Beth Carvalho faz hoje 60 anos e merece os parabéns por sua discografia coerente
Beth Carvalho completa hoje 60 anos. O presente será dado futuramente ao seu público com o lançamento de documentário que o cineasta Silvio Tendler está começando a rodar. Por ora, a data serve de pretexto para saudar a mais importante intérprete de samba das últimas quatro décadas. Se as gravadoras tratassem o samba com o devido respeito, uma caixa com a obra da cantora estaria sendo lançada esta semana para que novas gerações pudessem ouvir uma das discografias mais ricas e coerentes da música brasileira. Beth tem (justa) fama de difícil nos bastidores da indústria fonográfica. Mas é inegável o rigor com que escolhe seu repertório e monta a ficha técnica de seus álbuns. Todos são bons. Alguns são dignos de qualquer antologia da música brasileira. Sempre gravou o melhor samba produzido no Rio de Janeiro sem nunca se dobrar aos modismos ou deixar que o vírus do brega contaminasse sua obra. E não pensem que nunca tentaram...
Seu primeiro disco, Andança, saiu em 1969. Logo em seguida, no início dos anos 70, a garota que ouvia Bossa Nova abraçou definitivamente o samba, subiu o morro e ingressou na pequena gravadora Tapecar para fazer três bons discos (Canto por um Novo Dia, Pra Seu Governo e Pandeiro e Viola) que lhe deram popularidade e alguns sucessos. Em 1976, em ascensão no mercado, Beth migrou para a antiga RCA, consolidou sua obra e iniciou uma de suas fases de maior sucesso artístico e comercial - da qual o LP De Pé no Chão (1978) é marco por apresentar o samba renovado que era produzido na quadra do Cacique de Ramos. Foi daquele quintal, projetado nacionalmente pela cantora, que brotaram nomes como Fundo de Quintal (amadrinhado por Beth desde o primeiro disco, editado em 1980) e - mais tarde - Zeca Pagodinho, revelado pela sambista em 1983 no dueto feito no samba Camarão que Dorme a Onda Leva, destaque do disco Suor no Rosto.
Em Beth, álbum de 1986, a artista sintetizou a efervescência pagodeira que tomou conta do Brasil naquele ano de euforia econômica e musical. Fora da RCA, Beth ingressou na PolyGram (hoje Universal Music) para fazer discos primorosos como Alma do Brasil, Saudade da Guanabara e Intérprete - os três inexplicavelmente fora de catálogo depois de esgotadas suas respectivas tiragens iniciais em CD.
A partir da década de 90, a cantora gravou com menor regularidade para manter a integridade artística numa indústria já movida a modismos e pouco receptiva a repertórios inéditos. Teve que se adequar à onda dos discos ao vivo e transitou entre várias gravadoras sem nunca deixar de ser coerente, de lançar compositores e de reverenciar obras atemporais como a de Nelson Cavaquinho. Por tudo isso, e também pelos seus 60 anos, Beth Carvalho merece os parabéns.
Seu primeiro disco, Andança, saiu em 1969. Logo em seguida, no início dos anos 70, a garota que ouvia Bossa Nova abraçou definitivamente o samba, subiu o morro e ingressou na pequena gravadora Tapecar para fazer três bons discos (Canto por um Novo Dia, Pra Seu Governo e Pandeiro e Viola) que lhe deram popularidade e alguns sucessos. Em 1976, em ascensão no mercado, Beth migrou para a antiga RCA, consolidou sua obra e iniciou uma de suas fases de maior sucesso artístico e comercial - da qual o LP De Pé no Chão (1978) é marco por apresentar o samba renovado que era produzido na quadra do Cacique de Ramos. Foi daquele quintal, projetado nacionalmente pela cantora, que brotaram nomes como Fundo de Quintal (amadrinhado por Beth desde o primeiro disco, editado em 1980) e - mais tarde - Zeca Pagodinho, revelado pela sambista em 1983 no dueto feito no samba Camarão que Dorme a Onda Leva, destaque do disco Suor no Rosto.
Em Beth, álbum de 1986, a artista sintetizou a efervescência pagodeira que tomou conta do Brasil naquele ano de euforia econômica e musical. Fora da RCA, Beth ingressou na PolyGram (hoje Universal Music) para fazer discos primorosos como Alma do Brasil, Saudade da Guanabara e Intérprete - os três inexplicavelmente fora de catálogo depois de esgotadas suas respectivas tiragens iniciais em CD.
A partir da década de 90, a cantora gravou com menor regularidade para manter a integridade artística numa indústria já movida a modismos e pouco receptiva a repertórios inéditos. Teve que se adequar à onda dos discos ao vivo e transitou entre várias gravadoras sem nunca deixar de ser coerente, de lançar compositores e de reverenciar obras atemporais como a de Nelson Cavaquinho. Por tudo isso, e também pelos seus 60 anos, Beth Carvalho merece os parabéns.
12 COMENTÁRIOS:
rosemberg
parabens a beth carvalho, sou grande admirador de sua obra coerente.
discordo do colunista quando diz que beth , para manter a integridade se sua obra, se tornou uma artista difícil para industria de discos, acho que ela não é dificil, os outros artistas é que são fáceis demais.
graças a beth pude conhecer um pouco da obra de grandes mestres como cartola, nelson cavaquinho, monarco e tantos outros bambas.
obrigado.
memoria_pele@hotmail.com
FRANCAMANETE NÃO CONCORDO COM O SEU COMENTÁRIO, MAURO FERREIRA.
