Coletânea dupla realça o suingue de Elis
Está chegando às lojas uma coletânea dupla e temática de Elis Regina. Samba, Jazz & Bossa (capa à direita) realça o suingue da divisão personalíssima da Pimentinha em 28 gravações. A bossa estava na voz, mas é o samba o gênero dominante do repertório, que inclui Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá) - no registro original de 1970 e em remix feito pelo DJ Zé Pedro em 2002 - e Aquele Abraço. O fonograma mais raro é a versão levemente mais estendida de Madalena, incluída somente no LP com a trilha da novela A Próxima Atração.
Produzida com embalagem digipack, a edição é caprichada. O encarte traz as letras das músicas e textos sobre a origem das faixas. Mas um desleixo biográfico chama atenção no texto da contracapa. Elis Regina nasceu em 1945, e não em 1946 - como informa erroneamente a compilação, indicada somente para quem não tem os álbuns originais da cantora.
Produzida com embalagem digipack, a edição é caprichada. O encarte traz as letras das músicas e textos sobre a origem das faixas. Mas um desleixo biográfico chama atenção no texto da contracapa. Elis Regina nasceu em 1945, e não em 1946 - como informa erroneamente a compilação, indicada somente para quem não tem os álbuns originais da cantora.
23 COMENTÁRIOS:
Invés de coletâneas, bem que podiam lançar edições incrementadas dos LPs originais, com faixas bônus, como fazem lá fora. Acho mais interessante.
Concordo plenamente!
Lps originais em edição cuidadosa.Boa grafica!
E principalmente um som resmaterizado das fitas originais.A universal comete um erro e ao mesmo tempo um desrespeito ao não dar continuidade ao trabalho da Trama.Ou, pelo menos, que o Cesar Mariano trabalhe na remasterização digital dos Lps originais.
Ai aparece essas informações, versão de Madalena levemente maior?Essas coisas ficamos sabendo somente quando eles devem criar um modo de atrair os fãs.Arg!!!
Eu comprei o cd. A data veio errada, mas as informações de encarte são legais e super corretas. Sem falar no projeto gráfico.. vale a pena!
Pedro,
Por favor, poderia passar a lista das musicas?
te agradeço
Humberto
apesar de grande cantora, elis apresentou um repertório bem irregular, demorando, inclusive, a adquirir prestígio no meio musical. a partir de cesar camargo, as coisas mudaram de feição. o repertório deste cd é cheio de altos e baixos como era seu padrão na época. aliás, "altos e baixos" é o nome de uma obra prima que ela canta divinamente em "essa mulher", belo disco.
É verdade. Elis passou a ser unanimidade apenas depois que morreu. Lembro o quanto foi criticada por preterir a emoção à técnica. Depois conseguiu aliar as duas coisas e se tornou esta grande diva mas, ainda assim, exceções a parte, seu repertório foi sempre irregular. De sua geração, Gal e Bethânia adquiriram prestígio bem mais cedo e Bethânia - que ela execrava - fazia mais sucesso popular e era reverenciada como rainha, já lá atrás. De Elis ficaram interpretações inesquecíveis e incomparáveis. Se eu quiser falar com Deus, Aos nossos filhos, Fascinação, Como nossos pais, Bolero de satã, Onze fitas, são apenas exemplos de momentos brilhantes em sua voz. Aliás, acho que ninguém chegou ao seu nível em termos de extensão vocal. Essa geração de cantoras realmente deixou lastros e continua imbatível.
Humberto, é este:
cd1 - Vou Deitar e Rolar /Ou Bola ou Búlica /Me Deixa em Paz / Canto de Ossanha /Roda /Meio de Campo /Samba em Paz /Aviso aos Navegantes Corrida de Jangada /Bicho do Mato /Noves Fora /Bala com Bala /Fechado pra Balanço /Madalena
cd 2 - Só Tinha de Ser com Você /Você /Watch What Happens /Alô, Alô, taí Carmem Miranda /Aquele Abraço /Zazueira / Ladeira da Preguiça /Menino das Laranjas /Upa, Neguinho /Até aí Morreu Neves /Bonita /Amor até o Fim /Té o Sol Raiar: ao Vivo /Vou Deitar e Rolar: Remix
Realmente, fizeram escola. Faltou vc citar Nana Caymmi, igualmente maravilhosa e correndo a parte. Pensando bem, acho que Nana não faz escola, não. Sua densidade, seu timbre, sua maneira de cantar são inimitáveis. Sua relação com a carreira, absolutamente peculiar. Eu colocaria estas quatro cantoras no ápice da nossa pirâmide musical.
Meus Caros ... Bethânia ( uma das queridinhas desse Blog ... ) vivia criticando Elis e hj critica Marisa Monte . Por despeito , só isso . Elis e Marisa erraram/erram mas Bethânia então nem se fala . Voz por Voz e repertório por repertório sou mais da pimentinha e da tribalista , a baiana vive " se imitando " . Bem pra quê dá ouvidos a uma cantora que disse maravilhas de Ivete Sangalo.
Obrigado Pedro!
Tudo de bom!
Humberto
Tarcisio, você acha o repertorio da Elis Regina irregular?
Sempre achei o contrario.
Quanto ao que você diz sobre a emoção e a tecnica, a Elis era mestre mesmo. Incomparavel. Havia entendido que se pode repetir uma nota uma palavra, um tom, mas não uma emoção, essa existe, ou vem e passa, ou nãovem , não da pra fingir(Genio!) .
Eu a considero a melhor performance que possa ter ocorrido no Brasil, por este motivo.
