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Quinta-feira, Outubro 19, 2006

Coleção 'RGE Clássicos' peca pela falta...

Reedições de 15 discos do acervo da RGE
Resenha de série
Título:
RGE Clássicos
Artista:
Vários
Gravadora:
Som Livre
Cotação:
* *

Antes de se projetar como parceiro de Vinicius de Moraes, a partir dos anos 70, Toquinho despontou no mercado fonográfico em 1966 com A Bossa do Toquinho (capa à direita), LP que trazia bissexta parceria de Elis Regina com o radialista Walter Silva, Triste Amor que Vai Morrer. O disco de Toquinho é um dos poucos acertos da série RGE Clássicos, produzida por Carlos Alberto Sion com a reunião de 15 títulos garimpados no baú da extinta RGE, gravadora brasileira aberta em 1954 que resistiu até 1999, ano em que foi extinta e teve seu acervo incorporado ao arquivo da Som Livre.

A coleção traz para o formato digital alguns outros títulos valiosos - casos do álbum de estréia do grupo Novos Baianos (É Ferro na Boneca, 1970, capa à esquerda) e de um disco ao vivo de Marlene (É a Maior, registro de 1970 do show roteirizado e dirigido por Fauzi Arap e Hermínio Bello de Carvalho). Infelizmente, as reedições produzidas por Sion não primam pelo requinte das coleções idealizadas por pesquisadores mais atentos à preservação das informações como, por exemplo, Charles Gavin (criador da série Som Livre Masters) e Rodrigo Faour (responsável pela criteriosa reedição da obra de Maria Bethânia).

Há lapsos indesculpáveis na série RGE Clássicos. O mais grave é a omissão da data de lançamento das edições originais. Econômicas, as atuais reedições se limitam a reproduzir a capa e a contracapa dos LPs. Não há sequer um mínimo texto que contextualize para o consumidor a gravação e a importância de álbuns como A Música de Jobim e Vinicius (Elza Laranjeira, 1962), Ana Lúcia Canta Triste (1964), Uma Noite no Cangaceiro (Helena de Lima, 1964) e Caminhos Cruzados - Caymmis, Lobos & Jobins (Quarteto em Cy, 1981).

A seleção de títulos também denuncia o pouco rigor do pesquisador. Não havia razão para relançar discos que já haviam ganhado recentes e alentadas reedições do selo Dubas. Casos de Afinal... (Alaíde Costa, 1963), Wanda Vagamente (Wanda Sá, 1964) e Embalo (Tenório Jr., 1964). Reedições - justiça seja feita - com encartes fartos de textos antigos e atuais sobre os discos, além de ficha técnica completa. Tudo o que faltou na série RGE Clássicos. Que venha a série Som Livre Masters 2!

9 COMENTÁRIOS:

JOSIAS said...

só de lançar um cd da esquecida Marleníssima, a série já é maravilhosa na minha opinião.

07:51  
Anonymous said...

A indústria fonográfica desrespeita demais o consumidor e, em boa parte, é responsável pela pirataria. Eu, por exemplo, comprei duas vezes discos da coleção da Gal e da Bethânia pela Universal. A primeira edição da coleção da Gal na Série Colecionadores, apesar de remasterizada, tinha apresentação horrenda. Os da Bethânia, a apresentação era um pouco melhor, mas mesmo assim falha, incompleta e som péssimo. Basta comparar a audição de duas edições de um mesmo título. A série SOM LIVRE MASTERS também não é tão primorosa assim. A Som Livre parece ter alguma coisa contra a inclusão de letras nos encartes. Enfim, eles não cativam o consumidor e quando capricham um pouco mais, como o selo Dubas, os preços, que já são altos, ficam estratosféricos.

Flávio

10:29  
Tchururu said...

Até essas coleções de colecionadores (que eram o supra-sumo até pouco tempo atrás) estão virando "econômicas"...
Lamentável! Daqui a pouco nem mais contra-capa vão ter...

