Cullum cativa o Rio com show el�trico

T�tulo: Jamie Cullum
Artista: Jamie Cullum
Local: Sala Cec�lia Meireles (RJ)
Data: 13 de setembro de 2006
Cota��o: * * * *
"N�o, eu prometo que n�o vou cantar Garota de Ipanema", avisou, maroto, Jamie Cullum � plat�ia carioca que lotou a sala Cec�lia Meireles na noite de quarta-feira, 13 de setembro. Em seguida, o jovem astro - que j� tem 26 anos, mas aparenta ser um moleque de 16 - atacou, num portugu�s honesto, com vers�o comportada de Dindi, outro cl�ssico internacional do maestro soberano Tom Jobim, apresentado com direito a improvisos jazz�sticos no piano. Mas bom comportamento � tudo que n�o se pode esperar de Cullum em cima de um palco. O rapaz � el�trico, perform�tico e, com energia aparentemente inesgot�vel, cativou o p�blico no �ltimo dos cinco shows de sua primeira turn� pelo Brasil.
Projetado mundialmente em 2003 com seu �lbum Twenty Something, no embalo do sucesso de Norah Jones, Cullum transita por pop jazz que pode irritar os puristas, mas que seduz um p�blico jovem justamente pela postura roqueira do artista. Nas duas horas e meia da apresenta��o carioca (patrocinada pelo projeto Vivo na M�sica), Cullum subiu no piano - usado impiedosamente como instrumento de percuss�o no medley que re�ne So Sick, Dontcha e Bringing Sexy Back - e desceu na plat�ia para fazer n�mero a capella.
Jamie Cullum (acima, em cena na apresenta��o carioca, em foto de Felipe Dana) � um verdadeiro entertainer. Mas seu show vai al�m do mero exibicionismo porque o rapaz tem ineg�vel talento. Canta bem e, quando leva o piano a s�rio, como no solo de Dindi, mostra que entende de m�sica. Ecl�tico, Cullum ainda arriscou um viol�o em London Skies - depois de breve discurso sobre o permanente bom tempo carioca e o insistente mau tempo ingl�s - e, no momento mais ex�tico, estilo macumba para turista, tentou uma batucada enquanto os afiados m�sicos da banda entoavam o refr�o de Mas que Nada, o samba torto de Jorge Ben que ganhou o mundo em 1966 na regrava��o de S�rgio Mendes.
Entre cl�ssicos da can��o americana (What a Diff'rence a Day Makes e I've Got You Under my Skin) e temas de sua autoria (Mind Trick, All at Sea), Cullum ainda incluiu m�sica do grupo Radiohead, High and Dry, gravada por ele em seu segundo �lbum, Pointless Nostalgic, lan�ado esta semana no mercado brasileiro em edi��o da Deckdisc. Tudo a ver com um artista que, pela postura alucinada, soa mais como roqueiro do que como um jazzista ortodoxo que, caso quisesse, Cullum poderia muito bem ser.
A participa��o de Maria Rita deu a impress�o de que n�o rendeu tudo o que poderia. S�bria e correta em Oh God, a cantora parecia perdida no tom equivocadamente esmaecido de Singin' in the Rain. Mas Rita foi mero detalhe no show de Jamie Cullum, cuja vivacidade, simpatia e espontaneidade fizeram por merece a ova��o recebida da plat�ia carioca em sucessivos n�meros. Cullum fez a festa do jazz pop como irrepreens�vel anfitri�o. Todos estavam � vontade. Sobretudo o dono da festa.
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