Sem vida, Blitz segue a receita de covers
Resenha de CD
Título: Blitz com Vida
Artista: Blitz
Gravadora: EMI
Cotação: *
Há 20 anos, a formação original da Blitz era dissolvida por conta de egotrips e do conseqüente desgaste musical. Evandro Mesquita - líder da banda que fizera história ao abrir caminhos para o pop rock brasileiro com seu som teatral, malandro e ensolarado - tentou carreira solo que foi esmaecendo a cada álbum. A saída foi reviver a Blitz de tempos em tempos para garantir um troco. Mas o que era espontâneo na criação do grupo, em 1981, ficou burocrático. O que era saudavelmente jovem naquele verão de 1982 - quando Você Não Soube me Amar tomou de assalto as rádios e o Brasil, mudando o panorama pop nacional - envelheceu. Já velho em sua essência, Blitz com Vida é o CD que celebra os 25 anos do surgimento da banda.
A idéia original da gravadora EMI era gravar ao vivo. Mas o disco acabou sendo feito em estúdio. A fórmula, no entanto, é a mesma dos incontáveis projetos ao vivo despejados nas prateleiras pela indústria fonográfica: algumas inéditas (Tempos de Cowboy, Como uma Luva, Reggae do Avião e Procura-se meu Amor), hits regravados com adesões de convidados e - o pior - covers de sucessos de bandas como Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso. Será que a Blitz vai se tornar o Emmerson Nogueira dos grupos de rock?
Falando em covers, Danni Carlos comparece na regravação gelada de Betty Frígida para reafirmar sua inexpressividade. E o que dizer da participação de um domesticado Chorão em Você Não Soube me Amar? Fica a impressão de que a rebeldia exibida no Charlie Brown Jr. é pura pose. Já Paulo Ricardo, nessa altura do campeonato, nem surpreende ao intervir na balada A Dois Passos do Paraíso com rouquidão acentuada para forjar sensualidade.
O que impressiona é ouvir Frejat avalizar o cover pálido de Bete Balanço. Paulo Miklos bate ponto em Sonífera Ilha, mas com o álibi de ser colega de Evandro na novela Bang Bang, para cuja trilha foram feitas duas das quatro inéditas (Tempos de Cowboy e Procura-se meu Amor). Aliás, das novidades, as melhores são Como uma Luva (canção pop e graciosa que faz erótico jogo de palavras à moda de Roberto Carlos) e o Reggae do Avião, que conta com o grupo Inner Circle entre a tripulação.
Falta vida à Blitz! A banda está definitivamente associada a uma época boa que não vai voltar. Os tempos são outros. Blitz com Vida é indicado somente para aqueles eternos saudosistas dos anos 80. Ainda assim, os três primeiros álbuns da banda - que reúnem os registros originais dos sucessos do grupo - são mais recomendados para quem perdeu a festa. Se preferir, uma coletânea simples dá conta do recado muito bem...
Título: Blitz com Vida
Artista: Blitz
Gravadora: EMI
Cotação: *
Há 20 anos, a formação original da Blitz era dissolvida por conta de egotrips e do conseqüente desgaste musical. Evandro Mesquita - líder da banda que fizera história ao abrir caminhos para o pop rock brasileiro com seu som teatral, malandro e ensolarado - tentou carreira solo que foi esmaecendo a cada álbum. A saída foi reviver a Blitz de tempos em tempos para garantir um troco. Mas o que era espontâneo na criação do grupo, em 1981, ficou burocrático. O que era saudavelmente jovem naquele verão de 1982 - quando Você Não Soube me Amar tomou de assalto as rádios e o Brasil, mudando o panorama pop nacional - envelheceu. Já velho em sua essência, Blitz com Vida é o CD que celebra os 25 anos do surgimento da banda.
A idéia original da gravadora EMI era gravar ao vivo. Mas o disco acabou sendo feito em estúdio. A fórmula, no entanto, é a mesma dos incontáveis projetos ao vivo despejados nas prateleiras pela indústria fonográfica: algumas inéditas (Tempos de Cowboy, Como uma Luva, Reggae do Avião e Procura-se meu Amor), hits regravados com adesões de convidados e - o pior - covers de sucessos de bandas como Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso. Será que a Blitz vai se tornar o Emmerson Nogueira dos grupos de rock?
Falando em covers, Danni Carlos comparece na regravação gelada de Betty Frígida para reafirmar sua inexpressividade. E o que dizer da participação de um domesticado Chorão em Você Não Soube me Amar? Fica a impressão de que a rebeldia exibida no Charlie Brown Jr. é pura pose. Já Paulo Ricardo, nessa altura do campeonato, nem surpreende ao intervir na balada A Dois Passos do Paraíso com rouquidão acentuada para forjar sensualidade.
