Fafá realça a dramaticidade de Chico
Resenha de Show
Título: Tanto Mar
Artista: Fafá de Belém
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: De 20 a 22 de abril, às 19h30m
Cotação: * * *
O CD Tanto Mar - Fafá de Belém Canta Chico Buarque representou um upgrade na discografia da artista. Nem o lançamento de um álbum classudo como Maria de Fátima Palha de Figueiredo (2000), na frustrante passagem da cantora pela Warner Music, conseguira tirar o ranço brega do repertório de Fafá. Afinal, foram anos de dedicação a um cancioneiro de cunho mais popularesco. Em que pese o horrendo projeto gráfico, Tanto Mar se impôs pelo repertório irretocável e por uma produção de bom gosto que reuniu músicos do primeiro time em arranjos que fugiram do som padronizado da música romântica.
No show da turnê nacional que promove o disco há um ano, em cartaz no Teatro Rival (RJ) de hoje a sábado, Fafá realça a dramaticidade natural das músicas de Chico. Suas interpretações, mais intensas que as registradas no CD, cresceram ao longo da estrada - como ficou claro em recente apresentação no Canecão (RJ), em 4 de abril (na foto de Cristina Granato, Fafá em cena no show). É visível o entrosamento da cantora com a banda formada por, entre outros, João Rebouças (piano), Bruce Henry (baixo) e Ricardo Costa (bateria).
Curiosamente, dois grandes momentos do show não vieram do CD. Construção (1971), em arranjo jazzy, é descontruída pela artista em interpretação demolidora. Eu te Amo (1980) foi gravada posteriormente para a trilha da novela Prova de Amor, mas teria valorizado - e muito - o disco, pois a canção de Chico e Tom Jobim cai perfeitamente bem no tom derramado de Fafá. Assim como o set português com Tanto Mar (1976/1978) e Fado Tropical (1972/1973) - perfeitamente coerente com a trajetória de uma artista famosa na Terrinha a ponto de ter gravado um disco de fados. É o momento em que se destaca o virtuoso Pedro Jóia no violão e no alaúde.
Sob Medida (1979), já no bis, peca pelo excesso de caras e bocas. Já o medley que une Angélica (1977) e Mulheres de Atena (1976) ganha no palco a força apenas ensaiada no disco. Quanto mais teatrais são as músicas, casos de Gota d'Água (1975) e Bastidores (1980), mais Fafá arrebata seu público - habituado a canções sentimentais. Até porque a cantora continua em forma vocal. Ela ainda não precisa baixar o tom como umas e outras...
Título: Tanto Mar
Artista: Fafá de Belém
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: De 20 a 22 de abril, às 19h30m
Cotação: * * *
O CD Tanto Mar - Fafá de Belém Canta Chico Buarque representou um upgrade na discografia da artista. Nem o lançamento de um álbum classudo como Maria de Fátima Palha de Figueiredo (2000), na frustrante passagem da cantora pela Warner Music, conseguira tirar o ranço brega do repertório de Fafá. Afinal, foram anos de dedicação a um cancioneiro de cunho mais popularesco. Em que pese o horrendo projeto gráfico, Tanto Mar se impôs pelo repertório irretocável e por uma produção de bom gosto que reuniu músicos do primeiro time em arranjos que fugiram do som padronizado da música romântica.
No show da turnê nacional que promove o disco há um ano, em cartaz no Teatro Rival (RJ) de hoje a sábado, Fafá realça a dramaticidade natural das músicas de Chico. Suas interpretações, mais intensas que as registradas no CD, cresceram ao longo da estrada - como ficou claro em recente apresentação no Canecão (RJ), em 4 de abril (na foto de Cristina Granato, Fafá em cena no show). É visível o entrosamento da cantora com a banda formada por, entre outros, João Rebouças (piano), Bruce Henry (baixo) e Ricardo Costa (bateria).
Curiosamente, dois grandes momentos do show não vieram do CD. Construção (1971), em arranjo jazzy, é descontruída pela artista em interpretação demolidora. Eu te Amo (1980) foi gravada posteriormente para a trilha da novela Prova de Amor, mas teria valorizado - e muito - o disco, pois a canção de Chico e Tom Jobim cai perfeitamente bem no tom derramado de Fafá. Assim como o set português com Tanto Mar (1976/1978) e Fado Tropical (1972/1973) - perfeitamente coerente com a trajetória de uma artista famosa na Terrinha a ponto de ter gravado um disco de fados. É o momento em que se destaca o virtuoso Pedro Jóia no violão e no alaúde.
