Sérgio Mendes corre atrás do tempo ao misturar o rap com a música brasileira
Resenha de CD
Título: Timeless
Artista: Sérgio Mendes
Gravadora: Universal
Cotação: * * *
Se "o samba é a tristeza que balança", como sentenciou Vinicius de Moraes em célebre verso do Samba da Bênção cantado por Marcelo D2 neste álbum de Sérgio Mendes, o balanço atualmente está na mão dos rappers. Pelo menos no mercado americano - onde, há 40 anos, o artista propagou mundialmente a bossa e o suingue brasileiros com o disco Sérgio Mendes & Brasil '66. Não é à toa que um rapper, will.i.am (líder do miscigenado grupo Black Eyed Peas), comanda o balanço deste salutar Timeless. Munido de teclados e do velho piano, Mendes entra em sintonia com o tempo presente, embora o título do CD - atemporal, em português - tente impor caráter perene a estas novas gravações.
Primeiro disco de Mendes em dez anos, Timeless corre atrás do tempo perdido pelo artista ao propor a interação da música brasileira com o rap e com o rhythm and blues. O carro-chefe é a nova versão de Mas que Nada. O tema de Jorge Ben, que impulsionou o sucesso mundial do Brasil '66, aparece repaginado pela batida do Black Eyed Peas. As fusões descem bem, no todo. Ainda que uma ou outra transforme temas como Surfboard (Tom Jobim) em algo próximo de macumba para turista.
Timeless não é uniforme, a começar pelo time eclético de convidados que põe lado a lado nomes como Justin Timberlake e India.Aire, convidada da faixa-título. Se Please Baby Don't é pop melodioso de John Legend - gravado com a participação do autor - que destoa do tom verde e amarelo do disco, há, em compensação, as cordas virtuosas dos violões do Quarteto Maogani em Lamento no Morro. Há Guinga e (novamente) D2 em Fo'-Hop (Por Trás de Brás de Pina). E há, sobretudo, a gaita inconfundível de Stevie Wonder no medley que une Berimbau e Consolação.
Mendes quer se atualizar. E tenta volta às paradas munido das mesmas armas de 1966: a bossa e o suingue da música brasileira atemporal feita por nomes como Jobim, Baden, Vinicius... agora reprocessada no compasso do rap. O balanço já é outro, mas o artista não parece disposto a perder o bonde da história porque - como já disse aquele roqueiro sessentão - o tempo não espera mesmo por ninguém.
Título: Timeless
Artista: Sérgio Mendes
Gravadora: Universal
Cotação: * * *
Se "o samba é a tristeza que balança", como sentenciou Vinicius de Moraes em célebre verso do Samba da Bênção cantado por Marcelo D2 neste álbum de Sérgio Mendes, o balanço atualmente está na mão dos rappers. Pelo menos no mercado americano - onde, há 40 anos, o artista propagou mundialmente a bossa e o suingue brasileiros com o disco Sérgio Mendes & Brasil '66. Não é à toa que um rapper, will.i.am (líder do miscigenado grupo Black Eyed Peas), comanda o balanço deste salutar Timeless. Munido de teclados e do velho piano, Mendes entra em sintonia com o tempo presente, embora o título do CD - atemporal, em português - tente impor caráter perene a estas novas gravações.
Primeiro disco de Mendes em dez anos, Timeless corre atrás do tempo perdido pelo artista ao propor a interação da música brasileira com o rap e com o rhythm and blues. O carro-chefe é a nova versão de Mas que Nada. O tema de Jorge Ben, que impulsionou o sucesso mundial do Brasil '66, aparece repaginado pela batida do Black Eyed Peas. As fusões descem bem, no todo. Ainda que uma ou outra transforme temas como Surfboard (Tom Jobim) em algo próximo de macumba para turista.
Timeless não é uniforme, a começar pelo time eclético de convidados que põe lado a lado nomes como Justin Timberlake e India.Aire, convidada da faixa-título. Se Please Baby Don't é pop melodioso de John Legend - gravado com a participação do autor - que destoa do tom verde e amarelo do disco, há, em compensação, as cordas virtuosas dos violões do Quarteto Maogani em Lamento no Morro. Há Guinga e (novamente) D2 em Fo'-Hop (Por Trás de Brás de Pina). E há, sobretudo, a gaita inconfundível de Stevie Wonder no medley que une Berimbau e Consolação.
Mendes quer se atualizar. E tenta volta às paradas munido das mesmas armas de 1966: a bossa e o suingue da música brasileira atemporal feita por nomes como Jobim, Baden, Vinicius... agora reprocessada no compasso do rap. O balanço já é outro, mas o artista não parece disposto a perder o bonde da história porque - como já disse aquele roqueiro sessentão - o tempo não espera mesmo por ninguém.
1 COMENTÁRIOS:
É isso aí Mauro, artista tem prazo de validade !
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