Repertório delicioso e produção azeitada sustentam disco solo de Pedro Miranda
Resenha de CD
Título: Coisa com Coisa
Artista: Pedro Miranda
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Integrante do Cordão do Boitatá e do Grupo Semente, Pedro Miranda não é um cantor especialmente imponente. Ao contrário. Sua voz é até trivial. Mas conseguiu fazer um excelente primeiro disco solo, Coisa com Coisa, graças a uma inspirada pesquisa de repertório que lhe possibilitou tirar do baú jóias do alto quilate de Caixa Econômica, parceria de Nássara com Orestes Barbosa.
Escorado na produção eficiente de Paulão Sete Cordas, Miranda passeia por diversas vertentes do samba. Do Recôncavo Baiano, vem a deliciosa e inédita Chula Cortada, de autoria de Roque Ferreira, craque na cadência da região. Das ruas carnavalescas do Rio, o artista pescou a marcha Vírgula, gravada afetivamente com o Cordão do Boitatá.
As surpresas vão se sucedendo. Ora é um Chico Buarque desconhecido (Doze Anos, samba da triha da Ópera do Malandro), ora é uma valsa de Alberto Ribeiro e João de Barro (Ciúme sem Razão), ora é um samba irreverente de Ary Monteiro Zé da Zilda (Dona Joaninha, em dueto afetivo com Teresa Cristina, co-autora de Cumplicidade, um samba amaxixado à moda dos anos 20). Tem até embolada (O Sapo no Caco, de Jararaca).
O samba é o dom de Pedro Miranda, como ele reafirma ao regravar a obra-prima de Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro, O Samba É meu Dom. Daí que o manifesto radicalmente nacionalista de Heitor dos Prazeres em Nada de Rock Rock caiu muito bem em sua voz simpática. É por essas e outras que vale correr atrás de Coisa com Coisa.
Título: Coisa com Coisa
Artista: Pedro Miranda
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Integrante do Cordão do Boitatá e do Grupo Semente, Pedro Miranda não é um cantor especialmente imponente. Ao contrário. Sua voz é até trivial. Mas conseguiu fazer um excelente primeiro disco solo, Coisa com Coisa, graças a uma inspirada pesquisa de repertório que lhe possibilitou tirar do baú jóias do alto quilate de Caixa Econômica, parceria de Nássara com Orestes Barbosa.
Escorado na produção eficiente de Paulão Sete Cordas, Miranda passeia por diversas vertentes do samba. Do Recôncavo Baiano, vem a deliciosa e inédita Chula Cortada, de autoria de Roque Ferreira, craque na cadência da região. Das ruas carnavalescas do Rio, o artista pescou a marcha Vírgula, gravada afetivamente com o Cordão do Boitatá.
As surpresas vão se sucedendo. Ora é um Chico Buarque desconhecido (Doze Anos, samba da triha da Ópera do Malandro), ora é uma valsa de Alberto Ribeiro e João de Barro (Ciúme sem Razão), ora é um samba irreverente de Ary Monteiro Zé da Zilda (Dona Joaninha, em dueto afetivo com Teresa Cristina, co-autora de Cumplicidade, um samba amaxixado à moda dos anos 20). Tem até embolada (O Sapo no Caco, de Jararaca).
O samba é o dom de Pedro Miranda, como ele reafirma ao regravar a obra-prima de Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro, O Samba É meu Dom. Daí que o manifesto radicalmente nacionalista de Heitor dos Prazeres em Nada de Rock Rock caiu muito bem em sua voz simpática. É por essas e outras que vale correr atrás de Coisa com Coisa.
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