAR COM MAIS UM DISCO DE INÉDITAS RECHEADO DE BELAS CANÇÕES QUE ELE TÃO BEM SABE FAZER.
BERGRJ@HOTMAIL.COM
Djavan é fantástico!
Esse novo CD deve ser uma delícia...
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