Sob Medida (1979), já no bis, peca pelo excesso de caras e bocas. Já o medley que une Angélica (1977) e Mulheres de Atena (1976) ganha no palco a força apenas ensaiada no disco. Quanto mais teatrais são as músicas, casos de Gota d'Água (1975) e Bastidores (1980), mais Fafá arrebata seu público - habituado a canções sentimentais. Até porque a cantora continua em forma vocal. Ela ainda não precisa baixar o tom como umas e outras...
19 COMENTÁRIOS:
dramaticidade natural das músicas de Chico???
rosemberg
embora, a meu ver, nada supere a gravação original da musica eu te amo, fafá fez uma releitura muito bonita.
pena que não esta no disco.
memoria_pele@hotmail.com
"Umas e outras" - quem, cara pálida?
Não acho legal rotular ninguém de brega, pois gosto é gosto, e mesmo não sendo fã da Fafá, acho que o colunista deve se limitar a dar a notícia e não a ficar denigrindo o artista. Apesar de adorar Chico Buarque, estas releituras dele, do Caetano, Tom Jobim, já deram tudo o que tinha que dar, chega de ficar cantando aquelas mesmas coisas que todas estas cantoras sempre gravam.
Só de ter conseguido minimizar o excesso da sua interpretação já foi o bastante para glorificar este trabalho, pois Fafá é uma boa cantora e o repertório nem precisa comentar - é Chico Buarque.
Esse CD é lindo!
Só de ter conseguido minimizar o excesso da sua interpretação já foi o bastante para glorificar este trabalho, pois Fafá é uma boa cantora e o repertório nem precisa comentar - é Chico Buarque.
Esse CD é lindo!
Fafá é, pelo menos, 10 anos mais nova que "umas e outras". Dê mais dez anos, gritando o jeito que ela grita, que os tons vão descer.
Não sei do que reclamam...a cantora mais idolatrada atualmente é a que mais grita, não é verdade ? Aliás, Ana Carolina berra.
Só um crítico de tamanho conhecimento como vc. poderia causar tamanha discussão...parabéns!! Fafá de Belém é uma cantora consolidada, tem talento e é uma artista capaz de interpretar toda as obras da nossa música. Concordo com vc. quanto a sua vitalidade e qualidade vocal, ao passo que realmente existem "outras" sofrendo com notas miúdas. Afinal, tem espaço para todos, mas só os melhores sobrevivem.
Tô curiosíssimo pra saber quem seriam essas "umas e outras". Parece coisa de Clodovil...
Que tal por mais lenha na fogueira e dar nome aos bois, ops, às vacas?
EU DIGO QUEM BAIXOU O TOM>
Alcione, Joanna, Gal, Tete e Zeze Motta.
Bethânia também está mais contida.E Fafá, Ana Carolina, Sandra de Sá (argh!) e outras gritantes um dia, com toda certeza, também baixarão. O tempo não poupa ninguém, é implacável.
A voz de Fafá perdeu o brilho que tinha anteriormente. Sinceramente para mim soa meio estranho.
FAFA e maravilhosa. O que estraga e o fã clube que ela tem...O povinho brega.
Como pode uma cantora brega não ter um fã clube brega também?
Bethania sempre teve o tom baixo e nunca saiu daquilo, acho que ela não consegue, por isso sempre põe aquele instrumental pobre e horrível para as conções horríveis que ela grava.
Já a Gal e a Alcione estão melhores a cada dia que passa. Zezé Mota é um grande zero a esquerda.
A Joana não baixou porque não dá prá baixar mais.
Jà a Fafá de Belém em termos de voz melhorou muito, hoje eu gosto da voz dela, porque antigamente era muito ardida.
Agora eu queria dizer ao anônimo acima, que ele deveria ter um pouco mais de respeito pelo fã clube e pela Fafá, apesar de não ser fã dela, não acho legal este tipo de comentário; e já que os fãs se parecem com os artistas, ele ( a ) deve ser no mínimo fã daquelas cantoras chatas que nunca fizeram sucesso na vida e pensam que são chiques.
Baixar o tom, às vezes é uma questão de adequação da voz e até de amadurecimento de interpretação. A voz da Bethânia hoje é bem melhor do que nos primeiros discos. E tem cantora que nunca teve voz.
A idade impõe isso e a educação vocal também.
No caso da Fafá, que continua com uma voz ótima, o que ela baixou foi o excesso que vinha cometendo (principalmente em cena), estava tão over que ela conseguiu estragar o seu disco ao vivo.
Essa coisa de chamar um ou outro artista de brega já deu o que tinha que dar. A Bethânia também é brega por ter gravado a chatissíma 'É o amor'? Agora além de ofender o artistas começaram a ofender também seus fãs e fã-clube. Isso deve ser falta do que fazer ou muita dor de cotovelo.
Fafá exagera até cantando atirei o pau no gato. E o que arfa...sensualidade é bacana quando é espontânea. Ela já teve um dia, depois cristalizou, como fez com a tal risada.
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