Rita dá baile em especial que vira DVD
Resenha de DVD
Título: Rita Lee Jones
Artista: Rita Lee
Gravadora: Trama
Cotação: * * * *
Em 7 de novembro de 1980, quando foi ao ar pela Rede Globo o especial Rita Lee Jones, a autora do rock Luz del Fuego era a mais perfeita tradução de pop no mercado nacional de música. Roqueiro brasileiro ainda tinha cara de bandido, como a própria Rita cantara em seu rock paulistano Ôrra Meu, que encerra em clima apoteótico o programa criado por Daniel Filho para a série Grandes Nomes. Numa segunda parceria da Trama com a emissora carioca, Rita Lee Jones chega ao DVD, mas com restauração de áudio e imagem inferior ao trabalho feito para a edição de Elis Regina Carvalho Costa, o primeiro especial da série a sair em vídeo digital.
Em 1980, o Brasil tinha mania de Rita Lee. Ao sair do grupo Tutti Frutti para se juntar musical e afetivamente ao guitarrista Roberto de Carvalho, que viraria seu parceiro em sucessos como Lança Perfume, Rita deu um tom pop, leve e carnavalesco ao seu rock que a transformaria em grande vendedora de discos e em freqüentadora assídua das paradas. A ponto de o roteiro de Luiz Carlos Maciel para o especial Rita Lee Jones ter sido formado basicamente com o repertório dos discos lançados pela cantora em 1979 (o de Mania de Você) e 1980 (o de Lança Perfume) - com direito a alguns rocks da fase Tutti Frutti (Luz del Fuego, Mamãe Natureza, Esse Tal de Roque Enrow).
E o fato é que Rita Lee Jones é showzaço que resiste bem ao tempo. Cheia de energia, a roqueira vivia sua fase áurea - e esse esplendor se reflete no vídeo. A direção de Daniel Filho dá a cada número um colorido especial. Doce Vampiro ganha clima de terror, com Roberto de Carvalho encarnando o vampiro sedutor que intitula a balada. O locutor Hilton Gomes anuncia Miss Brasil 2000 e dá a deixa para Rita, com a habitual desenvoltura cênica, desfilar pela platéia com caras, bocas, coroa e faixa. Em Esse Tal de Roque Enrow, o teatro está na embocadura com que Rita apresenta esse rock de 1975, incorporando na voz e no gestual a mãe assustada com a intimidade da filha com o tal do rock. Shangrilá é o momento obviamente zen, com luzes azuis e nuvens no cenário circense.
O diferencial de Baila Comigo foi a participação, como bailarino, de Ronaldo Resedá, saudoso cantor à época estourado com músicas como Marron Glacê. Por trás do telão, ele baila sozinho e com Rita num jogo de luz e sombras que valoriza o clima latino do número. A mesma latinidade que pulsa na abolerada Caso Sério, balada que Rita canta olhando, terna e apaixonada, para Roberto de Carvalho, sentado ao piano.
Em João Ninguém, Roberto já está na guitarra. A música era - de acordo com a recém-lançada biografia Rita Lee Mora ao Lado - uma gozação com João Araújo, então o todo-poderoso da Som Livre, a gravadora global que abrigava Rita naquele momento áureo. E tudo acaba, não exatamente em samba, mas em carnaval roqueiro, com Lança Perfume (com direito à citação da marchinha Alá-lá-ô) e Ôrra Meu. Em 1980, Rita Lee dava um baile no Brasil ainda carente de rock.
Título: Rita Lee Jones
Artista: Rita Lee
Gravadora: Trama
Cotação: * * * *
Em 7 de novembro de 1980, quando foi ao ar pela Rede Globo o especial Rita Lee Jones, a autora do rock Luz del Fuego era a mais perfeita tradução de pop no mercado nacional de música. Roqueiro brasileiro ainda tinha cara de bandido, como a própria Rita cantara em seu rock paulistano Ôrra Meu, que encerra em clima apoteótico o programa criado por Daniel Filho para a série Grandes Nomes. Numa segunda parceria da Trama com a emissora carioca, Rita Lee Jones chega ao DVD, mas com restauração de áudio e imagem inferior ao trabalho feito para a edição de Elis Regina Carvalho Costa, o primeiro especial da série a sair em vídeo digital.
Em 1980, o Brasil tinha mania de Rita Lee. Ao sair do grupo Tutti Frutti para se juntar musical e afetivamente ao guitarrista Roberto de Carvalho, que viraria seu parceiro em sucessos como Lança Perfume, Rita deu um tom pop, leve e carnavalesco ao seu rock que a transformaria em grande vendedora de discos e em freqüentadora assídua das paradas. A ponto de o roteiro de Luiz Carlos Maciel para o especial Rita Lee Jones ter sido formado basicamente com o repertório dos discos lançados pela cantora em 1979 (o de Mania de Você) e 1980 (o de Lança Perfume) - com direito a alguns rocks da fase Tutti Frutti (Luz del Fuego, Mamãe Natureza, Esse Tal de Roque Enrow).
E o fato é que Rita Lee Jones é showzaço que resiste bem ao tempo. Cheia de energia, a roqueira vivia sua fase áurea - e esse esplendor se reflete no vídeo. A direção de Daniel Filho dá a cada número um colorido especial. Doce Vampiro ganha clima de terror, com Roberto de Carvalho encarnando o vampiro sedutor que intitula a balada. O locutor Hilton Gomes anuncia Miss Brasil 2000 e dá a deixa para Rita, com a habitual desenvoltura cênica, desfilar pela platéia com caras, bocas, coroa e faixa. Em Esse Tal de Roque Enrow, o teatro está na embocadura com que Rita apresenta esse rock de 1975, incorporando na voz e no gestual a mãe assustada com a intimidade da filha com o tal do rock. Shangrilá é o momento obviamente zen, com luzes azuis e nuvens no cenário circense.
