Matanza expõe a sombria face humana
Resenha de CD
Título: A Arte do Insulto
Artista: Matanza
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *
O Matanza sempre foi grupo politicamente incorreto. Seu marketing é a apologia a um violento universo pontuado por farras regadas a álcool e mulheres. Neste quarto disco, o primeiro de inéditas depois do tributo ao seu mentor Johnny Cash, o quarteto carioca não pratica exatamente arte do insulto, pois a agressão exposta nas 13 faixas não tem um alvo específico. Não são dados nomes aos bois em músicas que já denunciam o conteúdo das letras pelos títulos (Clube dos Canalhas, Whisky para um Condenado e Ressaca sem Fim, entre outros do mesmo franco tom). O que o Matanza faz - mais uma vez - é exaltar esse mundo de perdedores que encontram na bebida a válvula de escape que entorpece suas consciências desesperançadas. E o faz na batida veloz e nervosa do hardcore, que pontua temas como O Chamado do Bar, Quem Leva a Sério o quê? e Tempo Ruim. A produção correta de Rafael Ramos não desafia os cânones do gênero. Musicalmente, o único instante de surpresa do disco é a incursão pelo rock irlandês em Estamos Todos Bêbados. Mas, ao radiografar a violência sem causa (em Meio Psicopata) e ao narrar os passos rumo à morte de um assassino nada arrependido de seus crimes (em O Caminho da Escada e da Corda), o Matanza evidencia a face sombria do ser humano, insultando quem prefere ignonar que, nem sempre, a vida é bela.
Título: A Arte do Insulto
Artista: Matanza
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *
O Matanza sempre foi grupo politicamente incorreto. Seu marketing é a apologia a um violento universo pontuado por farras regadas a álcool e mulheres. Neste quarto disco, o primeiro de inéditas depois do tributo ao seu mentor Johnny Cash, o quarteto carioca não pratica exatamente arte do insulto, pois a agressão exposta nas 13 faixas não tem um alvo específico. Não são dados nomes aos bois em músicas que já denunciam o conteúdo das letras pelos títulos (Clube dos Canalhas, Whisky para um Condenado e Ressaca sem Fim, entre outros do mesmo franco tom). O que o Matanza faz - mais uma vez - é exaltar esse mundo de perdedores que encontram na bebida a válvula de escape que entorpece suas consciências desesperançadas. E o faz na batida veloz e nervosa do hardcore, que pontua temas como O Chamado do Bar, Quem Leva a Sério o quê? e Tempo Ruim. A produção correta de Rafael Ramos não desafia os cânones do gênero. Musicalmente, o único instante de surpresa do disco é a incursão pelo rock irlandês em Estamos Todos Bêbados. Mas, ao radiografar a violência sem causa (em Meio Psicopata) e ao narrar os passos rumo à morte de um assassino nada arrependido de seus crimes (em O Caminho da Escada e da Corda), o Matanza evidencia a face sombria do ser humano, insultando quem prefere ignonar que, nem sempre, a vida é bela.