Jóias da coroa imperial chegam ao CD
Resenha de CD
Título: Um Show de Velha Guarda
Artista: Velha Guarda do Império Serrano
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
É mesmo um show de velha guarda - como proclama o título deste primeiro CD da atual formação da Velha Guarda do Império Serrano. Sem a visibilidade que projetou nos últimos anos a turma de bambas da Portela (em parte por conta do apoio de Marisa Monte), os veteranos da Serrinha chegaram a gravar um disco quando o grupo se reuniu pela primeira vez, na década de 80. Mas somente agora a Velha Guarda do Império Serrano, reagrupada desde 2000, parece que vai, enfim, sair da sombra de seus colegas da Portela, da Mangueira, do Salgueiro e da Unidos de Vila Isabel - todos com CDs já gravados nos últimos anos.
Como a Serrinha foi celeiro do seminal jongo, ritmo que desencadearia no samba, a turma do Império Serrano enfatiza sua raiz no medley que fecha o disco com dois jongos, Tava Doente e Vapor da Paraíba. Mas o show da Velha Guarda é dado basicamente com sambas da antiga, de autoria de compositores que fizeram a história da escola de Madureira (e, no quesito inspiração, os bambas nada ficam a dever a seus colegas da vizinha Portela). A reunião de jóias da coroa imperial recupera relíquias como o melodioso samba Obsessão, parceria de Osório Lima e Mano Décio da Viola.
Em sua maioria, o CD registra para a posteridade sambas à moda antiga que celebram a escola ou o orgulho de pertencer à tradicional agremiação do Rio (Império Tocou Reunir, Sou Imperial, Menino de 47), entre um ou outro partido do alto quilate de Serra dos meus Sonhos (Carlinhos Bem-te-Vi) e de Cuidado Vovó (Hélio dos Santos e Nilton Campolino), faixa em que brilha o trio Meninas da Serrinha.
Com direção musical de Paulão Sete Cordas, que divide os arranjos com Mauro Diniz, o álbum joga luz sobre compositores históricos que estavam caindo em injusto esquecimento. Casos de Mestre Fuleiro (bem representado por O Que os seus Olhos Têm, Não me Perguntes - parceria com Dona Ivone Lara - e o citado jongo Vapor da Paraíba), Silas de Oliveira (co-autor de Império Tocou Reunir), Carlinhos Vovô (compositor de Egoísmo Demais) e Mano Décio da Viola (parceiro de Osório Lima na obra-prima Obsessão e em O Poeta e a Natureza).
Com exceção de Aloísio Machado, autor e intérprete do melódico samba A Humanidade, a Velha Guarda do Império Serrano preferiu reviver temas de seus ascendentes em vez de registrar repertório próprio. Além de Aloísio, a veterana turma da Serrinha é formada atualmente por Wilson das Neves (baterista de nomes como Chico Buarque e diretor da ala de compositores), Zé Luís, Cizinho (sobrinho de Mano Décio da Viola), Toninho Fuleiro (filho de Mestre Fuleiro), Ivan Milanês, Fabrício, Capoeira da Cuíca e Sílvio. Completam o grupo as pastoras Balbina, Lindomar e Nina. No encarte da luxusa edição da Biscoito Fino, cada integrante se apresenta na primeira pessoa e relata sua ligação com a escola. O que aumenta ainda mais o valor documental do disco. A coroa dos bambas é de ouro.
Título: Um Show de Velha Guarda
Artista: Velha Guarda do Império Serrano
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *
É mesmo um show de velha guarda - como proclama o título deste primeiro CD da atual formação da Velha Guarda do Império Serrano. Sem a visibilidade que projetou nos últimos anos a turma de bambas da Portela (em parte por conta do apoio de Marisa Monte), os veteranos da Serrinha chegaram a gravar um disco quando o grupo se reuniu pela primeira vez, na década de 80. Mas somente agora a Velha Guarda do Império Serrano, reagrupada desde 2000, parece que vai, enfim, sair da sombra de seus colegas da Portela, da Mangueira, do Salgueiro e da Unidos de Vila Isabel - todos com CDs já gravados nos últimos anos.
Como a Serrinha foi celeiro do seminal jongo, ritmo que desencadearia no samba, a turma do Império Serrano enfatiza sua raiz no medley que fecha o disco com dois jongos, Tava Doente e Vapor da Paraíba. Mas o show da Velha Guarda é dado basicamente com sambas da antiga, de autoria de compositores que fizeram a história da escola de Madureira (e, no quesito inspiração, os bambas nada ficam a dever a seus colegas da vizinha Portela). A reunião de jóias da coroa imperial recupera relíquias como o melodioso samba Obsessão, parceria de Osório Lima e Mano Décio da Viola.
Em sua maioria, o CD registra para a posteridade sambas à moda antiga que celebram a escola ou o orgulho de pertencer à tradicional agremiação do Rio (Império Tocou Reunir, Sou Imperial, Menino de 47), entre um ou outro partido do alto quilate de Serra dos meus Sonhos (Carlinhos Bem-te-Vi) e de Cuidado Vovó (Hélio dos Santos e Nilton Campolino), faixa em que brilha o trio Meninas da Serrinha.
Com direção musical de Paulão Sete Cordas, que divide os arranjos com Mauro Diniz, o álbum joga luz sobre compositores históricos que estavam caindo em injusto esquecimento. Casos de Mestre Fuleiro (bem representado por O Que os seus Olhos Têm, Não me Perguntes - parceria com Dona Ivone Lara - e o citado jongo Vapor da Paraíba), Silas de Oliveira (co-autor de Império Tocou Reunir), Carlinhos Vovô (compositor de Egoísmo Demais) e Mano Décio da Viola (parceiro de Osório Lima na obra-prima Obsessão e em O Poeta e a Natureza).
Com exceção de Aloísio Machado, autor e intérprete do melódico samba A Humanidade, a Velha Guarda do Império Serrano preferiu reviver temas de seus ascendentes em vez de registrar repertório próprio. Além de Aloísio, a veterana turma da Serrinha é formada atualmente por Wilson das Neves (baterista de nomes como Chico Buarque e diretor da ala de compositores), Zé Luís, Cizinho (sobrinho de Mano Décio da Viola), Toninho Fuleiro (filho de Mestre Fuleiro), Ivan Milanês, Fabrício, Capoeira da Cuíca e Sílvio. Completam o grupo as pastoras Balbina, Lindomar e Nina. No encarte da luxusa edição da Biscoito Fino, cada integrante se apresenta na primeira pessoa e relata sua ligação com a escola. O que aumenta ainda mais o valor documental do disco. A coroa dos bambas é de ouro.
2 COMENTÁRIOS:
nunca ouvi esses sambas. porém confio de ouvidos fechados no time de autores: Mano Décio, Mestre Fuleiro, Silas...
É o melhor CD que já ouvi!! A Velha Guarda Show do Império Serrano está de parabéns!! Um grande beijo a todos, principalmente na minha avó a pastora Balbina.
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