Belo cantor no meio de um CD irregular
Resenha de CD
Título: No Meio da Banda
Artista: Augusto Martins
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * *
Ainda em busca de um merecido reconhecimento popular, o carioca Augusto Martins é dos melhores cantores surgidos nos anos 90. Como compositor, não é tão talentoso. Neste terceiro CD, Martins brilha mais quando acerta na escolha do repertório - inteiramente inédito, mas selecionado sem o devido rigor (sobretudo nas músicas autorais). Mas há momentos que estão à altura do canto do artista. Bolero dos Anjos, por exemplo. É parceria de João Donato com Francisco Bosco, arranjada pelo próprio Donato, que ainda toca seu piano luxuoso na faixa. Já o sax soprano de Mário Sève acentua o lirismo de Cavaleiro das Marés, obra-prima de Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro que conta com o arranjo e o violão do próprio Luz. O mesmo Pinheiro é o autor dos versos melancólicos da Carta de Adeus, parceria com Ivan Lins.
A banda de Augusto Martins passa irregular porque nem sempre há a aposta em compositores tão talentosos quanto o cantor. Há bons sambas de Fred Martins (A Lei, com o violão do autor) e de Eduardo Gudin com Fátima Guedes (Sublime), mas a segunda metade do CD é bem inferior à primeira. E gravar duas músicas de Elisa Lucinda é um exagero, ainda que o refrão da faixa-título, No Meio da Banda, seja gracioso. Cantor exemplarmente afinado e de grande senso rítmico (perceptível em temas como Lagamar, Trem e Ott'eutô), Augusto Martins poderia ter feito um disco mais homogêneo, com menos temas autorais. Mas tem seu mérito por não ter caído na tentação de regravar sucessos.
Título: No Meio da Banda
Artista: Augusto Martins
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * *
Ainda em busca de um merecido reconhecimento popular, o carioca Augusto Martins é dos melhores cantores surgidos nos anos 90. Como compositor, não é tão talentoso. Neste terceiro CD, Martins brilha mais quando acerta na escolha do repertório - inteiramente inédito, mas selecionado sem o devido rigor (sobretudo nas músicas autorais). Mas há momentos que estão à altura do canto do artista. Bolero dos Anjos, por exemplo. É parceria de João Donato com Francisco Bosco, arranjada pelo próprio Donato, que ainda toca seu piano luxuoso na faixa. Já o sax soprano de Mário Sève acentua o lirismo de Cavaleiro das Marés, obra-prima de Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro que conta com o arranjo e o violão do próprio Luz. O mesmo Pinheiro é o autor dos versos melancólicos da Carta de Adeus, parceria com Ivan Lins.
A banda de Augusto Martins passa irregular porque nem sempre há a aposta em compositores tão talentosos quanto o cantor. Há bons sambas de Fred Martins (A Lei, com o violão do autor) e de Eduardo Gudin com Fátima Guedes (Sublime), mas a segunda metade do CD é bem inferior à primeira. E gravar duas músicas de Elisa Lucinda é um exagero, ainda que o refrão da faixa-título, No Meio da Banda, seja gracioso. Cantor exemplarmente afinado e de grande senso rítmico (perceptível em temas como Lagamar, Trem e Ott'eutô), Augusto Martins poderia ter feito um disco mais homogêneo, com menos temas autorais. Mas tem seu mérito por não ter caído na tentação de regravar sucessos.
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