Livre, Negra parece presa em receita pop
Resenha de CD
Título: Negra Livre
Artista: Negra Li
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *
"Ninguém pode me impedir de ser / Eu sei que não é tudo que eu posso mudar / Mas eu não vou deixar / Não posso deixar de ser livre / Já não existe escravidão, não me oprime / ... / Sei que vou me lembrar quem eu sou / De onde vim, pra onde eu vou". Os versos iniciais de Ninguém Pode me Impedir, o rap que abre o primeiro disco solo de Negra Li, soam defensivos. É como se o argumento imbatível da liberdade de expressão soasse como uma desculpa para o que se ouve a seguir.
Li não parece livre neste CD. Ainda que a faixa-título, presente de Nando Reis, corrobore a idéia de liberdade que permeia o repertório. Ao contrário, ela parece aprisionada no formato pop tão ao gosto de uma gravadora multinacional como a Universal Music. Se no disco anterior (Guerreiro, Guerreira, 2004) Li ainda impôs a presença de seu parceiro Helião, no atual quem está mais presente é o produtor Paul Ralphes, o preferido da cena pop. Ralphes (estranho no ninho do rap) se faz presente com seus beats e com a co-autoria de boa parte do repertório, assinado com Li.
É difícil identificar a liberdade que possivelmente havia no coletivo RZO (Rapaziada Zona Oeste), o trio que projetou Li na forte cena do hip hop paulista. Negra Livre não deixa de ser um disco dominado pelas batidas do rap, do rhythm and blues e da black music em geral. Mas o domínio é invadido por estratégico dueto com Caetano Veloso (na romantizada balada Meus Telefonemas, extraída do repertório do grupo AfroReggae) e pela não menos estratégica escolha de Você Vai Estar na Minha para puxar o disco nas rádios e programas de televisão. A música é um improviso de Lino Crizz em cima de Eu Sei (na Mira), pérola pop da lavra de Marisa Monte.
"Eu não vou deixar você triste", avisa a artista em verso da festiva Chegou a Hora. Tudo bem, Li tem todo direito de ser feliz e de exercer sua liberdade musical e estética. Mas que Negra Livre deixa a sensação de que essa liberdade foi arquitetada e vigiada pela indústria fonográfica, lá isso deixa...
Título: Negra Livre
Artista: Negra Li
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *
"Ninguém pode me impedir de ser / Eu sei que não é tudo que eu posso mudar / Mas eu não vou deixar / Não posso deixar de ser livre / Já não existe escravidão, não me oprime / ... / Sei que vou me lembrar quem eu sou / De onde vim, pra onde eu vou". Os versos iniciais de Ninguém Pode me Impedir, o rap que abre o primeiro disco solo de Negra Li, soam defensivos. É como se o argumento imbatível da liberdade de expressão soasse como uma desculpa para o que se ouve a seguir.
Li não parece livre neste CD. Ainda que a faixa-título, presente de Nando Reis, corrobore a idéia de liberdade que permeia o repertório. Ao contrário, ela parece aprisionada no formato pop tão ao gosto de uma gravadora multinacional como a Universal Music. Se no disco anterior (Guerreiro, Guerreira, 2004) Li ainda impôs a presença de seu parceiro Helião, no atual quem está mais presente é o produtor Paul Ralphes, o preferido da cena pop. Ralphes (estranho no ninho do rap) se faz presente com seus beats e com a co-autoria de boa parte do repertório, assinado com Li.
É difícil identificar a liberdade que possivelmente havia no coletivo RZO (Rapaziada Zona Oeste), o trio que projetou Li na forte cena do hip hop paulista. Negra Livre não deixa de ser um disco dominado pelas batidas do rap, do rhythm and blues e da black music em geral. Mas o domínio é invadido por estratégico dueto com Caetano Veloso (na romantizada balada Meus Telefonemas, extraída do repertório do grupo AfroReggae) e pela não menos estratégica escolha de Você Vai Estar na Minha para puxar o disco nas rádios e programas de televisão. A música é um improviso de Lino Crizz em cima de Eu Sei (na Mira), pérola pop da lavra de Marisa Monte.
"Eu não vou deixar você triste", avisa a artista em verso da festiva Chegou a Hora. Tudo bem, Li tem todo direito de ser feliz e de exercer sua liberdade musical e estética. Mas que Negra Livre deixa a sensação de que essa liberdade foi arquitetada e vigiada pela indústria fonográfica, lá isso deixa...
10 COMENTÁRIOS:
Algo me diz que a gravadora sacou que hip hop não rende $$$$ e Negra(gata)Li também . Sou suspeito de falar sobre o sample(?) de Eu Sei da Marisa Monte é uma das minhas preferidas e curto muito no registro acústico de Renata Arruda . Ah essa Universal ... Sobre a colaboração de Caetano é comum ele sempre quer se mostrar ( e é ) contemporâneo e também já assumiu ser fã do Hip hop .
Ela disse numa revista dessas aí que quer ser feliz mas também acho arquitetado e equivocado
Sucesso pra ela
O houve com essa moça? Ela disse que quer ser feliz? Li uma entrevista em que ela dizia que queria era ganhar dinheiro e ter uma vida mais tranquila. Bacana, é um direto de todos nós, sucesso pra ela. Mas esta capa? Este repertório? Bom, que seja.
O que vou perguntar não tem nada com esta notícia.
Gostaria de saber se você já ouviu o novo álbum do Gram, Seu Minuto Meu Segundo e sua opinião, já que até hoje você não fez nenhuma crítica a este maravilhoso álbum.
O que vou perguntar não tem nada com esta notícia.
Gostaria de saber se você já ouviu o novo álbum do Gram, Seu Minuto Meu Segundo e sua opinião, já que até hoje você não fez nenhuma crítica a este maravilhoso álbum.
DEUS ME LIVRE !
Walter, pretendo, sim, escrever sobre o disco do Gram. A crítica será postada nos próximos dias.
Ivete se " vende " e ninguém diz nada , Negra Li faz o mesmo e é criticada . Ai ai ...
Esse Diogo sempre promovendo a Renata Arruda , que é até boa mas nem é tudo isso ! Parece aquele Marcelo que vive chovendo elogios a Beth Carvalho , cada um ...
Seja no Pop ou Hip Hop ela não convence . Mauro , você não vai falar do CD do Antunes ?
Livre?
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