Bruno Castro estréia promissor em CD
Resenha de CD
Título: Bruno Castro
Artista: Bruno Castro
Gravadora: Independente
Cotação: * * *
Aos 33 anos, o compositor e cavaquinista carioca Bruno Castro chega ao primeiro disco fiel às tradições do melhor samba. Castro ainda não é conhecido do tal grande público, mas seu nome tem sido presença freqüente em fichas técnicas de discos de bambas como Zeca Pagodinho desde que, em 2001, ele iniciou parceria com Dona Ivone Lara. E ela, com a costumeira nobreza, abençoa a estréia fonográfica de seu mais jovem parceiro fazendo aquele seu sublime contracanto em Apito de Ouro - tema composto em tributo a Mestre Fuleiro, figura fundamental na história da escola Império Serrano - e na melancólica Razão e Nostalgia, música já gravada por Alcione em recente álbum de inéditas. Generosa, Dona Ivone ainda participa de Na Própria Palma, uma de suas mais inspiradas colaborações com Castro.
Castro não é grande intérprete, mas canta corretamente, com voz mais segura do que a de Wanderley Monteiro, para citar outro compositor promissor no meio do samba carioca que tentou se lançar em disco. A grife melódica e poética de seu repertório tampouco é original. Mas a qualidade é das melhores. Castro bebeu nas boas fontes e se cercou de gente antenada. Eu Não Sou Leão (de Bruno com Adalto Magalha) e Cortesia (com Carlos Caetano e Flavinho Silva) são pagodes que fazem espirituosas crônicas dos costumes suburbanos. Breque Barra Alerta (parceria com Maurício Verde) é esperto samba de breque - gênero pouco lembrado por novos sambistas. E ainda tem partido dos mais altos (Na Paz da Eternidade), um samba dolente (Dizer Não pro Adeus, no qual intervém o parceiro Luiz Carlos da Vila) e duas surpreendentes incursões do compositor pelo universo nordestino. Só Mi Qué a Flô é xote bem arretado, como manda a tradição do gênero, e o instrumental Frevo das Oito confirma as habilidades autorais de Bruno Castro. Vida longa na música brasileira!
Título: Bruno Castro
Artista: Bruno Castro
Gravadora: Independente
Cotação: * * *
Aos 33 anos, o compositor e cavaquinista carioca Bruno Castro chega ao primeiro disco fiel às tradições do melhor samba. Castro ainda não é conhecido do tal grande público, mas seu nome tem sido presença freqüente em fichas técnicas de discos de bambas como Zeca Pagodinho desde que, em 2001, ele iniciou parceria com Dona Ivone Lara. E ela, com a costumeira nobreza, abençoa a estréia fonográfica de seu mais jovem parceiro fazendo aquele seu sublime contracanto em Apito de Ouro - tema composto em tributo a Mestre Fuleiro, figura fundamental na história da escola Império Serrano - e na melancólica Razão e Nostalgia, música já gravada por Alcione em recente álbum de inéditas. Generosa, Dona Ivone ainda participa de Na Própria Palma, uma de suas mais inspiradas colaborações com Castro.
Castro não é grande intérprete, mas canta corretamente, com voz mais segura do que a de Wanderley Monteiro, para citar outro compositor promissor no meio do samba carioca que tentou se lançar em disco. A grife melódica e poética de seu repertório tampouco é original. Mas a qualidade é das melhores. Castro bebeu nas boas fontes e se cercou de gente antenada. Eu Não Sou Leão (de Bruno com Adalto Magalha) e Cortesia (com Carlos Caetano e Flavinho Silva) são pagodes que fazem espirituosas crônicas dos costumes suburbanos. Breque Barra Alerta (parceria com Maurício Verde) é esperto samba de breque - gênero pouco lembrado por novos sambistas. E ainda tem partido dos mais altos (Na Paz da Eternidade), um samba dolente (Dizer Não pro Adeus, no qual intervém o parceiro Luiz Carlos da Vila) e duas surpreendentes incursões do compositor pelo universo nordestino. Só Mi Qué a Flô é xote bem arretado, como manda a tradição do gênero, e o instrumental Frevo das Oito confirma as habilidades autorais de Bruno Castro. Vida longa na música brasileira!
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