Um dominio absurdo do ritmo, das divisões, unido ao sentido da palavra, sabendo dar a entonação exata que a palavra pedia.
Vocês ja ouviram a interpretação dela para" A valsa de Euridice"(no trem azul ao vivo), ou a versão do mesmo show de se eu quiser falar com Deus,quase 8 minutos contra os 4 de studio?
Alem de todas as qualidades ali ela, no meu modo de perceber, tocou um apice mesmo.
Elis anos 60 (18 anos 19 anos 20 anos 21 anos, gente nessa idade ela fez tudo aquilo.)Verdade, mudou com Cesar, mas tinha mudado tambem com o Nelson Motta. 70 e 71, ali tambem tem obra prima; a musica que nome ao disco "Ela" do Aldir Blanc.
O elis 72, Elis é perfeita ali. assim como no 73.
Tenho dificuldade mesmo com " em pleno verão".
O disco de 77 tambem é lindo e ela tambem ali se supera e supera tudo.
Bem, o essa mulher, não dou opinião pois a versão em cd é fraca. Espero que saia logo o remasterizado pelo Cesar .Embora conhecendo bem o disco tem muito tempo que não ouço o Lp.
Mas o repertorio é legal.Mas era ja a fase final da relação pessoal e musical com o Cesar.
Mas havia o impulso da nova gravadora e uma produção bem legal.
Sabe o disco luz das estrelas? Acho que ele seria mais interessante com os arranjos originais.
Onde sera que foi parar aquela fita?
Bom dia!
H.
Elis e Cláudia foram as maiores vozes de sua geração. Elis, embora atabalhoadamente, conseguiu se juntar a pessoas que a colocaram no trilho e deram uma concisão a sua trajetória; depois, deitou e rolou. Mas concordo que o repertório poderia ter sido mais cuidado. O negócio é que quando ela acertava, não sobrava pra ninguém, daí a mítica. Quanto a Claudia, dançou logo no nascedouro por total falta de orientação na carreira. Ressuscitou em Evita mas não soube permanecer viva. Algo parecido aconteceu com Zizi Possi. É esta sensibilidade e bom senso que norteiam a carreira de uma M.Bethânia há décadas. Isto é algo pessoal, intransferível.
Faço minhas todas as palavras do anônimo aí em cima e lamento que uma cantora como Claudia tenha deixado escapar pelo ralo uma voz tão privilegiada. Talento e vocação nem sempre andam juntos (em qualquer área).
Não curtia muito a ligação de Elis com o som dos mineiros (Lô, Milton, etc...), aqueles lances de trem azul, sol na cabeça... e sua gravação de romaria nunca me convenceu. Elis era urbana demais para Aparecida. Em compensação, arrasou em Saudades do Brasil, quando pôde explorar sua verve agressiva e acintosa num repertório que exigia tudo de sua extensão vocal. Ali ela esteve lancinante. Aquele bolero lá, me deixas louca, também me deixou louco de preocupação, na época, pensando para onde nossa cantora estava conduzindo sua carreira. Aliás, o que estaria cantando hoje??? Fato é que Elis faz falta e ainda hoje sinto saudade.
Também me pergunto o que Elis estaria cantando hoje.O repertório do seu último disco (já sem César, o grande diferencial na sua carreira)não foi muito bem visto pela crítica da época. "Me deixas louca" faria parte do disco que ela se preparava para gravar.Seria uma indicação do que estava por vir?
Que legal ... acho Claudia uma grande cantora assim como Selma Reis e Marcia .Bem lembrado .
Lá estão os fãs de Bethânia aqui também, dando ferroadas como a abelha rainha.
Nana é um horror.
finalmente leio coisas sobre a Pimentinha com as quais me identifico. Elis se tornou ELIS A MAIOR CANTORA DO PAÍS em 1982 quando morreu. Concordo que Romaria não convence em sua voz. Aliás acho que essa música ainda aguarda uma gravação definitiva. Tinha esperança da Bethânia fazê-lo mas sua grvação na Força Que nunca Seca parece arranjo de canto gregoriano. Totalmente over.
Acho que muita coisa da Elis ficou datada mas há momentos antológicos em sua discografia. Este não é meu período preferido mas vou conferir, sem dúvida.
Já eu não morro de amores por Romaria. Acho que a interpretação de Elis é que valorizou, e muito, a música. A interpretação de Bethânia mostrou o que ela é realmente: uma música chatinha, chatinha.Aquele refrão "sou caipira, pira pora..." é de matar.
Não gosto de Romaria, e como cantora sou mais a Bethânia, no entanto temos que admitir que Romaria é melhor com a Elis, e cá entre nós, com a Bethânia ficou péssimo.
Elis é ótima mas sempre foi superestimada por críticos e pelos fãs (pelos fãs até dá pra entender). O mesmo que estão fazendo hoje com M. Monte. Para não falar no exagero com que receberam o primeiro CD da M.Rita. É tanta mediocridade que quando aparece alguma coisa de qualidade os caras exageram e ficam babando como se estivessem diante dos deuses do Olimpo.
Não me incluo entre os "órfãos da Elis", mas que a gauchinha fez história, isso fez. Concordo com muito do que está escrito aí, não imputo perfeição à Elis (ninguém é), mas em vários momentos essa mulher atingiu o máximo possível em termos de interpretação. E nestes momentos, é realmente INCOMPARÁVEL. Um só exemplo: Na baixa do sapateiro; imperdível. Inacreditável.
Postar um comentário
<< Home