Vercilo fecha, ao vivo, ciclo de sucesso
Resenha de CD / DVD
Título: Jorge Vercilo ao Vivo
Artista: Jorge Vercilo
Gravadora: EMI
Cotação: * * *
O primeiro registro de show de Jorge Vercilo deve ser encarado como o fim de um ciclo. Ciclo, aliás, é sintomaticamente o nome da música que abre a gravação ao vivo, captada em dois shows no Canecão, em 28 e 29 de abril. Em 2002, uma maré de sucesso levou o cantor e compositor para a roda-viva das turnês e apresentações em programas de TV. A atual gravação ao vivo - que gerou o sétimo CD e o segundo DVD do artista - encerra esse ciclo. Depois de árdua batalha na cena independente, Vercilo fez merecidamente seu nome. Discos concebidos nessa maré de compromissos (Livre, em especial) soaram repetitivos e sinalizaram a necessidade de mudança, a rigor já iniciada no anterior Signo de Ar.
Jorge Vercilo ao Vivo é o resumo destes últimos anos, com uma ou outra música mais antiga (Encontro das Águas). Das duas inéditas, a balada Eu e a Vida ganha cordas e clima camerístico. Mas é Vela de Acender, Vela de Navegar - anunciada como um funk que, de fato, não é - a natural candidata a hit radiofônico por incorporar a batida pop típica do autor, com direito a um refrão-chiclete. Vercilo manuseia bem os clichês do universo pop. E os hits enfileirados no roteiro (Final Feliz, Que Nem Maré, Homem-Aranha, Monalisa) atestam sua capacidade de se comunicar com as massas.
Fora da seara mais popular, o bom intérprete ganha mais luz na interpretação (inicialmente a capella e, depois, com adição de percussão) de Senhora Liberdade, samba de Wilson Moreira e Nei Lopes que o artista une em medley rítmico às suas músicas O Reino das Águas Claras (com a batida do afoxé) e a Do Jeito que For. Beatriz e Fênix (em instante intimista, no estilo voz-e-piano) também realçam as habilidades vocais do cantor.
A direção de Roberto de Oliveira garante um padrão acima da média às imagens captadas. Nos extras, há os clipes de Abismo (com Ana Carolina) e Pela Ciclovia, parceria de Vercilo com Marcos Valle, lançada por Leila Pinheiro. Em tom informal, Vercilo, Valle e Leila se juntaram no Leme (RJ) para gravar o vídeo da música com direito a imagens da orla carioca. Pena que o áudio desse clipe não resulte tão bom quanto o do vídeo-release (em que Jorge Mautner faz divagações filosóficas sobre a obra do colega) e o da entrevista apresentada sob o nome Jorge e a Vida.
Enfim, Jorge Vercilo ao Vivo finaliza um ciclo e deve marcar o início de outro. Além da variedade de parceiros, o artista precisa de um produtor mais ousado que consiga dar novo colorido e novo fôlego à sua música. Para que venham novas marés de sucesso tão fortes quanto a de 2002...
Título: Jorge Vercilo ao Vivo
Artista: Jorge Vercilo
Gravadora: EMI
Cotação: * * *
O primeiro registro de show de Jorge Vercilo deve ser encarado como o fim de um ciclo. Ciclo, aliás, é sintomaticamente o nome da música que abre a gravação ao vivo, captada em dois shows no Canecão, em 28 e 29 de abril. Em 2002, uma maré de sucesso levou o cantor e compositor para a roda-viva das turnês e apresentações em programas de TV. A atual gravação ao vivo - que gerou o sétimo CD e o segundo DVD do artista - encerra esse ciclo. Depois de árdua batalha na cena independente, Vercilo fez merecidamente seu nome. Discos concebidos nessa maré de compromissos (Livre, em especial) soaram repetitivos e sinalizaram a necessidade de mudança, a rigor já iniciada no anterior Signo de Ar.
Jorge Vercilo ao Vivo é o resumo destes últimos anos, com uma ou outra música mais antiga (Encontro das Águas). Das duas inéditas, a balada Eu e a Vida ganha cordas e clima camerístico. Mas é Vela de Acender, Vela de Navegar - anunciada como um funk que, de fato, não é - a natural candidata a hit radiofônico por incorporar a batida pop típica do autor, com direito a um refrão-chiclete. Vercilo manuseia bem os clichês do universo pop. E os hits enfileirados no roteiro (Final Feliz, Que Nem Maré, Homem-Aranha, Monalisa) atestam sua capacidade de se comunicar com as massas.
Fora da seara mais popular, o bom intérprete ganha mais luz na interpretação (inicialmente a capella e, depois, com adição de percussão) de Senhora Liberdade, samba de Wilson Moreira e Nei Lopes que o artista une em medley rítmico às suas músicas O Reino das Águas Claras (com a batida do afoxé) e a Do Jeito que For. Beatriz e Fênix (em instante intimista, no estilo voz-e-piano) também realçam as habilidades vocais do cantor.
A direção de Roberto de Oliveira garante um padrão acima da média às imagens captadas. Nos extras, há os clipes de Abismo (com Ana Carolina) e Pela Ciclovia, parceria de Vercilo com Marcos Valle, lançada por Leila Pinheiro. Em tom informal, Vercilo, Valle e Leila se juntaram no Leme (RJ) para gravar o vídeo da música com direito a imagens da orla carioca. Pena que o áudio desse clipe não resulte tão bom quanto o do vídeo-release (em que Jorge Mautner faz divagações filosóficas sobre a obra do colega) e o da entrevista apresentada sob o nome Jorge e a Vida.
Enfim, Jorge Vercilo ao Vivo finaliza um ciclo e deve marcar o início de outro. Além da variedade de parceiros, o artista precisa de um produtor mais ousado que consiga dar novo colorido e novo fôlego à sua música. Para que venham novas marés de sucesso tão fortes quanto a de 2002...
4 COMENTÁRIOS:
Vercilo é muito bom no que se propõe a fazer. Qual o mal de tocar na rádio?
Adoro Vercilo, tô doido pra ver esse DVD.
Em vez de ser encarado como o fim de um ciclo, deveria ser encarrado como o fim de uma carreira. QUE CARA CHATO!!!
Tomara que seja isso. Gosto do Vercillo e temo que ele se perca na seara do sucesso fácil. A música dele está acima da linha do brega-popular-mediocre que impera na nossa música.
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