Sem sucesso, Sylvia nacionaliza seu pop
Resenha de CD
Título: No Rádio da Minha Cabeça
Artista: Sylvia Patricia
Gravadora: Lua
Cotação: * *
Sylvia Patrícia esteve para acontecer no início dos anos 90, quando, contratada pela Warner Music, lançou seu segundo disco, Curvas e Retas (1992), com pompa e parceria com Caetano Veloso. Mas Sylvia não aconteceu de fato - apesar de um ou outro hit fora do eixo Rio-São Paulo. Talvez pelo fato de fazer um pop à moda de Marina Lima, mas sem os vôos poéticos e estilísticos da autora de Fullgás. Em 1998, Sylvia ainda jogou uma última cartada, o álbum Tente Viver sem mim, antes de sumir do mercado fonográfico por uns tempos. Até reaparecer em 2003 com Purpurina 37, registro de um show gravado em Salvador (Sylvia é baiana).
Em seu quinto CD, No Rádio da Minha Cabeça, o primeiro de inéditas em oito anos, a cantora e compositora muda um pouco sua fórmula. Uma ambiência bossa-novista é percebida logo na primeira música, Minha Casa É Você. A surpresa continua com o simpático samba Lágrimas e Vodka. Mas, novamente, Sylvia não consegue fazer um álbum coeso, talvez pelo fato de o repertório ser inteiramente autoral. E o fato é que músicas como Amor É... (de suave batida roqueira), Não Suma, Sonhar e a razoável Questão de Pele fazem Sylvia patinar no pop sem identidade de trabalhos anteriores.
A tentativa da artista de nacionalizar seu pop rende bons momentos. Ednalva mistura eletrônica e samba, trazendo de quebra a voz de Jussara Silveira. O dueto de Jussara e Sylvia é gracioso como a música. Mas paira a impressão de que Sylvia Patrícia ainda precisa investir mais na diversidade rítmica, em que pese a elegância dos arranjos e da produção de Paulo Rafael.
Título: No Rádio da Minha Cabeça
Artista: Sylvia Patricia
Gravadora: Lua
Cotação: * *
Sylvia Patrícia esteve para acontecer no início dos anos 90, quando, contratada pela Warner Music, lançou seu segundo disco, Curvas e Retas (1992), com pompa e parceria com Caetano Veloso. Mas Sylvia não aconteceu de fato - apesar de um ou outro hit fora do eixo Rio-São Paulo. Talvez pelo fato de fazer um pop à moda de Marina Lima, mas sem os vôos poéticos e estilísticos da autora de Fullgás. Em 1998, Sylvia ainda jogou uma última cartada, o álbum Tente Viver sem mim, antes de sumir do mercado fonográfico por uns tempos. Até reaparecer em 2003 com Purpurina 37, registro de um show gravado em Salvador (Sylvia é baiana).
Em seu quinto CD, No Rádio da Minha Cabeça, o primeiro de inéditas em oito anos, a cantora e compositora muda um pouco sua fórmula. Uma ambiência bossa-novista é percebida logo na primeira música, Minha Casa É Você. A surpresa continua com o simpático samba Lágrimas e Vodka. Mas, novamente, Sylvia não consegue fazer um álbum coeso, talvez pelo fato de o repertório ser inteiramente autoral. E o fato é que músicas como Amor É... (de suave batida roqueira), Não Suma, Sonhar e a razoável Questão de Pele fazem Sylvia patinar no pop sem identidade de trabalhos anteriores.
A tentativa da artista de nacionalizar seu pop rende bons momentos. Ednalva mistura eletrônica e samba, trazendo de quebra a voz de Jussara Silveira. O dueto de Jussara e Sylvia é gracioso como a música. Mas paira a impressão de que Sylvia Patrícia ainda precisa investir mais na diversidade rítmica, em que pese a elegância dos arranjos e da produção de Paulo Rafael.
6 COMENTÁRIOS:
sucesso não é medida para avaliar o talento de uma cantora.
Concordo André, nesta coluna o trabalho de um músico é sempre julgado por quantas cópias ele vendeu.
Discordo. Nunca a qualidade de algum artista é meida pelo número de cópias vendidas. Isso é comentado por ser um dado a mais sobre o trbalho de artrista, e embora alguns digam que não, todos querem muitoi vender discos.
PS: acho a Sylvia a nota de roda-pé na constelação de cantoras baianas, que tem Gal, Bethânia, Daniela, Ivete, Margareth, Virgínia Rodrigues, Vânia Abreu, Jussara Silveira, Pitty, Rebeca Matta, Maria Creuza, Simone, Daúde, Mariene de Castro. A Sylvia é muito monocórdia, embora pretenda ser uma rockeira cheia de pauleira...
Sylvia é um grande talento, faz o que gosta, canta como ninguém, tem seu próprio estilo, coisa rara hoje em dia. Quando ouço Sylvia, sei quem está cantando, pois ela é única. Se o sucesso comercial ainda não chegou é porque nesse país não há uma política cultural que valorize seus próprios artistas. De nada valeu o Sr. Lula entrar e colocar o Sr. Gilberto Gil na ministério da cultura, pois nada foi feita a favor na nossa cultura. Por que não fazer uma lei, assim como Portugal fez, que obrique as rádios a tocarem no mínimo 50% de música brasileira?
Sylvia é um grande talento, faz o que gosta, canta como ninguém, tem seu próprio estilo, coisa rara hoje em dia. Quando ouço Sylvia, sei quem está cantando, pois ela é única. Se o sucesso comercial ainda não chegou é porque nesse país não há uma política cultural que valorize seus próprios artistas. De nada valeu o Sr. Lula entrar e colocar o Sr. Gilberto Gil na ministério da cultura, pois nada foi feita a favor na nossa cultura. Por que não fazer uma lei, assim como Portugal fez, que obrique as rádios a tocarem no mínimo 50% de música brasileira?
Realmente nessa constelação de cantoras baianas citada acima, Sylvia Patricia é uma nota de radapé da página, por ser uma pagina à parte, afinal que eu saiba, é a unica compositora/cantora e instrumentista dentre elas, por isso se dá ao luxo de fazer um CD apenas com material proprio (quantas não adorariam?) Quanto a fazer sucesso no eixo Rio-São Paulo, todo mundo hoje em dia sabe que depende muito menos da boa qualidade da musica ou do artista, e sim da quantidade de dinheiro que se gastará na mídia (propinas/jabá para rádios e Tvs, por exemplo), para empurrar esse sucesso, portanto um hit fora do eixo Rio-São Paulo acaba sendo muito mais espontaneo? O melhor mesmo é vocês lerem o que Nelson Motta, um dos caras que mais entende de MPB no Brasil falou em seu programa, Sintonia Fina, sobre o novo CD da Sylvia Patricia:
?A Sylvia Patricia é uma excelente cantora e compositora baiana, que começou sua carreira nos anos 80 com um estilo entre o pop, o rock e alguma coisa entre a bossa nova e a jovem guarda, com melodias fluentes, levadas gostosas e letras apaixonadas. Depois de viver alguns anos no Rio, Sylvia voltou a morar na Bahia onde gravou o cd Um Rádio Na Minha Cabeça, onde reafirma todas as suas qualidades e mostra maturidade. Como nesse lindo samba, com uma levada deliciosa e uma letra muito boa: "Lágrimas e vodca".
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