Plebe, ainda rude, já não racha concreto
Resenha de CD
Título: R ao Contrário
Artista: Plebe Rude
Gravadora: Independente
Cotação: * *
Em 1986, a Plebe Rude despontou no mercado fonográfico com o EP O Concreto Já Rachou, um dos títulos mais emblemáticos daquela década jovem e pop, dominada pelo rock made in Brazil. Vinte anos depois da histórica estréia, a banda brasiliense volta à cena com seu primeiro disco de inéditas em 13 anos, R ao Contrário, encartado na edição de setembro da revista Outra Coisa.
A Plebe retorna ainda rude, mas com sua formação original reduzida à metade (permanecem o baixista André X e o perseverante guitarrista e vocalista Philippe Seabra) e com Clemente (dos Inocentes) incorporado ao grupo como vocalista ao lado do baterista Txotxa (do Maskavo). R ao Contrário exala honestidade por todos seus poros (ou sulcos, se fosse editado em vinil) e é um convite à reflexão, combatendo o conformismo social nos versos das 12 músicas. É, em suma, fiel à trajetória de uma banda criada na ideologia punk. Mas, embora a pegada esteja firme, vai ser difícil rachar algum concreto. O que pesa negativamente na balança é a irregularidade do repertório. Sim, há alguns petardos como a faixa-título. O Que se Faz é rock à moda dos anos 70, com impactante arranjo de gaita de foles. Mil Gatos no Telhado se impõe pela batida sorrateira que parece encurralar o ouvinte como um felino raivoso.
A propósito, o último CD de inéditas da Plebe, de 1993, se chamava Mais Raiva do que Medo. Este R ao Contrário também destila raiva pelo sistema e pelo estado geral das coisas. Não é à toa que termina com a "punkíssima" Voto em Branco, a única música tirada do baú plebeu, tendo sido composta em 1981. Só que as músicas novas nem sempre acompanham a virulência das letras, estas em plena forma. Há momentos menos inspirados - Suficiente por um Dia (ou Dois) e Traçado que Parece o meu, entre outros - em que o CD soa quase arrastado, com beats menos acelerados. Mas, em outros, a Plebe continua seca e rápida no gatilho - basta ouvir Mero Plebeu. Moral da história: R ao Contrário, com todo seu oscilante caráter melódico, vai encontrar admiradores fervorosos. Mas não racha concreto...
Título: R ao Contrário
Artista: Plebe Rude
Gravadora: Independente
Cotação: * *
Em 1986, a Plebe Rude despontou no mercado fonográfico com o EP O Concreto Já Rachou, um dos títulos mais emblemáticos daquela década jovem e pop, dominada pelo rock made in Brazil. Vinte anos depois da histórica estréia, a banda brasiliense volta à cena com seu primeiro disco de inéditas em 13 anos, R ao Contrário, encartado na edição de setembro da revista Outra Coisa.
A Plebe retorna ainda rude, mas com sua formação original reduzida à metade (permanecem o baixista André X e o perseverante guitarrista e vocalista Philippe Seabra) e com Clemente (dos Inocentes) incorporado ao grupo como vocalista ao lado do baterista Txotxa (do Maskavo). R ao Contrário exala honestidade por todos seus poros (ou sulcos, se fosse editado em vinil) e é um convite à reflexão, combatendo o conformismo social nos versos das 12 músicas. É, em suma, fiel à trajetória de uma banda criada na ideologia punk. Mas, embora a pegada esteja firme, vai ser difícil rachar algum concreto. O que pesa negativamente na balança é a irregularidade do repertório. Sim, há alguns petardos como a faixa-título. O Que se Faz é rock à moda dos anos 70, com impactante arranjo de gaita de foles. Mil Gatos no Telhado se impõe pela batida sorrateira que parece encurralar o ouvinte como um felino raivoso.
A propósito, o último CD de inéditas da Plebe, de 1993, se chamava Mais Raiva do que Medo. Este R ao Contrário também destila raiva pelo sistema e pelo estado geral das coisas. Não é à toa que termina com a "punkíssima" Voto em Branco, a única música tirada do baú plebeu, tendo sido composta em 1981. Só que as músicas novas nem sempre acompanham a virulência das letras, estas em plena forma. Há momentos menos inspirados - Suficiente por um Dia (ou Dois) e Traçado que Parece o meu, entre outros - em que o CD soa quase arrastado, com beats menos acelerados. Mas, em outros, a Plebe continua seca e rápida no gatilho - basta ouvir Mero Plebeu. Moral da história: R ao Contrário, com todo seu oscilante caráter melódico, vai encontrar admiradores fervorosos. Mas não racha concreto...
4 COMENTÁRIOS:
A Plebe já não precisa provar nada para ninguém. R ao Contrário é para quem está disposto a limpar os ouvidos e ouvir OUTRA COISA
O concreto já rachou é um grande disco(não literalmente eheheh) mas cá entre nós, a PLEBE é uma banda datada.
E ainda trazer o Clemente dos INOCENTES pra tocar, cheira a armação.
R ao Contrário vem mostrar que a Plebe não está parada no tempo, nenhuma música tem sotaque anos 80. Mas parece que hoje em dia se dá mais valor pra bandas como Moptop, sem nenhuma personalidade e que se reduz a plagiar Strokes. "Suficiente por um Dia (ou Dois)" e "Traçado que Parece o meu", ao contrário do que diz o Mauro Ferreira, ficam longe de soarem arrastadas. Acho que ele não ouviu direito o CD.
NESSES DIAS EM QUE O PRESIDENTE AFIRMA NÃO SABER NAAADAA DE NADA SOBRE DOSSIÊS E MARACUTAIAS EM GERAL, A PLEBE RUDE É UMA DAS POUCAS VOZES DO POVO QUE REAGE INTENSAMENTE NAS SUAS LETRAS CONTRA TUDO DE ERRADO QUE HÁ NO PAÍS!
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