Gil reluz em CD de luminosidade interior
Resenha de CD
Título: Gil Luminoso - Voz & Violão
Artista: Gilberto Gil
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
Estruturada com base nos cânones tropicalistas, a obra fundamental de Gilberto Gil sempre trouxe questões transcendentais embutidas em sua vivacidade rítmica. Adepto pioneiro de uma filosofia zen, apreendida no cotidiano de sua prisão e do conseqüente exílio londrino na virada dos anos 60 para os 70, Gil é compositor de freqüente ótica espiritualista. É este pensador mais filosófico que prevalece em Gil Luminoso, o CD ora relançado pela Biscoito Fino. Gravado em 1999, para ser encartado no livro de arte GILuminoso - A Po.ética do Ser, de Bené Fontelles, o disco nunca havia chegado às lojas de forma avulsa.
É puro deleite ouvir a música de Gil somente com sua voz e seu violão de múltipla musicalidade. A maioria das composições vem dos anos 70, época em que o cantor aprofundou sua experiência existencialista em discos como Refazenda (1975), do qual Gil Luminoso recupera, não por acaso, as faixas Meditação e Retiros Espirituais.
Moldado para a reflexão das letras, o tom interiorizado do álbum permite uma maior valorização dos versos de músicas como Metáfora (1982), Raça Humana (1984) e Tempo Rei (1984), gravadas originalmente em fase em que o compositor experimentava sonoridade pop em sua discografia, com resultado irregular.
Para colecionadores da obra fonográfica de Gil, o álbum reúne músicas até então meio dispersas na discografia do compositor - casos de Preciso Aprender a Só Ser (tema que inverte a lógica individualista do samba-canção bossa-novista Preciso Aprender a Ser Só e que foi lançado em compacto de 1973), O Som da Pessoa (então inédita parceria com Bené Fontelles, de 1983), Copo Vazio (lançada por Chico Buarque em seu álbum Sinal Fechado, de 1974, e gravada por Gil no mesmo ano em disco ao vivo de moderada repercussão), O Compositor me Disse (outra música do álbum ao vivo de 1974) e Você e Você, tema de 1993, feito para Gal Costa incluir em seu álbum O Sorriso do Gato de Alice.
Ouvidas num mesmo álbum, essas reflexões espiritualistas a cerca dos mistérios da raça humana adensam a vasta obra de Gil. Ao procurar uma visão menos materialista, que transcendesse a matéria, o compositor exibe luminosidade ímpar. É essa luz interior que brilha em disco que merecia mesmo uma reedição avulsa para ficar mais acessível aos admiradores do artista.
Título: Gil Luminoso - Voz & Violão
Artista: Gilberto Gil
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
Estruturada com base nos cânones tropicalistas, a obra fundamental de Gilberto Gil sempre trouxe questões transcendentais embutidas em sua vivacidade rítmica. Adepto pioneiro de uma filosofia zen, apreendida no cotidiano de sua prisão e do conseqüente exílio londrino na virada dos anos 60 para os 70, Gil é compositor de freqüente ótica espiritualista. É este pensador mais filosófico que prevalece em Gil Luminoso, o CD ora relançado pela Biscoito Fino. Gravado em 1999, para ser encartado no livro de arte GILuminoso - A Po.ética do Ser, de Bené Fontelles, o disco nunca havia chegado às lojas de forma avulsa.
É puro deleite ouvir a música de Gil somente com sua voz e seu violão de múltipla musicalidade. A maioria das composições vem dos anos 70, época em que o cantor aprofundou sua experiência existencialista em discos como Refazenda (1975), do qual Gil Luminoso recupera, não por acaso, as faixas Meditação e Retiros Espirituais.
Moldado para a reflexão das letras, o tom interiorizado do álbum permite uma maior valorização dos versos de músicas como Metáfora (1982), Raça Humana (1984) e Tempo Rei (1984), gravadas originalmente em fase em que o compositor experimentava sonoridade pop em sua discografia, com resultado irregular.
Para colecionadores da obra fonográfica de Gil, o álbum reúne músicas até então meio dispersas na discografia do compositor - casos de Preciso Aprender a Só Ser (tema que inverte a lógica individualista do samba-canção bossa-novista Preciso Aprender a Ser Só e que foi lançado em compacto de 1973), O Som da Pessoa (então inédita parceria com Bené Fontelles, de 1983), Copo Vazio (lançada por Chico Buarque em seu álbum Sinal Fechado, de 1974, e gravada por Gil no mesmo ano em disco ao vivo de moderada repercussão), O Compositor me Disse (outra música do álbum ao vivo de 1974) e Você e Você, tema de 1993, feito para Gal Costa incluir em seu álbum O Sorriso do Gato de Alice.
Ouvidas num mesmo álbum, essas reflexões espiritualistas a cerca dos mistérios da raça humana adensam a vasta obra de Gil. Ao procurar uma visão menos materialista, que transcendesse a matéria, o compositor exibe luminosidade ímpar. É essa luz interior que brilha em disco que merecia mesmo uma reedição avulsa para ficar mais acessível aos admiradores do artista.
4 COMENTÁRIOS:
Gil sempre foi um grande artista quando não segue modismos.
Gil continua fazendo mais pela cultura nacional como cantor/compositor
perdi o interesse pelo gil desde que ele migrou pra brasília. so sorry!!!
Todas as vezes que ouço um disco do Gilberto Gil, fico me perguntando como uma pessoa pode ter tanto talento. Prefiro o breve período pré-tropicalista (Viramundo, Louvação, Roda, Procissão), mas veio tanta coisa boa depois (Geléia Geral, Drão, as canções que a Elis gravou, etc.), que fico querendo achar o Gil o músico mais completo do mundo, juntamente com Edu Lobo.
Independentemente de se gostar ou não do lado político e pessoal, Gil é um artista luminoso.
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