Guilherme de Brito já se chama saudade
Guilherme de Brito (foto) já se chama saudade. O principal parceiro de Nelson Cavaquinho morreu na noite desta quarta-feira, 26 de abril, aos 84 anos. Estava hospitalizado há quase um mês, em coma induzido, na clínica Mayer Saúde, no Maracanã, bairro próximo de Vila Isabel, onde nasceu em 3 de janeiro de 1922. Foi vítima de problemas respiratórios agravados por um enfarte.
Brito, que também era pintor, começou sua carreira de compositor antes de conhecer Nelson Cavaquinho. Em 1955, o cantor Augusto Calheiros lançou um disco de 78 rotações por minuto com duas composições suas, Meu Dilema e Audiência Divina. Mas foi ao iniciar parceria com Nelson, ainda na década de 50, que sua obra alcançou o justo reconhecimento popular. Da rara inspiração da dupla, surgiram obras-primas como Pranto de Poeta, Folhas Secas, A Flor e o Espinho (do célebre verso "Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor") e Quando Eu me Chamar Saudade. Jóias cravadas de melancolia e amargura.
Os clássicos da obra de Brito foram recriados pelo autor em seu último disco, A Flor e o Espinho, gravado em 2003 com o Trio Madeira Brasil, responsável pelos arranjos. Dois anos antes, contratado pela gravadora Lua, o compositor conseguiu desovar parte de sua produção inédita no CD Samba Guardado. Mas sua discografia - assim como a de todo sambista da Velha Guarda - foi irregular pelo descaso da indústria fonográfica. Basta dizer que Guilherme de Brito somente conseguiu chegar ao disco em 1977, em LP dividido com Candeia, Elton Medeiros e o parceiro Nelson Cavaquinho. O título, apropriado, era Quatro Grandes do Samba. Em 1980, gravou enfim o primeiro de seus cinco discos solos, Guilherme de Brito, editado pela gravadora Eldorado. Um deles foi idealizado para o Japão. Títulos que merecem voltar ao catálogo e permanecer nas prateleiras para que o público possa sempre matar a saudade de Guilherme de Brito.
Brito, que também era pintor, começou sua carreira de compositor antes de conhecer Nelson Cavaquinho. Em 1955, o cantor Augusto Calheiros lançou um disco de 78 rotações por minuto com duas composições suas, Meu Dilema e Audiência Divina. Mas foi ao iniciar parceria com Nelson, ainda na década de 50, que sua obra alcançou o justo reconhecimento popular. Da rara inspiração da dupla, surgiram obras-primas como Pranto de Poeta, Folhas Secas, A Flor e o Espinho (do célebre verso "Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor") e Quando Eu me Chamar Saudade. Jóias cravadas de melancolia e amargura.
Os clássicos da obra de Brito foram recriados pelo autor em seu último disco, A Flor e o Espinho, gravado em 2003 com o Trio Madeira Brasil, responsável pelos arranjos. Dois anos antes, contratado pela gravadora Lua, o compositor conseguiu desovar parte de sua produção inédita no CD Samba Guardado. Mas sua discografia - assim como a de todo sambista da Velha Guarda - foi irregular pelo descaso da indústria fonográfica. Basta dizer que Guilherme de Brito somente conseguiu chegar ao disco em 1977, em LP dividido com Candeia, Elton Medeiros e o parceiro Nelson Cavaquinho. O título, apropriado, era Quatro Grandes do Samba. Em 1980, gravou enfim o primeiro de seus cinco discos solos, Guilherme de Brito, editado pela gravadora Eldorado. Um deles foi idealizado para o Japão. Títulos que merecem voltar ao catálogo e permanecer nas prateleiras para que o público possa sempre matar a saudade de Guilherme de Brito.
4 COMENTÁRIOS:
Augusto Calheiros não lançou um "compacto". Ele lançou um 78 RPM, o formato mais comum da época. Os compactos só surgiram depois da popularização do LP, já nos anos 60, e tinham esse nome por serem menores que o disco comum. O 78 RPM era quase tão grande quanto um LP.
é mais um que vai cair no esquecimento
agora começa a hipocrisia! todo mundo falava do Nelson e esquecia o Guilherme...
Concordo sendo que as "flores em vida" que o grande poeta Guilherme de Brito ganhou foi a menção de Manuel Bandeira que elegeu o verso: "tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor" como o mais belo da história da MPB. Salve todos os intérpretes que souberam e valorizaram em vida a obra de Guilherme de Brito (Elizeth, Beth, Nara,...).
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
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