O diferencial de Baila Comigo foi a participação, como bailarino, de Ronaldo Resedá, saudoso cantor à época estourado com músicas como Marron Glacê. Por trás do telão, ele baila sozinho e com Rita num jogo de luz e sombras que valoriza o clima latino do número. A mesma latinidade que pulsa na abolerada Caso Sério, balada que Rita canta olhando, terna e apaixonada, para Roberto de Carvalho, sentado ao piano.
Em João Ninguém, Roberto já está na guitarra. A música era - de acordo com a recém-lançada biografia Rita Lee Mora ao Lado - uma gozação com João Araújo, então o todo-poderoso da Som Livre, a gravadora global que abrigava Rita naquele momento áureo. E tudo acaba, não exatamente em samba, mas em carnaval roqueiro, com Lança Perfume (com direito à citação da marchinha Alá-lá-ô) e Ôrra Meu. Em 1980, Rita Lee dava um baile no Brasil ainda carente de rock.
21 COMENTÁRIOS:
Concordo que Rita vivia um momento bacana, só que ela fez muita coisa boa depois de lança perfume. Injusto não perceberem isso.
Acho que Rita ainda é a mais perfeita tradução do pop no mercado nacional de música.
Me lembro do especial "Saùde", era bem interessante também.
Porèm, a discografia, depois, tornou-se irregular.Fez coisas boas,verdade,mas muitas outras bem menos interessantes.Rita Lee é criativa,genial,cheia de humor!Todos sabemos! Ou quase todos! Mas da discografia salva-se uns 30 ou 40% ? Sim, é fundamental na musica brasileira; tropicalia, anos 70 !
Discografia complicada... de 1981 pra frente.
Humberto
coisas ate bem melhores... concorco com a cristina
Porque será q não lançam o da Gal? Infinitamente , o melhor de toda a série, e ainda tem a participação da Elis!!!
Acorda TRAMA!!!!! ou será q Gal não deixa????
Lá estão os fãs da Gal aqui também !
O assunto agora é Rita Lee, esperem até sair algo sobre a Gal.
Muito bons tempos, aqueles. Rita realmente havia deixado o país encantado por ela. Irreverente, criativa, inteligente, com total domínio de palco, Rita botou fogo em minha juventude.
Claro que fez muita coisa boa depois disso mas aqui o comentário é sobre este programa específico, não?!
Deus seja louvado, finalmente estão resgatando (ainda que muito timidamente) o que a TV apresentou de melhor em termos de música brasileira. Depois de Elis e Rita, espero que venham os de Tom, Gal, Ney, Gonzaguinha, Djavan... Chega de tanto barulhinho.
Fala - se muito em Cazuza , Renato Russo e Raulzito mas ninguém fez mas pelo ROCK aqui que nossa titia !
A DIVA MOR DO ROCK TUPINIQUIM . EM ENTREVISTA A ADRIANE GALISTEU DISSE " TÔ VELHA , AGORA EU SOU CHIQUE , AGORA SOU MPB ! "
Pronto . Agora o Mauro só fala de Rita Lee ! Ela é encantadora .
Quero mais saude!! maravilha tambem Rita com pernas de boneca se contorcendo toda. Era crianca mas aquela garota espivitada acordou um outro artista em mim. Parabens Sra Lee
Rita é encantadora mesmo. O tempo passou mas ela não envelheceu.
Rita Lee . Isso sim é Rock e com charme. tomara que Pitty perceba !
Essa fase já marcava o fim da Rita roqueira para dar vez a uma Rita mais pop e de letras adociadas demais.
Sempre preferi a Rita de discos como Fruto Proibido e Entradas e Bandeiras. Na fase Rita e Roberto muito se perdeu do som do rock e da atitude.
Desta fase saíram bons discos como Rita e Roberto (Vírus do Amor) e Saúde.
A Rita Lee dos discos já não chama tanta atenção, mas a Rita dos palcos ainda conserva o carisma. Legal é que ela atravessa gerações em coro com Ovelha Negra e Mania de Você.
Viva Rita Lee!
No rock ou na mpb , rita é rita !
= maravilhosa
I LOVE LEE RITA TOO.
Emanuel Andrade disse....
Rita Lee não deve nada a nenhuma dessas outras boas cantoras que citam aqui no blog. Primeiro porque ela é compositora com boa verve musical, não vive dependendo apenas do repertório dos outros. Desde que ela existe(Leia-se Mutantes) fazendo disco estupendo ou fraquinho, sempre escapa uma canção legal. Só espero que ela continue fazendo boas coisas. Balacobacao foi a volta por cima, tirando a chata "Tudo vira bosta". E se R.Lee desaparecer, vamos ficar na seeara sem grandes compositoras. Uma Ovelha Negra Branca como ela, não aparece facilmente num país como esse. Veja que já se vão mais de 30 e nada pare4cido ou melhor surgiu. Tem umas mocinhas ai inventando de compor que é um vômito só!!
Com Rita Lee, a gente quebra o muro de qualquer Jardim da Babilôinia
Rita Lee canta direitinho e tem uma voz gostosa, mas não me encanta.
a mim me encanta e MUITO!!! leve, inteligente, debochada, séria pra cacete, antenada, maluca, musical...rita lee é múltipla.
a crítica estah ótima, soh um detalhe: não eh rita que dança com ronaldo. repare que ela continua cantando enquanto uma bailarina evolui com o cara... o truque eh manjado, mas funciona muito rbem.
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