O que impressiona é ouvir Frejat avalizar o cover pálido de Bete Balanço. Paulo Miklos bate ponto em Sonífera Ilha, mas com o álibi de ser colega de Evandro na novela Bang Bang, para cuja trilha foram feitas duas das quatro inéditas (Tempos de Cowboy e Procura-se meu Amor). Aliás, das novidades, as melhores são Como uma Luva (canção pop e graciosa que faz erótico jogo de palavras à moda de Roberto Carlos) e o Reggae do Avião, que conta com o grupo Inner Circle entre a tripulação.
Falta vida à Blitz! A banda está definitivamente associada a uma época boa que não vai voltar. Os tempos são outros. Blitz com Vida é indicado somente para aqueles eternos saudosistas dos anos 80. Ainda assim, os três primeiros álbuns da banda - que reúnem os registros originais dos sucessos do grupo - são mais recomendados para quem perdeu a festa. Se preferir, uma coletânea simples dá conta do recado muito bem...
13 COMENTÁRIOS:
será que alguém vai comprar isso?
tem quem compre sim porque a nostalgia dos anos 80 é uma praga que contaminou muita gente.
Achei a crítica muito amarga! Só quem vivenciou os anos 80 pode saber o quanto foi bom.
Porque a Música Brasileira vive de passado?
Sabe-se que a produção atual (aquilo que vira sucesso) é pífia. Mas estes, que ousaram no passado, podem e devem ousar agora.
Já énsou a Blitz fazendo um som usando o eletrônico ou a batida funk para cantar suas músicas com personagens de quadrinhos? Seria o máximo.
Mais uma crítica recheada de preconceito, típica de pseudo intelectuais que acham que podem impor seus gostos.
Por que regravações de músicas não podem ser feitas?
E além de tudo um tanto preconceituoso contra os mais velhos, não acha? Envelhecer é um processo natural que ocorre inclusive com o colunista..por que usar o termo como pejorativo?
Viva a Blitz!
Não existe essa de "tempos que não voltam". Isso é preconceito de quem quer impor seus gostos aos demais.
Diversidade! Se eu quiser dançar e curtir músicas dos anos 50, por que não?
Na boa....
tem lugar para todo mundo... a nostalgia dos anos 80 ... é boa sim !! uma época com qualidade musical inesgotável !!! e temos hj uma banda que relembra esses sucessos chamada "Perdidos na Selva" onde lota as principais casas de shows do rio e agora fora do rio mesmo....
e mesmo assim tem jente que fala que reviver o passado é besteira...
mas besteira é nao reviver o passado e criticar o que não sabem !!!!
então pra galera da crítca... comprem cd do Broz, Rouge, RDB, Floribella... realmente deve ser bem melhor q a Blitz....rsrs
Favor só informar o lançamento... eu compro na hora !!!
Viva a Vida da Blitz...
e salve Evandro Mesquita !!!!
O problema de tudo é que os anos 80 estão sendo cultuados por seus defeitos, não por suas qualidades. Blitz, Genius e Rosanna... Santo Deus!!! Que saudade de Júlio Barroso!!!
CAKA A BOCA CARECA DE MEIA TIJELA. VAI ELOGIAR AQUELAS PORCARIAS QUE TOCAM HOJE EM DIA QUE SE CHAMAM DE HIP HOP!!!!
VIVA A BLITZZZZZZ!!!!! VIVA OS ANOS 80!!!!!!!!!!
VIVA A BLITZ!!! OLHA O PRECONCEITO!!!!
Concordo com o Mauro...
Não tenho contra as regravações. Mas que sejam para enriquecer...
Chorão enriquece algo ? Paulo Ricardo enriquece algo?
A Blitz tem condição de gravar coisas lindas (e inéditas).
Principalmente se procurar as suas raízes... (leia-se Antônio Pedro e Ricardo Barreto)
Sr. Mauro, acontece que as regravações acontecem porque não se cria absolutamente nada de qualidade atualmente. Me diga algo de bom atualmente, Sr. Mauro. Só se ouve esses "cornogodes" com os versos pré-fabricados do tipo "volta pra mim", "você ta com outro mas eu te amo", "a gente faz o melhor sexo da história universal", etc...
Sr. Mauro, faça-me um favor: larga de preconceito e curta também os bons momentos.
rosemberg
eu era era um pre-adolescente uando a blitz estourou, e realmente o tempo não volta.
até o sol daquela época era diferente de agora, envelheceu com a gente. acabou não volta mais.
memoria_pele@hotmail.com
Triste momento dessa banda que já foi tão importante.
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