11:08  
Mauro Ferreira said...

Aviso aos navegantes comentaristas: embora defensor da liberdade de expressão, decidi ser mais rígido na liberação de comentários a partir desta sexta-feira, 20 de outubro. Muitos já são recusados. Mas pretendo estreitar o funil porque percebo que algumas pessoas saem do tom. Continuo sustentando que, mais importante que comentar, é ter acesso à qualidade e à quantidade de informação postada aqui diariamente neste blog/coluna. Mas, com a intenção de elevar o nível das discussões, passarei a vetar qualquer comentário de tom agressivo. se quiserem detonar o artista, o disco ou colunista, que o façam, mas de forma educada. É isso aí. Aos incomodados, sorry, que se mudem para outro blog.

15:03  
Anonymous said...

Mauro, permita-me discordar do "criteriosa reedição da obra de Maria Bethânia. Que diabos foi aquilo que fizeram com os discos gravados ao vivo? Você chegou realmente a ouvir? No caso de discos como A cena muda ou Rosa dos ventos, separaram as faixas, mas as passagens entre elas ficou muito brusca. Eu faria melhor no meu PC caseiro. O caso mais grave foi o de Chico & Bethânia, cuja edição em CD era fiel ao vinil, e conseguiram desgraçar. Algumas músicas dão um salto no final e terminam já na faixa seguinte. Estou me sentindo ludibriado por ter feito um investimento alto em um produto que não correspondeu às minhas expectativas. Não era, sinceramente, o que eu esperava quando comprei esses CD's tão bem recomendados por você nesse blog. A obra de Bethânia e, principalmente, nós consumidores merecemos respeito!

20:54  
Anonymous said...

O "Ferro na Boneca" dos Novos Baianos é uma maravilha!
É um disco super rico em termos de arranjos e tem vários estilos, até tango tem. Discaço.

00:52  
Luciano said...

Concordo com a moderação. Mauro, saiu agora uma nova leva de relançamentos da Som Livre, não é isso? Que traz o ao vivo de Alceu e um disco de Moraes,por exemplo. Ela é trabalho de Charles Gavin? Sabe dizer? Eu não gostei da remasterização feita por ele para o Molhado de Suor de Alceu na caixa passada. Tenho em MP3 e acho muito melhor, ficou muito envernizado. Sabe se há programação para alguma caixa deposi dessa? Pois li que ia sair discos de Armandinho, Dodô e Osmar. Outra pergunta - que já fiz há alguns meses - é sobre a caixa de Jorge Ben. Não tive mais notícias, você sabe de algo?

08:39  
Anonymous said...

Tchururu, várias reedições não tiveram a reprodução da contra-capa. No caso, para as gravadoras, reproduzir a contra-capa é quase oferecer um produto de luxo! O pior é quem gosta dos artistas compra. O desrespeito das gravadoras pelo consumidor é realmente revoltante! O meu primeiro CD A CENA MUDA da BETHÂNIA tinha apenas uma faixa. O LP era melhor, pois uma faixa de cada lado. O som era abafado, baixo, e o preço altíssimo, considerando as qualidades do produto. Meu primeiro CD ROSA DOS VENTOS foi comprado praticamente a peso de ouro, bem antes de chegar às prateleiras de promoções, por onde andou anos depois.

Flávio

10:04  
Mauro Ferreira said...

Luciano, eu publiquei um post grande - na segunda-feira, se não me engano - sobre a Som Livre Masters 2. Dê uma conferida.

Quanto às caixas, o mercado está tão ruim que todos os projetos do gênero estão arquivados. Tanto que a coleção de Bethânia saiu de forma avulsa.

Quanto às reedições de Bethânia, houve muito avanço na qualidade do som. Particularmente, prefiro a reedição atual de Rosa dos Ventos. Mas repito o que disse na época: quando a matriz é de qualidade ruim, nem a melhor remasterização do mundo consegue restaurar a pureza do som.

14:11  

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