Ratos roem sistema com punk metaleiro
Resenha de CD
Título: Homem Inimigo do Homem
Artista: Ratos de Porão
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *
Em 1981, um grupo surgiu nos porões do punk de São Paulo e, caminhando sorrateiro pelos cantos, como um rato, fez seu nome na cena nacional e estrangeira ao misturar a fúria do punk com o peso do metal. Decorridos 25 anos, o tal grupo, Ratos de Porão, lança o CD Homem Inimigo do Homem, fiel à sua ideologia corrosiva.
Com lançamento também programado para o exterior, o disco tenta reeditar a explosiva mistura de punk e trash metal experimentada pelos Ratos de Porão no bem-sucedido álbum Descanse em Paz, lançado em 1986. A fusão daria repercussão internacional à banda paulista.
Os tempos já são outros, a exposição estrangeira já não é tanta, mas Homem Inimigo do Homem soa honesto. A cada dia mais sujo e agressivo, como já profetizava o título de seu disco de 1987, o quarteto liderado pelo vocalista João Gordo cospe fogo em várias direções. Lula, PMs, Papa Bento XVI, bandas de emocore (gênero que combina o peso do hardcore com letras mais sentimentais)... Ninguém escapa da ira e das garras dos Ratos de Porão, que tentam roer as bases do sistema nas 12 músicas do CD.
Além de fogo, João Gordo cospe versos toscos com dicção sofrível - nenhum pecado, diga-se, no mundo punk. Mas é preciso acompanhar as letras no encarte para entender os ataques dos Ratos. Lula é o alvo de Quem te Viu..., cuja letra sustenta que o presidente governa o Brasil embriagado pelo poder. "Hei, lembra do dinheiro suado? / E do salário minguado? / Lembra do pau-de-arara? / Agora tá bom pra você", provocam os versos.
A violência de parte da polícia militar é o assunto de PMs de Satã. "A ordem é banho de sangue / Tudo só para provar / Que quem manda lá é sempre os homi", esbraveja o refrão. Já os escândalos sexuais da Igreja são o tema de Pedofilia Santa. "A sociologia tenta explicar / Toda antipatia em dose cavalar / Parâmetros sem nexo prometo estudar / Um jovem coroinha pelado no altar", alfineta João Gordo.
Com letras construídas sem qualquer rigor estético ou poético, mas com o discurso direto (e às vezes ingênuo) do punk, o CD Homem Inimigo do Homem marca a estréia dos Ratos de Porão na gravadora Deckdisc. É também o primeiro trabalho com o baixista Paulo 'Juninho' Sangiorgio, recrutado na cena hardcore de São Paulo.
A rigor, o álbum nada acrescenta à obra dos Ratos de Porão. É, antes, a salutar reafirmação dos códigos destes irados roedores do sistema.
Título: Homem Inimigo do Homem
Artista: Ratos de Porão
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *
Em 1981, um grupo surgiu nos porões do punk de São Paulo e, caminhando sorrateiro pelos cantos, como um rato, fez seu nome na cena nacional e estrangeira ao misturar a fúria do punk com o peso do metal. Decorridos 25 anos, o tal grupo, Ratos de Porão, lança o CD Homem Inimigo do Homem, fiel à sua ideologia corrosiva.
Com lançamento também programado para o exterior, o disco tenta reeditar a explosiva mistura de punk e trash metal experimentada pelos Ratos de Porão no bem-sucedido álbum Descanse em Paz, lançado em 1986. A fusão daria repercussão internacional à banda paulista.
Os tempos já são outros, a exposição estrangeira já não é tanta, mas Homem Inimigo do Homem soa honesto. A cada dia mais sujo e agressivo, como já profetizava o título de seu disco de 1987, o quarteto liderado pelo vocalista João Gordo cospe fogo em várias direções. Lula, PMs, Papa Bento XVI, bandas de emocore (gênero que combina o peso do hardcore com letras mais sentimentais)... Ninguém escapa da ira e das garras dos Ratos de Porão, que tentam roer as bases do sistema nas 12 músicas do CD.
Além de fogo, João Gordo cospe versos toscos com dicção sofrível - nenhum pecado, diga-se, no mundo punk. Mas é preciso acompanhar as letras no encarte para entender os ataques dos Ratos. Lula é o alvo de Quem te Viu..., cuja letra sustenta que o presidente governa o Brasil embriagado pelo poder. "Hei, lembra do dinheiro suado? / E do salário minguado? / Lembra do pau-de-arara? / Agora tá bom pra você", provocam os versos.
A violência de parte da polícia militar é o assunto de PMs de Satã. "A ordem é banho de sangue / Tudo só para provar / Que quem manda lá é sempre os homi", esbraveja o refrão. Já os escândalos sexuais da Igreja são o tema de Pedofilia Santa. "A sociologia tenta explicar / Toda antipatia em dose cavalar / Parâmetros sem nexo prometo estudar / Um jovem coroinha pelado no altar", alfineta João Gordo.
Com letras construídas sem qualquer rigor estético ou poético, mas com o discurso direto (e às vezes ingênuo) do punk, o CD Homem Inimigo do Homem marca a estréia dos Ratos de Porão na gravadora Deckdisc. É também o primeiro trabalho com o baixista Paulo 'Juninho' Sangiorgio, recrutado na cena hardcore de São Paulo.
A rigor, o álbum nada acrescenta à obra dos Ratos de Porão. É, antes, a salutar reafirmação dos códigos destes irados roedores do sistema.
2 COMENTÁRIOS:
esses ratos já não roem mais nada..
O rock erra,
com suas escritas balelas
Na borda, quem roe o tacho,
são chatos da MPB
Toscos, toscos, igual a você:
Idiota!
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