'Matrizes' reergue a ponte África-Brasil
Resenha de CD
Título: Matrizes
Artista: Cláudio Jorge & Luiz Carlos da Vila
Gravadora: Selo Rádio MEC
Cotação: * * * *
"Este CD é a nossa amizade em forma de arte", versa bonito Cláudio Jorge num dos improvisos do partido alto Das Origens, de autoria de Luiz Carlos da Vila, seu amigo e parceiro neste primoroso Matrizes, disco lançado comercialmente esta semana depois de ter sido distribuído como brinde de uma empresa no fim do ano passado. No caso, as matrizes são os ritmos afros que serviram de molde para a formatação da música brasileira. "Salve as nossas raízes africanas", canta a dupla no belo samba que abre o CD, O Daqui, o Dali e o de Lá, em que a dupla de bambas cariocas pede passagem para montar seu mosaico de ritmos nacionais, já citados no criativo arranjo.
Matrizes tem o samba como base, mas expõe as diferentes matizes da música negra brasileira, do maracatu (num pot-pourri que conta com a adesão do grupo Rio Maracatu) à congada (Congada de São Benedito, de Cláudio Jorge e Nei Lopes), passando pelo jongo (Jongo da Serra) e pelo toque da capoeira em Camafeu, faixa que traz o vocal orgulhoso de seu autor, Martinho da Vila.
Numa espécie de viagem musical pela diversidade dos sons brasileiros, a dupla de compositores cariocas - ambos ligados ao samba e ao partido alto - transita ainda por ritmos como samba-de-roda (Camisa Molhada, do baiano Riachão), baião (Pau-de-Arara), boi do Maranhão (na inventiva releitura de O Canto da Ema que realça a origem maranhense do compositor João do Vale) e ijexá (Negrume da Noite, normalmente cantado no compasso do samba-reggae por intérpretes como Margareth Menezes e Virgínia Rodrigues).
A emocionante recriação de Negrume da Noite em ritmo de ijexá exemplifica a espiritualidade ancestral que exala das 14 faixas deste disco tão oportuno que fecha em grande estilo com Singrando em Mares Navios, samba-enredo que ajuda o disco a reerguer a ponte África-Brasil - essencial para a devida compreensão das origens da música do nosso país.
Título: Matrizes
Artista: Cláudio Jorge & Luiz Carlos da Vila
Gravadora: Selo Rádio MEC
Cotação: * * * *
"Este CD é a nossa amizade em forma de arte", versa bonito Cláudio Jorge num dos improvisos do partido alto Das Origens, de autoria de Luiz Carlos da Vila, seu amigo e parceiro neste primoroso Matrizes, disco lançado comercialmente esta semana depois de ter sido distribuído como brinde de uma empresa no fim do ano passado. No caso, as matrizes são os ritmos afros que serviram de molde para a formatação da música brasileira. "Salve as nossas raízes africanas", canta a dupla no belo samba que abre o CD, O Daqui, o Dali e o de Lá, em que a dupla de bambas cariocas pede passagem para montar seu mosaico de ritmos nacionais, já citados no criativo arranjo.
Matrizes tem o samba como base, mas expõe as diferentes matizes da música negra brasileira, do maracatu (num pot-pourri que conta com a adesão do grupo Rio Maracatu) à congada (Congada de São Benedito, de Cláudio Jorge e Nei Lopes), passando pelo jongo (Jongo da Serra) e pelo toque da capoeira em Camafeu, faixa que traz o vocal orgulhoso de seu autor, Martinho da Vila.
Numa espécie de viagem musical pela diversidade dos sons brasileiros, a dupla de compositores cariocas - ambos ligados ao samba e ao partido alto - transita ainda por ritmos como samba-de-roda (Camisa Molhada, do baiano Riachão), baião (Pau-de-Arara), boi do Maranhão (na inventiva releitura de O Canto da Ema que realça a origem maranhense do compositor João do Vale) e ijexá (Negrume da Noite, normalmente cantado no compasso do samba-reggae por intérpretes como Margareth Menezes e Virgínia Rodrigues).
A emocionante recriação de Negrume da Noite em ritmo de ijexá exemplifica a espiritualidade ancestral que exala das 14 faixas deste disco tão oportuno que fecha em grande estilo com Singrando em Mares Navios, samba-enredo que ajuda o disco a reerguer a ponte África-Brasil - essencial para a devida compreensão das origens da música do nosso país.
2 COMENTÁRIOS:
Esperamos que este disco seja encontrado nas lojas e que não seja mais um daqueles discos que só os jornalistas ouvem.
O disco é bom demais! Infelizmente tem que ser garimpado. Nos shows eles vendem. Uma boa dica é entrar em contato com o Cláudio Jorge: http://www.claudiojorge.com.br/
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