BETH É UMA BOA CANTORA E SÓ, O REPERTÓRIO É TERRÍVEL, AQUELES SAMBÕES DE FUNDO DE QUINTAL PRÁ ACOMPANHAR UM CHURRASCO, FORA OS DISCOS AO VIVO E A REPETIÇÃO DAS MESMAS MÚSICAS DE SEMPRE.
ELA É A MADRINHA DESTE MONTE DE GRUPO DE BREGODE QUE VOCÊ CRITICA TANTO. FICAR REGRAVANDO CARTOLA OU NELSON CAVAQUINHO É FALTA DE INTERESSE EM SELECIONAR REPERTÓRIO.
CLARA NUNES E ALCIONE É QUEM DEVEM RECEBER ELOGIOS.
Nela devia se mirar a Alcione, que abriu mão de qualquer ideologia pra ganhar dinheiro fácil.
SE A ALCIONE SE MIRAR NELA, VAI DEIXAR DE FAZER SUCESSO, PODE SER QUE O CLAUDIO TALVEZ PASSE A ADMIRÁ-LA E EU VOU ME DECEPCIONAR MUITO.
A ALCIONE NUNCA FEZ QUESTÃO, MUITO PELO CONTRÁRIO, DE SER SÓ SAMBISTA, ELA PODE CANTAR TUDO AQUILO QUE ELA GOSTA, POIS TALENTO PRÁ ISSO ELA TEM, JÁ A DONA BETH PRECISA SE LIMITAR AO SAMBÃO PORQUE É SÓ O QUE A VOZ DELA PERMITE.
A IDEOLOGIA DA ALCIONE É SER UMA CANTORA POPULAR, QUE ATINGE AOS MAIS VARIADOS PUBLICOS, E ISSO ELA CONSEGUE COM EXITO COMPLETO; ELA CANTA O QUE GOSTA E AINDA A PAGAM PRÁ ISTO.
Parabéns Beth Carvalho, uma cantora realmente coerente.
Alcione só não é a maior porque se deixou levar pela indústria que a rotulou como brega - logo ela que nunca quis ser chamada de sambista...virou brega na boa.
Mauro mais uma vez parabéns pela iniciativa de reconhecer a obra da cantora de samba mais importante deste país. Concordo plenamente com o que vc disse e assino em baixo quanto aos cds fora de catálogo. O por quê? Beth é um atestado de qualidade na música popular brasileira. Às vezes me incomodo com certos rótulos como "sambista", por que sambista? Ela é uma das maiores intérpretes da nossa MPB. Embora muitos insistam em atacá-la! Beth já fez e faz muito pela indústria. O questionamento do não lançamento dos cds talvez seja uma represália, pois ela foi a única cantora que "deu a cara para bater" a favor da numeração dos cd's e a se preocupar com os direitos míseros autorais que os compositores recebem.
Ainda tem pessoas que já a difamaram chamando-a de oportunista. Isso jamais ela foi pois uma pessoa que ajudou a dar dignidade a tantos compositores como Cartola, Nélson, dentre inúmeros, jamais poderia ser taxada como oportunista. Pelo contrário ela dá oportunidade, abre caminhos.
Que Deus continue abençoando a nossa madrinha do samba e que ela ainda faça em vida por muitas pessoas que ainda se encontram no anonimato. Beth é uma descobridora de pérolas. Que o novo cd de sambas baianos faça muito sucesso, e que Deus continue dando bastante saúde para que ela possa continuar por muito tempo aqui conosco.
Como sempre digo sem pretender atacar nenhuma cantora: As outras gravam e Beth faz história.
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Beth Carvalho tem ótimos discos, mas não é uma grande cantora.
Mauro,
Sou fã de Beth, tenho todos os seus discos, mas dizer que ela nunca se curvou a modismos não é verdade. Os discos dela de meados pro final dos anos 1980 tem teclados insuportáveis como quase todos os discos daquela (terrível) época, a gravação de Saigon então é um pesadelo!
LINDA DEMAIS! PARABÉNS. ALÔ UNIVERSAL, VAMOS RELANÇAR OS CDS INTÉRPRETE, ALMA DO BRASIL E SAUDADES DA GUANABARA!!!
PESADELO SAIGON!!! ESSE CARA É UM LOUCO!! VALE LEMBRAR QUE ELA LANÇOU PRIMEIRO DO QUE O EMÍLIO SANTIAGO. (MUITOS PENSAM QUE FOI ELE QUEM GRAVOU PRIMEIRO, ERRONEAMENTE).
Parabéns Beth, pelos 60 aninhos.
Adorei teu show no Teatro do Sesi de Porto Alegre. Ponto alto, quando tu desceu do pedestal(palco),isto foi o máximo.Acredito que por estes Pampas, nenhum outro artista havia descido do palco para se juntar aos fãs, pois estes adoram tocar no seu ídolo.
Tu o fizestes com muita simplicidade, galhardia e carinho.
Fiquei ainda, mais tua fã em ler que no sábado tu apareceu de surpresa em uma escola de samba, e que até palhinha deu.
Continue assim, pois mais e mais irá angariar fãs.
Beijos,
Nadir Amado Fagundes
Oi,Beth!
Parabéns pelos 60 aninhos.
Assisti ao teu melhor show, no Sesi de Porto Alegre.
Para mim o ponto alto foi quando tu desceu do palco e se juntou ao fãs.
Isto deveria ser imitado por outros artitas.
Mais uma vez parabéns.
Nadir
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