Délcio Carvalho honra profissão em CD que revela parceria inédita com Zé Kéti
Resenha de CD
Título: Profissão Compositor
Artista: Délcio Carvalho
Gravadora: Olho do Tempo
Cotação: * * * *
Projetado nos anos 70 como parceiro de Dona Ivone Lara em sucessos como Acreditar e Sonho Meu, Délcio Carvalho é dos grandes compositores de samba e honra sua profissão neste quinto disco, o primeiro em seis anos (o anterior, A Lua e o Conhaque, saiu em 2000). Mais badalado como letrista, Délcio exibe inspiração como melodista em temas como Motim - parceria com o ainda pouco conhecido Sérgio Fonseca - e Vendedor de Ilusão, samba cuja melancolia é pontuada pela flauta de Eduardo Neves em arranjo dolente.
A predominante melancolia é reincidente em Palavra Amiga, Vou Sair Daqui - em dueto com o parceiro Wilson das Neves neste tema que expõe os nervos de um casal no momento exato da separação - e Arma da Paixão, parceria com Mário Lago Filho em que a melodia é de Délcio, letrista sensível como atestam seus versos para Dama da Noite, samba em que o artista descreve poeticamente um alvorecer, marco do fim de noite passada em solidão.
Profissão Compositor abre com inédita parceria do autor com Zé Kéti. Em Religião, o samba é reafirmado como sua crença - uma forma de oração que pode ser feita ou ouvida em qualquer lugar, como prega O Samba que Eu Não Fiz, outra bela ode ao gênero que sustenta a obra de bambas como Délcio Carvalho e Ivone Lara, a fiel parceira que comparece na supra-citada Palavra Amiga e em Nova Era, outra pérola típica da compositora, lustrada pelo trombone de Roberto Marques, presença destacada também no arranjo de Que Saudade É Essa?, parceria de Délcio com Ivor Lancellotti (eles são autores de obras-primas que merecia mais projeção, caso de Clarão, samba gravado por Alcione em 1988 no disco Ouro e Cobre).
Em clima mais animado, Sá Mariquinha tem leve tom afro que remete aos sambas gravados por Clara Nunes nos anos 70 e que se repete no samba-enredo Brasil nas Veias, parceria de Délcio com Paulo César Feital que fecha o disco. Já Marés veleja na praia do samba-canção, enquanto Reesperança tem na sua introdução discreto suingue de samba-jazz (não fosse o baixista Luizão Maia o co-autor do tema...) que deságua na levada do samba mais tradicional. Enfim, um discaço. Délcio Carvalho nasceu mesmo para sua profissão...
Título: Profissão Compositor
Artista: Délcio Carvalho
Gravadora: Olho do Tempo
Cotação: * * * *
Projetado nos anos 70 como parceiro de Dona Ivone Lara em sucessos como Acreditar e Sonho Meu, Délcio Carvalho é dos grandes compositores de samba e honra sua profissão neste quinto disco, o primeiro em seis anos (o anterior, A Lua e o Conhaque, saiu em 2000). Mais badalado como letrista, Délcio exibe inspiração como melodista em temas como Motim - parceria com o ainda pouco conhecido Sérgio Fonseca - e Vendedor de Ilusão, samba cuja melancolia é pontuada pela flauta de Eduardo Neves em arranjo dolente.
A predominante melancolia é reincidente em Palavra Amiga, Vou Sair Daqui - em dueto com o parceiro Wilson das Neves neste tema que expõe os nervos de um casal no momento exato da separação - e Arma da Paixão, parceria com Mário Lago Filho em que a melodia é de Délcio, letrista sensível como atestam seus versos para Dama da Noite, samba em que o artista descreve poeticamente um alvorecer, marco do fim de noite passada em solidão.
Profissão Compositor abre com inédita parceria do autor com Zé Kéti. Em Religião, o samba é reafirmado como sua crença - uma forma de oração que pode ser feita ou ouvida em qualquer lugar, como prega O Samba que Eu Não Fiz, outra bela ode ao gênero que sustenta a obra de bambas como Délcio Carvalho e Ivone Lara, a fiel parceira que comparece na supra-citada Palavra Amiga e em Nova Era, outra pérola típica da compositora, lustrada pelo trombone de Roberto Marques, presença destacada também no arranjo de Que Saudade É Essa?, parceria de Délcio com Ivor Lancellotti (eles são autores de obras-primas que merecia mais projeção, caso de Clarão, samba gravado por Alcione em 1988 no disco Ouro e Cobre).
Em clima mais animado, Sá Mariquinha tem leve tom afro que remete aos sambas gravados por Clara Nunes nos anos 70 e que se repete no samba-enredo Brasil nas Veias, parceria de Délcio com Paulo César Feital que fecha o disco. Já Marés veleja na praia do samba-canção, enquanto Reesperança tem na sua introdução discreto suingue de samba-jazz (não fosse o baixista Luizão Maia o co-autor do tema...) que deságua na levada do samba mais tradicional. Enfim, um discaço. Délcio Carvalho nasceu mesmo para sua profissão...
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